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História
Personagem: Ana Kariny Gurgel
Por: Museu da Pessoa, 7 de setembro de 2012

Minha vida é uma manifestação de eterno recomeço

Esta história contém:

Minha vida é uma manifestação de eterno recomeço

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Toda a minha família por parte de mãe é de Fortaleza e a família do meu pai do Rio de Janeiro. Meu pai era piloto, pernoitou em Fortaleza, arrumou uma namorada de 16 anos, casou e eu nasci. Pelo lado materno, era uma família de uma aristocracia tradicional em Fortaleza. Eram donos de banco e meus bisavôs não deixavam os filhos se relacionarem. Tinha que ser no mínimo primo, algum grau de parentesco. Eu brinco que a família tem um pouco de parafuso a menos por causa disso. A minha avó se revoltou, casou às quatro horas da manhã, fugindo com o meu avô. Por parte de pai eu venho de uma família de militares.

E eu cresci dessa mistura, com um lado nordestino picante, de pessoas espontâneas, com outra família muito fechada e mais repressora. Minha mãe fez uma ameaça se eles não casassem... Meu pai falou: “Eu não vou”; ela: “Então eu vou estudar na Suíça”. Já com passagem comprada e ele: “Então eu vou casar”. Casaram, moraram em Fortaleza, Natal; depois a gente foi pro Paraguai; voltei pro Brasil e fui morar na Base Aérea em Santa Cruz. Nasci com esse clima de clube, protegida. Morei também na base de Marechal Hermes. Eu me achava a pessoa mais rica do mundo. Eu morava na vila e achava que tudo era meu, aquela coisa imensa. Vivia num mar de rosas. Aí fui pra Brasília, em 87, e lá já foi a época de conhecer um pouco de Legião Urbana. Mudava toda hora de colégio. E eu sempre gostei de ser a primeira da turma, de fazer tudo certinho. Estudava, estudava, queria sempre saber o porquê do porquê.

Tinha uma angústia de querer saber das coisas. Minhas amigas todas beijando e eu falei: “Não quero crescer; eu quero ser criança!” Eu só gostava de amor platônico. Fiquei quatro anos em Brasília e vim pro Rio, pra Ilha do Governador. Lá já foi o meu primeiro namoro de verdade. Começou a minha vida a mudar, o mundo cor de rosa. Foi um namoro bem conturbado. Depois comecei a estudar pro vestibular...

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Dados de acervo

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P/1 – Ana, você pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Ana Kariny Gurgel Holanda da Silva, tenho 36 anos e nasci em Fortaleza.

P/1 – Seus pais são de Fortaleza?

R – Minha mãe. Minha mãe e toda a minha família por parte de mãe é de Fortaleza e a família do meu pai do Rio de Janeiro. Meu pai era piloto, pernoitou em Fortaleza, arrumou uma namorada com 15 pra 16 anos, casou e eu nasci com 17. Minha mãe com 17 anos me teve.

P/1 – E seus avós maternos e paternos?

R – É, os avós maternos de Fortaleza e paternos do Rio de Janeiro. Agora...

P/1 – E você tem essa descendência de alemão assim?

R – Tenho de alemão e holandês por parte de mãe e de português por parte de pai.

P/1 – Qual que é o grau dos holandeses e alemães? É tipo bisavô?

R – Bisavô e por parte de pai também, bisavô.

P/1 – Você sabe um pouco a história dos seus avôs maternos e paternos?

R – O que eu sei, pelo menos do materno, assim, era uma família de uma aristocracia tradicional em Fortaleza. Eles eram donos de banco e tinha uma coisa de não poderem – isso eu acho péssimo falar – meus bisavôs não deixavam os filhos se relacionarem com pessoas... Tinha que ser no mínimo primo, tinha que ter um grau de parentesco. Aí, eu brinco que a família tem um pouco de parafuso a menos por causa disso. Porque tinha ser ali, todo ali, filho de não sei quem com não sei quem pode. Então, a minha avó se revoltou, casou às quatro horas da manhã, fugindo com o meu avô e casou no Civil. Minha avó por parte de pai já não, eu venho de uma família de militares, meu avô era militar; meu pai é militar, não é mais, e da reserva, minha avó saiu de casa cedo pra casa, porque naquela época era uma liberdade, não trocava de casa; trocava de pai pra marido. E a minha avó pegou um segundo pai, que era meu avô super carrasco, militar muito radical. E eu cresci dessa mistura com um lado nordestino picante, de...

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