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Por: Museu da Pessoa, 30 de maio de 2014

Sempre fui trabalhador

Esta história contém:

Sempre fui trabalhador

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Meu nome é José Rocha Martins Freitas, nasci na Serra do Baturité, no Ceará, no dia 6 de novembro de 1943. Meu pai, José Martins de Freitas era de lá, e minha mãe, Maria Amélia Caetano era do Sertão do Canindé. Desde pequeno me chamavam de Rochinha. Aí, vim embora aqui pro sertão, ai ficavam me chamando de Rocha. Aqui na praia também.

Lá no Baturité era bom pra umas coisa e ruim pra outras porque tempo não tinha dinheiro nenhum, comecei a trabalhar mais o meu pai, bem novinho, com oito anos. Com 16 anos eu vim pro Sertão. Lá, eu era gabado no serviço, na portaria, eu trabalho na enxada, na moagem, no negócio de carregar cana pra ir pra engenho, tudo eu fiz. E eu achava bom. Adorei muito a minha arte. Eu fui nascido dentro daquilo com meu pai, que era agricultor. Ajudei a criar meus irmãos, somos oito; agora são seis, morreu dois.

No Sertão em Canindé, na Fazenda São Paulo, lá era terra boa. Dava milho, feijão, mandioca. Tudo dava. Jerimum, melancia, tudo dava. O que plantasse, dava. Eu cheguei lá com 16 anos, passei mais de 30 anos lá, depois eu vim embora aqui pra praia. E eu tive meus fios tudinho, lá no Canindé.

Era muita fartura do tempo que eu trabalhava lá. Aí, num tempo que eu me casei, eu fiquei morando na casa do meu pai. Fazia muito legume, muito feno, muito feijão, muito milho. Todos ano tinha minha farinhada duma semana. Tinha um caixãozão, enchia de farinha. Toda vida tive fartura na minha casa.

Joguei muito futebol. Nós tinha um campo lá dentro da fazenda, era bom. Quando desisti de jogar aí, fui tomar de conta do time. Foi no tempo que viemos embora pra cá. A brincadeira que eu mais gostei mais foi futebol e forró que tinha todo final de semana. A gente até na semana aqueles pessoal inventava um forrozinho, toca um violão mesmo. Tinha muita moça, muito rapaz. E o jeito que eu entrava eu saía, sem beber, sem prova nada de álcool, nem nada. Não gostava não. Quando era fim de semana nós ia pra festa...

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3X4 Seu Rocha

Dados da imagem Única foto que Seu Rocha possui.

Local:
Brasil / Ceará / Paracuru

Imagem de:
José Rocha Martins Freitas

História:
Sempre fui trabalhador

Crédito:
Álbum de família

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
registro, foto 3x4

Única foto que Seu Rocha possui.

Dados de acervo

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Projeto CSP

Depoimento de José Rocha Martins Freitas

Entrevistado por Eliete Pereira

São Gonçalo do Amarante, 30/05/2014

CSP_HV007_José Rocha Martins Freitas

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Maiara Ariadine Leones

MW Transcrições

P/1 – Bom, senhor José, o senhor pode falar o nome completo do senhor?

R – José Rocha Martins Freitas.

P/1 – O senhor nasceu onde, senhor José?

R – Na Serra do Baturité.

P/1 – O senhor pode falar novamente?

R – Na Serra do Baturité.

P/1 – Baturité?

R – Sou serrano.

P/1 – Ah! No Ceará?

R – No Ceará. Meu batismo foi em Mulungu.

P/1 – Mulungu?

R – Cartório de Mulungu. Meu registro foi de lá.

P/1 – E que dia que o senhor nasceu?

R – 1943.

P/1 – E que dia?

R – Dia 6 de novembro.

P/1 – Seis de novembro de 1943?

R – Sim

P/1 – Ah! E os pais do senhor também são de lá?

R – Só meu pai.

P/1 – Só o pai do senhor?

R – É. Minha mãe era daqui de Sertão do Canindé.

P/1 – Qual é o nome do pai do senhor?

R – José Martins de Freitas.

P/1 – E o nome da mãe do senhor?

R – Maria Amélia Caetano.

P/1 – E a mãe do senhor era de onde?

R – Daí, do Sertão do Canindé.

P/1 – Do Canindé?

R – Era.

P/1 – E como que era, assim, lá onde o senhor nasceu?

R – Lá no Baturité?

P/1 – É.

R – Lá era ruim demais. Ruim, assim, era bom pra umas coisa e ruim pra outras porque, meu nascimento, né? Naquele tempo não tinha dinheiro nenhum, comecei a trabalhar e tudo. Era bom, eu me acostumei, fui nascido lá, frio fazia demais. Aí, eu comecei a trabalhar mais o meu pai, bem novinho, com oito ano a trabalhar mais ele. Pra aquela, meu pai era pobrezinho, né? Aí, nós tivemos, trabalhemos, tudo. Com 16 anos, aí, eu vim, disse, vou simbora pro Sertão. Lá, eu era gabado no serviço, na portaria, eu trabalho na enxada, na, em moagem, no negócio de carregar cana pra ir pra engenho, tudo eu fiz. E eu achava bom. Adorei muito a minha arte, né? Eu fui nascido...

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