Tudo começou em janeiro de dois mil e vinte, aqui em belo horizonte, quando fiz uma cirurgia para retirar o útero. Decidida a não ter mais filhos, decidi também que não queria mais sofrer as dores de ter nascido com um útero retrovertido e que desde os treze já me anunciava o fardo que eu teria que carregar durante os meus próximos trinta anos. Esses anos foram de dores muito fortes, ciclos abundantes e longos, ovulações marcadas por cistos, inchaços e muitos, muitos exames. Muitas mulheres entenderão portanto, a escolha de fazer a histerectomia total, que diga-se de passagem foi uma cirurgia muito bem sucedida, que hoje, com a graça da deusa tecnologia, é realizada por microcâmeras e por isso pouco invasiva, de modo que no dia seguinte eu já estava em casa, muito maravilhosamente assistida pelo meu companheiro e por minha mãezinha. Eu só não sabia que esse era só o início da saga de um ano em que todos dizem não ter existido e que eu insisto em contradizer que não só existiu, como foi o ano mais bizarramente impactante do meu calendário terreno. Eu tinha um espaço de terapias com uma amiga e decidimos fechá-lo e como o espaço também era a minha casa, eu tinha que me mudar, a decisão foi tomada antes mesmo da pandemia chegar, o aluguel estava ficando insustentável e otras cositas más, no entanto entre tomar a decisão, fechar os processos que envolvia além da minha amiga e sócia, outros tantos terapeutas, pacientes e fornecedores e me mudar de casa, eis que entramos em um período chamado quarentena. Pra mim, que tenho pouco mais de quarenta anos, era uma novidade, pois bem, no meio dessa novidade toda eu estava saindo de um espaço gigante para uma casinha perto ainda do antigo espaço só que mais parecida com casa de roça onde vivo hoje. Bem menorzinha, era o que eu precisava, tempo pra mim, ter uma casa só pra mim, apesar de ser anarquista e gostar de tudo compartilhado, o momento me exigia pausa e minimalismo, sempre...
Continuar leituraTudo começou em janeiro de dois mil e vinte, aqui em belo horizonte, quando fiz uma cirurgia para retirar o útero. Decidida a não ter mais filhos, decidi também que não queria mais sofrer as dores de ter nascido com um útero retrovertido e que desde os treze já me anunciava o fardo que eu teria que carregar durante os meus próximos trinta anos. Esses anos foram de dores muito fortes, ciclos abundantes e longos, ovulações marcadas por cistos, inchaços e muitos, muitos exames. Muitas mulheres entenderão portanto, a escolha de fazer a histerectomia total, que diga-se de passagem foi uma cirurgia muito bem sucedida, que hoje, com a graça da deusa tecnologia, é realizada por microcâmeras e por isso pouco invasiva, de modo que no dia seguinte eu já estava em casa, muito maravilhosamente assistida pelo meu companheiro e por minha mãezinha. Eu só não sabia que esse era só o início da saga de um ano em que todos dizem não ter existido e que eu insisto em contradizer que não só existiu, como foi o ano mais bizarramente impactante do meu calendário terreno. Eu tinha um espaço de terapias com uma amiga e decidimos fechá-lo e como o espaço também era a minha casa, eu tinha que me mudar, a decisão foi tomada antes mesmo da pandemia chegar, o aluguel estava ficando insustentável e otras cositas más, no entanto entre tomar a decisão, fechar os processos que envolvia além da minha amiga e sócia, outros tantos terapeutas, pacientes e fornecedores e me mudar de casa, eis que entramos em um período chamado quarentena. Pra mim, que tenho pouco mais de quarenta anos, era uma novidade, pois bem, no meio dessa novidade toda eu estava saindo de um espaço gigante para uma casinha perto ainda do antigo espaço só que mais parecida com casa de roça onde vivo hoje. Bem menorzinha, era o que eu precisava, tempo pra mim, ter uma casa só pra mim, apesar de ser anarquista e gostar de tudo compartilhado, o momento me exigia pausa e minimalismo, sempre acredito na teoria de que menos é mais principalmente quando se trata de bens materiais, cabendo a teoria nos nossos excessos cotidianos também. e como tudo na minha vida as coisas surgem sem eu muito procurar, elas me encontram e assim resolvi me mudar para a pequena e acolhedora casinha da roça que me encontrou. A mudança estava marcada para o dia vinte e dois de maio, no dia vinte e um fui acometida por uma dor abdominal que eu não conseguiria mensurar ou descrever, pensa numa dor de barriga muito forte multiplicada por mil, acho que é a analogia mais próxima que consigo imaginar. Eu e meu companheiro tínhamos comprado uma pizza para o jantar, mas já na saída da padaria as dores. Consegui dirigir até minha casa, e por causa do covid não tinha ambulâncias disponíveis, eu teria que ir por minha conta para o hospital. Dentro do táxi eu só conseguia ver o teto balançando pois o motorista sensibilizado (ou melhor dizendo, acojonado como diriam os espanhóis, amedrontado em português) com meus gritos e contorcionismos, colocou no modo turbo o seu carro que mais parecia um experimento da nasa rumo ao desconhecido, mas cheguei ainda viva no hospital onde imediatamente me medicaram com morfina. uh lá lá, a morfina, morfina querida, essa salvadora originada da papoula mereceu todo meu respeito e veneração, diva poderosa!! depois de especulações e exames investigativos era o danado do apêndice, que é igual o dente siso, serve pra nada. Eu só penso que se Darwin ainda estivesse vivo estaria pensando na pouca evolução do ser humano que em pleno século vinte e um, ainda nasce com apêndice e dente siso. Apêndice supurado dói pra caralho meu irmão e corre um sério risco de infecção cabulosa por bactérias e outros bichos que dão na gente! O interessante foi que aproveitaram os mesmos buracos da cirurgia do útero e mais uma vez os robozinhos e alguns humanos funcionaram perfeitamente e voilá! Dois dias depois eu estava fazendo a mudança que havia sido adiada. eu sou dura pra dor, quem me conhece sabe, mas nesse caso aí eu amarelei mesmo, mas uma vez sem o apêndice, vida que segue né meu amor? Cada cirurgia tem um tempo de recuperação que exige a extinção total de uma vida de abaixa e levanta, afazeres domésticos simples se tornam perigosos e quase nada de exercícios físicos, a não ser caminhadas leves para eliminar os gases, ah os gases, essa merda vaporizada que quando sai o mundo é cor de rosa, mas quando fica perambulando dentro da gente é a treva total, ainda mais depois de te cortarem onde tudo tá tentando se cicatrizar no fundinho do seu âmago. No hospital do plano de saúde, ainda não havia caso de covid, ah como era bom aquele tempo em que a gente achava que quarentena era esperar quarenta dias dentro de casa (umas férias forçadas) e tudo voltaria ao normal, ledo engano. Eu e meu companheiro estávamos criando um ritmo de pedalar juntos fascinante, a bike pra mim foi um reencontro feliz que ele, amante do ciclismo, me proporcionou. O olhar para a cidade é diferente, estar no lugar do mais fraco no trânsito maluco de belo horizonte considerado o pior do brasil pelas belezuras de motoristas que temos, é pura resistência e anarquia. Eu tinha medo, mas antes da pandemia comecei a treinar com medo mesmo e um novo mundo se abriu. Lembranças da infância, sensação de liberdade, sensação de um comunismo consumado afinal o motor é seu próprio corpo e o gasto de petróleo é zero, o meio ambiente agradece e sua relação espaço/ tempo muda completamente pra melhor. Nunca quis ser atleta, gosto do esporte pela saúde e endorfina, mas não gosto de competir, a superação é algo lindo que aflora vários sentimentos desde a auto estima, até o impacto direto no corpo físico e no modo de existir. Total, que estávamos de lua de mel com o ciclismo, planejando cicloviagens e o caralho. Eis que comecei a sentir dores na região do ovário diariamente, e cara, tu tira o útero para parar de sentir dor e putzs ela volta, não a mesma, mas eu sabia que era algo no ovário porque coisa que percebo bem é meu corpo! De novo médicos, exames, exames e exames e agora a pandemia já estava a todo vapor e por isso já havíamos diminuído o ritmo dos nossos pedais além da cirurgia do apêndice exigir de fato um tempo maior sem exercício. Então como se não bastasse, quarenta dias depois da famigerada apendicite estávamos no hospital de novo! Antes de parar mais uma vez na urgência eu tinha feito uma série de exames que não conseguiam definir o que estava causando essas dores, até que no hospital um exame de sangue acusou uma infecção grave e a médica disse: não posso deixar você sair daqui, vamos ter que abrir. Eu estava meio que preparada para a merda que poderia vir a julgar pelas dores, tanto que tinha feito até uma malinha. Meu companheiro todo o tempo ao meu lado sem pestanejar já que também estava trabalhando remotamente. Das três, essa foi a pior das cirurgias e com uma recuperação mais delicada, tensa, me exigindo mais tempo ainda parada que as outras duas e me renderam mais de uma semana hospitalizada. Madre mia, três cirurgias em um mesmo ano, duas no meio de uma pandemia dos infernos, três anestesias gerais, muito remédio (haja veia) saldo negativo de três órgãos: útero, apêndice e o ovário direito, que foi embora com o abscesso que tinha formado por causa de uma bactéria que instalou depois da cirurgia do apêndice motivo pois da última cirurgia. Enquanto isso o meu, o seu, o nosso filho ansioso dentro de casa, tendo que fazer aula virtual (até hoje), o companheiro vivenciando a dor e a delícia de escolher uma mulher bomba para passar a quarentena grudado, e tentando se encontrar ou ser encontrado no meio disso tudo, no nosso relacionamento nunca faltou companheirismo mas nessa época vieram à tona muitas fraquezas, muitas descobertas, muito sofrimento e muito crescimento também. Fui obrigada a transformar o trabalho de campo onde atuava como antropóloga com uma comunidade atingida pela barragem, em um trabalho virtual e que pra mim foi muito difícil, o contato com as pessoas era e sempre primordial pra mim e por fim eu não consegui mais me relacionar à distância e pedi para sair. Estava vivendo as sequelas de muita medicação das cirurgias, tive que interromper meus atendimentos com a medicina chinesa, parei de pedalar e de fazer musculação e consequentemente fiquei sem dinheiro, sem amigos por perto , sem família por perto e principalmente sem boteco para afogar toda essa merda. Nesse boom de coisas acontecendo eu te pergunto: como manter a sanidade mental? porque no início (acho que a gente ainda está no início) ninguém estava entendendo nada dessa pandemia né? Não que estejamos entendendo agora, mas a gente não sabia o que podia, se podia, quando podia, abre comércio, fecha comércio, abre fronteira, fecha fronteira, toma vermífugo, não toma vermífugo, sua mãe fala que não vai te receber, seu filho começa roer a unha e ranger os dentes, a pança começa a brotar, um parente é internado, o amigo do vizinho morre, o presidente genocida insano não compra vacina, você vê o mundo começando a vacinar e nós aqui juntando moeda, os comerciantes fechando seus negócios, enquanto os trâmites no congresso rodando igual roda gigante de parque do interior, na surdina, enquanto as mineradoras intensificam ainda mais a exploração, enquanto a favela pede socorro e o futebol continua a rolar, enquanto mulheres apanham dentro de casa e crianças são abusadas pelos seus pais, padrastos, tios e primos, enquanto o consumo de álcool, ansiolíticos e outras bolas mais batem o recorde de venda e a indústria farmacêutica sorri de boca aberta, a população de rua aumentando desenfreadamente, muitas crianças geradas, viagens canceladas, auxílio emergencial tardio e insuficiente. ufa! como manter a sanidade? Minhas pacientes e meus pacientes, tem em suas mentes que sou uma pessoa zen. Sou não amores, até tento meditar com frequência e fazer outras práticas para acalmar a mente e o coração, mas será preciso muitas vidas para eu chegar a ser zen e portanto não sou diferente de ninguém e na pandemia sofri, chorei, trepei, sorri, morri e renasci e ainda renasço todos os dias para sobreviver a ela. Acontece que eu tenho lá uma certa queda pelo caos, anarcofeminista que sou não poderia ser diferente! E comecei a usar esse caos intuitivamente para criar… Daí criei uma marca de comida vegana e vegetariana através de experimentações gastronômicas que fui inventado, a princípio para me alimentar melhor e acabou que algumas dessas receitas foram possíveis e viáveis de comercializar e nasceu a Di Veg. Escrevi três livros, fui classificada em um concurso de poesia e publiquei a poesia em uma antologia de novos poetas, levantamos a Confraria Libeertária, onde por enquanto estamos vendendo cachaça, meu companheiro, eu e mais dois confrades. Criamos um grupo de cicloativismo antifascista o Ovelhas Negras, que surgiu iniciou em Campinas/SP e meu companheiro teve a ideia de abrir aqui em Belo Horizonte uma base e então faço parte e apoio o movimento, com isso inventamos e reinventamos logotipos, embalagens, cartazes, logística de entrega e tudo mais que envolve ter uma marca ou várias como é nosso caso. No mundo virtual que tá de moda, fiz três cursos para ampliar minhas técnicas de atendimento terapêutico, assisti algumas poucas lives já que essa modalidade embora eu possa adaptar-me a ela eu não gosto muito, tentei até fazer ginástica ao vivo pela internet, um desastre! Fiz um programa de meditação que foi incrível, chamado 21 dias de Abundância do Deepack Chopra, recomendo fortemente para aqueles que como eu tem crenças limitantes em relação a ganhar dinheiro! Fiz uma tatuagem gigante de plantas e estou construindo um projeto lindo com minha tatuadora diva! E por falar em plantas, durante todo esse processo as plantas foram uma companhia essencial, criei uma horta e tripliquei o número de suculentas, ornamentais e ervas, esse cuidado diário me trazia e me traz a força ancestral da mulher selvagem, da energia da terra e foi fundamental para me manter lúcida (ou mais ou menos isso)! Além de que produzir pelo menos uma parte do seu próprio alimento é um ato revolucionário. Penso que a pandemia serviu para mostrar a cara de muita gente que já usava máscara muito antes do covid. A quantidade de deserviços como as fake news, na tentativa de negar a necessidade real e comprovada da vacina, politizou um processo que deveria ser humanitário, mas o que esperar de um presidente que de humanitário não tem porra nenhuma, ele rima mais com autoritário, prepotente, fascista, genocida, irresponsável, ignorante, arrogante, homofóbico, pobrefóbico, misógeno, mentiroso, meritrocrata, rascista, enfim um milico de merda. Quanto mais escrevo mais ódio me aflora, saber que tantas vidas poderiam ainda estar vivas, saber que tantos índios poderiam estar vivos, saber que tantas árvores poderiam estar de pé, saber que tanto dinheiro gasto com leite condensado, daria para vacinar um brasil inteiro, é no mínimo indignante! De todas essas criações, a escrita pra mim foi uma forma muito potente e necessária de artivismo, apesar de escrever desde sempre nunca havia publicado nada além de textos acadêmicos. Mas conviver com um poeta que hoje é minha maior referência na poesia de combate e maior entusiasta dos meus poemas a quem sou grata por todo gás e incentivo, meu amado companheiro Allysson Gudu, que me animou a publicar os três livros que escrevi e que até o final do ano de 2021 estarão à venda!! Depois de muito bater na porta das editoras e algumas se interessarem outras e nem responder, depois de muitos amigos lerem, e depois de ter que fazer escolhas, acho que fui escolhida pela maravilhosa Carol da Quintal Edições, que é uma editora que só publica mulheres. Minha escrita foi recebida por ela de forma veemente, com sororidade e apoio ao meu ódio, meu anarquismo, meus feminismos, meu amor e minhas lutas, o que me encorajou a querer que as pessoas me lessem por dentro. Os livros foram escritos em três momentos distintos durante a pandemia. o primeiro: “des-locada”, trata de uma fase em que eu me encontrava num não lugar, no meio de tantos acontecimentos sobretudo após as cirurgias (a qual dedico uma poesia neste livro). Totalmente autobiográfico, des-locada revela minha impaciência para hipocrisia, para o politicamente correto, é direto, e tem como pano de fundo um manifesto de poder ser quem eu sou mesmo deslocada de um contexto social chato e padronizado que tentam nos enfiar goela baixo. Ele revela meu estado de espírito inquieto, às vezes pesado, às vezes afetivo demais com tudo e todos, além de refletir um momento da minha relação que também estava deslocado do que havia sido idealizado por ambos. Foi preciso me ver ali naquela escrita, entender que não me encaixo nas caixinhas, para reencontrar a mulher que sempre fui e é aí que escrevo o “Capa Dura - frases e poemas enviesados de amor, ódio e anarquia” que escancara meu anarcofeminismo e a não aceitação naquele momento de nada menos que o comprometimento com a verdade. Capa Dura são filosofias sobre o eu, sobre a presença da mulher onde ela quiser, sobre morte ao fascismo, ao machismo e todas as formas de opressão, sobre assumir uma posição não partidária e sim anárquica sobre diversos aspectos da vida, sobre a dureza de amadurecer e a desconstrução ou não da minha carapaça que muitas vezes se torna uma armadura rígida como forma de proteger as minhas utopias. Por último, reflexo da minha liberdade sexual, escrevi “lubrificada, aforismos pornopoéticos”, que também reflete o período pandêmico onde confinados, nos resta algo bom: trepar, trepar e trepar! um livro autopornobiográfico podemos dizer assim. Todos os livros nasceram catarticamente do dia para noite, geralmente nasce de uma palavra ou um tema e todo resto sai de uma vez só, e em uma sentada eu escrevo o livro inteiro e depois vou moldando, incluindo ou retirando textos e palavras, mas o que todos os três têm em comum é que carregam o viés autobiográfico anarcofeminista ativista, de resistência, sobrevivência e utopia, também presente em todos meus outros processos desse período pandêmico aqui já citado, onde vou tentando coexistir junto ao caos, o descaso e o negacionismo desgovernado do nosso país. A revolução está nas pequenas coisas, sair às ruas e levantar bandeiras é importante, mas o mais urgente são as pequenas transformações que podemos provocar primeiro dentro de nós mesmos, depois dentro da nossa casa, logo dentro do nosso bairro e daí extrapolar fronteiras… e se uma única pessoa se junta à nossa luta, se seu filho (a) não é mais um (a) bosta no mundo, se você pode plantar o que come, se você entende o poder de pisar na terra, se você pode pedalar ao invés de andar de carro, se você respeita os animais e os demais seres vivos, pode ter certeza: isso é revolução e anarquia! Biografia Diana Castilho libertária inquieta anarcofeminista alerta artista quase poeta deslocada incerta desobediente concreta indócil, medíocre e direta Nascida em Leopoldina Minas Gerais em 1978, vive em Belo Horizonte onde se formou em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais. É Doutora em Antropologia pela Universidade de Granada na Espanha. Desenvolveu trabalhos nas artes plásticas, no teatro e em coletivos de intervenção urbana, tendo como pano de fundo o artivismo e o anarcofeminismo como ideais de inspiração. É terapeuta da medicina chinesa especializada no tratamento do feminino. Amante das plantas e animais. Odiante do fascismo e todas as formas de opressão Escreve para si desde sempre, agora aprendendo a escrever para o mundo.
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