IDENTIFICAÇÃO
Meu nome é Celeste Vicente Moreira. Minha data de nascimento é 7 do 7 de 1935. Nasci em Ponte Vedra, Galícia. Na Espanha.
INFÂNCIA
Eu vim para o Brasil com 3 meses, quer dizer que eu sou registrada brasileira. (riso) Naquela época dava para vir, que eu sou brasileira. Agora em 47 eu fui à Espanha quando estava, tinha terminado a Guerra, um país muito pobre, mas o que eu gostei muito - era criança - era a união. Eles tinham uma união fora de série. Mesmo na, um ajudava o outro. Sempre muito unidos. Gostei muito de lá. Eu não conhecia, em 47 que eu fui conhecer.
Ah, eu gostava de brincar. Eu ia para o morro com as, que eles levavam o gado para a roça, para as montanhas. E eu lá subia por aqueles coqueiros. Lá não é coqueiro não, lá são pinhos. Aí eu fazia vaquinha com as sementes e brincava, bancava ser, e lá eu brincava muito. Gostava muito de lá. E gostava de lá. E aqui no Brasil eu fui criada em colégio de freiras.
EDUCAÇÃO
Eu fui criada no Colégio da Providência, que hoje é, até eu tenho vontade de ir até lá. Esse colégio é aqui no Rio de Janeiro. Quando eu vim para o Brasil minha mãe me botou. Aliás, aos 6 anos eu fui já para o Colégio da Providência porque minha mãe era doméstica, e como tinha vindo da Galícia achava que não ia saber me criar, aquela coisa, queria. Tanto que eu fui criada quase como filha de madame. Eu aprendi piano, aprendi, porque a própria patroa dela ajudava a pagar o colégio. Eu entrei para o colégio interno lá na Providência, depois passei para o Colégio Imaculada da Conceição da Vaz Lobo com Conde Bonfim. E fui criada quase assim. E ela sempre.
INFÂNCIA
Ah, uma coisa de infância que eu me lembro que lá na... Como é o nome daquele lugar ali? Aonde tem o Manequinho, ali no Arco da Lapa. Nós morávamos em Coelho Neto. E minha mãe ia me buscar no colégio. Todo sábado eu vinha para casa. No domingo à noite ia para o colégio para não chegar tarde, e ela para...
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IDENTIFICAÇÃO
Meu nome é Celeste Vicente Moreira. Minha data de nascimento é 7 do 7 de 1935. Nasci em Ponte Vedra, Galícia. Na Espanha.
INFÂNCIA
Eu vim para o Brasil com 3 meses, quer dizer que eu sou registrada brasileira. (riso) Naquela época dava para vir, que eu sou brasileira. Agora em 47 eu fui à Espanha quando estava, tinha terminado a Guerra, um país muito pobre, mas o que eu gostei muito - era criança - era a união. Eles tinham uma união fora de série. Mesmo na, um ajudava o outro. Sempre muito unidos. Gostei muito de lá. Eu não conhecia, em 47 que eu fui conhecer.
Ah, eu gostava de brincar. Eu ia para o morro com as, que eles levavam o gado para a roça, para as montanhas. E eu lá subia por aqueles coqueiros. Lá não é coqueiro não, lá são pinhos. Aí eu fazia vaquinha com as sementes e brincava, bancava ser, e lá eu brincava muito. Gostava muito de lá. E gostava de lá. E aqui no Brasil eu fui criada em colégio de freiras.
EDUCAÇÃO
Eu fui criada no Colégio da Providência, que hoje é, até eu tenho vontade de ir até lá. Esse colégio é aqui no Rio de Janeiro. Quando eu vim para o Brasil minha mãe me botou. Aliás, aos 6 anos eu fui já para o Colégio da Providência porque minha mãe era doméstica, e como tinha vindo da Galícia achava que não ia saber me criar, aquela coisa, queria. Tanto que eu fui criada quase como filha de madame. Eu aprendi piano, aprendi, porque a própria patroa dela ajudava a pagar o colégio. Eu entrei para o colégio interno lá na Providência, depois passei para o Colégio Imaculada da Conceição da Vaz Lobo com Conde Bonfim. E fui criada quase assim. E ela sempre.
INFÂNCIA
Ah, uma coisa de infância que eu me lembro que lá na... Como é o nome daquele lugar ali? Aonde tem o Manequinho, ali no Arco da Lapa. Nós morávamos em Coelho Neto. E minha mãe ia me buscar no colégio. Todo sábado eu vinha para casa. No domingo à noite ia para o colégio para não chegar tarde, e ela para não chegar muito cedo, aí ela voltava. No sábado à noite. Aí teve um dia que a turma saiu e eu saí atrás. As semi-internas, que saíam às 5 da tarde. Aí eu saí. Saí e fui andando. Eu sabia que minha mãe pegava o bonde vinha até aonde é o Manequinho, na Lapa. Na Lapa nós pegávamos outro bonde. Íamos até Francisco Sá, donde é a Leopoldina. Francisco Sá é do lado de cá, Leopoldina é do lado de lá. E ali eu pegava o trem para saltar em Coelho Neto. E na época era a Maria Fumaça. Aí eu saí. Tinha 7 para 8 anos. Saí toda boba no meio da turma, peguei o bonde. Cheguei no bonde eu disse: "Paga atrás." (riso) Aí quando chegou no Manequinho eu saltei. Mas ali eu não sabia pegar. Fiquei ali brincando no bonequinho - de apertar, porque ele fica fazendo xixi. Aí eu ficava apertando. A aguinha caía, ficava, voltava, aí bebia a água. Quando começou escurecendo eu comecei a ficar com medo e comecei a chorar. Aí um guarda me pegou e me levou de volta para o colégio. Foi uma aventura de criança. Aqui no Rio. Foi no Rio de Janeiro.
RIO DE JANEIRO
Uma lembrança do Rio de Janeiro, assim, o que eu gostei? Porque eu gosto, sempre foram aventuras que eu fiz. Um dia, eu já estava trabalhando, aí havia aquela história, se você chegasse tarde no trabalho não adiantava, você perdia o dia e o sábado. Não adiantava. Aí o que é que eu fiz? Eu trabalhava numa Loja Americana. Eu tinha perdido a hora que eu peguei o trem errado. Eu ao invés de pegar o trem descendo, eu peguei subindo. Cheguei na estação correndo o trem estava na estação, eu peguei o trem. Aí quando eu vi, quando eu cheguei aqui era, eu falei assim: "Ah, não vou trabalhar não. Trabalhar para ganhar e não trabalhar?" Peguei a marmita e fui para o Cristo Redentor. (riso) Minto, foi para o Pão do Açúcar, não foi para o Cristo não. Peguei a marmita subi o bondinho. Peguei fui lá para o Pão do Açúcar. Cheguei lá sentei no balanço, fiquei brincando lá no balanço. Na hora do almoço de marmita, comi minha marmita. E depois, aí naquele dia não fui trabalhar. Foi a primeira vez, fui conhecer o Pão do Açúcar. Estava com 15 anos. 15 anos. Aí fui conhecer o Pão do Açúcar em uma aventura também. (riso) Não indo trabalhar.
CONSELHO PARA AS FUTURAS GERAÇÕES
A mensagem para as gerações futuras é que estudem. Que estude, que é a melhor coisa que faz. Que tudo que nós temos é o estudo. Não se iluda com certas coisas que tem agora, aventuras. Eu fiz duas aventuras, mas as minhas não me deram, não me estragaram minha idade. A garotada agora tem muita aventura que vem a destruir mais tarde. E aproveite tudo o que pode: estudando, dance, brinque. Se for mocinha, não brinque de papai e mamãe antes do tempo não, porque agora só vivem brincando. Aproveite. Brinque bastante, dancem. Eu tenho duas filhas. Graças a Deus uma casou com 28 anos, mas aproveitou a vida. A outra foi modelo lá, eu andei com ela muito, mas sempre, todas as duas estão casadas. Não me deram dor de cabeça. E é tudo o que eu peço a vocês: "Garotada não se iludam com nada porque vem além do que a gente quer."
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