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Personagem: Arildo de Souza Costa
Por: Museu da Pessoa, 10 de dezembro de 2014

Um estivador cheio de histórias

Esta história contém:

Um estivador cheio de histórias

Meu nome completo é Arildo de Sousa Costa, data de nascimento é 23 de agosto de 1940. Sou de Santos. Meu pai é Virgílio Jorge da Costa, minha mãe é Georgina de Sousa Costa. Eles nasceram em São Sebastião, litoral de São Paulo. Meu pai era estivador. E eu abracei a profissão dele na época, porque era um tempo meio conturbado. Eu fui trabalhar no cais com 18 anos, no Porto de Santos, e fiquei lá até hoje. A minha mãe era doméstica. Era semianalfabeta, não sabia ler, nem escrever, mas era inteligente. E eu a perdi com 13 anos, com cinco irmãos menores do que eu. Eu era o mais velho. Meu pai casou pela segunda vez, gosto muito da minha madrasta, não tem nem dúvida, teve três filhas com ela, com a minha madrasta.

Onde a gente morava era tipo um cortiço. Tinha o sobrado dos donos da casa, e o resto moravam a “familiagem” toda. Meu pai criou a mim, meus irmãos, tudo ali naquele cortição até uma idade de dez anos mais ou menos, foi que nós mudamos pra outra casa na Rua Luís Gama. Meu pai sempre viveu de aluguel. E, naqueles cortições sempre tinha criançada. E nós brincávamos, jogávamos bola, brincávamos de pega-pega, era uma porção de brincadeira.

O meu primeiro trabalho foi numa floricultura. Tinha que cortar o talinho das flores pra elas durarem mais tempo na água. Eu tinha uns dez anos. Acho que eu estava fazendo o terceiro ano primário. A minha primeira carteira profissional foi numa pensão que eu fui trabalhar, lembro até o nome da dona, dona Matusalena. Foi o meu primeiro contato com cozinha. Quase dois anos eu trabalhei ali. Eu tinha mais ou menos uns 12, 13 anos. Entrei com sete anos na escola. Eu fui meio doente. Eu tive um problema, fiz a primeira operação da apendicite. Nós estávamos cantando, aula moral e cívica, éramos obrigados a cantar o hino nacional, o hino da bandeira. Eu estava cantando, me deu uma dor muito grande, eu caí. E eu lembro que foi a primeira operação que eu fiz. Isso me...

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Museu da Pessoa – Conte sua história

Histórias de Esperança – 29 anos do Projeto Criança Esperança

Depoimento de Arildo de Sousa Costa

Entrevistada por Tereza Ruiz

Santos 10/12/2014

Realização Museu da Pessoa

Entrevista HECE_HV_37

Transcrito por Liliane Custódio

P/1 – Então primeiro, Arildo, qual é seu nome completo, data e local de nascimento?

R – Meu nome completo é Arildo de Sousa Costa, data de nascimento é 23 de agosto de 1940. Quer o local que eu nasci? Eu sei, é na Rua Constituição, número 600. Ali era Encruzilhada. Bairro da Encruzilhada.

P/1 – E a cidade?

R – De Santos.

P/1 – Agora o nome completo do seu pai e da sua mãe, se o senhor souber também o local de nascimento dos dois.

R – Não, tudo bem. É Virgílio Jorge da Costa, meu pai, minha mãe é Georgina de Sousa Costa.

P/1 – E o senhor sabe onde eles nasceram?

R – Sei. Nasceram em São Sebastião, litoral de São Paulo.

P/1 – E a data de nascimento deles ou de aniversário?

R – Eu não tenho, filha. Eu tenho até uma fotografia da minha mãe, mas vai passando o tempo, a gente vai perdendo. Mas eu a tenho até hoje aqui dentro. E a perdi com 13 anos de idade.

P/1 – O que seus pais faziam profissionalmente?

R – Eu na vida? Profissão?

P/1 – Os seus pais. Os seus pais.

R – Meu pai era estivador. E eu abracei a profissão dele na época, porque era um tempo meio conturbado quando... O cais naquela situação terrível, 58, mais ou menos. Eu fui trabalhar no cais com 18 anos, no Porto de Santos, e fiquei lá até hoje.

P/1 – E a sua mãe?

R – A minha mãe era doméstica. Era semianalfabeta, não sabia ler, nem escrever, mas era inteligente. E eu a perdi com 13 anos, com cinco irmãos menores do que eu. Eu era o mais velho.

P/1 – Quantos irmãos o senhor tem? Esses cinco irmãos?

R – Não, eu tenho da segunda mulher, meu pai casou a segunda vez, gosto muito da minha madrasta, não tem nem dúvida, tem três filhas com ela, com a...

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