Cinco meses. Um pouco mais. Diariamente acompanhando notícias pessimistas, ou que, me tornam mais pessimista, seja em relação ao País, seja em relação ao porvir, ao depois que a pandemia passar. Quando será? As incertezas, somadas a falta de coerência ou de condução baseado em informações médicas/científicas precisas e o resultado disto expresso em número de mortos, especialmente no caso Brasil. Tempos difíceis. Sem trabalho, improvisando atividades físicas que o corpo reclama, cuidando de minha mãe cujos problemas de saúde se agravaram neste período. Opto por sair do meu isolamento, apesar da crítica de alguns próximos. Afinal, qual o limite dos cuidados? Vale manter a mãe idosa, diabética, com pressão alta e problemas de coluna isolada ou afastada de você para protegê-la? O que é proteção neste cenário? Ainda assim, um sentimento de inércia, de impotência, de inutilidade. Comecei uma terapia online e estou buscando um trabalho voluntário a distância. Mas o desejo é de ir até as pessoas, de estar com elas, de ter trocas, de olhar no olho, de rir e chorar junto. Estar junto. Buscando algo neste sentido, encontro esta possibilidade de expressar e deixar para a posteridade um relato do que está sendo viver este momento. E aqui está. Um nada, não muito diferente do que muitos vem passando, mas uma gota na história. Idos de 2020, pandemia Covid 19, pandemia de atrasos na vida política/economia/social. Sobrevivendo e, mais que isto, buscando "manter a cabeça fora d'água". Ou seja, viver com saúde física, mental e social, apesar de tudo.