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Por: Museu da Pessoa,

O Bar Beiruth

Esta história contém:

Meu nome é Francisco Frota Marinho. Nasci em 25 de Julho de 1937 na cidade de Ipú, Ceará. Meu pai chamava-se Antônio de Souza Marinho e minha mãe, Maria Frota Marinho. Ele, funcionário público e ela, do lar. Ele era do Ministério da Saúde, tratava daquelas famosas endemias rurais e daquele processo todo de saúde. Acompanhava e trabalhava em campo. A especialidade da área dele era o Tracoma. Naquela época, havia muito problema de vista nas crianças, então ele especializou-se nisso. Fez um estágio em Fortaleza. Depois de quase 35 anos de trabalho, aposentou-se. Meu pai, quando funcionário – e primeiramente comerciante - era igual cigano: andava de cidade em cidade. Quando arranjou esse trabalho de funcionário público acabamos morando em Tianguá e, depois, finalmente, em Ipú. Em determinado momento veio o período em que servi o Exército. Fui embora. Ele ainda mudou-se e morou em Sobral por 15 anos. Deste resto eu já estava: já havia saído de casa e lutava pelo pão de cada dia. Mas a maior parte da infância foi em Ipú mesmo. A cidade era pequena. Sabe que, recentemente, estive lá, faz dez dias. E a cidade evoluiu e melhorou (um pouco); mas naquela época, no duro mesmo e sem fazer nenhum gracejo, era a cadeia - não tinha hospital -, duas farmácias e a delegacia, nada mais. Morei, no período da infância, em Ipú e, por lá, comecei a trabalhar com sete anos, já como comerciante. Depois me alistei, fui servir o Exército em Crateús. Em Ipú trabalhava na mercearia de um parente. No período em que eu era criança meu pai sempre teve mercearia: nasci, como se diz na linguagem comum, dentro do boteco. Voltamos para o Ipú e continuei trabalhando com um primo. Trabalhei neste serviço até 15 anos e começando aos sete. Nesta época se vendia de tudo um pouco na Mercearia. De farinha e arroz à carne: eram secos e molhados - antigamente se chamava. E até era possível anotar as compras na caderneta, principalmente alguns...

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Dados de acervo

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P/1 – Queria novamente perguntar para o senhor seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Francisco Frota Marino, 25/07/1937.

P/1 – Em que cidade o senhor nasceu?

R – Ipú, Ceará.

P/1 – Seu Chiquinho, me fala o nome dos seus pais e qual a atividade profissional deles.

R – Antônio de Souza Marino, Maria Frota Marino. Ele, funcionário público e ela, do lar.

P/1 – Como funcionário público ele fazia o que?

R – Ele era do Ministério da Saúde. Aquela famosa endemias rurais, aquele processo todo de saúde.

P/1 – Ele acompanhava?

R – Acompanhava, trabalhava em campo, a espécie dele era tracoma. Naquela época, muito problema de vista nas crianças, então ele especializou nisso. Teve estágio em Fortaleza, depois aposentou-se, depois de quase 35 anos de trabalho.

P/1 – Seu Chiquinho, o senhor cresceu em Ipú? Passou a infância lá, adolescência?

R – Meu pai, quando funcionário, primeiramente comerciante, era igual cigano, andava de cidade em cidade, mas depois que arranjou esse trabalho, funcionário público, nós moramos em Tianguá e finalmente Ipú. Aí foi o período que eu servi o Exército, fui embora e ele morou em Sobral. Sobral morou 15 anos, aí o resto eu já estava, já saí de casa e fui lutar pelo pão de cada dia.

P/1 – Mas o senhor passou a maior parte da infância em que cidade?

R – Ipú.

P/1 – Ipú? Conta pra gente como era a cidade nessa época.

R – Ah, cidade pequena, eu estive recentemente lá, tem dez dias, evoluiu e melhorou, a cidade melhorou um pouco, mas naquela época, no duro mesmo, sem fazer nenhum gracejo, era a cadeia, não tinha hospital, duas farmácias e a delegacia, nada mais.

P/1 – O senhor ficou lá até os 15 anos? Em Sobral?

R – Não, morei no Ipú, depois fui comerciante, comecei a trabalhar com sete anos de idade e depois me alistei, fui servir o Exército em _______.

P/1 – Me fala uma coisa, o senhor, aos sete anos, trabalhava como comerciante?

R –...

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