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Personagem: Sebastião Rosa
Por: Museu da Pessoa, 6 de maio de 2015

A gente tem sonho

Esta história contém:

A gente tem sonho

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Nasci no dia 9 de março de 1953 na cidade de Monte Carmelo, Minas Gerais. Eu nasci na beira do Rio Paranaíba, quase divisa de Minas com Goiás. A gente estudava num rancho de palha de coco, era distância de dois quilômetros da residência. Tinha que subir uma serra, inclusive passando nas invernadas, onde tinha muito gado bravoIa de manhã; passava na roça, trabalhava um bocado. Quando dava o horário da escola, ia pra escola, estudava até certas horas, que é lá pelas três da tarde, aí passava, voltava pra roça de novo pra depois voltar pra casa. Chegava em casa à noite. A gente ainda tirava um tempinho, que toda a vida criança tira um tempo e brinca, né? Eram umas brincadeiras que a gente fazia com sabugo de milho, brincadeira de chutar bola com lobeira, pescaria no Rio Paranaíba.

Não existia um chuveiro, não tinha um fogão a gás, então, dava certa hora, apagava as lamparinas e dormia. Nós somos doze irmãos, eu estou na sétima posição. Eu comecei a trabalhar com 7 anos de idade. A gente pegava coco de babaçu a semana toda e no final de semana a gente quebrava pra vender a castanha pra manter a compra de casa, que era o açúcar, era querosene, essas coisas que a gente precisava em casa. Eu tinha um sonho de ser alguém na vida, de estudar, mas como não morava na cidade, era complicado, tinha vez que passava três meses sem ter professora. Às vezes ficava seis meses estudando na cidade e voltava pra roça. Estudei pouco. E o sonho de quem estuda pouco não vai muito longe, não.

Eu vivi com meus pais até os 11 anos de idade, quando a minha mãe faleceu. Passou dois anos e meu pai faleceu, então eu perdi os dois e fui morar na casa de um irmão. No começo da minha vida para o trabalho, eu não conseguia sozinho ganhar o dia de um adulto, por exemplo. O dia do homem tinha que ser eu e meu irmão trabalhando. Eu morei na faixa de seis anos com esse meu irmão, até inteirar 16 anos, e daí fui caçar meu destino. Fui trabalhar em...

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Imagem de:
Sebastião Rosa

História:
A gente tem sonho

Tipo:
Fotografia

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Votorantim Fercal

Depoimento de Sebastião Rosa

Entrevistado por Tereza Ferreira da Silva e Márcia Trezza

Fercal, 6 de maio de 2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV003_Sebastião Rosa

Transcrito por Karina Medici Barrela

P/1 – Nos fale o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Meu nome é Sebastião Rosa. Nasci no dia nove de março de 1953 na cidade de Monte Carmelo, Minas Gerais.

P/1 – E qual era o nome dos seus pais?

R – Meu pai se chamava Benedito Rosa e a minha mãe Lucília Vieira.

P/1 – O que seus pais faziam?

R – Os meus pais, a função deles era lavoura, trabalhavam em fazenda.

P/1 – Descreva o que você lembra da sua época de infância sobre seus pais?

R – O que eu lembro na minha época, do tempo de criança, que a gente morava nas fazendas, que hoje lá não existe a fazenda mais, que foi coberta pela água de uma barragem, que é no Rio Paranaíba. Então eu nasci na beira do Rio Paranaíba, divisa de Minas quase com Goiás, né? Então a função mesmo era na lavoura, a pessoa só vivia mesmo na lavoura.

P/1 – Além da lavoura, quais os costumes dos seus pais, o que eles faziam além de trabalhar?

R – Além de trabalhar era o seguinte, na época da gente as coisas eram muito complicadas, pouco recurso, não tinha passeio, a gente não tinha quase lazer, era mesmo em casa. Atividade mesmo que tinha mais na região era a castanha do coco do babaçu, que era para produção de óleo de fabricação de sabão, de uma fábrica de sabão que tinha na minha cidade.

P/1 – E quando criança vocês tinham algum lazer, os seus pais participavam, apoiavam algum lazer que vocês, quando criança, mesmo depois do trabalho vocês teriam o hábito? Como vocês se divertiam quando criança? E os seus pais participavam?

R – A gente era o seguinte, no tempo da gente criança a gente brincava mesmo era correr nos pastos, nas invernadas, andar a cavalo, era isso que a gente fazia, que não tinha atividade, que era...

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