Maria, Maria Minha Seu nome é Maria Silva, hoje com 30 anos de idade, nasceu no dia 09 de março de 1992, na cidade de Rio Branco no estado do Acre. Mesmo com pouca idade sua história de vida é marcada por grandes superações. Filha de José Herculano Ferreira da Silva e Ivonete da Silva. Tem hoje dois filhos, uma se chama Vitoria Silva Siqueira e o outro Antônio Silva Siqueira, e é casada com Flávio Siqueira. Sua história se inicia em uma colônia bem distante, especificamente na estrada de Boca do Acre, no KM 52. A mãe de Maria casou-se com seu pai e moravam nesta colônia, juntamente com toda sua família, até que as coisas não foram mais dando certo por lá, a vida na cidade grande foi chamando a atenção de seu pai, e então eles decidiram sair da zona rural, e irem viver na capital. Já na capital após 10 anos de casada, nasceu Maria. Foram três, os filhos de Ivonete e de Jose, ou melhor dizendo, foram três as filhas que eles tiveram, sendo elas Marina, Mariana e Maria, e Maria é a filha do meio. Quando Maria tinha três anos de idade, seus pais se separaram, seu pai o Sr José era viciado em bebida alcoólica, nunca voltava para casa após o trabalho, o mesmo não deixava faltar nada às meninas, no entanto não era só isso que Ivonete queria, e por este motivo dona Ivonete se viu obrigada a sair de casa com suas três filhas pequenas, uma com 5, 3 e 2 anos de idade, respectivamente. Dona Ivonete criou as três filhas sozinhas por quase 6 anos, com ajuda de Deus e alguns poucos familiares, e então, foi quando Maria completou 7 anos, que sua mãe decidiu viver maritalmente com um novo companheiro, e foi aí que a história de Maria passou a ser uma história de terror, como diz ela, mas conhecendo sua história, a chamo de história de superação. Dos 8 anos de idade da nossa Maria ate os seus 13 anos, as coisas não foram fáceis para ela, sua mãe e suas irmãs. Sua mãe estudou somente até a 4o série do ensino fundamental, e seu...
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Maria, Maria Minha Seu nome é Maria Silva, hoje com 30 anos de idade, nasceu no dia 09 de março de 1992, na cidade de Rio Branco no estado do Acre. Mesmo com pouca idade sua história de vida é marcada por grandes superações. Filha de José Herculano Ferreira da Silva e Ivonete da Silva. Tem hoje dois filhos, uma se chama Vitoria Silva Siqueira e o outro Antônio Silva Siqueira, e é casada com Flávio Siqueira. Sua história se inicia em uma colônia bem distante, especificamente na estrada de Boca do Acre, no KM 52. A mãe de Maria casou-se com seu pai e moravam nesta colônia, juntamente com toda sua família, até que as coisas não foram mais dando certo por lá, a vida na cidade grande foi chamando a atenção de seu pai, e então eles decidiram sair da zona rural, e irem viver na capital. Já na capital após 10 anos de casada, nasceu Maria. Foram três, os filhos de Ivonete e de Jose, ou melhor dizendo, foram três as filhas que eles tiveram, sendo elas Marina, Mariana e Maria, e Maria é a filha do meio. Quando Maria tinha três anos de idade, seus pais se separaram, seu pai o Sr José era viciado em bebida alcoólica, nunca voltava para casa após o trabalho, o mesmo não deixava faltar nada às meninas, no entanto não era só isso que Ivonete queria, e por este motivo dona Ivonete se viu obrigada a sair de casa com suas três filhas pequenas, uma com 5, 3 e 2 anos de idade, respectivamente. Dona Ivonete criou as três filhas sozinhas por quase 6 anos, com ajuda de Deus e alguns poucos familiares, e então, foi quando Maria completou 7 anos, que sua mãe decidiu viver maritalmente com um novo companheiro, e foi aí que a história de Maria passou a ser uma história de terror, como diz ela, mas conhecendo sua história, a chamo de história de superação. Dos 8 anos de idade da nossa Maria ate os seus 13 anos, as coisas não foram fáceis para ela, sua mãe e suas irmãs. Sua mãe estudou somente até a 4o série do ensino fundamental, e seu padrasto era analfabeto, ela era domestica e ele pedreiro, viviam bem, eram felizes, ate que depois de um certo tempo as coisas foram mudando. Dona Ivonete trabalhava muito, saia cedo de casa e retornava tarde, foi nessas ausências de dona Ivonete que o padrasto das três irmãs começou passou a abusar sexualmente delas, ou melhor, abusava sexualmente das duas maiores Marina e Maria e psicologicamente de todas as mulheres da casa de Maria. Quando Maria completou 9 anos ela já não aguentava mais aquela vida e pediu para a mãe que a deixasse ir morar de volta com sua avó em Boca de Acre, e para a felicidade de Maria sua mãe permitiu que fosse. Chegando lá Maria não contou nada do que aconteceu com ela e nem com sua irmã para ninguém. Começou a frequentar a escola, e com muita dificuldade nos estudos ela decidiu abrir mão de estudar, ela sempre teve dificuldade na aprendizagem, se considerava burra demais para aprender alguma coisa, ler e escrever então, para ela era impossível, e com as dificuldades de ensino na zona rural ela se viu desmotivada a dar continuidade aos estudos. Foi diante desta dificuldade que a mãe de Maria decidiu trazê-la de volta para Rio Branco. Maria ficou desesperada pois sabia que os abusos iriam voltar e ela não queria viver aquele pesadelo novamente. Maria voltou. As irmãs sofriam em silencio, pois todos os dias eram ameaçadas de morte, a morte delas e também da mãe, este era o motivo que as faziam sofrer em silencio, o medo de ficar sem a mãe. Enfim, lá está Maria novamente vivendo com as irmãs, mãe e padrasto. Maria volta a estudar, bem atrasada em sua série, com a idade bem maior que as do demais colegas, ela passa ser rejeitada, a sofrer bullying por sua aparência e por sua dificuldade em aprender, lia muito pouco, e escrevia com uma letra que não dava para compreender quase nada. Maria se achava feia, era chamada todos os dias de dente de coelho, pois tinha os dentes muito para fora, e ainda era chamada de orelha de abano, porque tinha orelhas grandes. Maria não suportava mais ouvir coisas horríveis na escola e em casa ser brinquedo. Ela só queria brincar e não ser brinquedo, porque afinal criança brinca, mas não é brinquedo. Maria cresceu com um complexo de inferioridade gigante, se achava a pior em tudo. Para piorar, os abusos agora eram também físicos, seu padrasto passou a agredir todos da casa de Maria e de forma horrível, à sua mãe. Foi então que dona Ivonete resolveu sair de casa, e essa decisão foi motivo de festa para Maria e suas irmãs, sem dona Ivonete saber, estava livrando suas filhas de um monstro. Mas a alegria não durou muito tempo, na verdade durou apenas uma semana. Dona Ivonete retornou com seu companheiro, e como Maria já sabia, retornaram os abusos também. Quando Maria completou 12 anos ela engravidou de seu padrasto, a vida dela não fazia mais sentido algum, era o fim. Ninguém além de suas irmãs, sua mãe e ele, soube do ocorrido, e antes que a barriga crescesse, Maria teve que parar de ir à escola mais uma vez. Foi então que ele fez com que Maria abortasse a criança. E foi o que aconteceu, Maria quase morre, teve hemorragia, e teve que ser tratada em casa, caso contrário, iriam descobrir o abuso, e o pior o mesmo se repetiu com sua irmã mais velha, Marina. Maria, quando tinha 13 anos, engravidou novamente, sim, novamente. Mas desta vez, descobriu já muito tarde e por isso não conseguiu realizar o segundo abordo, além disso, corria risco por tentar um outro abordo em um espaço tão curto de tempo. A barriga de Maria começou a crescer, foi então que começaram as desconfianças e o julgamentos, como pode, uma criança tão tímida, que mal sai de casa engravidar? Foi então que a avó de Maria já desconfiada resolveu conversar e perguntar a verdade a Maria, Maria não conseguiu mais esconder e contou tudo a sua avó. Foi então que sua avó realizou a denúncia, e os policias chegaram na sua casa disfarçados e tiraram Maria, suas irmãs e sua mãe da casa onde moravam. Mas tarde voltaram e prenderam o padrasto. Maria e suas irmãs foram para uma casa abrigo, para elas ali era o melhor lugar do mundo, afinal, ali poderiam dormir bem, sem ter ninguém fazendo-lhes mal. Maria teve a criança, com todo o apoio da casa abrigo, que a acolheu com todo amor e cuidado, dando suporte em tudo a ela e à bebe da criança Maria. Toda família de Maria virou-lhe as costas, Maria e suas irmãs sofreram muito, a mãe devido a descoberta e todo o ocorrido teve depressão profunda, e um outro período difícil Maria e suas irmãs passaram. Os anos se passaram, e nunca mais desde que dona Ivonete e Jose, pai biológico de Maria, se separaram, ouviu se noticias dele. Maria não lembrava do rosto de seu pai, muito menos a voz dele, essa era mais uma tristeza que carregara consigo. Foi então quando ela completou 19 anos, ele reapareceu na porta do abrigo, onde Maria agora era educadora, sim Maria passou a cuidar de crianças que passaram pelo mesmo que ela. Quando seu pai apareceu Maria não conseguiu falar com ele, pois guardava muito rancor, assim com suas irmãs. Os anos se passaram, e quando ela tinha 20 anos, recebeu a noticia da morte de seu pai biológico, sua morte foi a pior possível. Desaparecido por cinco dias, foi encontrado num barranco, preso a galhos de uma pequena arvore, ele bebeu demais, caiu no barranco e tentava subir, mas devido aos efeitos do álcool não conseguiu, sofre ali mesmo uma overdose de álcool. No velório a cena era esta: as três irmãs frente ao caixão com pai delas dentro, o caixão totalmente fechado, pois já estava cheirando muito mal fechado, logo, era impossível ser aberto. Essa seria a segunda chance que teriam de ver o rosto do pai. Não havia ninguém lá, somente as três irmãs e o pai morto, muito choro e muito sofrimento. Mas a vida de Maria precisava continuar, teria que enfrentar mais essa perda, e seguir em frente. Passados alguns anos Maria conseguiu conclui o ensino Médio, e em seguida conheceu um rapaz pelo qual se apaixonou. Ela se casou, constituiu família, superou coisas que pareciam insuperáveis e vive hoje feliz com sua família. Teve mais um filho, realizou seu sonho de casa própria, e realizou pequenos grandes sonhos que para ela era necessário para que pudesse superar alguns de seus traumas. Maria fez cirurgia na orelha e conseguiu reduzi-la, e fez tratamento nos dentes, hoje ela sorri e se acha uma linda mulher. A sua história continua a ser escrita. Muitos diziam que a pequena Maria não iria dar em nada, como? 13 anos e uma criança fruto de um abuso, o que esperar disso? O que esperar de alguém com uma história dramática como essa? Maria escolheu fazer de seus limões azedos, uma deliciosa limonada que hoje refresca a muitos. Ate hoje Maria é voluntaria na casa abrigo onde um dia ela chegou gravida e sem perspectiva alguma de vida. Fala de sua história em palestras e em igrejas onde é convidada para dar seu testemunho, e muitas pessoas já procurou Maria e suas irmãs pedindo que elas deixassem escrever um livro sobre a história de vida delas.
Essa é minha Maria.
Observação: Todos os nomes que constam nesta biografia são fictícios.
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