Minha mãe é uma guerreira!

Minha mãe nasceu em Pernambuco, em uma cidade chamada Garanhuns. Com 7 anos de idade começou a trabalhar na roça, sua função era capinar lavoura. Com 10 anos sofreu um acidente, estava brincando com suas primas, correndo uma atrás da outra (pega-pega), quando caiu por cima de uma foice, que atravessou seu joelho esquerdo, levaram ela às pressas para o hospital, e tiveram que fazer uma cirurgia para não perder os movimentos de sua perna, um momento delicado e de muita luta para todos, devido a lenta recuperação, após meses de idas e vindas de hospitais ela graças a Deus se recuperou completamente. Com 18 anos decidiu vir morar em São Paulo juntamente com sua madrinha, seus pais sofreram muito com sua partida. Quando chegou aqui não se adaptou facilmente, foram momentos muito complicados, ela ficou muito doente, sempre me falou de como foi horrível chegar na cidade. O meu avô e avó resolveram vir atrás dela, e com o tempo decidiram ficar por aqui de vez. Minha mãe conseguiu um emprego em uma fábrica, se casou com o João pai das minhas duas irmãs mais velhas, Elaine e Eliane. Esse homem batia em minha mãe, ele era alcoólatra e quando chegava de madrugada em casa, minha mãe já imaginava que iria chegar descontrolado e quebrar tudo dentro de casa, então já se antecipava e corria com minhas duas irmãs nos braços, para se esconder nas casas dos vizinhos ou familiares, momentos de muita dificuldade e fome. Resolveu se separar após 4 anos juntos, finalmente quando ficou sozinha começou a conquistar as suas coisas, o primeiro foi o seu terreno e com muita luta, garra e determinação, conseguiu construir sua sonhada casa. Durante 10 anos ficou solteira, ela e minhas irmãs vivendo muito felizes. Quando conheceu um novo companheiro, o meu pai, e tiveram mais duas filhas, eu e Thais, minha mãe ainda grávida de mim, em meio a uma relação conturbada, resolveu se separar. Uma nova batalha iniciou-se agora com 4 filhas. Nessa nova fase, ela saía para trabalhar e deixava as filhas mais novas com a mais velha, que era a Elaine, tomávamos café juntas, íamos a escola e brincávamos com nossa sobrinha Luana. Hoje, já crescidas, cada uma segue suas vidas, mas sempre unidas. Ao falar da minha mãe, eu me encho de orgulho, ela é muito guerreira, a pessoa em que mais confio, ela é essencial em minha vida. Eu só desejo vê-la feliz em todos os momentos, e eu sei que vou fazê-la ainda mais feliz quando me formar, por isso estou tão focada e determinada, é o meu grande sonho.