HISTÓRIA
A vida passada a limpo
História de: EUFLOSINO DOMINGUES NETO
Autor: EUFLOSINO DOMINGUES NETO
Publicado em: 14/02/2015, atualizado parcialmente em 29/11/2019
SINOPSE
A vida de um advogado, Corretor de Imóveis, Construtor, Fazendeiro, Caipira de Anhumas.
HISTÓRIA COMPLETA
Nascido no Bairro de Anhumas (barrocão língua Tupi), entre Vargem e Pedra Bela, distritos de Bragança Paulista - SP, em 13/01/1954, foi registrado no Distrito de Pedra Bela, hoje município de Pedra Bela - SP, emancipado desde 1966, isto tudo onde residia seus pais, porque seu nascimento se deu de parto natural (coisa rara nos dias atuais, menos de 15%), na Santa Casa de Bragança Paulista-SP.
Viveu os primeiros 10 anos na casa que se mudou por ocasião do nascimento, adquirido por seu pai de seu bisavô Candido Maciel Leme, propriedade que com o falecimento de seu pai Sebastião Domingues de Faria em 23 de março de 2000, adquiriu as partes de suas Irmãs Maria do Carmo Faria Humberto, Marli Domingues de Faria e Izolina Margareth de Faria, e que mantém no mesmo estilo, com acréscimo de varanda na frente e uma garagem lateral, casarão construído por seu bisavô por ocasião do casamento de sua irmã(prima), (contado por tia Quita), quando, então, cedeu a casa que morava e foi morar na casa nova, isto nos idos de 1910.
Construída por Jacinto Mori e filhos, inclusive os tijolões da construção da casa, em um sitio margeando o Ribeirão de Anhumas que sobe em direção ao pico divisando com o município de pedra Bela-SP, pertencente atualmente ao Município de Vargem-SP, que foi emancipado em 1992, é certo que no Bairro de Anhumas fiz os primeiros três anos de Escola Primária, no prédio próximo a Igreja de São Benedito.
Nesta primeira faze de sua vida que se lembra, tornou-se exímio montador de cavalo e com isto, campeiro (tocador de boiada e encarregado da apartação diária de bezerros, para retirada do leite que sua mãe e pai fazia todos os dias,...
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A vida passada a limpo
História de: EUFLOSINO DOMINGUES NETO
Autor: EUFLOSINO DOMINGUES NETO
Publicado em: 14/02/2015, atualizado parcialmente em 29/11/2019
SINOPSE
A vida de um advogado, Corretor de Imóveis, Construtor, Fazendeiro, Caipira de Anhumas.
HISTÓRIA COMPLETA
Nascido no Bairro de Anhumas (barrocão língua Tupi), entre Vargem e Pedra Bela, distritos de Bragança Paulista - SP, em 13/01/1954, foi registrado no Distrito de Pedra Bela, hoje município de Pedra Bela - SP, emancipado desde 1966, isto tudo onde residia seus pais, porque seu nascimento se deu de parto natural (coisa rara nos dias atuais, menos de 15%), na Santa Casa de Bragança Paulista-SP.
Viveu os primeiros 10 anos na casa que se mudou por ocasião do nascimento, adquirido por seu pai de seu bisavô Candido Maciel Leme, propriedade que com o falecimento de seu pai Sebastião Domingues de Faria em 23 de março de 2000, adquiriu as partes de suas Irmãs Maria do Carmo Faria Humberto, Marli Domingues de Faria e Izolina Margareth de Faria, e que mantém no mesmo estilo, com acréscimo de varanda na frente e uma garagem lateral, casarão construído por seu bisavô por ocasião do casamento de sua irmã(prima), (contado por tia Quita), quando, então, cedeu a casa que morava e foi morar na casa nova, isto nos idos de 1910.
Construída por Jacinto Mori e filhos, inclusive os tijolões da construção da casa, em um sitio margeando o Ribeirão de Anhumas que sobe em direção ao pico divisando com o município de pedra Bela-SP, pertencente atualmente ao Município de Vargem-SP, que foi emancipado em 1992, é certo que no Bairro de Anhumas fiz os primeiros três anos de Escola Primária, no prédio próximo a Igreja de São Benedito.
Nesta primeira faze de sua vida que se lembra, tornou-se exímio montador de cavalo e com isto, campeiro (tocador de boiada e encarregado da apartação diária de bezerros, para retirada do leite que sua mãe e pai fazia todos os dias, também trabalhou em olaria, fazendo tijolos, e recebeu de presente de seu pai aos 07 anos 500 covas de café, para iniciar uma lavoura da famosa herbácea, que cuidou até os 10, e que quando iria iniciar a produção abandonou em razão de sua mudança para a cidade de Bragança Paulistas.
Neste período até os dez anos, ainda apanhou café, carpiu café, e trabalhou em duas safras de batata ingressa como era chamada, que meu pai plantava para corrigir pastagem, após a extinção do café no local. Visitava semanalmente seus avós no meio da serra do Pico, acompanhado por seus pais, ou pelo criolo Zé Gaieiro, irmão do Chico Preto, que residia com nossa família dentro de casa. Interessante que nesta casa de meus pais, desde o casamento do mesmo sempre residiu muitas pessoas, como João Dias, Zé Gaieiro, Luiza e sua mãe no fim da vida, Carola após a morte de seu marido Lourenço, Eduardo e sua mulher, por ocasião do falecimento da mulher por câncer, e depois quando mudou para a cidade na av. são Vicente de Paula 348, também teve muitos moradores temporários, como o Primo enteado do Tio Sebastião Ferreira da Silva (Nardinho engenheiro), os Primos Zezinho e Hernestinho, filho do Tio Zico (José Ferreira da Silva), como Fátima a estudante de Enfermeira (loira de Pinhalzinho); a Nora do Dionizio e sua irmã, quando seus pais retornaram a morar no paiol da Vargem, Bairro dos Pereiras-Toledo-mg; Paulo Faria, que veio do Sitio quase um ano antes dos Pais, que daí então mudou ao lado com os pais que vieram do sitio; Dr. Jurandir Domingues, que também ficou um tempo até sua mãe e irmãos virem do sitio de Anhumas, para morar na Rua Antonio José Farah (em cima do barranco), ai pela união de sua mãe com Luiz Domingues de Faria); Morou ainda uns tempos Terezão, que era moradora do Vô Euflosino e vó Leopoldina, após a morte do vô, tendo em seguida casada com Hernestão do Tio Virgílio Dias ( marido da Tia Rita Ferreira da Silva) , irmã do meu avô Materno Ernesto Ferreira da Silva.
Assim a vida de meus pais, sempre foram ter na casa diversos moradores, que não a família, e não eram pensionistas pagos, eram pensionistas que viviam unicamente por amizade de meu pai e minha mãe, bebiam, comiam, usavam a cozinha, banheiro único e lavanderia, assistiam a única televisão quando esta existia, isto já na cidade, pois no sitio não existia energia elétrica e, portanto, nada de eletrônica, também não existia banheiro na casa, era uma casinha a uns 50 mts da casa. Contudo aos 30 anos de Euflosino, este fez compra de 10 pessoas da linha de Guaripocaba até anhumas e vendeu a linha para mais de 20 pessoas ou propriedades, reformando e construído o prolongamento dos ramais de alta e baixa tensão distribuída para o Bairro do Morro Grande de Anhumas, que então passava os moradores contar com energia elétrica, isto foi pelos idos de 1982, e obra executado por João Machado, construtor de rede e funcionário da antiga Bragantina.
Após os dez anos de idade mudaram para Bragança Paulista-SP, em uma casa que ajudou construir como servente de pedreiro de seu pai (com apenas dez anos), na Avenida São Vicente de Paula n. 348, Jardim Recreio, Bragança Paulista-SP.
Esta mudança se deu por insistência de sua mãe Maria Ferreira de Faria, nascida em 29 de setembro de 1925 e falecida em junho de 1988, que queria de todo jeito ver os filhos estudarem, e assim aos trancos e barrancos, fiz o quarto ano no Ginásio Cel Assis Gonçalves (ginásio do Pe. Aldo, que aliás foi quem me batizou, tendo como padrinhos minha vó Izolina Maciel Leme e meu tio Sebastião Ferreira da Silva), juntamente com o quarto ano de Escola, entrei pra guarda mirim, onde fiz curso de datilografia, e trabalhei no SAE, por quase 3 meses como auxiliar de medidor de agua, abrindo as caixas de relógio que naquela época era de cimento no chão, (SABESP) e no Fórum, tendo no ano seguinte saído da guarda mirim para trabalhar no 2. Cartório de Argemiro de Oliveira. Na guarda mirim o trabalho do SAE (serviço de agua e esgoto) era realmente serviço, onde por 2 meses, abri todas as caixinhas de relógio da cidade para que o leiturista efetuasse a leitura de consumo de agua, só não era um trabalho tão árduo, pois tinha muita saúde e disposição, e ajoelhar no chão e usar duas espátula para abrir a tampa da caixa no chão da calçada, não era um sacrifício, era apenas uma atividade de que nunca me senti escravo, pois não ganhava para tanto da Prefeitura e nem do SAE como funcionário.
Também na Guarda Mirim, comandada pelo Tem Fiori, fui auxiliar de Mordomo do Fórum Local, já no antigo Prédio da Praça Raul Leme, onde era aos 10/11 anos, encarregado da limpeza e serviço de copeiro, levar café, agua, ao juiz e promotor, e que talvez tenha ajudado a me tornar advogado um dia, e fazer banca no mesmo foro quase 15 anos depois como advogado inscrito na OAB/SP sob n. 53.851.
Fiz o quinto ano no Ginásio José Guilherme no Bairro do Lava-pés, levando em conta que não consegui realizar o Vestibulinho para iniciar a primeira série por motivo de sarampo ou catapora, tendo, então, no ano seguinte iniciado o primeiro ginásio no Ginásio Industrial, quando com doze anos tirei carteira de trabalho de menor e ingressei em uma fábrica de componentes elétricos no sitio Porta do Céu, no Bairro do Guaripocaba e de onde era emprestado para um porão na casa do \\\\\\\\\\\\\\\"Maninho um dos donos\\\\\\\\\\\\\\\", para trabalhar com a montagem da televisão Astoria, isto nos idos de 1966/1967, quando a televisão era com válvulas.
Talvez devido ao trabalho ou a professora de matemática não consegui passar nesta matéria tendo que refazer a primeira série, quando abandonei e fui fazer novamente o quinto ano de admissão no SESI da América Paciti para prestar o Vestibulinho no Ginásio Casper Libero. Passei para o primeiro ginásio no ano seguinte tendo cursado na sequência segundo e terceiro ano, quando por prova de \\\\\\\\\\\\\\\"madureza ginasial\\\\\\\\\\\\\\\" passei direito para o primeiro Colegial já com dezoito anos fazendo o tiro de Guerra em 1972 e o primeiro colegial até 1974, ingressando na Faculdade direito de Bragança Paulista-SP em 1975, que viria se tornar a USF (universidade São Francisco) em 1977, tendo formado em 1978 em uma turma que pela primeira vez em virtude de aulas práticas permitiu a legislação pudesse enfrentar uma banca mista com professores e advogados representantes indicados pela OAB/SP.
Neste caso, Dr. Conrado Stefani, onde fui aprovado e certificado com o direito de advogar e se inscrever na OAB/SP, contudo, em virtude do certificado só pode ser expedito após a colocação de grau em Fevereiro de 1979, acabei me inscrevendo no exame da OAB/SP na capital Paulista-SP e onde tambem fui aprovado imediatamente, podendo então me inscrever imediatamente na OAB/SP.
Este fato fez com que eu me tornasse o neto mais velho de meus avós Materno e o 60º neto do caçula do avô paterno, sendo o primeiro a acender a uma faculdade, tornando-se advogado. Participei do I Encontro dos Advogados do Estado de São Paulo, promovido pela OAB/SP e onde esteve presente Ulisses Guimarães (Deputado Constituinte de 1988), bem como Ernesto Moraes Leme Bragantino e Primeiro Reitor da USP, advogado do Brasil em HAIA, ambos advogados antes da Lei que criou a regulamentação da advocacia, presentes ainda o encontro grandes nomes futuros da OAB como José Roberto Batochio; Michel Temer, e muitos outros já famosos.
Não parei aí. Fazendo Faculdade de Administração nos anos de 1983/1984 e Pós-Graduação Especialidade em Processo Civil em 1992/1993, e Direito Internacional em Arbitragem pela Câmara do Mercosul com sede em Mar Del Prata-Argentina 1995/1996, além de diversos cursos rápidos como de taquigrafia, departamento pessoal, secretariado, matemática financeira, etc.
É certo que após dois anos em fábrica de produtos elétricos, ainda não se falava em produtos eletrônicos, trabalhou em um armazém familiar e em comércio no Supermercado Sta Marta de seu primo, e depois em departamento pessoal no Escritório José Paulino.
Em 1974 concursou com cinco mil candidato ao cargo de Polícia Rodoviária Federal (antigo cargo de Patrulheiro Rodoviário Federal ainda pertencente ao DNER), hoje pertencente ao Ministério da Justiça ao lado da Polícia Federal, quando então passou em primeiro lugar empatado com um Sargento da Policia Militar do Estado de São Paulo, que por ser funcionário, casado e mais velho, desempatou, deixando em segundo lugar no concurso.
Tendo no começo de 1975 iniciado as atividades mesmo antes da Escolinha no comando da Dutra (Superintendência) na Seção de Multa com o Inspetor Baena, quando do início da Escola em Cachoeira Paulista - SP com três meses, foi designado para trabalhar em Registro - SP juntamente com mais dezessete patrulheiros solteiros, indo pra lá em maio/1975 em um núcleo (atualmente delegacia) que tinha apenas uns dez patrulheiros e que, com nossa chegada, metade se transferiram, ficando eu, então, o segundo classificado no concurso e Patrulheiro Rodoviário Federal mais novo do Brasil como líder de equipe, uma vez que número de matrícula era posto na ausência de chefe (inspetor), tendo se transferido para o comando novamente na seção de multa, quando iniciava o processamento das multas via depro em 1977, tendo nesta época fundado o jornal “o patrulheiro”, que existe até hoje, além de ter modernizado o setor, com planilhas para computador, e que, por motivos particulares e empresariais, o trabalho estava deixando de ser interessante, uma vez que na vida privada na área de construção civil e negócios estava já ganhando mais que na polícia motivo que pediu demissão, apesar da insistência no chefe que deveria esperar a PRF assumir a Rod. Fernão Dias, onde eu viria com certeza em cargo de chefia, contudo, o motivo principal era o terceiro ano de faculdade, estágio, e vontade de exercer a atividade de Advogado no futuro que me levou a abandonar o serviço público.
Enquanto lá na PRF fez concurso para escrivão da Polícia Federal em 1976, tendo se classificado entre os 8 primeiros, mas sem interesse em seguir a carreira, em razão também da faculdade que teria que ser abandonada. Saindo da Policia em abril/1977 fez contrato com escritório José Paulino, onde já tinha trabalhado para fazer mais de 800 IRPF, na máquina de escrever e na mão, onde o rendimento de dois meses foi maior que o rendimento do ano inteiro na PRF.
Após início do estágio com Dr. José Nolasco Lopes (ex-delegado de polícia) que exercia a advocacia no Sindicado dos Comerciários de Bragança Paulista-SP, e onde permaneceu por um ano de 1977, no ano seguinte 1978, no último ano de faculdade montou escritório de Despachante imobiliário e depois Corretor de Imóveis, quando então estagiava algum tempo com Dr. Raul Ramos, que depois foi procurador na Prefeitura de Atibaia - SP.
Em 1979 fundou a empresa CAIA, em partilha e rateio de despesas com corretores, engenheiros e advogados na av. Pires Pimentel 1151, tendo no ano seguinte mudado para a praça, tendo adquirido o escritório imobiliário de Pedro Zago e Nelson Belloto que estavam aposentando e onde acabou levando primos, amigos, cunhados para um grande escritório. Tendo alguns anos depois saído do centro da cidade indo exercer a atividade no Bairro do Lavapés com separação da equipe.
Um ano depois em 1984 pela primeira vez depois de quase sete anos foi para SEDE própria ao lado da casa na av. Imigrantes n. 2555 e em 1994, mudou para prédio de 5 andares próprio em frente ao Forum em construção na Av. Imigrantes n. 1600 onde permanece até a presente data de fevereiro de 2015. Então, com atividade de escritório desde 1977 conforme consta do cartão de visita de Corretor de Imóveis como sempre se identificou, apesar de sempre exercer a atividade de advogado que sempre amou e se dedicou e se aprimorou.
Interessante relatar, que por motivo de serviços, e talvez por desinteresse temporário entre os 18 e 35 anos, ficou afastada das atividades da roça (do sitio), tendo neste período apesar de gostar de cavalo, alguns anos sem retorna a roça nem para isto, é certo que em 1974, montou um Olaria na casa sede do sitio em sociedade com Antonio Fernando Leme Contador com quem tinha ido trabalhar neste ano, e que tinha como trabalhadores a família do Dr. Jurandir Domingues, hoje colega de advocacia. É certo que também trabalhei em Olaria, mas no terreno adquirido por meu pai das tias Dinha e Dirce, na divisa com os terrenos do então o Tio Victorio Seciai, casado com a Tia Tereza irmã de meu Pai. Tive ainda responsabilidade direta no plantio de 2 alqueires de eucalipto no sitio local conhecido como paiol de dentro, com financiamento no Banespa em 1981.
É certo que após a década de 90, com o fim da vida de meu pai no ano 2000, retornava gradualmente a atividade da roça, tanto na lida com cavalo, como com gado, tendo adquirido já na década de 80, propriedade rural em comum com o pai e com os sócios Domingos Domingues e o primo (como irmão) Geraldo Domingues de Faria, este que teve uma vida inteira como filho e irmão mais novo de meu pai, visto que o seu, faleceu quando tinha 14 anos; adquiriu então sitio junto no paiol de dentro, adquiriu sitio do Primo Abílio Domingues de Faria no Pico (até hoje em meu nome) ambas as propriedades, apesar de ter sido alienada a Paula Faria e José de Moraes Leme respectivamente.
É interessante que por ocasião do falecimento de minha mãe em 1988 no inventário, quando meu pai pediu para relatar as propriedades que o mesmo tinha, e em seguida declinar preço, foi oferecida as três irmãs a oportunidade de ter suas primeiras casas e propriedade, pelo que meu pai, deu a mesma a oportunidade uma a uma, a escolha de suas conta na Herança, não me permitindo escolha, e assim minhas irmãs ficaram com alguns imóveis urbanos e parte do imóvel no sitio de anhumas, e a mim meu pai me impôs sociedade em alguns imóveis urbanos, não tendo eu, ficado com parte do sitio e após sua morte em 2000 é que em comum acordo com minhas irmãs elas ficaram com as partes urbanas e eu com o sitio, tendo adquirido a parte das mesmas numa avaliação de R$.120.000,00 no ano 2000.
Então na década de 70 e 80 tive alguma atividade na roça, como olaria, eucalipto, cavalo e no final da década de (1987), em razão da advocacia, adquiri junto com meu pai 25 hectares no bairro do Bacci, onde iniciou um projeto de loteamento “Portal Barragem do Jacareí” com 102 chácaras e com remanescente um sitio de 73000 m2, que também adquiri de minhas irmãs as participações, sitio este que pelo pequeno tamanho, nunca foi explorado, sempre cedendo a outros para uso.
É certo que tendo começado como servente na primeira casa da cidade em 1964, não podia nunca parar de construir, e assim que quando seu pai, foi construir para sua irmã em 1973, no bairro da Agapeama em Jundiaí uma casinha pra mesma casar, e em seguida se animou a entrar no ramo de comprar, construir e vender imóveis, começou a fazer parte de uma sociedade duradoura, que incluiu os Companheiro Domingos Domingues, que apesar de assinar o sobrenome não era parente próximo, e Geraldo Domingues de Faria, uma sociedade, que terminou com Domingos na década de 80, por ocasião de meu casamento e com meu pai na década de 90 com os últimos anos de sua vida, com Geraldo também terminou na década de 80, quando do nascimento da filha Silvia, precisava eu de uma casa maior do que morava na av. são Vicente de Paula, 332, que era de uma garagem, uma cozinha, uma banheiro fora, e um quarto que não cabia o berço, assim como tínhamos uma casa em construção no jardim São Cristóvão, em um terreno adquirido de meu amigo Rinaldo Cegal, concluímos por liquidar a sociedade para eu ter uma casa maior, embora em construção, sem portas e janelas, só no contra piso, pra lá mudei, e enquanto a mulher e a Silvia ficou um mês na sogra, fechei e instalei o mínimo necessário para um local que cabia o berço da Silvia; na sala fiz de costaneira de pinheiro (ganhado do Xola)um grande baú, que servia de sofá, e é certo que para substituir o baú da sala ganhei um sofá velho do meu amigo Adolpho Corretor, que trabalhava comigo na praça, assim mudei em 1982 para a Av. Eusébio Savio, de onde sai dois anos depois para av. Imigrantes 2555, quando do nascimento do Fabio, para um casarão de mais de 100 anos, com um porão cheio de agua, e alicerce de pedra, que tinha e tem a frente para a rua Adv. Zeferino Vasconcelos 273, Bairro Lava-pés, e que após enterrar com mais de 15 caminhões de terras o porão com as próprias mãos nas madrugadas, reformando a casa, uma parte com a ajuda de meu pai, se tornou meu primeiro escritório em 1984, sai do aluguel profissional, pois o aluguel de residência nunca paguei.
É certo que com o casamento com conceição em 1980, não tinha carro, usava um de minha mãe (opala azul 4 portas ano 1974), e com Conceição tendo saído de seu emprego, começamos um vida um pouco turbulenta na Av. São Vicente de Paula e com escritório novo na Praça Raul Leme, em cima da farmácia de João Escobar, e assim naquele primeiro ano, com grandes dificuldades financeiras, sem dinheiro para o peru de natal, sai a luta, parando de fumar 3 maços de cigarro holliwood por dia e diminuindo quase 30 cafés diários, e parti para aquisição de uns brejos por preço vil, pois ninguém queria, no bairro do tanque no moinho, que foi sendo aterrado e em 1986, tornaria após uma construção precária a residência de uso por 20 anos, e onde naquela rua sem saída, que eu promovi junta ao vereador Adilson Leitão a denominação da Benedita de Campos Pinto (mãe do ex-vice prefeito e advogado) Pedro da Silva Pinto, tendo eu ido pra este empreendimento em razão de serviço de advocacia que o advogado e herdeiro não conseguia administrar com os 12 irmãos, tendo eu então acertado o inventário, dividido a Herança, adquirido os brejos para aterro, e comprado com meu pai um quinhão de 3000 mil metros do próprio Pedro e depois intermediado para meu sogro duas áreas de 3 e 4 mil metros de Benedito e João as áreas ao lado, tendo eu para lá levado luz e agua, que estava parado na Padaria Flor da Vila Bianchi a mais de 1 km, fazendo por minha conta e risco os custos dos devidos prolongamentos, que hoje beneficia talvez mais de um centena de unidades.
Nestes 20 anos de moradia na chácara aterrada, e com escritório próprio na Av Imigrantes 2555, lancei 2 loteamentos o do Jardim do Morumbi, e o Portal barragem do Jacareí, e negociei, comprando e vendendo centenas de imóveis próprios, desmembrando muitos deles e mais centenas e centenas de imóveis de terceiros, continuando uma vida de construtor iniciada lá aos 10 anos.
Na década de 90, em continuidade com as atividades concebida com o que foi um dos grandes irmão da vida, Geraldo de Freitas, foi construído o Condomínio Arco Iris, bem como o Loteamento Portal Barragem do Jacareí, O escritório (prédio em frente ao fórum) entre 1989 e 1990, e no ano de 2000, além do acerto do sitio de anhumas, foi adquirido a fazendo conceição do Araguari, e para acalmar talvez os ânimos e com a ajuda do amigo e corretor Adolpho, que então estava voltando de são Paulo, começamos o empreendimento Jardim América III, de onde adquiri um terreno em 24 prestação e com tijolos do antigo olaria, que ainda resultava um arrendamento de uns 10 milheiros de tijolos por mês, construí a casa do Jardim América com 60 mil tijolos com parede inteira e o muro com mais 60 mil tijolos inteiros em terreno de aproximadamente 1 mil metros, e para onde mudaria da chácara para aqui em 2006.
É certo que o jardim américa III, foi uma grande empreitada e onde vendemos mais de 300 lotes e onde em 2000 adquiri 18 lotes do loteamento, que não havia sido implementada a infraestrutura, e com cessão de parte a casa verde, Andrade e Armando, fiz naqueles dias a infraestrutura de agua, esgoto, luz, guia, sarjeta e asfalto pela empresa Terga com um custo na época de quase 300 mil reais.
No mesmo ano de 2000 foi adquirida a fazenda conceição do Araguari e onde foi totalmente arada, gradeada, calcareada, semeada capim e iniciada uma casa de caseiro na entrada da fazenda, com curral, barracão, etc., e onde foi investido, após uma aquisição de 77 sete mil, mais uns 40 mil nas reformas e construção. Tendo nos anos que se seguiram, adquirido a faz. Boa vista do Soberbo 12 hás que encheu de eucaliptos, a pousada conceição na ponte com 10 hectares e a faz chapéu com 60 hectares na pedreira, estas 3 ultimas junto com Flavio. Atualizando agora em 2019, adquirindo ainda na cidade uma casa em leilão, mais 2 terrenos fiados, um já pago e outro por pagar.
Construiu dezenas e dezenas de construção nos mais diversos bairros da cidade, tendo passado o bastão a filha Silvia a uns 6/8 anos (2010), quando então é Silvia que passou a ser a construtora oficial acompanhando pessoalmente as obras nos locais.
Esta vida profissional gerou grandes irmãos, como dito Rinaldo Cegal de 1980 a 1992, continuando com o Irmão Nelson e o filho Valter, com Geraldo de Freitas de 1981 até 1995, iniciando uma administração de 1 casa chegando no final (1992) com 65, e tendo em 1992, partilhado a sociedade com o cunhado (Toninho Sacrini) , numa época que contava com 5 lojas de moveis e eletro domestico; Jocelym Alegre Leme, que conheci em meu primeiro escritório próprio, inscrito como despachante imobiliário por falta de outros habilitações de então em 1977, na rua do comercio, na garagem do Zaque Daud Garbi, por onde fiquei por um ano, cursando o terceiro ano da faculdade de direito, apresentado pelo amigo e sobrinho de meu padrinho de casamento (Abílio Forni), o transportador Joel Forni.
Jocelyn com quem tive a honra de dividir esta irmandade civil até o final de sua vida em 2013, pessoa que com a ida de seus pais para são Paulo, ficou para traz residindo com o avô abreu Leme, intendente municipal (espécie de prefeito) nomeado, e que possuía o telefone n. 01, morador da vila Bianchi e posto de monta, que tornou transportador tendo enviuvado no nascimento de sua filha Rosana, e que casou em seguida com Eunice que tinha enviuvado coma filha grande pianista Luciene e com que teve a filha Walquiria, e que tornou-se em razão do fechamento da cotia em Bragança Pta, representante comercial de adubo e semente de batata, e com quem convivi mais de 30 anos, nos influenciando um a outro com discussões diárias entre um café e um papo, pessoa que foi nomeado ancião em Atibaia, apesar de ser diácono em Bragança do Velho Romagnoli, foi indicado e nomeado pelo então Pedro Petti, ancião de Terra Preta, acabando no final de sua temporada com ancião de toda a base dos dois anciões, que ia de Caieiras-SP, até Pouso Alegre-MG e até Poços de Calda, com mais de 1000 templos, tendo concluído uma grande sede em Atibaia para reunião de mais de duas mil pessoas, como sua obra final.
Os irmãos da vida, vem e vão, como todos, assim resta de longa jornada o Primo Dinho, sobrinho de meu pai, que na vida é um irmão e filho mais velho do meu pai (na verdade é sobrinho), com quem manteve quase todas as sociedades do que teve e com quem ainda mantenho sociedade no gado e na administração do sitio de anhumas (até 2017).
A vida se vai, continua com os filhos, e netos, que estão crescendo e já sabendo ler e escrever e cheios de atividades semanais. Os Domingues.
Buscando na História, pelo menos desde 1540, temos noticias de ancestrais desta família no Brasil, que se misturou com todas as outras daquela época em diante, com os da família de João Ramalho, com a dos Camagos, e tantas outras. Tit. Domingues Pág. 102, geneologia paulistas de Luiz G.S.Leme. É este um Tit. novo, sobre o qual não escreveu Pedro Taques, que apenas fez menção de alguns membros desta família em Tit. Godoys, e outros; entretanto, se bem que o tronco desta família fosse um simples povoador sem nobreza conhecida e sem brasão de armas, os seus descendentes se tornarão nobres pelos feitos e serviços à causa publica. Teve começo a família Domingues em Pedro Domingues casado com Clara Fernandes, o qual foi um dos povoadores de S. Vicente e S. Paulo, como o declarou seu f.º do mesmo nome quando em 1638 requereu, juntamente com sua cunhada Catharina Ribeiro, viúva, ao capitão Antonio de Aguiar Barriga, governador da capitania de S. Vicente e representante do conde de Monsanto, uma sesmaria em Santo Amaro, perto de S. Paulo. Declarou ser de 60 anos de idade e ter f.ºs e filhas casadeiras e que ajudou nas guerras de conquista do país. De Pedro Domingues e Clara Fernandes descendem que descobrimos: Cap. 1.º Amaro Domingues Cap. 2.º Pero Domingues Cap. 3.º Leonor Esteves Cap. 1.º Amaro Domingues, natural de S. Paulo, foi casado com Catharina Ribeiro (irmã de André Mendes Ribeiro que foi casado com Izabel de Saavedra) f.ª de Braz Mendes e de Catharina Ribeiro; faleceu em 1636 com testamento. Teve: 1-1 Capitão Diogo Domingues de Faria § 1.º 1-2 André Mendes Vidigal § 2.º 1-3 Braz Domingues Vidigal § 3.º 1-4 Pedro Domingues § 4.º 1-5 Capitão Domingos Ribeiro Vidigal § 5.º 1-6 Amaro Domingues § 6.º 1-7 Clara Domingues § 7.º 1-8 Maria Domingues § 8.º § 1º 1-1 Capitão Diogo Domingues de Faria foi sertanista e casado com Maria Paes; fez parte da expedição que de S. Paulo foi à Bahia em 1658 sob as ordens do capitão Domingos Barbosa Calheiros a mover guerra contra o bárbaro gentio(1). Teve q. d.: 2-1 Maria Domingues das Candêas que faleceu em Sorocaba em 1736 no estado de viúva de seu marido o capitão-mor Martim Garcia Lumbria f.º de Miguel Garcia Carrasco e 2.ª mulher Izabel João. Com geração no V. 6.º pág. 518. 2-2 Anna Domingues que foi 1.º casada com o capitão Manoel Cardoso de Almeida V. 3.º pág. 361; 2.ª vez casou em 1685 em Sorocaba com Manoel Bueno da Fonseca f.º de Diogo Bueno e de Maria de Oliveira. Teve uma f.ª do 1.º marido no V. 3.º pág. 361. _____________________ (1) Diogo Domingues, juntamente com o padre licenciado Matheus Nunes de Siqueira, foram testamenteiros nomeados por Manoel Garcia Bernardes em seu codicilo escrito no sertão da Bahia em 1659 na aldeia Tapurissé , para o efeito de prestarem seus serviços na cidade da Bahia, onde, de fato requereram perante o juiz a inquirição das testemunhas do codicilo, para ser aprovado. Entre as testemunhas que assinaram o codicilo estavam: Domingos Barbosa Calheiros, de 60 anos de idade (Vide Tit. Macieis Cap. 4.º), João Leite que faleceu nesse sertão, Francisco Jorge Leite † nesse sertão antes da aprovação do codicilo na Bahia; e foi escrito pelo ajudante João da Costa Leal, todos naturais de S. Paulo. Pág. 104 2-3 Sargento-mor Pedro Domingues Paes foi casado com Izabel Soares de Pontes, falecida em 1722 em Sorocaba f.ª de Estevão Sanches de Pontes e de Mecia Soares Corrêa, n. p. de Lourenço Fernandes, falecido em 1627 com testamento em S. Paulo, e da 2.ª mulher Izabel Gonçalves (f.ª de Bartholomeo Gonçalves e 1.ª mulher) n. m. de Geraldo Corrêa Sardinha, natural da cidade de Braga, e de Maria Soares. Foi o sargento-mor Pedro Domingues Paes juiz de órfãos em Sorocaba em 1689. Teve os 3 f.ºs seguintes: 3-1 Mecia Soares Paes que casou em 1689 em Sorocaba com João de Moura Gavião, natural da mesma localidade, f.º de outro de igual nome, natural da freguesia de S. Julião, Lisboa, e de Maria da Luz Cardoso. Com geração no V. 1.º pág. 150. 3-2 Sargento-mor Estevão Sanches Paes que casou em 1705 em Sorocaba com Maria Antunes Maciel f.ª de João Antunes Maciel e de Joanna Garcia. Com geração já descrita no V. 1.º pág. 140. 3-3 Maria Paes Domingues que foi casada com Miguel Antunes Maciel irmão de Maria Antunes do n.º 3-2 precedente. Com geração no V. 1.º pág. 135. 2-4 Capitão-mor Braz Mendes Paes, natural de S. Paulo, casou-se em 1687 em Sorocaba com Maria Moreira Cabral f.ª do coronel Paschoal Moreira Cabral (o velho) e de Marianna Leme, V. 7.º pág. 434; foi morador em Sorocaba, e foi capitão-mor da bandeira de que fez parte Pedro Leme, o torto, como soldado raso, como temos narrado no V. 2.º pág. 241, onde ficou patente o ato de heroísmo e lealdade de Pedro Leme, que salvou as campanhas da vacaria, prestes a caírem em poder de Castela pela astucia de um mestre de campo espanhol, o qual, com rara habilidade, conseguiu a assinatura do dito capitão-mor e de seus 4 oficiais numa declaração em que vinham a reconhecer os direitos de Castela sobre aquelas paragens. Teve q. d.: 3-1 Maria Paes casada em 1711 em Sorocaba com o alferes (mais tarde coronel ) Antonio Antunes Maciel f.º de João Antunes Maciel e de Joanna Garcia. Com geração no V. 1.º pág. 133. Pág. 105 3-2 Amaro Domingues Paes casado 1.º em 1734 em Sorocaba com Josepha Nunes Paes f.ª Pedro Nunes Tenório e de Jeronima Paes; 2.ª vez em 1739 na mesma vila com Apollonia Cabral, viúva de Angelo Cardoso, f.ª de João Cabral de Tavora e da Maria Bicudo de Proença. V.º 1.º pág. 386. 3-3 Antonio Paes de Faria que casou em 1743 em Sorocaba com Benta Paes Nunes f.ª de Antonio Nunes Paes e de Theodozia Nogueira, de Santo Amaro. Teve q. d.: 4-1 Braz Mendes Rodrigues casado em 1775 em Sorocaba com Anna Pedroso f.ª de Jorge Ribeiro Preto, de Parnaíba, e de Rita Maria Domingues. V. 6.º pág. 288. 4-2 Anna Paes de Faria casada em 1776 em Sorocaba com Gaspar Cubas Ferreira f.º de Lourenço Castanho Vidigal e de Josepha de Oliveira. V. 4.º pág. 289. 2-5 Martinho de Faria Paes, f.º do § 1.º, faleceu em 1724 em Sorocaba e foi casado com Ignez Sanches de Pontes f.ª de Estevam Sanches de Pontes e de Mecia Soares. Teve 3 f.ºs.: 3-1 Martinho de Faria Sanches, natural de Sorocaba, casou em 1722 na freguesia de Nazareth com Izabel de Estradas f.ª do coronel Gregorio Telles de Menezes e de Izabel de Estradas. Teve q. d.: 3-1 Martinho de Faria Sanches, natural de Sorocaba, casou em 1722 na freguesia de Nazareth com Izabel de Estradas f.ª do coronel Gregorio Telles de Menezes e de Izabel de Estradas. Teve q. d.: 4-1 Angela de Faria casada em 1764 em Nazareth com José Cardoso do Prado f.º de Domingos Vaz de Lima e de Izabel Cardoso de Siqueira. V. 5.º pág. 359. 4-2 José de Faria Telles que casou com Rosa de Lima f.ª de Angelo Vaz de Lima e de Paula da Silva Franco. V. 5.º pág. 359. Teve q. d.: DE ONDE VEIO NASCER: - GUILHERME DOMINGUES DE FARIA EM SANTANA DO PARNAIBA(SILVIANOPOLIS ATUAL), EM 1766. QUE MUDOU PARA BRAGANÇA Pta., PIA DE JOANNA DOMINGUES DE FARIA, casada com Lorenço Rodrigeus Coura, falecido em 1791, que foi de JOSE EMILIO DE FARIA , QUE FOI FOI DE VIDAL DOMINGUES DE FARIA 1842/1892, QUE FOI PAI DE EUFLOSINO DOMINGUES DE FARIA (1880/1967) QUE FOI PAI DE SEBASTIÃO DOMINGUES DE FARIA (1921/2000), QUE FOI PAI DE EUFLOSINO DOMINGUES NETO (1954), QUE É PAI NATURAL DE MARCOS ALEXANDRE FERREIRA DOMINGUES DE FARIA(1979) E DE SILVIA REGINA DOMINGUES DE FREITAS(1982) E FABIO LUIZ DOMINGUES DO CASAMENTO COM CONCEIÇÃO APARECIDA DE GODOI DOMINGUES(1958), CASAMENTO DE 1980. É certo que a família dos Domingues, deixaram rastros em São Paulo, Sorocaba, com Cap. Diogo Domingues de Faria, que lá faleceu em 1690, Região de Atibaia-SP, Bragança Paulista e pelo Sul de Minas, como Santana do Parnaiba (Silvianópolis atual), onde nasceu meu antepassado Guilherme Domingues de Faria, bem como Baependi, onde da região de Bragança Paulista e da Fazenda Roseta do Lopo, foi então para aquela Região JUSTO DOMINGUES MACIAL, que ali casando, teve o sétimo filho JUSTO DOMINGUES MACIEL TERCEIRO, que se tornaria Barão Domingues Maciel. Compuscando os artigos históricos, vemos que Leonor Domingues, filha de Pedro Domingues nos final dos idos de 1500, casou com o recém chegado da Europa, Josepe Camargo, que competia logo na virada do século com o cargo de juiz geral da província de São Paulo. O castelhano Jusepe de Camargo desembarcou no porto de São Vicente no último quartel do século XVI. Já estava decidido o seu destino, subiu ele para a Vila de São Paulo de Piratininga. Como uma andorinha só não faz verão, enamorou-se de Leonor Domingues, que era descendente de João Ramalho, casando-se com ela. Ali, constituiu família debaixo do mando dos Pires. Religioso que era ele tinha a proteção do Clero e em 1611, três anos depois do nascimento de Fernão Dias Paes Leme, foi nomeado Juiz Ordinário. Resultado esse de sua família crescer rica e poderosa, disputando os cargos com os Pires. jORNAL DE ATIBAIA Gilberto Santanna, gilbertosant@terra.com.br Gilberto Sant´Anna é dvogado e ex-prefeito de Atibaia. Contato: gilbertosant@terra.com.br Esta família esgueirando por entre as serras da Cantareira, jundiai, vieram parar em Atibaia, nos primeiros anos de 1600, cá estavam ocupando a região. Já no exílio, Jerônimo de Camargo e correligionários construíram uma capela em devoção a João Batista que se tornou o marco histórico da posse da terra. O dia-a-dia rasgou uma rua direta até a bica d´água, conhecidas depois por Rua Direita e Fonte do Rosário. Hoje se diz Rua das Duas Igrejas: une a da Matriz com a da Nossa Senhora do Rosário. Por isso, se atribuiu a Jerônimo de Camargo a fundação de Atibaia em de 24 de junho de 1665 (Lei 205 de 24/06/32). O município de Bom Jesus dos Perdões surge em 1705, Nazaré Paulista em 1676, Piracaia em 1817, Jarinu em 1948 e Bragança Paulista em 1763. Estas datas permitem concluir que a hoje Atibaia definiu-se como núcleo urbano permanente pelo menos cem anos antes dos demais ao derredor, embora desde 1638 ocorressem povoamentos sazonais na região. Muitas tentativas não vingaram ou se integraram a outros aglomerados humanos Foram os domingues Capitães do mato, chefes de expedição de entrada e bandeiras a partir de são Paulo, lutaram contra os gentios na Bahia no começo deste século de 1600 e em troca receberam sesmaria nesta região e outras. Alguns ramos se tornaram importantes na Colonia e no Império, entre eles : Diogo Domingues de Faria, com 17 anos em 1636. Testamenteiro da irmã Clara, na ausencia do sobrinho João. Cap. Diogo faleceu em Sorocaba aos 09-02-1690, com testamento: Sorocaba, SP Igreja N Sra da Ponte aos 09-02-1690 faleceu o Cap. Diogo Domingues de Faria, natural da vila e S. Paulo e morador nesta vila; filho de Amaro Domingues e de s/m Catarina Ribeira moradores da dita vila de S. Paulo; esta sepultado nesta igreja matriz, fez testamento; foram testamenteiros Joam Paes Domingues, o Cap. P.º Domingues Paes. Segundo SL. 8, 103 1-1, Diogo casou com Maria Paes, já falecida em 03-03-1685. Entre seus flhos: 2-1 Maria Domingues casou com Martim Garcia Carrasco, filho de Miguel Garcia Carrasco e sua segunda mulher Izabel João. Geração na família “Carrasco”. 2-2 Ana Domingues em 03-03-1685 em Sorocaba casou com Manoel Bueno da Fonseca, filho de Diogo Bueno e de Maria de Oliveira. Sorocaba,SP Igreja N Sra da Ponte aos 03-03-1685 casei Manoel Bueno da Fonseca, f. de Diogo Bueno e de s/m Maria de Oliveira, moradores na vila de S.Paulo = cc Ana Domingues, f. do Cap. Diogo Domingues e de s/m Maria Paes, ja defunta, naturais da vila de S. Paulo e moradores nesta vila. Foram test.: Bento Pires, Catarina Gomes, Bras domingues idigal, lara Domingues. 2-4 Bras Mendes Paes, natural de S. Paulo. Em Sorocaba aos 28-05-1687, casou com Maria Moreira Cabral, filha do Cel. Paschoal Moreira Cabral e Mariana Leme - em aportes à GP: André Fernandes, capitão - SL. 7, 225, Cap.1º. Sorocaba,SP Igreja N Sra da Ponte aos 28-05-1687 casei a Bras Mendes, natural da vila de S. Paulo e morador nesta vila de N. Sra da Ponte, f.l. Diogo Domingues de Faria e Maria Paes, ja defunta, moradores nesta sobredita vila = cc Maria Moreira Cabral, f.l. do Cel. Paschoal Moreira Cabral e Mariana Leme, moradores nesta vila. Testemunhas o Alcaide Mor Hiacinto Moreira Cabral, Antonio Ribeiro Gracia, Maria Domingues, Antonia Dias. Diogo foi sertanista e, em 1658, participou da expedição que partiu de São Paulo rumo à Bahia, sob o comando do Capitão Domingos Barbosa Calheiros, \\\\\\\"para combater o bárbaro gentio\\\\\\\". Em 1659, na aldeia Tapurissé, no sertão da Bahia, Diogo foi testamenteiro de Manoel Garcia Bernardes, seu companheiro de expedição. Em 1679, esteve em Paranaguá, como Capitão-mor. A partir dali, por ordem do administrador-geral das minas, Dom Rodrigo de Castelo Branco, fez entradas pelo sertão em demanda de minas. Aos nove dias do mes de Fevereiro de mil e seis centos e noventa annos, faleceo da vida prezente, as onze horas da noite, o CAPITAM DIOGO DOMINGUES DE FARIAS, natural da villa de Sam Paulo, morador nesta villa de Nossa Senra da Ponte de Serocava, filho de AMARO DOMINGUES e de sua molher CATHARINA RIBERA, moradores da dita villa de Sam Paulo. Morreo com todos os sacramentos, está sepultado nesta Igreja Matrix, iunto a nave do coro p a banda da pia de baptizar; fes testamento; fes testamento, deixou de sufragios por sua alma cem micas, as quais se disse. Foram testamenteros Joam Pais Domingues, o Capitam P o Domingues Paes. Levou a crux da fabrica, e as mais da confraria, e não levou bandera por não aver. Diogo faleceu em 9 de Fevereiro de 1690, em Sorocaba, SP. 1.5. MARTINHO DE FARIA PAES, casado com INÊS SANCHES DE PONTES, filha de ESTEVÃO SANCHES DE PONTES e de MÉCIA SOARES CORREA[citados em 1.3.]. Martinho faleceu em 1724, em Sorocaba. Diogo Domingues de Faria Data de nascimento: 23 março 1611 (78) Local de nascimento: São Paulo, São Paulo, Brazil Falecimento: 9 fevereiro 1690 (78) Sorocaba, São Paulo, Brazil Local de enterro: Sorocaba Família imediata: Filho de Amaro Domingues e Catarina Ribeiro Marido de Maria Pais Companheiro(a) de NN Pai de Brás Mendes Pais; Pedro Domingues Pais; Martinho de Faria Pais; Amaro Domingues, (neto); João Paes Domingues e 3 outros Irmão de Pedro Domingues; Brás Domingues Vidigal; Clara Domingues; Domingos Ribeiro Vidigal; André Mendes Vidigal e 2 outros Managed by: Carla Assenheimer (C) Last Updated: 3 Setembro 2017 Começamos este nosso trabalho genealógico com uma notícia sobre os portugueses que, chegados a S. Vicente antes e depois de sua fundação, se ligaram às filhas dos principais de diversas tribos espalhadas nas vizinhanças dessa povoação e nas de S. André e S. Paulo de Piratininga, povoações que foram fundadas alguns anos depois da 1.ª Quando Martim Affonso de Sousa em 1532 pela primeira vez desembarcou na praia de Bertioga, já encontrou em terra vivendo entre os índios dois portugueses, que lhe serviram de intérpretes, e foram João Ramalho e Antonio Rodrigues: o 1.º estava ligado maritalmente com - Mbicy - (1) filha do chefe índio Tevereçá ou Tebiriçá que tinha sua sede em Inhapuanbuçú nas vizinhanças de S. Paulo; o 2.º vivia também maritalmente com a filha do cacique Piquerohy maioral de Ururay, a qual foi batizada com o nome de Antonia Rodrigues. Outros caciques ou principais existiam nas vizinhanças de S. Paulo de Piratininga, com cujas filhas, depois da fundação de Santo André e da vila de S. Paulo (que suplantou e extinguiu a 1.ª) se casaram muitos portugueses, primeiros povoadores da capitania. De um antigo manuscrito (2) descoberto pelo doutor Ricardo Gumbleton, que o fez publicar na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Rio de Janeiro (V. 51, pág. 93) tiramos os nomes desses portugueses, que, casando com as ditas índias, procriaram essa raça audaz e belicosa de sertanistas e bandeirantes, que, explorando os longínquos sertões, foram plantar os marcos que atestam a vastidão de nossa pátria. ____________________ (1) Machado de Oliveira dá-lhe o nome Bartira. (2) O doutor Ricardo Gumbleton assevera ter lido no manuscrito a data de 1613; nós o julgamos escrito em data muito posterior, porque ali está já mencionado o casamento de Anna Luiz Grou, f.ª do capitão Simão Alvares do § 2.º do Cap. 1.º com Antonio Pires de Medeiros, quando é certo que ele teve lugar em 1635 em S. Paulo. Entretanto, a autenticidade e importância desse manuscrito não podem ser postas em dúvida, visto estar de conformidade com os inventários e outros documentos desses tempos da povoação de S. Paulo. Pág. 2 Entre esses nomes não encontramos no manuscrito citado o de Antonio Rodrigues; entretanto, como sua existência, bem como a de alguns de seus descendentes, não pode ser posta em duvida, por pertencer à história de S. Paulo, dele faremos menção no Cap. 7.º desta introdução; são: Cap. 1.º Pedro Affonso Cap. 2.º Gaspar Affonso Cap. 3.º Domingos Luiz Grou Cap. 4.º Braz Gonçalves Cap. 5.º João Ramalho Cap. 6.º Pedro Dias Cap. 7.º Antonio Rodrigues Além de alguns ituanos e novos paraibanos, vieram povoadores das cercanias de São Paulo, Santo Amaro e Cotia passando por São Roque, capela da Penha, Apereatuba e rio Sorocaba na fazenda de São Francisco, então Nossa Senhora do Pópulo. A capela da Penha em 1724 foi reconstruída e pertencia aos Domingues. Por aí deve ter vindo João Antunes Maciel, o Velho. Cêrca de 1680 já tinha feito a viagem de Paranaguá a Curitiba e aos campos vizinhos procurando ouro. Sua sesmaria foi justamente na estrada de Curitiba antes do rio Sarapuí . Em 1693 o convento de São Bento tirou a sesmaria junto a essa, além do Sarapuí, \\\\\\\"no caminho de Curitiba\\\\\\\". Ésse caminho, pois, é de antes de 1693 e foi sendo ladeado por sesmarias até mesmo Curitiba. ita (Dr. Braguinha) até a rua das Flôres e a abertura desta que inda não havia (monsenhor João Soares). Em 1695 foi aberta a rua de Diogo Domingues Vidigal, que pode ser a da Penha até a atual Miranda Azevedo. A estrada que ia da praça do Conselho à ponte tornou-se rua. Em 1728 a última casa era já abaixo da altura onde estão os canhõezinhos. Antes de 1680 eram sertanistas caçadores de índios, por exemplo, Braz Teves e seu sôgro, o primeiro Pascoal Moreira Cabral. Comds índios já cristãos e mansos caçavam-se outros: eram os \\\\\\\"arcos\\\\\\\" dos \\\\\\\"potentados\\\\\\\". Os Moreira e Domingues, os Pais, André de Zunega, nasceram nessa lida, na qual se enterraram até o pescoço. dios. A maioria dos sertanistas ficou anônima como aquêle Domingos Nogueira, português casado com Clara Domingues, cujos. ossos trouxeram do sertão a enterrar em novembro de 1681 Em 1683 vieram os de João Pinto. Eis os resultados em números, da bandeira de 1684. Cap. André de Zunega, 56 Cap. Martim Garcia Lumbria, 35 Diogo Domingues de Faria 31 Diversos, cêrca de 40 162 Êsse Diogo Domingues de Faria, quando môço, andou pela Bahia em 1658. Chegando de lá a São Paulo veio estabelecerse em Sorocaba, onde faleceu em 1690. Era natural de São Paulo, filho de Amaro Domingues e Catarina Ribeira, casado com Maria Pais, mudara-se com os filhos que aqui se casaram. . Mas foram anônimamente e nem brilharam por lá, feudo taubateano que era. Menos o cel. João Antunes Maciel, que foi em 1711 o primeiro juiz municipal de São João del Rei e que, na nebulosa guerra dos Emboabas, 1709, estivera ao lado dos reinóis. Era o segundo do mesmo nome, mas o primeira certamente andou por lá, pois não era homem para morrer no seu leito, no lar. Retirou-se aí por 1717 e, com êle, alguns dos irmãos que teriam ido. Fernão Dias Falcão, parnaibano, morador em Sorocaba, também foi fundador e autoridade nas Minas, em Pitanguí, 1715. Diz Carvalho Franco que de Minas é que êle saiu para Cuiabá! Não. Voltou à terra, era juiz em 1717. ComAntônio Antunes Maciel e muitos outros desceram o Tietê mais ou menos junto com Pascoal Moreira Cabral, que levava 50 homens brancos fora os índios, chegou em 1718 ao Coxipó, foi eleito cabo maior em novembro de 1719. O velho cel. João Antunes Maciel foi, pelo menos, em 1728, pois os seus ossos foram trazidos pelos filhos a enterrar na matriz de Sorocaba. O filho homônimo fazia parte da bandeira do descobrimento em 1718. Em 1723 era superintendente das minas a quem cabia receber os quintos. Em 1726 vinha para São Paulo chefiando a tropa ou monção de canoas, que trazia para a Fazenda Real quatro arrôbas e seiscentas oitavas de ouro. Em Camapuã, já o encontrou doente em 20 de agôsto de 1726, o governador Rodrigo César de Meneses, falecendo pouco depois no rio Paraná. Seus ossos chegaram à matriz no ano seguinte, em 1727. Punha-se fogo à sepultura para apressar a decomposição. Antônio Antunes Maciel estava com Pascoal Moreira e foi escolhido para vir trazer ao governador a bela notícia. Retornou à exploração de ouro e caça aos índios dos arredores. Em 1726 recebeu o governador rio abaixo de Cuiabá, com a aprovação do qual, no ano seguinte, atacou os índios parecís. Ainda voltou a Sorocaba e retornou à guerra dos paiaguás. Depois de 1733 viveu em paz com a sua família perto da atual estação de Iperó (Rio Abaixo), com muitos escravos índios, até cêrca de 1745. Gabriel Antunes Maciel esteve no Cuiabá pelo menos no rush que seguiu a vinda de seu irmão. Formidável sertanista, geógrafo prático, êle sabia que da serra de Botucatú, fazenda jesuítica entre o Tietê e o Paranapanema, entre cujas barras no Paraná caíam o rio Pardo e outros pela direita, pelos quais se varava ao rio Paraguai, era possível um caminho por terra ao rio Grande, como se chamava o Paraná. Em 1721 ofereceu-se ao governador para fazê-lo. Pensava, porém, que não era muita a distância pois até 1755, ainda se acreditava que os rios da esquerda nasciam nos campos de Sorocaba, que compreendiam Botucatú. Ora as barras e volume de água sugeriam pequena distância para quem passava pelo rio Grande. Não foi aceito, mas em 1723, a 3 de dezembro foi nomeado capitão-mor de Sorocaba. Em 1727, com Antônio e Filipe, atacou os parecís. Em 1728 com Gaspar de Godói Moreira, paulistano, descobriu o alto Paraguai Diamantino. Veio à terra. Nomeado segundo comandante ou cabo da expedição aos paiaguás, pediu salvo-conduto para ir a São Paulo e não ser processado por dívidas. Morreu lutando, no rio Paraguai, em 1734. Miguel Antunes Maciel era mais caseiro, pois em 1724, quando Sorocaba se desfalcava para o sertão, era juiz ordinário . Isto foi em 1722, e o herói do achado à flor da terra, o seu camarada Bardudo que andava \\\\\\\"melando\\\\\\\" — buscando mel. A crônica deu a quantidade lendária de 400 arrôbas! Ora, por causa da fome devida à falta de braços para a lavoura. Sutil retirou-se para o povoado no ano seguinte com cêrca de 400 mil réis isto é, 400 oitavas, e não arrôbas. Casou-se de nôvo e em 18 de agôsto de 1755 faleceu tão pobre que o seu entêrro não teve música, apesar de o pedir antes. Tinha cem anos diz o assentamento. Morava no Itanguá. Tôda a gente fôra para Cuiabá em 1721. O próprio juiz ordinário não venceu o impacto. Largou a vara a um canto. O governador Rodrigo César escrevia à Câmara, ninguém respondia. Por fim Braz Mendes, antigo vereador assumiu a vara e respondeu: não ia a palácio porque não montava a cavalo, estava obeso. Não o estivesse, e teria ido para Cuiabá. A descoberta das Gerais coincide com a abertura ou maior freqüência da estrada de Curitiba. Nos primeiros anos do sé- culo XVIII o padre Guilherme Pompeu de Almeida banqueiro dos bandeirantes e seu fornecedor, mandou para Minas as primeiras boadas adquiridas em Curitiba por seu sócio Pedro Frazão de Brito. Alguns marchantes de São Paulo também adquiriam rezes em Curitiba, por sinal que a população não gostava da carne, pelo cansaço e magreza. Passavam também cavalos, que se vendiam até a 20 mil réis pela raridade em Minas, e que depois baratearam. Antes de São Paulo a última invernada boa eram os campos sorocabanos. Depois, zona de mato. Foi assim que teve início, como a aurora antes do sol, antes do final do bandeirismo, o tropeirismo sorocabano, que se vê tão bem associado no mesmo caminho do Paranapanema e de Curitiba. Mas foi no comêço, gente de fora. Foi passagem. Em 1732 a Câmara reclamou pelos estragos que as boiadas tinham há anos feito nos caminhos e ruas e especialmente na ponte, que lhe custava tão caros. Nota-se a coincidência. Por 1703, aqui não se vende índio. Começa o cavalo. O Govêrno não pôs registro no rio Sorocaba mas sim no Paranapanema, onde a passagem de gado e gêneros para os viajantes de e para Curitiba. Em ambos os rios, já antes de 1724, eram êstes os impostos: por pessoa 4 vinténs, por carga de negócio 2, por cabeça de boi, vaca e cavalo, 4. Segundo o padre Manuel da Fonseca, Vida do Padre Belchior de Pontes, era de Santo Amaro o descobridor das minas do Paranapanema, Domingos Rodrigues Machado, casado com Maria Domingues de Lima. Miguel de Barros, morador em Sorocaba, descobriu ouro em 1717. Gabriel Antunes Maciel era superintendente das minas de Curitiba e parece ter enviado exploradores ao Paranapanema. Os viajantes bateavam onde passavam. janelas sem vidros para o claustro. Não só no inventário de Isabel de Proença (1655) mas nos assentos de óbitos de 1681 em diante aparece o templo com o nome de igreja e não capela Igreja, embora nem sempre litürgicamente, era a que tinha arco-cruzeiro e capela-mor. Os assentos das sepulturas dos irmãos Pascoal e Jacinto Moreira Cabral falam na \\\\\\\"capela-mor\\\\\\\" . Logo mais aparece o altar lateral de Nossa Senhora do Pilar, que ainda existe. A imagem desta, que recebeu o primeiro ouro de Goiás, andava extraviada, mas conseguimos adquirí-la e a entregamos ao Reverendo Prior Dom Tadeu Strunck . Conseguimos, mediante assentamentos de óbito e deduções certas, concluir que os Correia, que deram o altar em cuj as proximidades foram enterrados, eram originários de São Paulo e Santo Amaro, entrelaçados com os Passos e Domingues, que descobriram as minas do Serro Frio, onde persevera o morro do Pilar, que contende com o Ipanema na prioridade do ferro nacional industrializado. igreja. Em 1695 frei Frutuoso da Conceição com dois padres, frei Leandro do Calvário e frei Antônio de Santa Maria já moravam na parte que o primeiro conseguiu terminar. Nova visita do Provincial coincidiu com o estrago prómovido pela Câmara no patrimônio. Êle resolveu que os três padres abandonassem igreja e convento; as terras e as 34 almas (índios administrados) e as entregassem a depósito ao juiz de órfãos. Eira Braz Domingues Vidigal que, ao receber a 8 de abril a comunicação, imediatamente fêz redigir pelo escrivão Gregório de la Penha uma intimação a frei Frutuoso, para que não saísesm. Como juiz ordinário, fêz passar um bando pelas ruas, a toque de caixa, que sob pena de multa de quatro mil réis e quarenta dias de cadeia, ninguém emprestasse cavalos ou ajudasse os padres na viagem. Então foram ao juiz ordinário, André, Domingues Vidigal, para que convocasse vereadores e povo. Era o capitão Miguel Garcia Lumbria, chefe militar das ordenanças. E como o pai dêste, capitão-mor Martim Garcia Lumbria, da capitania de Martim Afonso sediada em Itanhaém, estivesse presente, levaram-no e um soldado tocando a caixa surda. Alguém lembrou que excomunhão não era brinquedo, e buscassem o vigário. O padre Antônio Carvalho acedeu. Aí o juiz Vidigal cedeu, mas fazendo um auto pelo escrivão, para livrar-se de futuras responsabilidades perante a Igreja e o Rei. Em 1728, a 2 de julho, realizou-se entre o Convento e a Câmara uma composição, desanuviando-se os horizontes. Uma reclamação dos Padres a 3 de fevereiro fôra para o limbo. Aproveitavam , nova presença de um ouvidor na Câmara em correição, o desembargador Francisco Galvão da Fonseca e se compuseram: do cunhal a nascente do mosteiro, uma linha se tirava até a santa cruz (a primeira que houve) e daí em ângulo para a olaria de Pedro Domingues (avenida Com. Pereira Iná- cio) até o ribeirão do Moinho (hoje Lajeado) e pelo ribeirão abaixo até o rio. Tudo o que ficasse à direita era do convento, à esquerda, da Câmara. Outra linha, do cercado do convento, a ocidente, ia procurar a estrada do Paranapanema (rua da Penha, que não chegava até o alto). A esquerda, do convento, à direita, da Câmara. O mato do Supirirí ficava MEMÓRIA HISTÓRICA SÔBRE SOROCABA (II). CAPITULO II. BANDEIRISMO, 1661-1733. Resultados da pesquisa GOOGLE Diogo Domingues de Faria – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.org/wiki/Diogo_Domingues_de_Faria 1. 2. Diogo Domingues de Faria (século XVII) foi um sertanista brasileiro. A sua família foi estudada por Silva Leme na obra Genealogia Paulistana (v. VIII, p. 103). Filho de Amaro Domingues e de Catarina Ribeiro, participou da expedição de Domingos Barbosa Calheiros ao sertão da Bahia em 1658. Esteve como capitão-mor ... Diogo Domingues de Faria (1611 - 1690) - Genealogy - Geni https://www.geni.com/people/Diogo-Domingues-de-Faria/6000000020505177883 3 de set de 2017 - Genealogy for Diogo Domingues de Faria (1611 - 1690) family tree on Geni, with over 175 million profiles of ancestors and living relatives. Capitão Diogo Domingues de Faria - Genearc www.genearc.net/index.php?op=ZGV0YWxoZVBlc3NvYS5waHA=&id... 1. Diogo foi sertanista e, em 1658, participou da expedição que partiu de São Paulo rumo à Bahia, sob o comando do Capitão Domingos Barbosa Calheiros, \\\\\\\"para combater o bárbaro gentio\\\\\\\". Em 1659, na aldeia Tapurissé, no sertão da Bahia, Diogo foi testamenteiro de Manoel Garcia Bernardes, seu companheiro de ... Capitão Diogo Domingues de Faria (± 1618-1690) » Petroucic ... https://www.genealogieonline.nl/de/petroucic-genealogy/I266317.php Diogo Domingues de Faria wurde geboren rund 1618 in São Paulo, Sp, Brazil, Sohn von Amaro (Rodrigues) Domingues und Catarina Ribeiro. Er heiratete mit Maria Paes , sie bekamen 7 Kinder. Er ist verstorben am 9. Februar 1690 in Sorocaba, Sp, Bra. Diese Informationen sind Teil von Petroucic Genealogy von Roberto ... Genealogia Paulistana Título Domingues - Wilton Xavier Furtado www.arvore.net.br/Paulistana/Domingues.htm 1. 2. Amaro Domingues, natural de S. Paulo, foi casado com Catharina Ribeiro (irmã de André Mendes Ribeiro que foi casado com Izabel de Saavedra) f.ª de Braz Mendes e de Catharina Ribeiro; faleceu em 1636 com testamento. Teve: 1-1 Capitão Diogo Domingues de Faria § 1.º. 1-2 André Mendes Vidigal § 2.º. 1-3 Braz ... Genealogia Paulistana Introdução www.arvore.net.br/Paulistana/introducao.htm 1. 4-2 Domingos Alvares da Cruz. 4-3 Francisco Alvares Rodrigues. 4-4 João Alvares Rodrigues. 3-4 Antonio Alvares. 3-5 Diogo Alvares. 3-6 Hilaria Luiz que estava casada com João Gomes de ..... 5-3 Ignez Sanches de Pontes que foi casada com Martinho de Faria Paes f.º do capitão Diogo Domingues de Faria supra. Amaro Domingues - Projeto Compartilhar www.projetocompartilhar.org/Familia/AmaroDomingues.htm 1. 26 de set de 2017 - 1º, Amaro Domingues, natural de S. Paulo, foi casado com Catharina Ribeiro (irmã de André Mendes Ribeiro que foi casado com Izabel de Saavedra) f.ª de Braz Mendes e de Catharina Ribeiro; faleceu em 1636 com testamento. Teve: 1 Capitão Diogo Domingues de Faria. 2 André Mendes Vidigal. Página:Genealogia Paulistana - Volume 01.djvu/33 - Wikisource https://pt.wikisource.org/wiki/Página:Genealogia_Paulistana_-_Volume_01.../33 22 de set de 2014 - 5-2 Izabel Soares de Pontes, falecida em 1722 em Sorocaba, casada com o sargento-mor Pedro Domingues Paes f.º do capitão Diogo Domingues de Faria. Com geração em Tit. Domingues Cap. 1.º § 1.º. 5-3 Ignez Sanches de Pontes que foi casada com Martinho de Faria Paes f.º do capitão Diogo ... ALGUMA COISA SOBRE UM DOS MAIS FAMOSOS DA FAMILIA E TALVEZ, único Barão da Familia. - JUSTO DOMINGUES MACIEL casou 1.º em 1719 em Santo Amaro com sua parenta Maria Leme; 2.a vez era 1738 na mesma freguezia com Maria da Cunha, fallecida em 1799 em Bragancja, f.a –de Sebastiao de Candia e de Maria da Cunha, Tit. Vaz Guedes ; falleceu Justo Domingues Maciel em 1762 e teve 9 f.os da 2. a mulher: e teve o filho 4-7 Justo Domingues Maciel 4-7 Justo Domingues Maciel, f,º de 3-3, casou em 1777 em Baependy com Izabel Vieira f.a de Matheus Vieira e de Theresa Custodia, de Marianna—Minas; flcou residindo em Baependy, onde teve os seguintes f. os (por informa$ 5es), 6-1 Justo Domingues Maciel,(NETO) nascido em 1837 em Baependy, foi influencia politica no anligo partido liberal e agraciado com o titulo de BARÃO DE BAEPENDI de Maciel. Foi casado com Luiza Ribeiro, baroneza de Maciel, que vive em sua fazenda no municipio de Caxambii ; falleceu o barao de Maciel em 1900, e teve os seguintes f ºs : 7-2 Doutor Theophilo Maciel, formado em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, reside na cidade de Itapira onde casou a 1 .a vez com Maria Adelina da Cunha, viúva de Jos6 Avelino Gomes da Cunha. f> de Francisco Gomes da Cunha Salles e de Anna Carolina da Cunha, V. 5.º pag. 176, sem geragao; 2.a vez casou o doutor Theophilo Maciel em S. Paulo a 2 de Fevereiro de 1901 com Maria Esther Leme f.a de Luiz Gonzaga da Silva Leme, bacharel em direito e engenheirc civil(cel e escritor de famílias paulistana) , e de Maria Fausta Macedo Leme, V. 2.o pag. 525. Tern: Henriqueta Maciel daughter About Justo Domingues Maciel, barão de Maciel Nascido em 1837, naquele município, Justo Domingues Maciel III era também conhecido como o Barão da Roseta, das Águas ou de Contendas. Iniciou suas atividades como tropeiro, levando produtos da fazenda para a corte no Rio de Janeiro e São Paulo. O Barão foi casado com Luíza Leocádia Ribeiro da Cunha, que era cantora lírica e interpretava Chopin. A baronesa fez parte da comitiva que recepcionou a visita da família imperial a Caxambu, em 1868. A princesa Izabel, que casada com o Conde D’Eu, diz a lenda, só conseguiu engravidar após beber as águas ferruginosas desta estância hidromineral. Em agradecimento, mandou construir a belíssima igreja no alto da cidade. Justo Maciel foi presidente da Câmara Municipal de Baependi e também o primeiro prefeito do município após a proclamação da República, na época do regime parlamentarista. Em 1884, acompanhou o imperador D.Pedro II na inauguração da ferrovia The Minas and Rio Railway. Como empresário fundou e presidiu a “Empreza das Águas de Caxambu e Contendas” (sic), considerada a primeira indústria constituída de engarrafamento de águas minerais. Nesse período, importantes obras foram realizadas para implantação do Parque das Águas de Caxambu. Após a morte de Justo e Luíza, a propriedade da Fazenda da Roseta passou a pertencer aos seus descendentes, incluindo os pais de Paulo Maciel. Com o declínio das suas atividades produtivas, o patrimônio sofreu um forte desgaste e, desde 2005, vinha sendo restaurada para se transformar na primeira fazenda-parque da região. Agora, a Fazenda da Roseta pode receber não somente cavaleiros e amazonas, como também turistas tradicionais em busca de beleza natural e a vida no campo. Segundo Paulo Maciel Jr., que preside a Lume Ambiental em Belo Horizonte, a ideia maior é integrar o Sul de Minas a outros polos de turismo equestre dos estados do Rio e São Paulo, criando e aumentando a oferta de emprego e renda na região que já foi próspera no passado: “Mais que isso, queremos provar que recuperando o meio ambiente e trazendo a exuberância da natureza de volta, através do turismo ecológico, é possível desenvolver a chamada indústria sem chaminés de maneira simples e necessária.” \\\\\\\"Ecológico \\\\\\\" Fazenda Parque da Roseta ver todos Cronologia de Justo Domingues Maciel, barão de Maciel Henriqueta Maciel daughter About Luiza Leocádia Ribeiro da Cunha, baronesa de Maciel Família Maciel e a Roseta A família Maciel é originária da França, mas se estabeleceu em Viana do Castelo, Portugal. Um dos troncos da família, formado por João Maciel, chegou ao Brasil pelo litoral paulista (São Vicente), no século XVI. A partir daí, os \\\\\\\"maciéis\\\\\\\" migraram para várias partes do País. Segundo Valter Cassalho, \\\\\\\"Em 02 de fevereiro de 1746, Justo Domingues Maciel I obtém uma sesmaria de uma légua em quadra na paragem chamada Numbuca. Essas terras situavam-se nas proximidades do MORRO DO LOPO...\\\\\\\". Morro do Lopo situa-se no Estado de São Paulo, no contraforte leste da Serra da Mantiqueira. Adentrando a serra, os maciéis\\\\\\\" tiveram acesso ao sul de Minas, onde Justo Domingues Maciel II casou-se, em Baependi, com Izabel Vieira, em 1777. Muito antiga e originária de uma sesmaria de 1738, a Fazenda da Roseta teve importante papel no desenvolvimento econômico e social na região. Diversas famílias por ali passaram e inúmeras foram as atividades produtivas que ali se desenvolveram ao longo do tempo. Conforme noticiado no antigo jornal carioca \\\\\\\"O Paiz\\\\\\\", há mais de um século, a Fazenda da Roseta já importava gado leiteiro holandês, além de cachorros dinamarqueses e ovinos da Europa. Antiga morada da família do Barão de Maciel a Fazenda situa-se no Município de Baependi, Estado de Minas Gerais. Nascido em 1837, em Baependi, Justo Domingues Maciel III era também conhecido como o Barão da Roseta, das Águas ou de Contendas. Sabe-se que Justo iniciou suas atividades como tropeiro, levando produtos da Roseta para a corte no Rio de Janeiro e São Paulo. Casado com Luísa Leocádia Ribeiro da Cunha, a baronesa fez parte da comitiva que recepcionou a visita da família imperial à Caxambu em 1868. Segundo consta a família real também esteve na fazenda. Justo Maciel foi Presidente da Câmara e também o primeiro Prefeito de Baependi após a proclamação da República, na época o regime era parlamentarista. Durante sua gestão foi criado o Distrito de Soledade de Minas, hoje já emancipado. Em 1884, acompanhou o Imperador Pedro II na inauguração da ferrovia \\\\\\\"The Minas and Rio Railway\\\\\\\". Como empresário fundou e presidiu a \\\\\\\"Empreza das Águas de Caxambu e Contendas\\\\\\\" sendo considerada a primeira empresa constituída de engarrafamento de águas minerais. Após a morte de Justo e Luíza, a propriedade da Fazenda passou a seus descendentes. Em 1942, a casa-sede da fazenda passou por uma reforma, substituindo parte de suas características coloniais por uma arquitetura neocolonial. Com o declínio das atividades produtivas, o patrimônio sofreu forte desgaste e, a partir de 2005, vem sendo restaurado para atender a novos usos e objetivos. Nossa Senhora de Lourdes Em 11 de fevereiro de 1858, em uma gruta às margens do rio Gave, na pequena cidade de Lourdes, nos Pirineus, ao sul da França, uma jovem de apenas 14 anos, Bernadete, filha de Francisco e Luíza Soubirous, testemunhou a primeira aparição de Nossa Senhora de Lourdes. Por esse motivo, em homenagem a Nossa Senhora de Lourdes, santa de devoção dos moradores da Fazenda, foi erguida uma gruta de pedra, destinada a atividades religiosas dentre as quais casamentos e batizados. A imagem de Nossa Senhora de Lourdes que se encontra na Fazenda foi trazida da França pelo Coronel Manoel Maciel, filho do Barão de Maciel, e sua introdução na gruta, com procissão e celebração de missa, se deu em 8 de outubro de 1932. Com o passar dos anos, a gruta desabou e, hoje recuperada, passa a receber devotos e a desempenhar o mesmo papel anterior. Retornando então o ramo para a nossa Região de Bragança Paulista-SP. História da cidade de Bragança Paulista TERRITÓRIO O território de Bragança Paulista está situado na região sudeste do Estado de São Paulo, na Serra da Mantiqueira. Diz a história, que a Expedição de D. Francisco de Souza, depois de atravessar o sul de Minas Gerais, descobriu o Pico do Lopo, nas imediações da atual cidade de Vargem, e ali acampou. Esta é a primeira notícia que se tem de alguém ter pisado em terras Bragantinas. Anos depois, em 1.725, Bartolomeu Bueno da Silva ( o segundo Anhanguera ) percorreu a região bragantina e, com a descoberta de ouro no centro do país, aqui ficou sendo passagem obrigatória dos aventureiros das Entradas e Bandeiras. FUNDAÇÃO Antônio Pires Pimentel e sua esposa Ignácio da Silva Pimentel, moradores no então Distrito de Paz de Atibaia, em cumprimento de uma promessa, constroem uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição, numa colina, à Margem direita do Ribeirão Canivete (hoje Lavapés, pequeno afluente do Rio Jaguary). Diz a história que Antônio Pires Pimentel estava doente e desenganado pelos médicos. Então sua esposa Ignácia da Silva Pimentel fez uma promessa a Nossa Senhora da Conceição e alcançou a graça. Em agradecimento, o casal construiu a capela para venerar a Santa. E aquele local, a partir de então, começou a servir de descanso para os tropeiros que por ali passavam e começaram a surgir, ao redor da capela, ranchos e barracas. Assim surgiu o pequeno povoado que recebeu o nome de Conceição do Jaguary e que tem como data de fundação o dia 15 de dezembro de 1763. EMANCIPAÇÃO Em 13 de fevereiro de 1765, o povoado é reconhecido e recebe o nome de Distrito de Paz e Freguesia da Conceição do Jaguary. Quatro dias depois, Conceição do Jaguary recebe seu primeiro Vigário e é elevada a Paróquia. Em 17 de outubro de1797, desliga-se de Atibaia e recebe o nome de Vila Nova Bragança, nome esse ligado à tradição portuguesa, cuja dinastia durante séculos governou Portugal e o Brasil. Em 20 de Abril de 1856, passa a denominar-se Bragança. Três anos depois, são anexados a ela mais quatro municípios: Pedra Bela, Pinhalzinho, Vargem e Tuiuti. Em 30 de novembro de 1944, para diferenciar-se da cidade do Pará que tinha o mesmo nome, que passou a chamar-se Bragança Paulista. E em virtude de seu excelente clima, em 28 de outubro de 1964, foi elevada à categoria de Estância Climática. Em 24 de fevereiro de 1964, perde parte de seu território com o desmembramento dos distritos de Vargem, Pinhalzinho e Pedra Bela. Em 17 de Abril de 1970, Vargem é reintegrado ao território bragantino. E em 30 de dezembro de 1991, novamente Vargem e também Tuiuti separam- se de Bragança. O cadastramento de bens rústicos aponta para Bragança em 1818 um total de 530 propriedades que juntas conformavam uma área de 73185,143 alqueires paulistas. Essas propriedades estavam nas mãos de 523 indivíduos (excluindo-se os casos em que havia mais de um proprietário para o mesmo terreno). A sua vez, foram descritas no tombamento atibaiense 246 1 NÃO TENHO INTERESSE EM PUBLICAR ESTE TEXTO NOS ANAIS 2 Professora adjunta da FACE/UnB. Contato: deborahreis@unb.br 1 propriedades, sendo que para duas delas não foi mencionada a área. Todas as propriedades foram arroladas por indivíduos, a nenhuma correspondia entidades, ainda que houvesse “Campos pertencentes aos moradores que se acham situados juntos a capela de N. Senhora do Carmo”; e juntas somavam 128816,40 alqueires paulistas. E por fim, para Nazaré, o inventário de bens rústicos apresentou descrição para 271 propriedades, que ocupavam uma área total de 28478,250 alqueires paulistas. Ao todo, estamos a tratar de 1047 propriedades e uma área total de 128816,793 alqueires paulistas. Essas terras, se observadas a repartição por faixas de tamanho, caracterizavam-se por uma forte concentração, cerca de 52% das propriedades que correspondiam a terras de até 50 alqueires paulistas, com uma área média de 17,9 alqueires, apropriavam-se de tão somente 7,6% da área total declarada. Em contrapartida, as 11 maiores propriedades (1,1%), com áreas acima de 1000 alqueires, média de 2433 alqueires, respondiam por 20,8% das terras da área considerada, ou seja, a uma área de 26760 alqueires paulistas. Grande parte das propriedades estava nas faixas intermediárias de tamanho: propriedades entre 100 e 300 alqueires respondiam por 24,2% das do número de propriedades e por 32,6% da área arrolada, ou seja, 42024,3 alqueires paulistas. (cf. Tabela 1)
OS DOMINGUES EM SOROCABA
MEMÓRIA HISTÓRICA SÔBRE SOROCABA (II). CAPITULO II. BANDEIRISMO, 1661-1733. O têrmo da vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Povoamento do mesmo em conjunto com o povoado ou sede. Datas e sesmarias. Terras reijúnas e de São Bento. O rocio, Caminhos e procedência dos novos povoadores. Dos bandeirantes fundadores e moradores origina-se o nôvo centro de bandeirismo fora da vila de São Paulo, somente comparável a Itú, Parnaíba e Taubaté. Vozes do Oeste, 1684-1733. Gado vacum e cavalar de Curitiba. Minas Ido Paranapanema, têrmo de Sorocaba. Dois governadores em visita e Cuiabá e Vila Bela de Mato Grosso. A guerra dos paiaguás. O comerciante Cabral Camelo. Escravos negros. * Não se usava o nome de município, nem sede do mesmo, mas sim, têrmo da vila. Em Portugal e no Brasil havia poucas povoações com o título da cidade. Não era, no entanto, o tamanho a causa da diferença. Nas capitanias os donatários podiam somente criar vilas. Salvador e Rio de Janeiro já foram fundadas porém com o título de cidade. São Paulo já era a cabeça da capitania desde 1681, mas o Rei a elevou a cidade apenas em 1711, e não houve outra antes do Império. Em suma, tendo governador posto pelo Rei, sendo ao menos sede de bispado, era cidade, menos Cabo Frio que não se encaixa nesta motivação. Mas os direitos dos moradores eram os mesmos. Ao desmembrar-se de outro um município decretam-se os limites. Não aconteceu assim nos tempos coloniais. Ora, as respectivas Câmara litigavam e consertavam-se entre si mais ou menos dividindo pela metade a distância entre as sedes, ora os juízes ouvidores intervinham. Do concêrto entre Parnaíba e Sorocaba não ficou documento, mas houve-o. Como se sabe que São Roque, contemporâneo — 76 — de Sorocaba, continuou como freguesia pertencendo ao têrmo de Parnaíba, e como os limites tendem a conservar-se e os de Itú eram quase os atuais, temos a continuação das serras de São Francisco, Inhaiba e Piragibú com um pequeno avanço para o Apotribú, e a linha que desce ao Cajurú e sobe do divisor das águas com o Tietê no Avecuia, daí ao Sorocaba em Bacaetava. Tudo o mais era o sertão indeterminado a oeste e ao sul, desde a foz do Sorocaba no Tietê até os campos de Curitiba. Em 1721, o ouvidor José Pires Pardinho fixou a divisa entre Sorocaba e Curitiba pelo Itararé. Parece que por acôrdo tácito e sem resultado prático as cumiadas da Paranapiacaba eram divisa com o litoral, isto é, Itanhaém e Iguape, mas por êsse lado o caminho acabava na fazenda dos Madureira, quase à vista da vila e Apereatuba (hoje reprêsa da Light) . O alto Sorocaba e seus formadores, Sorocauçú e Sorocamirim, hoje município de Ibiúna, foi povoado mais tarde, via Cotia e São Roque . Em 1665 afixou-se em Itú o seguinte cartel (edital): \\\\\\\"Os oficiciais da Câmara da vila de Nossa Senhora da Ponte fazem saber a todos os moradores da vila de Nossa Senhora da Candelária de Itú que tiverem cartas de datas de terras na dita vila ou no têrmo dela que dentro de seis meses vão cultivá-las e medi-las, porque estão chegando muitos moradores para lhes darem terras que estão devolutas. E para que venha à notícia de todos fazemos esta advertência, para que em tempo algum se chamem à ignorância. Feita em Câmara, aos 19 de dezembro de 1665\\\\\\\". Não se sabe com que direito a Câmara dava terras, ela que não possuia rocio ainda em 1706 e depois. Interpretou que só a ela competia dar as terras dentro do povoado, doutra forma não existiria a vila, avançando dentro dos terrenos de São Bento, o que, aliás, iniciara Baltazar em 1661. As datas eram de 15 e de 20 braças em quadra. Como não havia meio de vida mais comum que a lavoura, muito dos donos dessas datas recebiam outras, certamente para lavrar, nas proximidades, em terras não doadas em sesmaria e que eram imensas nos campos. Aí criavam o gadinho no campo comum aproveitando os capões de mato para as roças. Os pobres quando cansavam os solos dos capões mudavam-se, tinham casas de pouco valor. Muitos melhoravam de finanças e tiravam ses- — 77 — orarias ou compravam pedaços delas, os únicos títulos válidos. Fêz-se como se existisse rocio (uma légua em quadra), o morador pagando fôra módico e podendo até vender o direito ao fôro, avaliando as benfeitorias. Logo após a morte do fundador, a Câmara invadiu o matrimônio beneditino. Frei Anselmo se aboletava na sacristia ou nalguma casa e o povo ia dando esmolas para a igreja e convento, mas os padres não começavam as obras, de mêdo de perderem as terras. Então Frei Francisco da Visitação, abade Provincial geral da Bahia, fêz a viagem de São Paulo ou Parnaíba a Sorocaba e falou mansamente com os homens, redigindo, porém, o seu requerimento em regra contra a invasão. Em vez de recorrerem à justiça do Ouvidor, a Câmara sossegou os padres dando-lhes uma área para o convento, isto é, um terreno, nomeadamente um pasto. Tal doação lembra só um lado das divisas e os matos que a bem dizer, chegavam até a igreja. Em última análise, da cruz de Nossa Senhora da Ponte da Religião de São Bento partiam as linhas para o Lageado e o Supirirí, mais ou menos rua Padre Luís hoje. O abade obrigouse a começar o convento com as esmolas dos moradores e, feitas quatro ou cinco celas, a pôr no convento um ou dois padres (fora os outros) para dar aulas de latim e cantochão a todos os filhos dos moradores desta vida que quisessem estudar uma e outra coisa. Além de alguns ituanos e novos paraibanos, vieram povoadores das cercanias de São Paulo, Santo Amaro e Cotia passando por São Roque, capela da Penha, Apereatuba e rio Sorocaba na fazenda de São Francisco, então Nossa Senhora do Pópulo. A capela da Penha em 1724 foi reconstruída e pertencia aos Domingues. Por aí deve ter vindo João Antunes Maciel, o Velho. Cêrca de 1680 já tinha feito a viagem de Paranaguá a Curitiba e aos campos vizinhos procurando ouro. Sua sesmaria foi justamente na estrada de Curitiba antes do rio Sarapuí . Em 1693 o convento de São Bento tirou a sesmaria junto a essa, além do Sarapuí, \\\\\\\"no caminho de Curitiba\\\\\\\". Ésse caminho, pois, é de antes de 1693 e foi sendo ladeado por sesmarias até mesmo Curitiba. -78— Não houve um empreiteiro dessa estrada. No campo limpo, não se fazia. Nas matas junto aos passos dos rios os fazendeiros e os peões vão fazendo picadas cada vez que passavam e o> gado afirmava, pisoteando o chão da mesma. Nos rios, nadavam a gente o gado ou paravam a construir canoas. O caminho começava no largo de São Bento saindo pela atual rua 13 de Maio até a Penha. Cêrca de 1717 saiu dêle o ramal para as Minas de Paranapanema e Apiaí, que pertenciam a Sorocaba. O caminho para as fazendas jesuíticas de Guareí e Botucatú, têrmo de Sorocaba, passava por Ipanema e Tatuí atual. Eram extensas sesmarias para criação de gado. No Paiol e em Tatuí estavam os peões dos Campos Bicudo, de Itú. Mais perto, rio Sorocaba abaixo, no comêço dos 1700 aparecem como sesmeiros Antônio Antunes Maciel e Fernão de Almeida Leme, êste de São Sebastião. Há um caminho entre Itú e Sorocaba, atravessando o Piragibú mais acima, saindo no Varejão. Chega de São Paulo era , 1695 e se estabelece nas alturas da Aparecida atual o sargentomor João Martins Claro. Ao mesmo tempo, na vila se estabelece o capitão Tomás de Lara de Almeida, homem rico, negociante e lavrador. Negociante era ainda em 1724, Antônio Rodrigues Penteado, gente de Araçariguana. Ao velho Pascoal Moreira Cabral, sucede no Itapeva, Matias de Madureira Calheiros. Dos portuguêses era o primeiro, talvez negociante, Domingos Fernandes do Rêgo, natural de Viana. Gabriel de la Penha e sua mulher, Catarina de Mendonça logo morreram, mas ficou Gregório de la Penha casado com Catarina de Gusmão, filhos de castelhanos, talvez do Guiará. Gregório foi escrivão muitos anos. O aumento da população exigiu a continuação da rua Direita (Dr. Braguinha) até a rua das Flôres e a abertura desta que inda não havia (monsenhor João Soares). Em 1695 foi aberta a rua de Diogo Domingues Vidigal, que pode ser a da Penha até a atual Miranda Azevedo. A estrada que ia da praça do Conselho à ponte tornou-se rua. Em 1728 a última casa era já abaixo da altura onde estão os canhõezinhos. Os fundadores e os primeiros moradores -foram sertanistas e bandeirantes pelo fato de virem de povoados a esta região, a mais ocidental da capitania, abrindo caminhos e fundando sítios. Nem todos iam ao sertão do oeste e sudoeste — 79 — caçar índios, mas todos viviam sob o ciclo econômico das bandeiras, porque sem os índios capturados e seus descendentes não havia fazendas e sítios maiores que dão vida aos pequenos comerciantes e artesãos da cidade e agregados da roça, nem entrava algum dinheiro amoedado para a circulação pois infelizmente, o escravo era também vendido para fora. Custava 20 mil réis por cabeça . O algodão era para consumo local, como os mantimentos. Sobrava pouco gado vacum para tanger para São Paulo e Parnaíba, onde Guilherme Pompeu, o pai e filho, compravam para revender. Antes de 1680 eram sertanistas caçadores de índios, por exemplo, Braz Teves e seu sôgro, o primeiro Pascoal Moreira Cabral. Comds índios já cristãos e mansos caçavam-se outros: eram os \\\\\\\"arcos\\\\\\\" dos \\\\\\\"potentados\\\\\\\". Os Moreira e Domingues, os Pais, André de Zunega, nasceram nessa lida, na qual se enterraram até o pescoço. O áuge do bandeirismo sorocabano ou sua marcha para oeste situa-se entre 1680, quando João Antunes Maciel criou nos campos do Pirapora a sua sede ou ninho de águias, com os filhos já meninos, e Pascoal Moreira Cabral e André de Zunega e Braz Mendes Pais se habituam a ir anualmente, pelo rio Tietê ou pelo Paranapanema na ida, sempre por êste caminho e na volta ao atual sul de Mato Grosso, onde pelo menos em 1684 fizeram uma estacada e espécie de pôsto de comando, com as suas roças. Da bandeira de 1684 de Pascoal Moreira, o 2.º, e André de Zunega, Ettore Marangone fêz a reconstituição da partida. André já era bem velho. Conseguimos confirmar, com os livros de batismos de \\\\\\\"carijós, escravos e administrados\\\\\\\" as pesquisas mandadas fazer pelo saudoso e grande Taunay em Simancas, bem como a crô- nica de Pedro Taques. Em dezembro de 1684, janeiro e fevereiro de 1685 foram batizados índios adultos do sertão aos magotes. Os proprietários maiores eram aquêles dois, mas havia outros nomes de sorocabanos que ou foram ou mandaram seus índios ir, entrando no rateio geral. Devemos salientar João Leme da Silva (não o célebre) filho de Braz Teves, que batizou 19 adultos. Éste foi pessoalmente com o primo Pascoal, pois continuou a bandeirar e em 1726 faleceu feito minerador no Paranapanema, donde trouxeram seus ossos a enterrar na matriz. Braz Mendes Pais era o chefe da bandeira com a qual, naquele arraial da Vacaria matogrossense, se passou em ano não sabido o episódio pitoresco narrado por Pedro Taques. — 80 — Os castelhanos da Assunção cercaram os paulistas e sem lutas, obtiveram do \\\\\\\"cabo da bandeira\\\\\\\" a assinatura em um papel dizendo que aquelas terras eram da corôa de Espanha. Pedro Leme da Silva, o Torto (caôlho), natural de Itú, reclamou em alta voz que eram de El-Rei de Portugal e da capitania do Conde de Mousanto. O castelhano zombou: — Mi-- ren el tuerto! E êle retrucou: — E coxo também. O Torto era filho de Domingos Leme da Silva e primeira mulher, o qual veio casar pela segunda vez em Sorocaba, em 1679 com uma neta de Baltazar e foi pai dos irmãos Leme, bisnetos do Fundador. E\\\\\\\' dado como morador em Itú, mas. Braz Mendes veio de Santo Amaro e residia em Sorocaba, onde era juiz ordinário em 1721 e faleceu pobre em 17... Acontece que a caçada não çera aos milhares e centenas e, sim, às dezenas, tudo ficava em despêsas e muito custava para sustentar e vestir a família do tipo patriarcal, que compreendia os. índios. A maioria dos sertanistas ficou anônima como aquêle Domingos Nogueira, português casado com Clara Domingues, cujos. ossos trouxeram do sertão a enterrar em novembro de 1681 Em 1683 vieram os de João Pinto. Eis os resultados em números, da bandeira de 1684. Cap. André de Zunega, 56 Cap. Martim Garcia Lumbria, 35 Diogo Domingues de Faria 31 Diversos, cêrca de 40 162 Em 1685, 1686 e 1687 chegaram poucos à pia batismal. Houve um intervalo. Recomeça com Braz Mendes Pais e principalmente Braz Moreira, em 1692. Ora, êste bandeirante já, em 1690 estava no arraial e como em 1691 êle já chegara a Sorocaba, como se vê na publicação Inventários e Testamentos. Segue-se que a doutrinação precedia de alguns meses o batismo. Não obstante era precária. O padre Belchior de Pontes rebatizou alguns administrados de Manuel Pereira Pavão, que o foram pelo vigário em 1684, na sua fazenda de Apotribú, ce mo segundo espôso de Potência de Abreu, viúva de Bejarano, fato êste das bodas, aliás, desconhecido dos genealogistas, mas: está no inventário dela. O padre Bélchior repetiu êsse gesto noutros lugares, segundo o autor de sua vida, porque achava — 81 — mal instruídos os índios, cuja língua falava. Cêrca de 1690 um sacerdote bilíngüe cuidava dêles em Sorocaba. Êsse Diogo Domingues de Faria, quando môço, andou pela Bahia em 1658. Chegando de lá a São Paulo veio estabelecerse em Sorocaba, onde faleceu em 1690. Era natural de São Paulo, filho de Amaro Domingues e Catarina Ribeira, casado com Maria Pais, mudara-se com os filhos que aqui se casaram. Jerônimo Ferraz de Araújo, natural de Cotia, filho de Manuel Ferraz de Araújo e Verônica Dias Leite, aqui se casou em 1681 com Maria Riquelme de Gusmão, filha de André de Zunega e Cecília de Abreu. Em 1690 foi com seu irmão Antônio, com os ituanos Manuel de Campos Bicudo e Gabriel Antunes de Campos e outros, Tietê abaixo até o arraial referido atrás e que ficava no Mboteteí ou Miranda, afluente do Pardo, onde deixaram as canoas e atravessaram o rio Praguai (talvez descendo pelo Taquarí ainda em canoas) rumo a Santa Cruz de la Sierra, para escravizar os índios chiquitos, que estavam sob os cuidados dos jesuítas. Éstes, os índios e os soldados castelhanos destroçaram a bandeira, morrendo o chefe Manuel de Frias Taveira e Antônio Ferraz de Araújo. Jerônimo ainda tornou a Sorocaba, foi juiz ordinário e faleceu em 1737. Nos anos de 1680-1690, mais ou menos, Manuel Correia, morador de Sorocaba, encontrou o primeiro ouro de Goiás, pequena quantidade de que mandou fazer uma coroinha para a imagem de Nossa Senhora do Pilar em São Bento. Desde que foi constatado ouro em Minas pelos taubateanos, os de Sorocaba, embora no ciclo da caça ao índio, tentaram fazer bandeiras sômente de mineração ou com ambos os intuitos. As primeiras, na região além do Paranapanema. Assim é que em 1699 estavam nos campos de Curitiba, Pascoal Moreira Cabral, o segundo, que não assinava Leme e Miguel Sutil de Oliveira, daí nascendo as Lavras de Santa Cruz ou do Sutil . As segundas, no atual Estado de Mato Grosso. Essa expedição de 1699 fôra resultado das instâncias de Artur de Meneses, governador do Rio em visita a Sorocaba. No se realizou a expedição autorizada por êle, do paulistano Gaspar de Godói Colaço, com perdão pelo assassínio de Fernão de Camargo, o Tigre. Era coisa própria de sorocabanos... Êstes pediram ainda ao Rei licença para fundar uma vila na Vacaria. Veio resposta negativa, por mêdo dos castelhanos. Os sorocabanos não estiveram ausentes dos primórdios de Minas. Tôda a gente ia para lá. Por 1703 acabam os batismos -82— de índios adultos e os livros de registros para os brancos são ávaros de assentamentos. Mas foram anônimamente e nem brilharam por lá, feudo taubateano que era. Menos o cel. João Antunes Maciel, que foi em 1711 o primeiro juiz municipal de São João del Rei e que, na nebulosa guerra dos Emboabas, 1709, estivera ao lado dos reinóis. Era o segundo do mesmo nome, mas o primeira certamente andou por lá, pois não era homem para morrer no seu leito, no lar. Retirou-se aí por 1717 e, com êle, alguns dos irmãos que teriam ido. Fernão Dias Falcão, parnaibano, morador em Sorocaba, também foi fundador e autoridade nas Minas, em Pitanguí, 1715. Diz Carvalho Franco que de Minas é que êle saiu para Cuiabá! Não. Voltou à terra, era juiz em 1717. ComAntônio Antunes Maciel e muitos outros desceram o Tietê mais ou menos junto com Pascoal Moreira Cabral, que levava 50 homens brancos fora os índios, chegou em 1718 ao Coxipó, foi eleito cabo maior em novembro de 1719. Pascoal Moreira Cabral teria partido também pouco depois de 1715 quando seu nome desaparece dos livros paroquiais. Em abril de 1718 encontra o ouro no Coxipó. A amostra veio ao Conde de Assuman, que o fêz guarda-mor, pôsto em que o confirmou Rodrigo César de Meneses, que não atendeu à sua pretensão de ser o superintendente, pela idade, no que foi mais uma vez suplantado por Falcão. Faleceu com setenta anos em 1.º de novembro de 1724, e jaz em Cuiabá na atual catedral. Em Sorocaba ficaram a mulher, duas filhas e um filho homô- nimo sem aproveitar as riquezas que o grande bandeirante deu a Portugal. Os Antunes Maciéis eram seis: o pai João Antunes Maciel, e os filhos João, Antônio, Gabriel, Miguel e Filipe, todos sertanistas notáveis que ajudaram a fundar Mato Grosso de hoje. Nessa emprêsa brilharam os sorocabanos e ituanos, mas os primeiros parece terem tido a sorte ou dom da liderança. A primeira menção empreendida das atividades dos sorocabanos pelos rios abaixo é a do \\\\\\\"Santuário Mariano\\\\\\\" . E\\\\\\\' difícil dizer os nomes dos dois ou três irmãos que nasceram aqui, por não haver assentos de batismos antes de 1679, mas todos aqui cresceram e moraram. O pai e os filhos estiveram todos em Cuiabá. Miguel e Filipe, os mais novos, talvez nascidos aqui, foram depois da descoberta. — 83 — O velho cel. João Antunes Maciel foi, pelo menos, em 1728, pois os seus ossos foram trazidos pelos filhos a enterrar na matriz de Sorocaba. O filho homônimo fazia parte da bandeira do descobrimento em 1718. Em 1723 era superintendente das minas a quem cabia receber os quintos. Em 1726 vinha para São Paulo chefiando a tropa ou monção de canoas, que trazia para a Fazenda Real quatro arrôbas e seiscentas oitavas de ouro. Em Camapuã, já o encontrou doente em 20 de agôsto de 1726, o governador Rodrigo César de Meneses, falecendo pouco depois no rio Paraná. Seus ossos chegaram à matriz no ano seguinte, em 1727. Punha-se fogo à sepultura para apressar a decomposição. Antônio Antunes Maciel estava com Pascoal Moreira e foi escolhido para vir trazer ao governador a bela notícia. Retornou à exploração de ouro e caça aos índios dos arredores. Em 1726 recebeu o governador rio abaixo de Cuiabá, com a aprovação do qual, no ano seguinte, atacou os índios parecís. Ainda voltou a Sorocaba e retornou à guerra dos paiaguás. Depois de 1733 viveu em paz com a sua família perto da atual estação de Iperó (Rio Abaixo), com muitos escravos índios, até cêrca de 1745. Gabriel Antunes Maciel esteve no Cuiabá pelo menos no rush que seguiu a vinda de seu irmão. Formidável sertanista, geógrafo prático, êle sabia que da serra de Botucatú, fazenda jesuítica entre o Tietê e o Paranapanema, entre cujas barras no Paraná caíam o rio Pardo e outros pela direita, pelos quais se varava ao rio Paraguai, era possível um caminho por terra ao rio Grande, como se chamava o Paraná. Em 1721 ofereceu-se ao governador para fazê-lo. Pensava, porém, que não era muita a distância pois até 1755, ainda se acreditava que os rios da esquerda nasciam nos campos de Sorocaba, que compreendiam Botucatú. Ora as barras e volume de água sugeriam pequena distância para quem passava pelo rio Grande. Não foi aceito, mas em 1723, a 3 de dezembro foi nomeado capitão-mor de Sorocaba. Em 1727, com Antônio e Filipe, atacou os parecís. Em 1728 com Gaspar de Godói Moreira, paulistano, descobriu o alto Paraguai Diamantino. Veio à terra. Nomeado segundo comandante ou cabo da expedição aos paiaguás, pediu salvo-conduto para ir a São Paulo e não ser processado por dívidas. Morreu lutando, no rio Paraguai, em 1734. Miguel Antunes Maciel era mais caseiro, pois em 1724, quando Sorocaba se desfalcava para o sertão, era juiz ordinário . — 84 — Não resistiu à tentação e partiu no ano seguinte, com o ituano seu primo Antônio Antunes Lobo. Faleceu em sua canoa no rio Paraguai, lutando valentemente contra os paiaguás. Filipe Antunes Maciel, o mais nôvo, certamente sorocabano e também o mais pobre, em 1727 estava também caçando índios parecís Os Sutil de Oliveira todos eram sertanistas. Sebastião já era falecido em 1724. No ano anterior andou com frei Frutuoso por Araraquara. Miguel Sutil de Oliveira, sorocabano segundo todos os cronistas, depois das lavras de Curitiba andou por Cuiabá. Tendo êle descoberto ouro no próprio lugar da atual cidade, perto da futura igreja do Rosário, para ali foi mudada a povoação, de sorte que Sorocaba é duplamente fundadora de Cuiabá. Isto foi em 1722, e o herói do achado à flor da terra, o seu camarada Bardudo que andava \\\\\\\"melando\\\\\\\" — buscando mel. A crônica deu a quantidade lendária de 400 arrôbas! Ora, por causa da fome devida à falta de braços para a lavoura. Sutil retirou-se para o povoado no ano seguinte com cêrca de 400 mil réis isto é, 400 oitavas, e não arrôbas. Casou-se de nôvo e em 18 de agôsto de 1755 faleceu tão pobre que o seu entêrro não teve música, apesar de o pedir antes. Tinha cem anos diz o assentamento. Morava no Itanguá. Tôda a gente fôra para Cuiabá em 1721. O próprio juiz ordinário não venceu o impacto. Largou a vara a um canto. O governador Rodrigo César escrevia à Câmara, ninguém respondia. Por fim Braz Mendes, antigo vereador assumiu a vara e respondeu: não ia a palácio porque não montava a cavalo, estava obeso. Não o estivesse, e teria ido para Cuiabá. João Martins Claro, sargento-mor, genro de Fernão Pais de Barros chegara em 1695 e suas atividades não se estenderam à caça ao índio, lidando para achar ouro nas serras de Araraquara e em Ipanema. Mas mandou seus filhos Artur, afilhado que fôra de Artur César de Meneses em 1698 e Fernão, de 1700, irmãos que, residindo em Cuiabá, descobriram ouro no chamado Mato Grosso, em 1733. Daí veio o nome à capitania, província e estado, e Sorocaba selando o diploma final da fundação principiada no sul em 1684 e continuada no centro em 1718 e agora, 1733, na vertente amazônica. Frei Frutuoso da Conceição, fluminense, beneditino, foi prior (presidente) de antes de 1695 a depois de 1723, construindo ou terminando de construir o convento e servindo de \\\\\\\"técnico\\\\\\\" nas pesquisas de minérios. — 85 — A descoberta das Gerais coincide com a abertura ou maior freqüência da estrada de Curitiba. Nos primeiros anos do sé- culo XVIII o padre Guilherme Pompeu de Almeida banqueiro dos bandeirantes e seu fornecedor, mandou para Minas as primeiras boadas adquiridas em Curitiba por seu sócio Pedro Frazão de Brito. Alguns marchantes de São Paulo também adquiriam rezes em Curitiba, por sinal que a população não gostava da carne, pelo cansaço e magreza. Passavam também cavalos, que se vendiam até a 20 mil réis pela raridade em Minas, e que depois baratearam. Antes de São Paulo a última invernada boa eram os campos sorocabanos. Depois, zona de mato. Foi assim que teve início, como a aurora antes do sol, antes do final do bandeirismo, o tropeirismo sorocabano, que se vê tão bem associado no mesmo caminho do Paranapanema e de Curitiba. Mas foi no comêço, gente de fora. Foi passagem. Em 1732 a Câmara reclamou pelos estragos que as boiadas tinham há anos feito nos caminhos e ruas e especialmente na ponte, que lhe custava tão caros. Nota-se a coincidência. Por 1703, aqui não se vende índio. Começa o cavalo. O Govêrno não pôs registro no rio Sorocaba mas sim no Paranapanema, onde a passagem de gado e gêneros para os viajantes de e para Curitiba. Em ambos os rios, já antes de 1724, eram êstes os impostos: por pessoa 4 vinténs, por carga de negócio 2, por cabeça de boi, vaca e cavalo, 4. Segundo o padre Manuel da Fonseca, Vida do Padre Belchior de Pontes, era de Santo Amaro o descobridor das minas do Paranapanema, Domingos Rodrigues Machado, casado com Maria Domingues de Lima. Miguel de Barros, morador em Sorocaba, descobriu ouro em 1717. Gabriel Antunes Maciel era superintendente das minas de Curitiba e parece ter enviado exploradores ao Paranapanema. Os viajantes bateavam onde passavam. Na região estiveram João Martins Claro e frei Frutuoso. Nesse 1717 um dos descobridores, José de Goiás Morais, foi nomeado superintendente. Em 1724 estavam tão florescentes as minas de Paranapanema que foram instalados registros no rio dêsse nome e no de Itapetininga e já funcionavam. O arremontante dos impostos de passagens de pessoas e gado em -86— canoas vendeu o seu direito a Miguel Sutil de Oliveira e João Lopes da Cunha por 300$00 e 110$000. Em meados de maio de 1728 o governador de São Paulo, Caldeira Pimentel, passou uns dias em Sorocaba distribuindo sesmarias no caminho do Paranapanema e de Curitiba. A sesmaria não se deve confundir com os pequenos lotes nos ribeiros auríferos, ao cuidado do superintendente. O governador ganhava taxas pelos papéis. Hospedou-se com o tte. cel. Beripardo Antunes. Apiaí desixou de ser arraial em 1735, quando se fêz o primeiro batizado, e em 1746 já era primeiro vigário de Paranapanema o padre Manuel de Lima Vergueiro. As duas freguesias continuavam a pertencer ao município de Sorocaba. As minas de São José do Guapiara foram descobertas pelo índio Ciríaco, administrado dos Padres de São Bento de Sorocaba. José de Barros Lima, sorocabano e Salvador Nardy de Vasconcelos, ituano, intitularam-se descobridores. Barros Lima escreveu ao governador de São Paulo, Mascarenhas, e foi feito superintendente das minas do Paranapanema, em lugar de Tomás Antônio Pizarro de Araújo. Na éra das bandeiras é quase certo que muitas delas desceram pelo Sorocaba junto à ponte e os Maciéis já teriam embarcado no Sarapú. Quando as bandeiras se transformaram nas monções de Pôrto Feliz, expedições fixas para negó- cio, também muitas saíram daqui, embora só haja documentação de duas que partiram quase juntas em 1727. Mesmo o capitão-mor Fernão Dias Falcão em 1723 aqui se proveu de gente, de gêneros e de escravos pretos, inclusive um barbeiro sangrador (algum mulato de partes), e, de certo partiu daqui. Era difícil transportar cargas no ombro de índios. Cavalos havia poucos. Talvez fizesse conta dar a volta pelo rio Sorocaba, que tinha só uma cachoeira, a Jequitaia, onde Manuel Guedes lá por 1908, fundou uma usina elétrica para Tatuí . Outra razão é que iam rareando os paus grossos para canoas nas margens do Tietê, em Pôrto Feliz, de forma que, em 1780 as canoas eram feitas no Jurupará, muito acima da cidade de Sorocaba. Posta a carga na canoa, a gente descansa, enquanto não houver \\\\\\\"varação\\\\\\\" . João Antônio Cabral Camelo, negociante, português quase que evidentemente, saiu de Sorocaba em começos de 1727 com muitos carregamentos de negócio e alguns escravos aqui — 87 — comprados, desembarcando em Cuiabá em 21 de novembro de 1727. Êle já voltava em 1730 com o ouvidor Antônio Álvares Lanhas Peixoto. A 6 de junho foram atacados no rio Paraguai pelos paiaguás, em 50 canoas. O ouvidor foi morto. Os índios levaram o ouro dos quintos a trocar por bugigangas em Assunção. Cabral Camelo escapou e vivia em São João del Rei em 1734. Esta afronta apressou o episódio chamado pelos cronistas: Guerra dos paiaguás. Comos ituanos, muitos sorocabanos receberam patentes de oficiais e promessa de repartição da prêsa, por parte do governador Conde de Sarzedas. O cado da tropa, Gabriel Antunes Maciel, à frente do comandante principal, o português Manuel Rodrigues de Carvalho, e sucumbiu, com muitos paulistas, lutando contra os paiaguás no rio Paraguai, em 1734. Não se sabe, o número de sorocabanos mortos, mas os brancos eram poucos, e os índios, muitos. Já com a descoberta das minas aparecem os primeiros escravos africanos ou crioulos, tendo o Govêrno de Portugal dado licença aos paulistas para comprarem 300 por ano no mercado do Río de Janeiro. Aparecem e desaparecem algumas dezenas, rumo do Cuiabá. Eram bons remadores, o que não quer dizer que não fôssem pilotos e artesãos. Um ou outro aparecia antes, mas o trabalho escravo e a mestiçagem era devida aos índios. Até os primeiros anos de 1700 em Sorocaba se falava também o tupí. Até cêrca de 1733, todavia, o trabalho das roças era feito pelos índios administrados, embora já nascidos aqui, e pelos mamelucos (palavra ainda usada até os meados do século XVIII). O primeiro livro de batismo para escravos africanos, que existe é de 1739. No entanto, em 1709 \\\\\\\"foi enterrado na matriz\\\\\\\" um servo da casa de Braz Mendes Pais. Em 1721 foi enterrado \\\\\\\"um negro mina por nome Antônio, escravo de João Domingues do Prado. Os negros que o trouxeram não souberam dizer se confessou\\\\\\\". Havia, pois, alguns escravos negros. A igreja de Nossa Senhora da Ponte, doada a São Bento, e onde jaz Baltazar, serviu de matriz e é a mesma construída pelo fundador. O mosteiro foi edificado ao lado do Evangelho, com a porta principal logo pegada a igreja. Hoje, esta foi para o meio e os largos beirais foram substituídos por plati- — 88 — banda e calha. O soalho do segundo piso é o mesmo, idem as janelas sem vidros para o claustro. Não só no inventário de Isabel de Proença (1655) mas nos assentos de óbitos de 1681 em diante aparece o templo com o nome de igreja e não capela Igreja, embora nem sempre litürgicamente, era a que tinha arco-cruzeiro e capela-mor. Os assentos das sepulturas dos irmãos Pascoal e Jacinto Moreira Cabral falam na \\\\\\\"capela-mor\\\\\\\" . Logo mais aparece o altar lateral de Nossa Senhora do Pilar, que ainda existe. A imagem desta, que recebeu o primeiro ouro de Goiás, andava extraviada, mas conseguimos adquirí-la e a entregamos ao Reverendo Prior Dom Tadeu Strunck . Conseguimos, mediante assentamentos de óbito e deduções certas, concluir que os Correia, que deram o altar em cuj as proximidades foram enterrados, eram originários de São Paulo e Santo Amaro, entrelaçados com os Passos e Domingues, que descobriram as minas do Serro Frio, onde persevera o morro do Pilar, que contende com o Ipanema na prioridade do ferro nacional industrializado. A titular da igreja é Santa Ana, linda imagem. O povo conhece mais a igreja de São Bento, por amor do convento anexo, mas todos os óbitos de pessoas lá enterradas, desde 1683, falam por letra dos vigários, São Bento. Não se pode saber em que ano chegou a imagem de Santa Ana, uma vez que mesmo os padres não mudaram a escrituração . Em 1713 a titular era Nossa Senhora da Visitação . Em 1667 os Padres, que eram dois, às vêzes três, moravam numa casa perto da sacristia, requereram à Câmara contra as datas de terra que ela fazia no patrimônio dêles. O Provincial em visita, frei Francisco da Visitação, e frei Anselmo Batista, aqui residente desde 1660, vindo de Parnaíba, receberam como doação da Câmara uns pastos a começar na cruz de Nossa Senhora da Ponte, igreja que lhes pertencia e um capão de mato na outra banda do Supirirí. Em compensação o Provincial prometeu, se construíssem o mosteiro ou se o abandonassem, entregar as esmolas colhidas entre o povo para a sacristia e fábrica (despêsas) da igreja e construção do convento e, acabado êste, com quatro ou cinco celas prontas, enviar um monge para ensinar o cantochão e outro, o latim, a todos os filhos dos moradores que quisessem. Era uma espécie de seminário menor porque só existia a carreira do sacerdócio, mas obrigatôriamente ensinavam ou melhoravam as primeiras letras. — 89 ---- Em 1678 foi nomeado o primeiro vigário de Sorocaba, pelo menos o primeiro de que ficou notícia e a igreja do futuro convento deixou de ser de Nossa Senhora da Ponte. Os Padres começaram a construir as celas e a melhorar a igreja. Em 1695 frei Frutuoso da Conceição com dois padres, frei Leandro do Calvário e frei Antônio de Santa Maria já moravam na parte que o primeiro conseguiu terminar. Nova visita do Provincial coincidiu com o estrago prómovido pela Câmara no patrimônio. Êle resolveu que os três padres abandonassem igreja e convento; as terras e as 34 almas (índios administrados) e as entregassem a depósito ao juiz de órfãos. Eira Braz Domingues Vidigal que, ao receber a 8 de abril a comunicação, imediatamente fêz redigir pelo escrivão Gregório de la Penha uma intimação a frei Frutuoso, para que não saísesm. Como juiz ordinário, fêz passar um bando pelas ruas, a toque de caixa, que sob pena de multa de quatro mil réis e quarenta dias de cadeia, ninguém emprestasse cavalos ou ajudasse os padres na viagem. Foi um alvorôço no lugarejo. Trinta e seis \\\\\\\"homens bens\\\\\\\" que tinham sido vereadores e juízes, bateram à porta do Procurador, para que convocasse o povo — o zé povinho que não assinava nem votava —, mas seguia os \\\\\\\"nobres\\\\\\\" — a irem a São Bento armados! \\\\\\\"Meu Deus! — se fôr assim, temos excomunhão pela certa! Não, não convocarei o povo\\\\\\\". Então foram ao juiz ordinário, André, Domingues Vidigal, para que convocasse vereadores e povo. Era o capitão Miguel Garcia Lumbria, chefe militar das ordenanças. E como o pai dêste, capitão-mor Martim Garcia Lumbria, da capitania de Martim Afonso sediada em Itanhaém, estivesse presente, levaram-no e um soldado tocando a caixa surda. Alguém lembrou que excomunhão não era brinquedo, e buscassem o vigário. O padre Antônio Carvalho acedeu. Aí o juiz Vidigal cedeu, mas fazendo um auto pelo escrivão, para livrar-se de futuras responsabilidades perante a Igreja e o Rei. Com isto fêz-se noite, os Padres já se achavam recolhidos e assustaram-se com a bulha e as pancadas. Desceram, compreende-se, à pressa, e abriram. Que quereis? perguntaram. Matar-vos, se persistirdes em abandonar-nos. Não é preciso isso, não iremos mais. Então jurai! Pelo nosso santo patriarca São Bento! — 90 — O diálogo resumido foi dirigido pelo juiz e o capitão-mor, e, enfim, pelo próprio vigário Carvalho, que ameaçou \\\\\\\"despresar a sua paroquice\\\\\\\", isto é, ir-se também, se os monjes deixassem Sorocaba. E tudo acabou em paz, localmente, mas o Visitador dêles era teimoso e não cedeu. Em julho apareceu em visita pastoral o Visitador Eclesiástico, da parte do Prelado do Rio, e concordou com a saída, talvez absolvendoos do juramento dado em tão críticas circunstâncias, com as armas aos peitos. Não se sabe como saíram, mas voltaram logo. Em 1706 outro capitão-mor presente em Câmara concorda em que esta tome ao convento o mato de Supirirí e invadiram de nôvo a doação de Baltazar junto ao rio Sorocaba, formando assim o rocio da vila, para aforar. Sob pretexto de que os Padres não tinham dado as aulas do contrato, e às vê- zes ficava um só dêles feitorizando a lavoura, enquanto o hospício, têrmo que indica conventinho, não progredia. Estava, pois, incompleto. Mas isto era repetição de um ato da Câmara de 1687 e a de 1688 repusera os Padres na posse. Já agora, o presidente (prior) frei Antônio de Santa Maria, vai à alçada superior, e obtém do desembargador João Saraiva de Carvalho, em Santos, a 1.º de março de 1709 a anulação do ato da Câmara que, pelo costume do tempo, foi ao Supirirí (praça da Bandeira, hoje) dar a posse ao nosso monge, que jogou terra ao ar, quebrou um ramo e gritou: \\\\\\\"Tomo posse das terras da Religião (Ordem) de São Bento haja quem me venha ao contrário!\\\\\\\" Ninguém lhe foi . Era a 13 de julho de 1709. O povo é que glozava. Fôro aos Padres convinha-lhe mais. Era o capão de mato e o campo contíguo, todo o vale esquerdo do Supirirí até a atual avenida Ademar de Barros. Mas a Câmara continuou a desconhecer os direitos do mosteiro, recebendo as reclamações dos presidentes frei Pedro de Jesus Maria em 1713, que dois anos depois, aproveitando a presença do Ouvidor e Corregedor Simão de Toledo Piza, obteve nova vitória. Éste juiz não era bacharel. Disse que o convento podia até vender as terras. E não era êsse o espírito da doação, feita para povoar e não para vender a homens ricos. Frei Frutuoso, que saira, tornou e ficou por aqui, terminando a obra do convento, mas no fim do século havia reformas na igreja. — 91 Em 1728, a 2 de julho, realizou-se entre o Convento e a Câmara uma composição, desanuviando-se os horizontes. Uma reclamação dos Padres a 3 de fevereiro fôra para o limbo. Aproveitavam , nova presença de um ouvidor na Câmara em correição, o desembargador Francisco Galvão da Fonseca e se compuseram: do cunhal a nascente do mosteiro, uma linha se tirava até a santa cruz (a primeira que houve) e daí em ângulo para a olaria de Pedro Domingues (avenida Com. Pereira Iná- cio) até o ribeirão do Moinho (hoje Lajeado) e pelo ribeirão abaixo até o rio. Tudo o que ficasse à direita era do convento, à esquerda, da Câmara. Outra linha, do cercado do convento, a ocidente, ia procurar a estrada do Paranapanema (rua da Penha, que não chegava até o alto). A esquerda, do convento, à direita, da Câmara. O mato do Supirirí ficava para a vila. Os moradores podiam tirar lenha para o seu fogo nos matos dos Padres. Quando as aulas prometidas é certo que foram começadas em algum ano anterior a 1728 e continuaram até 1805, sendo o último professor frei Vicente Ferreira do Rosário. Os homens brancos eram alfabetizados por mestres particulares. Suas mulheres, os índios e escravos não aprendiam a ler. De 1679 em diante a matriz de Nossa Senhora da Ponte teve vigário (documentado) e talvez antes. Tinha capela-mor com retábulo sem dourar, soalho e fôrro, sacristia forrada e assoalhada, na qual se viam uma tela de São Pedro com as chaves e uma de São Domingos ou do Rosário, que saía no primeiro domingo do mês à rua com o povo cantando o têrço. Encostados à parede do arco cruzeiro se viam os altares laterais do Rosário e de São Miguel. Nas paredes laterais, cêrca de 17A0 o altar da Conceição com \\\\\\\'arco embutido, em 1727 o de Santa Rita, feito por 50 mil réis por Bernardo Antunes Rolim de Moura para o vigário pe. Pedro Domingues Pais, sorocabano, e que o financiou. Bancos com as pernas enterradas no chão sem assoalho. Telha vã. Pia de batizar. Côro alto junto à porta principal. Duas portas travessas. Sineira e não tôrre, talvez no frontispício. No adro enterravam-se escravos. Dentro, os de mais recursos. No presbitério, o clero. Sob o arco e logo abaixo, os importantes, como os Maciéis. De São Bento era o outro jazigo. Havia festas de Nossa Senhora da Ponte, do Divino e Semana Santa. Em 1689 houve música e o festeiro foi o bandeirante Tomás Moreira Cabral. Nos enterros também. Música do mestre-de-capela, isto é, a música instrumental e de canto era — 92 — só para a igreja. Podendo, o mestre-de-capela fazia cantar e acompanhar três mementos (nome popular do Libera me) na rua, antes da sepultura. Não havia lage nem letreiro. Socavase a terra para igualar o solo. As irmandades tinham \\\\\\\"tumba\\\\\\\" própria, isto é, esquife aberto e o defunto, revestido de sua opa ou dos hábitos de São Bento, do Carmo e de São Francisco, descia à cova sem caixão. Da roça o morto vinha em rêde. Só pelo fim do século aparece o caixão próprio para alguns. A cêra (vela) da terra alternava com a do Reino, nas cerimônias . A igreja de Santo Antônio primitiva foi fundada no alto da rua da Penha por Antônio Ribeiro Garcia cêrca de 1690 e tinha sacristia atrás do altar; sem arco cruzeiro; um arco de tribuna; havia o altar lateral a São Vicente Ferreira (imagem depositada hoje no Seminário). A irmandade tinha compromisso aprovado por Dom frei Guadalupe, bispo do Rio e a Capela era sem ferro e sem ladrilho. A capela de Nossa Senhora del Pópulo foi fundada cêrca de 1679 pelo primeiro Pascoal Moreira Cabral na sua fazenda de Itapeva. Tinha um patrimônio pequeno em terras e índios, proibidos êstes de serem enviados a caçar outros. Havia cemitério contíguo e dentro. Hoje há só as ruínas de um metro de alto e as imagens lindas estão guardadas num quarto na propriedade da S. A. Votorantim. A capela da Conceição do Rio Abaixo (outro lado do Araçoiaba) teve provisão em 7 de janeiro de 1721. Construída pelo fazendeiro Francisco Pais de Almeida. Havia os altares laterais a Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião. (Continua). ALUÍSIO DE ALMEIDA Do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba.
incluir historia do tropeirismo.
TROPEIRO, TROPEIRISMO, MASCATE.
Tropeiro foi uma atividade mundial e brasileira do passado, apesar de ainda subsistir em alguns recantos do Brasil.
Como o nome diz, tropeiro tem a ver com tropas, e tropas tem a ver com cavalos, burros e mulas, além de carro de boi carregando o Tropeiro e as cargas, que são mercadorias de subsistência alimentar ou de utilidades domesticas inclusive para vestimentas, roupas, e eram comum a negociação dos tecidos em peças como se fosse no atacado com muitos metros de comprimento por uma largura em torno de 1,40 mts, era chamados de “fazendas” de diversas estampas e tecidos como sedas, algodão e outros.
Sobre os cavalos se transportava de tudo, em acessório chamados “jacas” confeccionados com um tipo de bambu (tabocas), em broacas de couros ou panos, onde se transportavam de animais vivos, como animais já mortos e pré divididos em metades ou quartos como porcos, galinhas, perus e muitos outros tipos de animais ou até caças.
As vezes os animais eram tangidos, tocados, atrelados, amarrados um ao outro para não fugir, ou mesmo soltos, era normal tangir como boiada, tropas de cavalos, porcos, perus, patos muitas vezes.
Todos os tropeiros começaram sozinhos, ou como ajudantes, comeram pequenos e muitos se tornaram os grandes empresários da época, são como os mercadores nômades do deserto do oriente médio ou de qualquer outro lugar do mundo.
Os Tropeiros Levavam frutas, ovos, viveres em geral, do sertão, da roça para as periferias, centro de cidades ou mercados e após venderem, faziam compras para levarem de volta, sob encomenda ou para venderem nos sertões, currutelas (aldeias) vilarejos, como tecidos, louças, alumínios(panelas), etc. eeram, pportanto, pequenosou grandes mercadores de diversos itens, eram verdadeiras casa de ferragem ambulantes, moveis. Casas de ferragens eram lojas que vendiam de tudo além de ferramentas, vendia tecidos, roupas, utilidades domesticas em geral.
Os tropeiros em começo de atividades eram pequenos coletores de produtos, como frutas dos sertões, ovos e viveres domésticos ou de caças para levar para as pequenas cidades.
Se olharmos no tempo passado em 1800 a província de São Paulo era a Sesmaria com 200 léguas de frente para o mar de frente para o mar entre rio de janeiro de Paranaguá até o sertão infinito e continha apenas de 13 a 15 pequenas cidades entre elas Santos, São Paulo, Jundiaí, Atibaia, Bragança Paulista, Sorocaba, Cuiabá, Curitiba, e mais alguma com menos importância e ia do litoral paulista até o Uruguai, e como dito até o sertão infinito como até o amazonas.
No começo dos tempos essas grandes viagens eram verdadeiras e grandes comitivas para enfrentar os perigos do sertão, como índios selvagens, ou quilombolas (escravos fugitivos) e eram feitos por Capitães do mato, que viajavam em grupos as vezes até de três mil pessoas, maiores que as cidades em que passavam, nestes tempos se denominam “BANDEIRANTES”, que faziam as entradas e bandeiras, ingressavam nos sertões e cravavam bandeiras de donos ou pioneiros nos lugares que chegavam como pioneiros, pela primeira vez. Estes capitães do mato tinham estrutura de índios caçadores e transportavam alguns itens de sobrevivência, além de plantarem alguns cereais como milho e mandioca na ida para colherem da volta, porque algumas destas comitivas, levavam até dois anos para regressarem como as viagens para Cuiabá que levava mais de dois anos para ao regresso.
Como dito, estes tropeiros acabavam acumulando conhecimento e muitos com vocação para a mercancia, verdadeiros mascates acabavam se enriquecendo com estas atividades, tornado com o tempo verdadeiros latifundiários, e no tempo do império com o capital adquirido, tornavam pessoas importantes em comunidades, e passavam a ocupar cargos de destaques, chegando a coronéis que eram cargos de (Vereador presidente da câmara (administrador das vilas), acumulando os cargos de Juiz ordinário, juiz de paz, e coletor de tributos para o império, direito que eram lhes vendido pela Coroa Portuguesa por uma valor pré-combinado e por preço certo parcelados durante o ano.
No tempo mais contemporâneo de minha vida conheci muitos deles e ainda conheço, tendo inclusive eu mesmo participado destas atividades de coletores de produtos da roça para vender no mercado de Bragança Paulista, como frango caipira, ovos, banana, laranja, mamão, figo da índia que tinha na casa de meu avô e levava de volta alguma encomendas, embora pra mim foi por pouco tempo, mas meu pai, irmão mais novo dos oito filhos aprendeu com seu irmão mais novo Quinzinho do Frosino (Joaqum Domingues de Faria) que iniciou estas atividades na família, e mesmo após o falecimento deste em 1952 continuou com a atividade inclusive ensinando muitos da família e muitos dos conterrâneos do Bairro, inclusive os filhos e netos de fazendeiros da região. Fui um vendedor de ovo e frango na rua, levando este último em uma vara nas costas, 2, 4, 6 e até 8, apesar da idade, sempre metade na frente e metade atrás do ombro em uma vara.
Muitos contam até hoje estas histórias de como isto tudo começou, com o Tio Quinzinho e como isto perseverou por dezenas e dezenas de ano esta atividade na família, tendo participado disto na continuidade após a morte do tio quinzinho os filhos deles com meu pai: Zezinho, Dinho, estas atividades acabaram indo para outros como Sebastião Pinto, Ernesto Bino, seu filho Orlando Bino, que até hoje com 88 anos ainda faz alguma atividade desta agora com seu fusca verde da década de 70.
Interessante que as notícias, ou histórias de acordo com sua importância eram decoradas em versos ou modas (modas de viola), para serem repetidas em reuniões ou festas nas redondezas, de onde surgiram as duplas ou trios de violeiros, onde da casa de meu pai tinha diversas duplas de cantadores, como zé frosino, João frozino, quinzinho frozino, bastião frozino, os quatros filhos cantadores, que formam duplas com o cunhado Dito do candico e ai já com os netos de meu avô, Toninho do Candico, os filhos do Tio Quinzinho: Zezinho, Dinho, Gomildes, Luiz Faria que canta muito até hoje, alguns outros primos que também cantaram como Toninho Vitório, os primos Batista de Souza, Bastião Batista, Nê Batista que inclusiva fabricava as violas, e ai fazendo fama na família Roque Navegante, cantador de todo os dias, com shows em Bragança e Região até hoje; transmitindo aos bisnetos estas vocações como Mark Faria, e até Bruno Bueno sexta geração, que além de outras atividades tem sua renda como musico profissional em sanfona e outros instrumentos. Com certeza esqueci de muitos outros cantadores da Familia, é certo que ninguém ficou rico cantando, mas muitas histórias foram registradas em verso, prosas e cantigas pela família de meus parentes, que ainda estão presentes no dia a dia presente.
Nesta época de 1800: - Atibaia tinha 13 mil habitantes, Bragança 11 mil e são Paulo em torno de 19 mil habitantes, já em 1900 não era muito diferente para Atibaia que não tinha dobrado de tamanho, Bragança tinha crescido um pouco mais, mas também em torno de 20 mil, enquanto são Paulo, já era uma Bragança Paulista de 2019, ou seja, em torno de 150 a 180 mil habitantes.
Todo o comercio até então eram feitos por tropeiros, os mercadores de camelos no oriente médio ou qualquer outro local do mundo, tudo era a cavalo, burros/mulas, as vezes com carros de bois com o volume de mercadoria eram maiores ou mais pesados. E quando em carros de bois normalmente o condutor andam a pé ao lado de uma junta de dois bois, ou duas juntas, ou três juntas, ou até mais, embora para junta de bois já se exigia um arremedo de estradas, contudo houve época, que as estradas eram feitas na frente dos carros de bois com machados e facões para que o carro pudesse passar.
O Tropeiro sempre teve presente em toda a história e progresso do pais, e estes comerciantes ou ajudantes de tropeiros tinham nestas viagens e mercancias uma escola de vida e aculturamento, que faziam deles além de mercadores portadores de notícias, verdadeiros jornalistas, correios, contadores de histórias de outros lugares além das mercadorias que transportavam e com isto se transformavam em grande conhecedores de fatos e notícias, tornando detentores de conhecimento, se aprimorando em suas atividades de mercancias e com isto cresciam economicamente, passando a comprar terras nos sertões e nas cidades, tornando alguns grandes empresários.
Entre eles alguns mais especializados como os vendedores de fumos ou fumeiros, como meu avô Ernesto Ferreira da Silva que no período antes guerra de 45 vindo do Bairro de Anhumas morou em Bragança Paulistas, e além de comerciante no pátio da estação de trens do Lavapés como Bar e pensão Rosito e pensão Brasil, ainda viajou o estado de São Paulo vendendo fumos nas mais distantes localidades, como muitos outros que fizeram desta a atividade do dia a dia, começando com cavalos e multas, depois com carro, caminhonete, caminhão, como dito em uma conversa recente com uma amigo Rubens, que em sua juventude exerceu esta atividade, tendo já na década de 60/70 viajado de avião para alagoas no nordeste e comprado uma carreta de fumo em corda para vender e distribuir no inteiro de São Paulo em um prazo de dois a três meses.
Os tropeiros modernos, cacheiros viajantes percorrem hoje grandes distâncias em estradas asfaltada de carros, caminhonetes, caminhões, onde hoje são transportadas bois, porcos, frangos, cereais, frutas, hortaliças.
Meu avô foi carpidor de café em seu pequeno sitio na serra do Pico em Anhumas, tendo seu avô, vindo de Minas da atual , mas seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos, espalharam pelo Brasil nas mais diversas atividades mercantis e profissionais, tendo eu mesmo talvez sendo uns dos primeiros a chegar a concluir uma faculdade de direito e tornar advogado, mas tivemos no passado a muitas gerações militares importantes como Capitão Diogo Domingues de Faria, que natural de São Paulo, mudou-se para Sorocaba e participou das entradas para Cuiabá, e tinha irmão Juiz Ordinário em Sorocaba.
Incluir sistema de vida dos ultimos 140 anos
A VIDA NA DIVISA SÃO PAULO MINAS GERAIS POR VOLTA DE 1921
Quero contar uma história de vida que se passou nos últimos 140 anos, na divisa São Paulo/Minas Gerais, um dos pontos mais altos da região Bragantina com altitude até de 1550 mts.
Era a era do nascimento de Bastião, filho caçula nascido em 1921, de um casal que se casaram em 1897, quando ele tinha dezessete e ela apenas doze anos, quando então tiveram 11 filhos, começando pela Primeira com nome de Anjo em 1899, antes da virada do século.
Como disse o caçula era Bastião e eram os idos de 1921 quando nasceu, alguns poderiam analisar hoje em 2023, passados mais de 100 anos desta história e neste local, onde viviam em uma casa embrenhada no meio da serra mais alta do Município Paulista, Município estes que após esta data se desmembrou em pelos outros 6 municípios.
Falando de Bastião, em 1921, sem fralda em uma casa de alvenaria e coberta de telhas de barros que tem quatro quartos, na verdade são apenas..................., medindo dois x dois e meio cada um, cabendo portando duas camas de solteiro ou uma cama de casal, com dois pregos na parede, para pendurar a roupa do dia a dia e outro para pendurar a roupa da reza do final de semana, portando não havia guarda-roupas, talvez no quarto do patriarca um baú para guardar alguma coisa mais importante.
Na cozinha um fogão de lenha com uma grande aba, para nos dias mais frios aquecer os pés das crianças ou dos patriarcas sentados em banquinhos, e foi em um destes banquinha que a matriarca que se casou com doze anos já com quase oitenta anos cochilou e caiu, lesionando e nunca mais andando até a morte em 1961.
A casa toda com chão tijolados, já era de tijolos Queimados, já não era mais de taipa, que era barro arrumado, contudo as partes, pelos menos da cozinha era caiada com barro chamado de saibro branco ou amarelinho e pelo menos uma vez por mês para esconder os picumãs das fumaças do fogão de lenha que cozinhava os alimentos do dia a dia.
Um pequeno sitio de quarenta hectares, cheio de pedras, pequenas e também grandes, com alguns lajeados, algumas tocas de pedras, uma delas muito grande do tamanho de uma casa, onde servia para guardar os feijões arrancados para esconder das chuvas e outros alimentos; nascentes tinha entre outras a principal do bairro Barrocão e de onde enxerga no horizonte distância onde nos dias limpos a vista pode alcançar, mais de cinquenta quilômetros, ou quase doze léguas, em 1921, era mais usual medir distância em léguas, hoje em 2023, deste local se avista a noite umas oito cidades pelo menos, devido a iluminação elétrica das mesmas cidades onde podem ser avistadas inclusive da estratosfera; contudo naquela época, mesmo nos dias limpos de chuva, nuvens, neblina, a noite nada podia se ver, uma vez que a energia elétrica ainda não iluminava nenhuma cidade deste pais, as mais ricas podia ter em seus centros alguma iluminação com lampiões de querosene.
Todo o sítio era muito íngreme, sendo que em poucos lugares no período da chuva conseguia as pessoas e os animais pararem de pé, viviam todos escorregando e caindo.
Mesmo durante o dia era impossível ver essas cidades pequenas, não havia prédios, a maioria das pequenas casas eram de madeiras sem pintura, cobertas com capim sapé, e isto para as casas melhores, poucas de alvenaria existiam.
Era época que a economia cafeeira ainda estava forte, antes da bancarrota de 1930, café este que tinha suas lavouras iniciada pelo rio de Janeiro, subindo pelo vale do Paraíba, e chegado já nessa região pelos anos 1800 trazendo o progresso do trem de ferro 1886, café este que iniciou nesta região no tempo dos bisa, ou tata avós do Bastião,
No início e ainda nesta época a serra teve a visita do machado de ferro com o qual as matas foram cortadas, transformada em carvão, e após o sistema “coivara”, queima do campo foram então plantado os cafezais, que levavam no ano sete carpas (capinação) , para então colher o fruto do ouro verde, que mantinha os proprietários no pequeno sitio anualmente para pagar as contas dos armazéns (uma vez por ano), toda a região era um mar de café, uma monocultura da época.
Hoje em dia quarenta hectares de terra mecanizável de cultura com equipamentos modernos produzem muita riqueza, mesmo que manejado por apenas um chefe de família, mas naquela época tinha que ter bastante filhos, para poder lavrar as terras, derrubando a mata, queimando o campo, plantando, feijão, milho, arroz, trigo, e café, este que era a colheita que se vendia para ir ao armazém trocar por outros alimentos, sal, etc. para então poder passar o ano, ou melhor pagar as contas de cadernetas no armazém, para poder continuar com o crédito de adquirir durante o ano que se seguia os alimentos necessários, como açúcar, quando não se fazia na propriedade, o sal que vinha de longe, alguns tecidos que eram chamados de fazenda, embora a maior partes de todas as roupas de toda a família eram costuradas de saco de açúcar ainda com as letras pintadas dos fabricantes, roupas estas que serviam para o trabalho diário e muitas vezes até para a reza na igreja do bairro nos domingos e dias santos. Em algumas casas com um pouco mais de recursos estes sacos de açúcar eram tingidos, para pós confeccionar as roupas.
Embora casa de alvenaria, embora grande não podemos esquecer que era uma grande família, aquela menina de doze anos, já logo após ano e pouco já tinha a primeira filha e quando chegou no Bastião vinte e dois anos depois, o caçula este era o número o onze, a maior parte todos trabalhando desde os cinco, seis, sete anos, e a partir dos dez com obrigações de tarefa, chamadas de salaminhos, medidos pelo patriarca todos os dias, uma para cada filho, de segunda a sábado, doze e meia por doze e meia (braças de 2,5 metros), onde só poderia ter direito a comida quem tirasse a sua tarefa e aqueles mais fracos às vezes contava com a ajuda de um ou outro irmão mais forte, para não criar problema no dia a dia daquelas roças.
Bastião o caçula era protegido não só pelos pais, como pelos irmãos mais velhos, principalmente pela primeira que tinha o nome de Anjo, que a esta altura já com vinte e dois anos já havia casada e já morava em outra roça de café e outros alimentos, já com seus filhos pequenos para cuidar, inclusive quando Bastião nasceu, sua irmã mais velha já possuía um ou dois filhos, pelo menos o filho Dalirio.
Os filhos iam se casando, e se arranjando em pequenas casas que iam na forma de mutirão se levantando em volta da casa principal, muitos dos filhos se casaram e se mudaram.
Havia sistema chamado de mutirões para tudo, onde os trabalhadores trocavam dias, se juntavam os familiares, mesmo casados vivendo fora da casa dos pais, e outros vizinhos e cada dia ou a cada semana iam trabalhar em uma propriedade, que servia de estímulo, uma família a outra, para conseguir viver com aquela vida dura, aquela labuta no meio da serra.
A enxada comia solto nas poucas terras que se encontrava no meio das pedrarias daquela serra, onde o enxadão era o arado na terra e com a força bruta do velhos e jovens que tinha no seu dia a dia a tarefa de doze e meia por doze e meia braça e para tanto antes do amanhecer do dia já estavam no eito, no talião começando a tarefa medida no dia anterior pelo patriarca e assim a semana toda, para ter o direito então de dar uma fugida no sábado à noite para as rezas e terços nas igrejas do bairro, ou nas casas, onde após rezar, sempre tinha uma função uma cantoria, eram muitos cantadores, chamados de folgazão, sempre com modas novas, contando alguma história ou fofocas dos amigos dos bairros ou então de história que tinham ouvidos que vinham de longe, dos navios europeus que traziam famílias para as lavoura de café, substituindo a mão de obra escrava, ou apenas acrescentava, história que vinham das pequenas cidades, as modas de viola eram as histórias contada de boca em boca das notícias atuais daquela época, e não faltava depois as sanfonas para aquecer os jovens e velhos com danças de salão, os chamados arrasta pés, e os chachados.
Como disse Bastião tinha sorte de ser o caçula e ser poupado por alguns anos a mais, e nunca teve outra roupa que não uma camisola de saco de açúcar, que só começou a ser substituída por outras roupas depois dos dez anos.
No meio daquela serra as modas de violas nos finais de semana corriam solto, logico que sempre depois das rezas, depois do terço completo, o patriarca era rezador, fosse a função em sua casa, ou nas vizinhanças do Bairro, ou até na capela. os rezados sempre o Patriarca presidia os cultos, para só então depois da reza liberar para as cantorias noticiosas, canta em forma de comédia ou drama, ou até em desafio onde as notícias todas do momento eram passadas para a comunidade, para então só depois começar o nheque nheque da sanfona para animar os arrasta-pés.
A morada do meio da serra tinha água corrente carreada para o monjolo, que para os serviços maiores como despolpar café para a venda ou para uso, ou moer o milho e fazer farinha, despolpar o arroz, tudo era socado nos pilões do monjolo, somente quando não tinha no estoque os alimentos passado pelo pilão do monjolo entrava em ação então o pequeno monjolo da casa, onde duas pessoas uma de cada lado descia e subia os paus com duas mãos para tirar a casca do arroz, do café, e até do amendoim, quando não servia ainda para fazer as paçocas de amendoim com farinha de milho e açúcar, e ainda alguma paçoca de carne com farinha de milho, onde um pouco de gordura, e pouca carne com um pouco de sal, fazia então uma merenda fabulosa para a primeira alimentação antes do sol, no eito já suado pelo esforço de tirar a tarefa, passar o dia nos meios da tarde quando do fim das tarefas, para voltar para casa para descansar para o dia seguinte.
O dia sempre começava antes das cinco, muitas vezes lá pelas quatro já estava nos eitos começando as tarefas, e então para o descanso a noite não tinha lógico TV, nem rádio, então antes do escurecer, todos já estavam aninhados nos colchões de palhas que eram fofeados semanalmente para se deitar no dia a dia.
A base das camas chamadas de catre recebia os colchões para o aninhamento da família.
Nunca tiveram banheiros, nem dentro nem fora de casa em toda a vida, e olha que o patriarca deste sitio do meio da serra nasceu lá em 1880 e faleceu lá com 87 anos em 1967, mas sempre foi detrás da moita, e dentro da casa sempre o pinico esmaltado de branco.
O costume higiênico era lavar os pés todos os dias pra dormir numa grande bacia de alumínio ou zinco, onde a filharada fazia fila para o asseio, e os banhos corporais eram na bica ou riacho em dias especiais uma vez por semana.
Logo em seguida, ainda menino Bastião viu os soldados da revolução de 1932, chegando naquela serra da divisa e usufruindo os soldados esfomeados dos alimentos e animais da propriedade, consumindo o pouco que tinham produzido com muita luta.
Eram bombas, tiros, e Bastião moleque ainda com onze anos, sempre contava dos aviões que por lá passava que faziam todos correr para esconder nas tocas de pedras com receio de jogar bombas neles aqui embaixo.
Governo novo, revolução, logo pouco tempo depois veio a guerra mundial, e mesmos eles que viviam no meio da serra, todos analfabetos, com exceção do patriarca que sabia ler um pouco da bíblia e de uns livrinhos de reza, a criançada cresceu sem saber escrever, pois trabalhar era mais importante, todos depois aprenderam assinar o nome, até fazer algumas contas, mas nunca nenhum deles foram a uma escola.
Os filhos não tiveram esta oportunidade, mas os netos já tiveram uma menina professora que ia uma vez por semana ensinar o grupo de netos e assim foi por um pouco mais de seis meses, que esta menina viajava mais de uma légua a pé, para poder transmitir um pouco de conhecimento de leitura e para que estes netos então pelos menos assinassem o nome, quando fossem maiores.
Os cafezais após a bancarrota de 1930, e depois veio a guerra a região dos cafezais se tornaram economicamente inviável a labuta, então começou a debandada total daquelas pessoas e família, migrando para a cidade, como havia o trem de ferro em direção a Jundiaí, e para lá que a maioria se instalou nas periferias, para trabalhar de bóia fria, olarias e qualquer serviço que garantisse a merenda. 06.02.2024
Incluir a vida de Bastião Frozino
BASTIÃO FROSINO, Catireiro, braganhador, bricks, roleiro, peão, amansador de cavalo, boi e gente, arador de terra com boiada, fazedor de caixão defunto, plantava roça semeando jogado com as mãos, dizia que em terra boa os frutos virão mesmo que desorganizado e vinha, barbeiro, trançador, violeiros dos bãos, alegre, com risadas altas e gostosas, alegrava qualquer ambiente, inteligência rara nos projetos do dia a dia, era analfabeto, não sabia escrever, mas sabia fazer conta como poucos, foi barbeiro de muita gente nova e velha, foi pedreiro inclusive a pedido de Pe Aldo nas casas da Penha nos domingos, não usa plumo nem nível tinha uma visão boa de equilíbrio, trouxe muitos cavalos garimpados das montanhas de monte verde, vendeu muito cavalo pro frigorífico de Bragança, difícil encontrar quem não gostou, fácil encontrar quem gostou, que foi beneficiado pela sua companhia e vida, deixou bons rastro por onde passou, e muitos ensinamentos das lidas em que participava.
Contava que uma vez levou um cavalo velho para barganhar com uma potra com um vizinho no pico, chegando lá provocou o vizinho e este falou trocar eu não quero não, vendo por duzentos, pra trocar quero 400 de volta; disse ele então fica trocado, não vou levar o cavalo velho, pode ficar pra você cuidar dele pra mim. Contava que foi comprar um gadinho nos Godoi e após comprar umas 12 rezes do morador de lá, sempre fiado como fazia naquela época, saindo com o gado, o vizinho e irmão do vendedor provocou para ele vender o gado, pediu uns 30% de lucro e o irmão do vendedor disse quero comprar pode deixar aqui então; e isto na frente do irmão Vendedor; em seguida os irmãos começaram a rir dizendo, vem o Bastãozinho la´de anhumas aqui, e leva um lucro de 30% neste negócio e nós aqui irmãos e vizinho somos tontos mesmos por não conversar.
Pra ouvir boas precisam ouvir o Dinho e o Silvinho do Alcides Dias contarem, o João Hermenegildo tem boas, pessoas que conviveram bastante com ele, que este ano estaria fazendo 96 anos, e já nos deixou a 17 fazendo falta para muitos, apesar de seus últimos 4 anos serem muito difícil. O fim é feio. 10.10.2017.
PAI 100 ANOS, BASTIÃO FROZINO (SEBASTIÃO DOMINGUES DE FARIA 1921/+2000).
Nascido em Anhumas, no meio da serra do pico (pico de Jorge Adão), filho caçula de Leopoldina Maria de Jesus (casada com 12 anos e com 8 filhos anteriores, falecida em 1962), casada com Euflosino Domingues de Faria (casado com 17 anos, cafeicultor em um sitio de 16 alqueires no meio da serra do Pico, rezador, curador e provavelmente nem sempre foi assim, mas foi assim que ele terminou sua vida em 1966).
Foi assim que nasceu Bastião Frozino em 01/01/1921, já no meio de alguns sobrinhos mais velhos de sua irmã Angelina, casada com o Tio João Dias Pereira (conhecido como João Dias, rezador, que depois de viúvo viveu muitos anos com capelão na Igreja de Sta Terezinha em Bragança Paulista-SP, morando na casa paroquial com Pe Aldo e Pe Donato e outros padres que por lá passaram).
Nasceu em uma época em uma casa no meio da serra, como dito com algumas irmãs já casadas, mas todos morando no mesmo sitio com casebres próximos uma das outras e, portanto, toda a família muito perto e onde todos os pequenos conviviam.
Nesta época pela própria pobreza, os tecidos eram parcos e a utilização de saco de açúcar era comum como único tecido para as confecções de roupas de toda a comunidade familiar, e os meninos com idade de até 14, usavam camisolas de saco de açúcar com confecção rustica, era só fazer 3 buracos no saco, para a cabeça e para os braços e a roupa estaria feita.
Os guarda roupas ainda me lembro que nos quartos (........), só haviam 2 pregos, onde se pendurava a roupa de missa e no dia a dia a roupa de trabalho.
Temos que citar, que nunca houve como existe atualmente, wc, banheiro dentro da casa e no caso de meus avós, também nunca tiveram fora da casa, onde os pinicos eram o lugar de se desbeber e descomer( se esvaziar) e o resultado eram sempre jogados nos chiqueiros de porcos para alimentação dos mesmos, este eram os ambientes em que nasceu em 01/01/1921 Bastião Frozino, cuja vida familiar nunca mudou, tenho sua mãe e seu pai, lá falecido em 1962 e 1966 respectivamente levando o mesmo tipo de vida sustentável, vivendo da galinha, porcos, hortas e basicamente com sal comprado no armazém para pagar de ano em ano com a colheita de café, isto é, enquanto pode pagar de ano em ano, pois no final de sua vida não pode mais pagar as contas no armazém de sua filha Joana e teve sua conta “cortada” (seus suprimentos suspensos as vendas por falta de pagamento), e foi assim que no final da década de 50, Bastião Frozino encontrou seus pais em uma visita na casa do meio da serra chorando pela incapacidade de poder continuar comprando suprimento, comida, tendo então resolvido com a Irmão Joana os pagamentos dos débitos anteriores e combinado a continuidade de fornecimento dos suprimentos que fossem necessários e pedidos pelos pais dela, que ela não ficaria sem receber, pois ele e os irmãos garantiriam os pagamentos do que fossem fornecidos.
Bastião Flozino como caçula de uma grande família, foi mimado, adulado e cresceu junto com muitos sobrinhos, tinha irmãs Angelina, Jona, Antonia, Tereza e irmãos João, Joaquim (quinzinho), José e a esta altura da história já com alguns cunhados e cunhadas dos irmãos mais velhos, não podemos esquecer que nesta época, as crianças iram crescendo para se casar e começara nova família.
É certo que apesar do pai deles não serem comerciante, cantadô (violeiro), Quinzinho aprendeu ambas as artes e passou então a ensinar os demais irmãos que além de comerciantes nas horas de folga após tirar a tarefa (salaminho) de 12 braças (2 ms) por 12 braças em torno de 780 m2, tinha então a liberdade de poder fazer outras coisas, como sair para barganhar, cantar e outras coisas e assim eram pela semana de 6 dias, e então com a influência dos irmãos e do conhecimento fora da propriedade e dos cunhados que tinham chegados havia no local muitas cantorias, pois formavam pelo menos 4 duplas de violeiros naquele sitio entre irmãos e cunhado Benedito Maciel Leme(Tio Dito(também rezador, lavador de defunto, arador de terra com enxadão, que mudou para Jundiaí (logo após a guerra 45 e começo década 1950), mais ou menos ou junto com o pai dele, meu bisavô(Candido Maciel Leme(vô Candico), da Tia Maria).
Assim Bastião Flozino se tornou barganhador, comerciante, padeiro (pessoas que levavam pão e trocava por galinhas, patos, peru ou qualquer outra coisa que havia na propriedade visitada, mesmas frutas, tudo que pudesse ser levado para casa para uso e ou para o mercado na vila ou cidade mais perto) e com certeza “folgazão) cantador, violeiro. É certo que não havia rádio e todas as comunicações eram levadas de boca em boca e, portanto, todos eram compositores e isto quer dizer que compunham a vida que viviam em suas caminhadas como “padeiros” e a comunicação ou o jornal comunicativo que levava as notícias eram então as modas composta e cantada pelos Domingues de Faria e outros cantadores da região ou do Brasil, essas eram uma das formas de contar história, compondo e cantando nas reuniões que se fazia, nas festas religiosas.
A capacidade de composição e as histórias eram testadas e estimuladas a ser cantadas em competições que se fazia nas reuniões que se formava em festas e não podemos esquecer que como o trabalho era muito, as rezas e reuniões com certeza também eram muitas e as cantorias faziam parte importantes então destas reuniões que quase sempre eram acompanhadas por danças que se prolongava, mas isto só era possível nos finais de semanas e (dias santos, esses eram muitos e nestes dias não se trabalhava para respeitar os santos).
O Caçula Bastião Frozino foi privilegiado a começar a cumprir as tarefa de carpir o “salaminho de 12x12”, tendo só sendo exigido dele este compromisso aos 14, enquanto outros irmãos mais velhos começaram muito mais cedo, como aliás é comum na roça as mães levarem os filhos desde o “coero” em cestas que eram sombreadas sob os pés de cafés, os filhos tão logo pudessem fazer qualquer esforço, também começavam a trabalhar, pois era lá em baixo dos pés de café que cresciam então a brincadeira era carpir desde que pude empunhar uma enxada que ganhavam de presente desde a mais tenra idade, sendo que as enxadas que ganhavam eram aquelas que seus pais já tinha gastado o ferro das mesmas tendo deixado elas pequenas, assim serviam para dar de presente aos filhos pequenos para não pesarem em seus pequenos punhos.
O sitio era pequeno e a família crescendo e a nova capacitação de barganhador faziam cada vez mais que os homens e meninos saíssem depois da tarefa e nos dias santos para a busca de negócio fora da propriedade e com esta nova capacitação trazerem recursos extra para a vida da propriedade. Estas saídas também eram motivadas para as rezas, missas, festas e cantorias logicamente.
Com o mimo que Bastião frozino recebeu e as novas capacitações além da enxada, virou folgazão nas festas das redondezas e vilas, distritos e cidades e o casamentos que para todos foi cedo, pra ele se tornou muito tarde, tendo ficado para tio até os 33 (idade de cristo), quando então entre outras opções não deu certo, namorou e casou com uma moça do Bairro que tinha virada cidadã urbana no centro de Bragança Paulista-SP em um perito de muito movimento desta metrópole regional com duas estações de trens dentro do perímetro Urbano, lava-pés e Taboão, além de várias outras dentro do próprio Município como bairro do Tanque (divisa de Atibaia) e no rumo de Anhumas onde ela tinha nascido e criada, Curitibanos, Guaripocaba e Vargem (pequeno distrito).
Ela com 27, também já ficado para titia na época em que todas as mocinhas casavam cedo e assim foi que a cidadã urbana, foi morar na serra do pico em uma casinha onde a mobília foi feita a mão com fogão de barro, cama de “furkia” de arvores com travessões de pau roliço, trado de cipó e colchão de palha, com certeza fechado com restos de saco de açúcar.
Foi por pouco a morada da serra da tia prendada do centro urbano, sim era prendada em costura, quitutes e cozinha em geral, devendo ter deixado naquelas paragens conhecimentos muitos, mas pouco mais de ano de serra mudaram para um sobradão da família dela no pátio da Igreja de são Benedito no Bairro e começaram a exemplo do pai dela um negocio de armazém que durou um ano, quando a família que morava em Jundiá resolveram voltar para o uso da propriedade, foi quando então Bastião Frozino adquiriu a casa abandonada e o pequeno sitio do meu Bisavô (comigo até hoje); isto na época do meu nascimento em 1954 e onde vivemos até com a luta e esforço de minha mãe em 1964, eu já com 10 anos mudamos para o Bairro do Jardim recreio (periferia de Bragança, no meio de um “calipá”), mas durante estes 10 anos de sitio, além do exercício de suas prendagens de costureira que lhe rendia alguma recurso, tinha as tarefas de casa e o cuidado do retiro do leite.
Bastião Frozino que hora comemora o Centenário, e que já nos deixou a 20 anos, no ano 2000, além das capacitações do início de vida na serra onde nasceu e foi criado, muitas outras foi adquirindo como trançar couro, curtir couro, fazendo arreios, cabrestos, cabeceiras, consertando arreio pra si e para o baixo, domar cavalos, cuidar de gado, negociar quase tudo, cortar cabelo e barbas embora estas de maneira não profissional, carpintaria que lhe proporcionou o encargo de fazedor de caixão (para enterrar os defuntos do bairro), que seu cunhado Dito lavava e vestia para os enterros que antes eram levados em lençóis.
Era ainda amansador de bois de carros/arados, carreador e arador de terras com bois, atividade que para a preparação de bois para estas atividades levam anos, muitos pensando que os bois já nasceram para isto, mas na verdade levam diversos anos para se tornarem mestres, após muitas dedicações.
Bastião Frozino (nascido 01/01/1921, + 2000 com 80 anos) e Maria Ferreira de Faria (+88 com 62) tiveram 4 filhas que cresceram, Maria do Carmo (+ 06/07/20165 com 63), Euflosino (66), Marli (64) e Izolina (58), com diversos netos e bisnetos.
Teve uma vida simples, alfabetizado por Tia Quita, professora domiciliar que visitava o sitio para alfabetizar quem lá precisasse, foi quem por menos de 6 meses lhe deu alguma noção de escrita e aritmética que muito lhe serviu na vida, tornando-se medidor de terra com corrente e corda, além das braças que lhes mediam as tarefas de seu período na casa paterna, servia ainda para fazer contas para os vizinhos que não tinham estas habilidades, para os negócios que fazia no dia a dia.
Como dito, foi carpinteiro, preparando as madeiras de o corte da arvore, a serra da mesma em vigas, tabuas usando “trançador”, serra onde duas pessoas operam um embaixo e outro em cima das toras, um puxando para cima e outro puxando para baixo para serrar (cortando as toras de madeiras).
Foi carvoeiro, cortando arvores e cozinhando suas madeiras em fornos barroteados (provisório) na serra do pico.
Foi pedreiro, fazendo muitas casas de pau a pique, barroteadas, cobertas de sapé (produto que era rico o bairro até pouco tempo), bem como de tijolos, onde foi fazer de tijolos em toda a parte de sua produção, inclusive empresário (dono do olaria quando eu tinha 7 e ajudava a fazer tijolos), tendo feito já no bairro alguma coisa no ramo de construção de casa, mas foi em 1964, que construiu sua primeira casa no Bairro do Jardim Recreio, em Bragança Paulista-SP, com minha ajuda de 10 anos, onde ficamos hospedado em um casinha de 1 cômodo alugado do Picareli, onde dormíamos em um colchão no chão e queimávamos lada em uma “turva”, onde a principal comida era macarrão cozido no dia a dia, macarrão que era comprada a granel, como resto de fábrica (macarrão quebrado e juntado de vários tipos) e eu lá estava ajudando ele construir esta primeira casa em Bragança Pta, pois era e minhas irmãs eram a causa de ele ter cedido na mudança da minha mãe para trazer os filhos estudarem.
Depois destas primeiras, continuou suas atividades na roça (sitio de anhumas), onde ficava a semana e vinha para casa da família aos finais de semana a cavalo ou de charrete; mas em 1973, isto mudou com minha irmã Maria do Carmo tendo arrumado casamento em Jundiaí, e para lá foi adquirir um pequeno lote na vila Didi, na Agapeama, para construir 2 cômodos e banheiro para minha irmã morar sem pagamento de aluguel.
Foi no termino desta construção que foi assediada por uma compradora de barraco, que lógico não estava à venda, mas com o bom tino de comercio se ofereceu para reproduzir o imóvel no terreno vizinho que estava a venda e vendeu a sua primeira casa na planta usando a casa feita pela minha irmão como (apartamento decorado), e foi assim que comprou o lote vizinho, já vendida a prazo para aquela compradora e terminando da minha irmão já começou e terminou a construção vizinha vendida e mesmo antes de terminar já tinha embrenhado em outra compra e outra venda de casa na planta.
Nestas atividades em Jundiaí, que se espalhou por Várzea Pta (ainda distrito), Campo Limpo(ainda distrito), foi muito importante a Irmão Maria e o marido Dito, mas ainda importante o seu sobrinho filho deles, Toninho (auxiliar de químico na Iliqueiroz de Várzea Pta, onde trabalhou por mais de 40 anos), Toninho tinha a vivência da região, tinha contados era mais “letrado” e apesar de eu já ter mais de 18 anos tinha minhas atividades em Bragança e em seguida na Polícia Rodoviária, não podendo participar exclusivamente das atividades de construtor que ele desenvolvia então em Jundiaí em região entre 73/80, tendo eu participado somente das partes hidráulicas, elétricas e pintura, bem como das regularizações, como mais letrado que eu era, inclusive já tendo saída da Policia, estava estagiando em direito.
Estas atividades de construção em Jundiaí e região lhe renderam a construção de mais de 10 casas, pequenas, medias e até alguma grande em diversos bairros, atividades estas que era acompanhada pelo sobrinho Dinho (seu irmão mais novo que ficou órfão com 14 e meu irmão mais velho pela vida toda que já está com aproximadamente 84).
Com eu formado em 1978, e já com escritório desde 1977, começamos também alguma atividade além daquelas em Jundiaí, em Bragança Paulista-SP, que foram acelerados pela minha atividade de Corretor de imóveis e meu escritório imobiliário, e passando então a construirmos em conjunto com o primo Nê Batista, Dinho e Domingos Picoti em sociedade mais dezenas de casas em Bragança Paulista, até que me casei e em um acerto de conta com os demais sócios reduzimos a sociedade com a saída de Domingos, continuando alguma coisa com Dinho e alguma coisa somente ele e eu, até pouco depois da morte da minha mãe em 1988, quando então ele se sentiu velho e se aposentou do ramo.
É certo que com seu irmão mais Novo, meu mais velho, o Dinho, tudo que ele fazia o colocava como sócio e o tinha como parceiro de trabalho e a simbiose dos dois foi importante até o fim de sua vida, pois tinha um filho mais velho leal e companheiros em todas as suas atividades.
Foi ele parceiros em muitas sociedades com muitas pessoas e seus irmãos, com o Primo Toninho (auxiliar de química de Jundiaí) e muitos outros por onde passava arruma um parceiro, um sócio em alguma atividade.
Era como domador de cavalos e bois, conhecedor do ramo e ensinou a muitos as capacitações que tinha e até hoje sou lembrado por muitos de sua transmissão de conhecimento, principalmente pelo fazendeiro João do Otavio, que não cansa de elogiar esta relação de transmissão de conhecimento e de parcerias nas aquisições de boi por todos os cantos inclusive no sul de Minas.
Muitos se beneficiaram destas capacitações e parcerias e assim era muito procurado também por pessoas de Bragança como Dinho Bode, Chico Gordo, Abilio Forni, João Ramos e muitos outros, mas passou um bom período de sua vida Com Ismael e Mauro Mendes nas negociações que os mesmos faziam, onde era buscado para consultor, peão e comprador de fundo de boiada, ao mesmo com menos dinheiro era lhe dado a oportunidade da compra do refugo da boiada, que o mesmo levava para o seu pequeno sitio, curava, cuidava e depois vendia como boiada de boa qualidade para os mesmos Ismael e Mauro Mendes ou para outras pessoas. Não podemos esquecer que as boiadas da época eram “tangidas” tocadas a cavalos pelos corredores e trilhas da serra, principalmente quando vinham do sul de minas, para desviar das barreiras alfandegarias.
Suas características mais marcantes, foi sua positividade na vida, sua rizada alta, além de suas cantorias como um palhaço de palco, pois não tinha vergonha de fazer brincadeiras públicas em seus contos por onde passava era bem-vindo por esta característica e ainda é muito lembrado disto, talvez este seja o seu maior legado.
Muitas pessoas tradicionais de muitos países, vemos isto em filmes japoneses, chineses que dão a vida por um legado pessoal de respeito por sua capacidade pessoal na espada ou lutas, isto é para eles a maior gloria, que morrem para se tornarem “mártires”, como no caso dos terroristas do oriente médio que sofrem lavagem cerebral para serem homens bombas para ir para um mundo melhor com dezenas de virgens e pelo legado de ter feito algo para aqueles que fizeram a lavagem cerebral.
É certo que muitos querem deixar um legado, mas não é algo fácil ter reconhecimento de seus feitos durante sua vida, BASTIÃO FROZINO, deixou um legado, foi querido em suas negociações em suas cantorias, apesar de pouco letrado, foi hábil em suas atividades que exigiam ou não estes recursos, foi admirado em bem recebido por alegrias e positividade que transmitia por onde passava.
Sempre digo que todos nossos problemas estarão resolvidos em 100 anos ou menos e que ninguém não lembrará de nós após este prazo e são muitos poucos de terão seus legados lembrados após este prazo e com certeza o Legado de BASTIÃO FROZINO não viverá tal prazo, mas pelo menos aqueles que o conheceram e tiveram contato com ele se tiverem acesso a este longo e cansativo texto com certeza concordarão comigo, e se lembrarão dele como seu LEGADO tivesse sido importante, pois deixou bons rastros por onde passou e tive a felicidade de nos deixar continuidade em nós para seus sucessores para continuar seu legado como pudermos.
Entre as muitas festas que ele teve a oportunidade de participar, e entre os carinhos que foi beneficiado teve ele a sorte de ter nascido no reveion e minha mãe que tinha também vindo de uma família festeira e prendada em cozinha, fazia um reveion inigualável com assados, doces, e tudo para comemorar o aniversário de BASTIÃO FROZINO, muitos com certeza comemoram esta data até com mais festejo, mas na minha família esta data foi muito importante, pois além de tudo comemora o aniversário dele, que hoje faz 100 anos, um centenário, apesar de ter falecido aos 80. 31/12/20
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