Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
História
Personagem: Clarice Herzog
Por: Museu da Pessoa, 5 de setembro de 2019

Mulher, profissão coragem

Esta história contém:

Mulher, profissão coragem

Vídeo

Escola e família

[Estudei em] escola pública. Toda semana tinha que cantar o hino nacional, ficava lá penduradinha, todas, cantando. E era muito gostoso porque as minhas amigas da rua eram minhas amigas da escola, porque era pertinho assim, muito perto, e entre a escola e a casa em que eu morava tinha uma casa enorme da minha avó paterna, era uma casa grande, tinha árvore, a gente pulava nas árvores, e pulava. Foi uma época gostosa, era uma época bem gostosa. Bem gostosa. Se bem que minha mãe não se dava muito bem com a avó, de tanto que amolou meu pai, tantas vezes, que foi morando cada vez mais longe, que acabou lá no sítio [em Bragança Paulista]. Mas era muito gostoso, eu tinha uns amigos lá, e era gostoso porque eu tinha aula com eles.

[Minha avó] ficava esperando os filhos às cinco da tarde, iam lá, iam beijar ela antes de ir para casa, e minha mãe detestava isso. E cada vez ficava mais longe. Eu tinha muito contato era com os meus avós maternos, avós maternos que eu amava, amava. O meu avô era italiano, ele chegou com 18 anos, e tinha a minha avó, Inês, de origem alemã. E chegou aqui, ficou com o meu avô, eles eram maravilhosos os dois, amava os dois. Eu tenho uma impressão interessante, minha avó era muito, muito... A gente ia para a casa dela, eu chegava e levava amigas para lá, e ela preparava macarrão, fazia comidinha. Meu avô trabalhava no cemitério do Araçá, ele fazia os designs das coisinhas. Aí ele chegava às vezes com dez [amigos], porque ele fazia os designs e tinha uns caras que faziam, ele levava todo mundo, minha avó sempre recebia numa boa. Minha avó era maravilhosa. Eu tinha muito contato com os meus avós do lado da minha mãe; não do meu pai, que não tinha muito contato.

Eles perderam a casa, foi uma tristeza isso. Como chama aquela rua? Oscar Freire. Eles perderam um pedaço da casa. Meu avô nessa época estava internado e minha avó não teve coragem de falar para ele, porque ele construiu a casa e...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Projeto Instituto Vladimir Herzog

Depoimento de Clarice Herzog

Entrevistado por Karen Worcman, Luiz Egypto e Gunnar Carioba

São Paulo, 05/09/2019

PCSH_HV803

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Ana Carolina Dias

Revisado por Luiz Egypto

P/1 - Para ver a sua lembrança, só para marcar, eu queria que você dissesse seu nome inteiro e o local e a data do seu nascimento.

R – 01/07/1941, e o meu... Você quer o meu nome? De solteira?

P/1 - Seu nome inteiro.

R - É Clarice Ribeiro Chaves. E eu lembro, quando eu estava na USP, que foram ver que era Vladimir Herzog, o... Como ele chamava? O grandão lá falou: "Você com um nome tão maravilhoso, Ribeiro Chaves, e foi ter Herzog". Porque eu virei Herzog, aí falou: "Por que você usa Herzog?" "Ah, porque eu casei com ele e fiquei com o nome dele", porque era assim, a gente recebia o nome do [marido]. Pode ser que hoje não, você [decide]: quero continuar com meu nome. Me casei com o Vlado, peguei o nome dele, fiquei com o nome dele.

P/1 - E você nasceu em São Paulo?

R - São Paulo. Vivi minha vida toda na [rua] Ferreira de Araújo, que tem uma escola até hoje, que eu comecei a fazer pequenininha lá, que eu fazia, e eu até pus aqui, Alfredo Bresser, que está lá ainda, Alfredo Bresser.

P/1 - Era uma escola pública?

R - Escola pública. Toda semana tinha que cantar o hino nacional, ficava lá penduradinha, todas, cantando. E era muito gostoso porque as minhas amigas da rua eram minhas amigas da escola, porque era pertinho assim, muito perto, e entre a escola e a casa em que eu morava tinha uma casa enorme da minha avó paterna, era uma casa grande, tinha árvore, a gente pulava nas árvores, e pulava. Foi uma época gostosa, era uma época bem gostosa. Bem gostosa. Se bem que minha mãe não se dava muito bem com a avó, de tanto que amolou meu pai, tantas vezes, que foi morando cada vez mais longe, que acabou lá no sítio [em Bragança Paulista]. Mas era muito gostoso, eu tinha uns amigos...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.