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Por: Museu da Pessoa, 12 de junho de 2015

Então eu vou casar também

Esta história contém:

Então eu vou casar também

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Nasci em 30 de abril de 1977 no Hospital de Sobradinho, próximo a Fercal. Eu aproveitei muito a minha infância [no Queima Lençol], brinquei de boneca até 15 anos, andei de calcinha até 12, apanhei pra colocar roupa, porque veio a mudança no corpo e eu não queria. Com 12 anos eu comecei a trabalhar, ajudava a tomar conta da filha de uma colega minha, mas mesmo assim eu brinquei muito. A gente brincava de roda, de derrubar latinha, futebol, de queimada, de boneca, ia na casa dos vizinhos pedir óleo pra acender fogo de mentira, dizendo que era pra minha mãe, mas era pra gente acender nosso fogão de lenha, pra fazer nosso cozinhadinho, comi muito arroz com gosto de fumaça, mas era feliz, batia muito batizado nas minhas bonecas. A gente mudou pro Engenho Velho quando eu tinha 13 anos, mas continuou estudando no Colégio do Queima Lençol. Eu chorei muito, eu sou apaixonada pelo Queima Lençol até hoje.

Eu lembro que o meu pai falava que ajudou a construir Brasília... Ele foi aquela pessoa que tudo que ele fez foi buscar pra dentro de casa e para os filhos. Às vezes não tinha presente, mas ele trazia uma goiaba, uma fruta, ele caçava no final de semana, trazia aqueles cachos de coco, quebrava pra nós, descascava cana. Só que meu pai não queria que a gente estudasse, nós tínhamos que crescer, casar, e a partir dos 20 anos não era moça pra casar, já era moça velha. Minha mãe já foi mais dura, de cobrar o estudo, de cobrar uma postura, até mesmo pela experiência de vida dela, por não ter estudado. Nós estudamos graças a Deus e pelo esforço da minha mãe, lavando roupa, fazendo faxina.

A mãe foi pra São Paulo justamente nessa época... Meu pai não queria que eu trabalhasse, ele já foi contra eu estudar em Sobradinho, que eu terminei a oitava série na Fercal e fui fazer o segundo grau técnico em Contabilidade. Eu fui escondida fazer o cadastro pra Menor Aprendiz em Brasília, na Telebrasília... “Olha, você foi...

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Retrato

Dados da imagem Imagem Making Off.

Imagem de:
Andreia Ferreira de Aguiar

História:
Então eu vou casar também

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Imagem Making Off.

Dados de acervo

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Projeto Votorantim

Depoimento de Andreia Ferreira de Aguiar

Entrevistada por Márcia Trezza e Tereza Ferreira

Fercal, 12 de junho de 2015

VOF_HV019_Andreia Ferreira de Aguiar

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Claudia Lucena

P/1 – Andreia, nós vamos começar a entrevista, fala o seu nome completo.

R – Andreia Ferreira de Aguiar, nascida em 30 de abril de 1977.

P/1 – Onde você nasceu?

R – Aqui no Hospital de Sobradinho, próximo a Fercal.

P/1 – Você, quando nasceu, seus pais, o nome deles.

R – O nome do meu pai é Francisco Gerônimo de Aguiar e da minha mãe Francisca Ferreira da Silva. O meu pai é conhecido na região como Chico Ceará, e minha mãe como Dona Chaguinha.

P/1 – Quando nasceu, eles já eram moradores antigos aqui.

R – Sim. Eu lembro, desde 1983, foi quando eu já tinha seis anos, eu comecei a ir pra escola. Na verdade, não era na escola, era numa capela que tinha dentro da comunidade onde morávamos, que era no Queima Lençol, foi a filha de uns moradores que dava aula, começava a lecionar e eu fiz o pré. Lembro que, quando foi pra fazer sete anos, eu fui pra primeira série, e aí os meus pais já moravam nessa comunidade. Minha mãe falou que, porque eles são do Ceará, casaram, vieram pra Brasília, com meu avô, que meu avô morava em Planaltina. Quando ela chegou em Brasília, ela morou em Sobradinho e meu pai depois descobriu que tinha essas empresas aqui, porque ele era servente, não tinha escolaridade nenhuma, foi ajudante na construção de Brasília e logo o rapaz, conversando na obra que tinha essas empresas aqui e que na época era Fercal Velha, que é ali na Fercal Um, mas eu acredito que já era Tocantins. Então quando esse povo morou ali, tinha essa empresa de calcário, que a Fercal tinha essa empresa, Fercal mesmo. Depois o meu pai, terminaram um serviço, que foi empreita que ele pegou, aí ele conheceu a Pedreira Planalto, que ficou no Queima Lençol, foi quando foi trabalhar lá, o dono...

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