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Personagem: Antônio Guajajara
Por: Museu da Pessoa, 4 de março de 2022

Saberes Originários

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Saberes Originários

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Saberes Originários

Naquele tempo nós nascia dentro do mato, seu Manoel também nasceu dentro do mato, todos nós nascemos dentro do mato, não tinha parteira, não tinha hospital. Nós nascia dentro de casa mesmo… bota uma esteirazinha debaixo da mulher… com pouco o menino véi tá espirrando lá fora. Tinha o Pajé também… se a mulher tá com dor, querendo ter bebê, o Pajé cuida da cabeça dela, com poucas horas nasce a criança. Eu tô contando essa história porque eu vi minha nação fazendo essa arrumação.

Minha mulher teve as filhas quase tudo dentro de casa sozinha. Uma vez ela teve um criança… só eu e ela dentro de casa, ela teve uma dores de noite, fora de hora. No tempo que não tinha enfermeira dentro da aldeia… foi obrigado eu mais ela anoitecer. Quando o dia nasceu, a criança nasceu. Minha mulher teve muita coragem e hoje já tá velha. Eu também tô surrado, ainda não tô velho, tô usado, porque velho é o mundo, ainda tô novo.

Eu sou um índio, eu sei tudo como eu vivo. Papai sabia cantar, meu sogro sabia cantar, só eu que não aprendi com ele. Pouca pessoa que canta agora aqui, só eu, meu cunhado e o Seu Manoel. Mas nós tamo pelejando com nossas heranças, com nossos novatos para aprender os costumes, porque daqui uns dias nós vamo embora e quando for vão chegar umas pessoas de fora perguntando: “como vocês viviam antigamente?”. Vocês não sabem contar, por isso se interessem. Vocês vão dizer um dia que: “mamãe e papai não ensinaram nós”, não é, oportunidade tá aqui, pra querer aprender vem aqui. Nós conversa o dia todinho na minha gíria, nós come chibé, come feijão. O mais importante é que nós não deixe nossa cultura, é um documento que nós temos. Hoje nós temos documentos feito pelos kari`/brancos, do governo kari`, não é nosso, é lei do branco. Nosso documento é esse também, mas nós é original, não pode esquecer. Nossa cantoria não pode parar. Festa da Menina Moça...

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