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Personagem: Fanny Abramovich
Por: Museu da Pessoa, 28 de outubro de 2005

Viajante, militante, brincante

Esta história contém:

P/1 - Então, vamos começar nossa entrevista, Fanny? Gostaria que você falasse seu nome completo, data e local de nascimento.

R - Dia e mês, né? Claro. Eu me chamo Fanny Abramovich, que não é um sobrenome assim… Não chega a ser um Souza para um não-judeu, mas é uma coisa muito comum, que quer dizer “filho de Abraão”. Eu nasci no dia 21 de setembro de um ano aí qualquer, faz tempo - eu não falo nem idade nem peso. (risos) O resto, o que quiser...

Nesse ano em que eu nasci, segundo contava a minha avó, era rosh hashaná, o dia do ano-novo, que estava começando, e era o dia do começo do ano do dragão, do qual eu sou afilhada. Então, pô, nasci abençoada. Nasci em São Paulo, cresci em São Paulo, comecei a trabalhar em São Paulo, enfim, viajei muito - muito, quando dá. Pinta um dinheirinho que você não esperava, eu já troco, vira dólar, vou pra onde der, volto quando puder. (risos) Me fiz educadora e... Bom, você me perguntou, não. Não vou ficar nisso, a ficha de identificação é só esta. Tá bom.

P/1 - Você podia nos falar o nome dos seus pais e qual era a atividade que eles faziam?

R - Mas é claro. Por ordem de importância, por ordem de tamanho, por ordem de idade?

P/1 - De tamanho. (risos)

R - Bom, a minha mãe é assim, ela morreu há quarenta anos quase. Elisa Kauffmann Abramovich, uma santa judia. Bom... Não era bem uma santa. Mamãe era comunista, militante. Passou a ser por um filho de uma amiga da minha avó, da Bessarábia, que estava sendo caçado pelo DOPS ou sei lá o quê... Quem mandava na época, e ficou escondido um ano e meio na casa da vovó. Aproveitou e fez a cabeça da mamãe, que, pelo que entendi, era menor. E ela era uma mulher brilhante, ela tinha feito um desses cursos que acho que nem existem mais, de fazer flor, sabe, camélia, não sei o quê... E militando. Então, um belo dia, o partidão disse pra ela que ela ia ter que ser diretora de uma escola judaica progressista que...

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Memória da Literatura Infantojuvenil

Depoimento de Fanny Abramovich

Entrevistada por José Santos

São Paulo, 28/10/2005

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista nº ABC

Transcrito por Marcelo Cintra de Souza

Revisado por Genivaldo Cavalcanti Filho

P/1 - Então, vamos começar nossa entrevista, Fanny? Gostaria que você falasse seu nome completo, data e local de nascimento.

R - Dia e mês, né? Claro. Eu me chamo Fanny Abramovich, que não é um sobrenome assim… Não chega a ser um Souza para um não-judeu, mas é uma coisa muito comum, que quer dizer “filho de Abraão”. Eu nasci no dia 21 de setembro de um ano aí qualquer, faz tempo - eu não falo nem idade nem peso. (risos) O resto, o que quiser...

Nesse ano em que eu nasci, segundo contava a minha avó, era rosh hashaná, o dia do ano-novo, que estava começando, e era o dia do começo do ano do dragão, do qual eu sou afilhada. Então, pô, nasci abençoada. Nasci em São Paulo, cresci em São Paulo, comecei a trabalhar em São Paulo, enfim, viajei muito - muito, quando dá. Pinta um dinheirinho que você não esperava, eu já troco, vira dólar, vou pra onde der, volto quando puder. (risos) Me fiz educadora e... Bom, você me perguntou, não. Não vou ficar nisso, a ficha de identificação é só esta. Tá bom.

P/1 - Você podia nos falar o nome dos seus pais e qual era a atividade que eles faziam?

R - Mas é claro. Por ordem de importância, por ordem de tamanho, por ordem de idade?

P/1 - De tamanho. (risos)

R - Bom, a minha mãe é assim, ela morreu há quarenta anos quase. Elisa Kauffmann Abramovich, uma santa judia. Bom... Não era bem uma santa. Mamãe era comunista, militante. Passou a ser por um filho de uma amiga da minha avó, da Bessarábia, que estava sendo caçado pelo DOPS ou sei lá o quê... Quem mandava na época, e ficou escondido um ano e meio na casa da vovó. Aproveitou e fez a cabeça da mamãe, que, pelo que entendi, era menor. E ela era uma mulher brilhante, ela tinha...

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