Tem um lado muito triste da minha vida que não sei explicar. Eu acho que é porque quando era criança, não tive infância, tinhas muitas responsabilidades como ajudar minha mãe a tomar conta do meu irmão e da casa. Eu fui crescendo e cada vez mais a responsabilidade aumentava, eu tinha que fazer tudo em casa antes da minha mãe chegar do trabalho, se não podia contar com uma surra muito feia. Eu ficava cheia de hematomas no corpo, ela não queria saber que eu era apenas uma criança. Assim, fui crescendo e cheguei à adolescência. Quando completei 12 anos fui trabalhar no Rio de Janeiro. Cresci com uma tristeza muito grande dentro de mim. Não tive amor de pai e mãe. Comecei a namorar escondido e fiquei grávida da minha filha. Pensei que tudo ia mudar, mas eu me enganei feio. Nada do que eu sonhei aconteceu que era ter um casamento diferente. Ai que veio minha luta, batalha e tristeza muito grande. Tive minha filha e depois de cinco meses passei muito mal, fiquei internada no isolamento em coma profundo. Foi aí que eu percebi que minha mãe gostava de mim de um jeito diferente. Muitas vezes eu não gosto de lembrar de ter casado tão nova e de não ter a aproveitado a oportunidade para estudar, ainda mais com três filhos, fica mais complicado ainda.