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O carnaval não tem fim

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O carnaval não tem fim

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Eu nasci no Hospital do Servidor, no dia 23 de junho de 1955. Tenho 67 anos.

Eu nasci aqui e fui criado lá no Estácio, no Morro de São Carlos. Moro lá há 48 anos.

Eu tinha uma família muito grande e todo mundo era envolvido com escola de samba.

Meu pai era locutor de uma escola de samba chamada Cada Ano Sai Melhor, que se fundiu com a Unidos de São Carlos, que dá origem, hoje, à Estácio de Sá.

Minha mãe e minha madrinha costuravam as fantasias. Faziam a fantasia do Mestre Sala e Porta Bandeira.

A família toda trabalhava com carnaval.

Cheguei até a ser um carnavalesco por 24 horas na Escola Império do Marangá.

Não existe mais. Ficava lá em Jacarepaguá e desfilava na Intendente de Magalhães.

Antes, todo mundo desfilava lá embaixo, depois vieram aqui pra cima.

O carnaval tem essa mobilização desse trabalho operário

Antes, era um trabalho operário.

Hoje, é uma arte-indústria. Você tem até elevador para subir o Destaque.

Fui carnavalesco por 24 horas.

O carnavalesco abandonou e alguém tinha que assumir.

Aqui tem o Bloco Coração das Meninas.

O bloco foi inaugurado em frente ao Moinho Fluminense.

É o primeiro bloco que surge na Zona Portuária.

Metade desses trabalhadores era do Moinho Fluminense.

O Moinho Fluminense era a empresa que mais tinha funcionários da região.

Muitas pessoas aqui trabalharam no moinho.

Depois que fechou, deixou uma tristeza muito grande para as pessoas.

Tem um senhor, que mora na rua hoje, ele era guindasteiro no Moinho Fluminense.

É uma pessoa que conta a história do moinho por dentro.

Eu peguei o Moinho Fluminense funcionando.

Se você passasse ali, teria o risco dos ratos te sufocarem. Era uma rua de ratos.

Tinha uma coisa curiosa no moinho.

Ali, na Rua Antônio Lages, a rua paralela ao VLT, a legislação obrigou que eles colocassem alguns filtros.

Aquele pó da farinha saía e ia todo pra fora.

Quando dava meia noite,...

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Dados de acervo

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Entrevista de Antônio Carlos Rodrigues da Silva

Transcrita: Mônica Alves

(0:00) P1 - Para começar, eu queria que você pudesse dizer seu nome, onde você nasceu e quando.

R – Bem, meu nome é Antônio Carlos Rodrigues da Silva, eu nasci no hospital dos Servidores que fica logo ali na frente e eu nasci em 23 de junho de 1955. Hoje, 67 anos.

(0:28) P1 – E o nome dos seus pais?

R – Meu pai era José Cândido da Silva, que era estivador. E minha mãe, Ivete Rodrigues da Silva, que era uma costureira. Os dois já falecidos.

(0:39) P1- E você sempre morou aqui por perto?

R – Eu nasci aqui e fui criado lá no Estácio, fui criado no morro de São Carlos. Eu já não moro no morro de São Carlos já tem 48 anos. Depois que eu descobri que eu era adulto eu botei a perna no mundo, igual ao Gonzaguinha, e nunca mais voltei. Tenho sobrinhos, afilhados, de vez em quando vou lá no morro visitar as pessoas, amigos. A maioria dos meus amigos que foram criados junto comigo, todos já faleceram, e só sobrou muito poucas pessoas.

(1: 28) P1 – Seus pais trabalhavam com quê?

R – Meu pai era estivador, trabalhava na Escavajima, aqui no porto, e minha mãe era costureira, uma costureira inclusive que fazia ternos. Eu tenho uma irmã que é costureira e faz terno também, que é meio raro porque mulher em geral não faz terno, é coisa de alfaiate.

(2:00) P1 – Quais eram os costumes da sua família quando você cresceu?

R - Olha, eu quando nasci fui morar lá no São Carlos e vinha muito ao médico, então eu vinha ao médico aqui no Hospital dos Servidores e na época ainda era bonde ainda, a gente vinha de bonde. Meu pai era locutor de uma escola de samba chamada Cada ano ser melhor, onde se funde com a Unidos de São Carlos, que dá origem hoje à Estácio de Sá. E a minha mãe, junto com minha madrinha, eu tinha uma família muito grande e todo mundo era envolvido com escola de samba e minha mãe costurava as fantasias e minha madrinha também. Fazia fantasia...

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