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Por: Museu da Pessoa, 1 de agosto de 2013

Taxi para o Sr. Simplício

Esta história contém:

Taxi para o Sr. Simplício

A Cidade de Jaguaruana é uma cidade muito boa ela tem como negocio principal a rede, a fabricação de redes, né, e na cidade, tem o Rio Jaguaribe, que passa por ela, e tem muitas outras atividades, como pescaria… hoje em dia, já não tem mais, mas como na minha época, com esses 17 anos, quando eu sai, existia essas farturas de peixe, muito peixe, meu pai pegava muito peixe, ele tinha currais, cercava o rio. Currais era… é uma certa armadilha pra pegar o peixe que você bota de um lado pro outro do rio, os peixes vêm, você retira pra vender, sustentar família. Eu me lembro que uma certa vez, meu pai… a gente ia numa bicicleta e chamava dispersar o curral, o curral é uma armadilha, né, varas, o peixe entra e não consegue sair e você pra dispersar o curral, você entra dentro do curral com a tarrafa, a tarrafa é aquele bicho que você dá o lance, e vai com os pés. E certa vez, meu pai disse: “Nazareno, tem muito peixe no rio, nos currais, vamos lá”, e nesse dia, nós trouxemos mais de uma saca de Jericó, foi matando, nunca vi tanto peixe na minha vida, uns peixe bonito, né, então foi uma coisa muito bonita. Siri também, ave Maria!

Com dezessete anos, eu vim me alistar aqui no Exercito, depois eu vim pra Fortaleza. A minha mãe, ela… a gente tem um vinculo… é um fato muito interessante, a gente tinha uma educação rígida, tem um fato que eu nunca esqueci assim, meu pai… toda vida que eu pedi pra ele pra ir a algum lugar, a minha mãe dizia: “Peça pra ele”, que já sabia que ele não deixava, né, ai, por isso, às vezes, eu nem ia, às vezes, eu saía, depois que eu pedia, ai quando eu chegava, era aquela confusão! Tinha uns métodos meio assim, rude, né, mas era os métodos dele, e eu ficava muito reprimido nessa época. Eu fiquei muito tempo dizendo que eu ia escrever um livro, até quando eu vim pra Fortaleza, com 17 anos, me alistar no Exercito, eu trazia um monte de...

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Dados de acervo

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P/1 – Nazareno, você pode começar falando seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Nazareno Francisco da Sila, nasci em Jaguaruana. Eu nasci no dia 28 de outubro de 1968.

P/1 – Seus pais são de Jaguaruana?

R – Jaguaruana.

P/1 – Seus pais são de lá?

R – São. Naturais de Jaguaruana

P/1 – Seu pai e sua mãe?

R – Os dois

P/1 – Como que é o nome do seu pai?

R – É Raimundo Francisco da Silva e a mãe é Raimunda Augusta da Silva

P/1 – O quê que o seu pai faz ou fazia?

R – Meu pai, ele já faleceu, mas meu pai, ele era pescador, como no interior temos muitas atividades, era pescador e também era marchante, né, vendia, né, carne, boi, essas coisas, criação…

P/1 – E sua mãe?

R – Minha mãe é domestica, ela cuidava da casa, sempre cuidou.

P/1 – Quantos irmãos você tem?

R – Segundo minha mãe, nasceram 23 filhos, né, 23, mas criar… porque nasciam muitos gêmeos na época, né, mas criados foram só 13, 13 filhos sobreviveram, né, foram…

P/1 – Dez morreram?

R – Não. Nasceram 23 e foram criados 23, 13… perdão, foi 13 e dez, normalmente era gêmeos, que nascia, um vivia e o outro não vivia, e houve também problema, na época, de muita necessidade, morria mesmo, morria na… no nascimento, morria.

P/1 – Desses 13, você é qual nessa escada?

R – Eu sou a boa, chamava, né, eu sou o ultimo, eu sou o ultimo, minha mãe é uma pessoa de 91 anos, já.

P/1 – Você é o caçula?

R – Caçula, é.

P/1 – Até que idade você viveu lá em Jaguaruana?

R – Eu vivi até os 17 anos

P/1 – Como é que era a cidade?

R – Cidade de Jaguaruana é uma cidade muito boa, né, ela tem o… como negocio principal a rede, né, a fabricação de redes, né, e na cidade, tem o Rio Jaguaribe, que passa por ela, e tem muitas outras atividades, como pescaria… hoje em dia, já não tem mais, mas como na minha época, né, com esses 17 anos, quando eu sai, existia essas farturas de peixe,...

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