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Por: Museu da Pessoa, 28 de setembro de 2000

O jogo da minha vida: a história da Vila Sant´Ana

Esta história contém:

O jogo da minha vida: a história da Vila Sant´Ana

A minha história está entrelaçada com o surgimento e desenvolvimento da Vila Sant´Ana, bairro do distrito de Itaquera, localizado na zona leste de São Paulo. Tudo começou em meados de 1920, durante uma partida de futebol, quando os meus pais se conheceram num pequeno campo de várzea, da rua Carolina Fonseca.

Naquele período, a vida era muito simples. Não existia energia elétrica, asfalto e nem saneamento. As atividades de lazer focavam nos pequenos eventos sociais, como festas de casamento, aniversários e quermesses.

As partidas de futebol também eram consideráveis, porque todos os moradores compareciam portando quitudes e bebidas, a fim de torcerem as equipes de futebol formadas por seus filhos e parentes. Considerávamos aquilo uma grande festa comunitária!

Astrogildo Pereira é o nome do meu pai, ele era jogador profissional de futebol da equipe de Mogi das Cruzes. Num certo dia, durante uma partida em Itaquera, ele avistou a minha mãe sentada na arquibancada. Dizem que foi amor à primeira vista! A minha mãe Regeneração Roldán era filha de espanhóis e morava na colônia hispânica Vila Sant’Ana.

Por causa dos torneios, meu pai estava sempre a visitar a vila e consequentemente cortejava a minha mãe. Passaram a namorar e com o tempo casaram-se diante da aprovação dos meus quatro avós: Lucinda e Nicinho Pereira; e Natividade e Francisco Roldán.

Após a união, eles foram viver na região de Mogi das Cruzes, local em que o meu avô Nicinho possuía um pequeno comércio que atendia os viajantes do Porto de Santos. A minha avó Lucinda contribuía com as despesas, atuava como professora numa escola de nível fundamental da cidade.

Sou o segundo filho do casal, nasci em 18 maio de 1942. O meu irmão mais velho chama-se Antônio Pacheco e temos catorze meses de diferença. Vivíamos todos com os meus avós paternos, mas quando a minha irmã Adelva nasceu, os meus pais decidiram mudar à Vila Sant’Ana, para terem...

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Projeto Memória nos Bairros

Depoimento de Amaury Roldán Pereira

Entrevistado por Cláudia Leonor e Marina D’Andrea

São Paulo, 28/09/2000

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista número: MT_HV018

Transcrito por Ronaldo Ventura Souza

Revisado por Renata Pereira Rotunno

P/1 - Seu Amaury, por favor, o senhor diga o seu nome, data e local de nascimento.

R - Amaury Roldán Pereira, nasci dezoito de maio de 1942, na cidade de Mogi das Cruzes.

P/1 - E qual é a atividade dos seus pais, nome dos seus pais e atividade deles.

R - Meus pais, Astrogildo Pereira, funcionário público federal ferroviário, e __________ Roldán Pereira do Lago.

P/1 - Você se lembra dos nomes dos seus avós maternos?

R - Meus avós maternos, o senhor Francisco Roldán e Dona Natividade Roldán.

P/1 - Dos avós paternos.

R - Meus avós Nicinho Antônio Pereira e Lucinda Pereira.

P/1 - E qual a origem da sua família?

R - Por parte de mãe, espanhóis, avô e avó vieram da Espanha, e da parte do meu pai portuguesa e brasileira, agora brasileira.

P/1 - O senhor lembra de que lugar da Espanha?

R - Era de Sevilha.

P/1 - E de Portugal?

R - De Portugal não me recordo.

P/1 - O senhor sabe se eles vieram com a imigração espanhola ou alguma... Que data vieram?

R - Os avós maternos vieram da Espanha por causa da guerra que tinha lá. Ali, devido a guerra muitas pessoas estavam morrendo inocentemente, crianças, então para salvaguardar a família, eram vários filhos, deixou lá as terras, fazendas, tudo, e veio embora, inclusive tem uma passagem muito interessante que eles teriam um certo poder econômico lá, e quando vinham no navio, a minha avó trazia o dinheiro nos seios, e um indivíduo tentou praticar um assalto, roubá-la, e os meus avós contavam que essa pessoa foi punida sendo jogado ao mar.

P/2 - É mesmo?

P/1 - Isso era mais ou menos em que ano, o senhor tem ideia?

R - 1906, tinha chegado em 1906 aqui, aqui em Itaquera, precisaria ser mais ou menos em 1904,...

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