PENÉLOPE
Ao chegar do trabalho, me deparei com um animal preto parado no portão de casa. Levei um susto, pois tenho duas cadelas, ambas amarelas. Aquilo não fazia sentido. Subi as escadas e perguntei à minha sobrinha, que morava comigo na época, que bicho era aquele todo sujo lá fora. Ela respondeu que não sabia.
Olhei em volta e vi Maia, mas... cadê Penélope? A ausência dela me inquietou. Voltei ao portão e, ao olhar de perto, percebi que o animalzinho sujo e lambuzado de graxa era Penélope, minha doce cadelinha. Ela estava irreconhecível.
Na manhã seguinte, Penélope escapou para a rua. Tentei encontrá-la, mas meu coração se partiu ao vê-la desfalecida perto da pista. Penélope era resgatada da rua e tinha deficiência em uma das patinhas. Mas ali entendi que meu tonzinho caramelo, com seu rabinho cotó, nunca mais estaria comigo.
A dor de perder Penélope foi imensa, entretanto as memórias do seu amor e da sua presença iluminam meu coração até hoje.
---