Entre os diversos condicionamentos aos quais a sociedade brasileira está sujeita, uma delas é a conformidade na expansão do progresso às custas da natureza.
Concreto, dinheiro! Dinheiro, concreto!
Lembro-me a primeira vez que estive em São Thomé das Letras, já em processo de exploração, porém ainda com pouca extração de pedras ornamentais. Na segunda vez que estive lá, e quando a minha filha foi concebida, há 19 anos, os espaços brancos nas montanhas já eram maiores. Hoje temo que eu não possa apresentar à Bruna a natureza e a magia daquele lugar, mas a levarei em breva.
Uma outra experiência que vivi foi, após anos sonhando com a viagem á Bonito (MG), lugar lindo, deparei-me com diversas cachoeiras secas por conta das queimada ocorridas e diversas florestas e cerrados do Brasil e, por consequência, as nascentes de água doce morreram, secando assim cachoeiras e rios.
Uma delas, a Cachoeira do Tigre, imensa, onde uma das pedras tem o formato da cabeça de um tigre, porém completamente seca.
Triste pensar que a nossa água, num país tão abundante, pode acabar, ou que meus netos, provavelmente, não terão oportunidade de ver as belezas que vi.
Daí lhes pergunto: quando só tivermos o progresso, quem usufruirá?