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Personagem: Fátima Maciel Souto
Por: Museu da Pessoa, 31 de outubro de 2013

“Tô no Correio há 38 anos!”

Esta história contém:

“Tô no Correio há 38 anos!”

Meu pai era pescador e a minha mãe era do lar e a gente nasceu, sempre onde tinha mais peixe o meu pai ia. Nos açudes não tinha mais peixe, ele ia e ele morreu jovem, com 42 anos de idade. Naquela época não tinha muita assistência médica, então ele morreu com problema de saúde. Eu acho que depois de um tempo ele começou a beber, a mamãe conta, que quando ele morreu na realidade eu tinha cinco anos de idade, não lembro muita coisa. Mas ele deixou de herança pra minha mãe quatro filhos e a minha mãe falou, ele morreu numa cidade aqui próxima, aqui no Ceará. Foi Acarape, que é próximo a Redenção, que é onde tem as histórias dos escravos. E ele morreu em Acarape e tá sepultado lá em Acarape. A minha mãe ainda é viva, a minha mãe tem 87 anos de idade, ainda é lúcida. Tem uns problemas de saúde, é minha dependente aqui pelos Correios, mas graças a Deus tá bem. Somos os quatro filhos, são quatro irmãos, todos casaram e eu estou divorciada. Só tem eu divorciada, mas eu tenho uma união estável com outra pessoa pra mais de 15 anos. E pronto, minha mãe ficou com os quatro filhos e a gente foi morar no interior, ela voltou com os quatro filhos para a casa dos meus avós que também eram humildes, eram pobres e lá ela foi trabalhar na roça pra sustentar a gente. E a minha vinda pra Fortaleza, eu vim pra Fortaleza em 1965, eu tinha dez anos de idade, tinha nove anos, ia completar dez e vim morar na casa de uma tia, aliás não era nem tia, era uma madrinha da minha mãe e a gente veio pra estudar. Aí eu vim primeiro, aí depois veio meu irmão e minha irmã do meio e ficou todo mundo em casa separada, sabe, veio só pra estudar. Era comida e o estudo, tinha dinheiro pra nada. Aí tinha que trabalhar, ajudar, aí foi quando, eu era tão pequena que pra lavar a louça, botaram um banquinho pra eu poder alcançar a pia. Aí lavava a louça. Aí fui estudar num grupo, a gente veio pra estudar, a gente estudava no interior. Mas como era...

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P/1 – Inicialmente queria agradecer, tá, Fátima, por ter vindo e dar esse seu tempo pra enfim, efeito de identificação do nosso vídeo, eu queria que você falasse o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Fátima Maciel Souto, nasci no dia dois de Junho de 1955, em Canindé, Ceará.

P/1 – Ceará, perfeito. Fátima, antes de começar a falar sobre você mesmo, eu queria perguntar um pouco sobre a sua família. O nome dos seus pais, o que eles faziam, de onde eles vieram, de onde eles nasceram. Conta um pouquinho sobre a sua mãe.

R – Eu posso até fazer assim um resumo. Meu pai era pescador, a família bem humilde. Meu pai era pescador e a minha mãe era do lar e a gente nasceu, sempre onde tinha mais peixe o meu pai ia. Nos açudes não tinha mais peixe, ele ia e ele morreu jovem, com 42 anos de idade. Naquela época não tinha muita assistência médica, então ele morreu com problema de saúde. Eu acho que depois de um tempo ele começou a beber, a mamãe conta, que quando ele morreu na realidade eu tinha cinco anos de idade, não lembro muita coisa. Mas ele deixou de herança pra minha mãe quatro filhos e a minha mãe falou, ele morreu numa cidade aqui próxima, aqui no Ceará. Foi Acarape, que é próximo a Redenção, que é onde tem as histórias dos escravos. E ele morreu em Acarape e tá sepultado lá em Acarape. A minha mãe ainda é viva, a minha mãe tem 87 anos de idade, ainda é lúcida. Tem uns problemas de saúde, é minha dependente aqui pelos Correios, mas graças a Deus tá bem. Somos os quatro filhos, são quatro irmãos, todos casaram e eu tô divorciada. Só tem eu divorciada, mas eu tenho uma união estável com outra pessoa pra mais de 15 anos. E pronto, minha mãe ficou com os quatro filhos e a gente foi morar no interior, ela voltou com os quatro filhos para a casa dos meus avós que também eram humildes, eram pobres e lá ela foi trabalhar na roça pra sustentar a gente. E a minha vinda pra Fortaleza, eu...

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