A história de vida de Maria Yeda Guajajara: Se entender como gente

Se entender como gente

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Maria Yeda é uma anciã da Aldeia Maçaranduba. Na entrevista ela diz que foi criada pelos irmãos e conta do período em que a aldeia tinha só três casas, a estrada ainda não tinha chegado e tudo era mata. Ela lembra dos pajés, dos caciques do passado, da caça com arco e flecha, da pesca e de como eram as curas com remédios colhidos na mata, que depois os Karayw começaram a trazer de fora. A anciã recorda que não havia energia elétrica e se usava a resina de jatobá para iluminar. Para finalizar, ela fala sobre a demarcação do território e algumas invasões que ocorreram e que os Guajajara precisaram defender a sua terra.

Maria Yeda Guajajara nascida em 24 de abril de 1937 e da cidade de Bom Jardim (MA) perdeu seus pais ainda quando criança, por isso sempre viveu com seus irmãos em um lugar chamado Marabaia, lugar um pouco distante da Aldeia Maçaranduba (T.I. Caru). Quando chegou à Maçaranduba o lugar ainda não era demarcado como território indigena e tinha poucos moradores, sendo um deles seu irmão, que convenceu a ela e seu marido de ali viverem. Desse modo, além dos filhos que já tinha na época, Maria Yeda deu luz à mais duas filhas e hoje todos seus netos e bisnetos vivem na área.

Vindo de Marabaia

Lá onde nós tava não tinha caça assim não, o pessoal já tinha invadido lá também. Acabou com a mata, foi então que a gente veio para cá, do jeito que tô dizendo. O tio do meu filho carregou ele quando tinha 7 anos e trouxe para cá. Desde então eu tô por aqui.

Mas quando cheguei não tinha karaiu de jeito nenhum aqui não. Tudo era mato! Não tinha negócio de karaiu pelo meio não.

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