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História
Por: Museu da Pessoa, 20 de maio de 2014

Saiu do sofá pra ser líder

Esta história contém:

Saiu do sofá pra ser líder

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Meu pai e minha mãe tiveram dez filhos, eu sou a mais velha das mulheres e era uma vida difícil. Antes não tinha todos os benefícios que têm hoje, e isso era muito complicado para a minha família. Como eram todos crianças, só meu pai trabalhava pra sustentar a casa, na lavoura.

Uma coisa que meu pai e minha mãe sempre faziam questão era que os filhos estudassem. Ela nem ler sabia, como meu pai também não sabe, mas faziam questão que os filhos estudassem. Muitos não quiseram. Eu mesma, quando vim embora pra Bahia, não tinha terminado a oitava série, aí terminei quando cheguei aqui. Vim pra cá com 18 anos.

Olha, não gosto muito da história de como eu vim pra Bahia, isso me deixa triste. Foi um trauma na minha vida porque eu estudava, trabalhava. Estava estudando à noite e tinha um namorado. Era jovem, tinha meus 17 anos, e aconteceu de eu ficar grávida.

Minha mãe não aceitou e isso me machucou, porque ela disse que eu não era mais filha dela, que eu tinha que sair de dentro de casa. Não era como hoje, que todo mundo sabe como é que... não tinha conversa com a mãe. E ela disse que eu não podia ficar em casa pra não dar mau exemplo às filhas dela.

Meu pai estava trabalhando numa cidade vizinha e eu fui lá falar com ele. Ele me apoiou e disse: “Não, você vai ficar dentro de casa, onde come 10, come 11, você não vai”. Mas a forma como ela me tratou já tinha me machucado, e eu não quis ficar. Eu tinha uma tia que morava aqui, irmã de meu pai. Escrevi uma carta e ela foi me buscar. Eu cheguei e tive minha filha, que faleceu, eu acho que de trauma, de tanta machucação. Morreu com 21 dias. Se ela estivesse viva, hoje estaria com 25 ou 26 anos, mais ou menos.

Eu nunca tinha saído de Iguatu, tinha só passado algum tempo em Fortaleza, mas nunca tinha saído do Ceará. Lembro que a gente veio de carona com um conhecido dela, de caminhão. Depois que eu tive a criança eu fui ajudar ela, trabalhar como vendedora, e...

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Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 Whirlpool

Depoimento de Heleneide Alves Cordeiro Carneiro

Entrevistada por Eliete Pereira e Marcia Trezza

Serrinha, Bahia, 20 de maio de 2014

Realização Museu da Pessoa

WHLP_HV031_Heleneide Alves Cordeiro Carneiro

Transcrito por Karina Medici Barrella

P/1 – Leninha, bom dia.

R – Bom dia.

P/1 – Leninha, pra gente começar, eu gostaria que você dissesse o seu nome completo.

R – Heleneide Alves Cordeiro Carneiro.

P/1 – E o local e a data de nascimento?

R – Nove de setembro de 1968, em Iguatu, Ceará.

P/1 – O nome dos seus pais?

R – Pedro José Cordeiro e Maria Socorro Alves Cordeiro.

P/1 – E o que seus pais faziam?

R – Meus pais eram agricultores.

P/1 – Eles eram de Iguatu?

R – Iguatu.

P/1 – Eles nasceram ali na região?

R – Não nasceram no Ceará mesmo, eles são todos cearenses. Meu pai pernambucano e minha mãe cearense.

P/1 – E eles se conheceram como?

R – No Iguatu, lá onde a minha mãe morava, meu pai foi pra lá e se conheceram lá mesmo.

P/1 – E como eram seus pais?

R – Hoje eu só tenho meu pai, minha mãe já faleceu. Meu pai tem 65 anos, é pedreiro e aposentado. E mora lá no Iguatu mesmo.

P/1 – E como seu pai e sua mãe eram quando você era criança?

R – Olha, meu pai e minha mãe tiveram dez filhos, eu sou a mais velha das mulheres e era uma vida difícil, que trabalhava na lavoura pra sustentar a família porque muito filho, antes não tinha todos os benefícios que têm hoje, e isso era muito complicado pra minha família, meu pai sustentar todo mundo, que só ele trabalhava. Como eram todos crianças, só meu pai trabalhava pra sustentar a casa. Era uma vida bastante difícil.

P/1 – E você ajudava em casa?

R – Desde pequena, uma coisa que me marcou, eu com três anos lavando prato enquanto minha mãe tinha ganhado neném. Tava na cama e eu ajudando a lavar prato, a fazer comida. E isso me marcou, eu não sei porque, eu não...

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