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Por: Museu da Pessoa, 17 de abril de 2014

Lucia mudou com a família para Rio Claro e salvou o filho mais velho das drogas

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Lucia mudou com a família para Rio Claro e salvou o  filho mais velho das drogas

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Meu nome é Maria Lucia de Sousa dos Santos, nasci em São Tomé, no Paraná no dia dois de abril de 1964. Meu pai trabalhava em roça. Minha mãe fazia as coisas em casa e também trabalhava na roça pra ajudar. Comecei a trabalhar cedo na roça, desde criança. Eu fui a mais velha, daí fui a mais sofredora (risos), trabalhei bastante. A gente foi criada debaixo dos pés de café. Desde pequenininha mesmo, três, quatro anos. Eu estudei até o quarto ano, o meu pai tinha mania de falar que mulher não precisava estudar muito. Eu fui terminar de estudar, já tava com 30 anos.

Eu não era muito arteira, não. Eu era mais sossegada, mas uma vez, fui moer cana, tinha as crianças, tinha engenho, eu fui moer e apertou o dedo do menino. Eu sofri bastante com aquilo, sentimental... Eu não gostava de sítio, eu odiava morar em sítio. Fim de semana era uma vida, porque eu queria vim pra cidade. Eu morava, mas não gostava. Eu dava um trabalho danado pro meu pai. Pra vim pra cidade, tinha que arrear carrinho, carroça, às vezes, eu vinha sozinha [com 12 anos, 13 anos], arreava o carrinho e me mandava, o meu pai ficava doido (risos).

Eu trabalhava de doméstica, eu, minhas irmãs... Vichi, o primeiro salário, o meu pai tava na situação difícil, entreguei pra ele pagar aluguel. Ajudou bastante, foi emocionante. Meu pai deixava uns troquinhos com a gente. Mesmo na roça eu catava mamona, eu criava galinha, sempre gostei de ter o meu dinheirinho, eu não gostava de depender de ninguém. Até hoje eu não gosto de depender. Sempre me virava, fui comprando enxoval, fui comprando as coisas, roupa, calçado.

Eu comecei a namorar com 17 anos e pouco. O meu pai exigia que tinha que namorar pouco, namorar e já casar. Eu não era namoradeira. Comecei a namorar, ele é bem mais velho do que eu. Daí, meu pai: “É seis meses pra namorar e casar”, não teve como se explicar... Continuei trabalhando... Eu saí do Sumaré, que era a vilinha, fui pra Paranavaí, pra...

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Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 Whirlpool

Depoimento de Maria Lucia de Sousa dos Santos

Entrevistada por Márcia Trezza

Rio Claro, 17 de abril de 2014

WHLP_HV010_Maria Lucia de Sousa dos Santos

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Nós vamos começar, Lucia, fala o seu nome completo.

R – Maria Lucia de Sousa dos Santos.

P/1 – Você nasceu onde?

R – Nasci em São Tomé.

P/1 – Em que estado?

R – Paraná

P/1 – Quando que você nasceu, que data?

R – Dia dois de abril de 1964.

P/1 – Qual é o nome dos seus pais?

R – Benedito Cicrail de Sousa e Maria de Lurdes Vera Cruz de Sousa.

P/1 – Seu pai trabalhava com que?

R – Meu pai trabalhava, assim, em roça, né? Bem sofrido.

P/1 – Como?

R – Era bem sofrido, coitado, pra criar quatro filhos.

P/1 – Ele trabalhou sempre na roça?

R – Sempre na roça. Depois de uns anos, aí ele veio embora pra cá.

P/1 – E você chegou a morar nesse lugar que ele trabalhava?

R – Cheguei! Nasci, né, na roça, nasci no mesmo lugar (risos).

P/1 – Vocês moravam no lugar onde ele plantava? Ele plantava para sobrevivência ou tinha alguma produção?

R – Ele plantava para sobreviver.

P/1 – E o que é que vocês plantavam?

R – Arroz, feijão, tinha roça de café,

P/1 – E o café dava pra vender?

R – É, o café dava pra vender.

P/1 – E a sua mãe?

R – Minha mãe também trabalhava em casa, né, fazia as coisas em casa e também trabalhava na roça pra ajudar.

P/1 – E você participava também desse trabalho?

R – Sim, desde criança. Eu fui a mais velha, daí fui a mais sofredora (risos), trabalhei bastante, comecei a trabalhar cedo.

P/1 – Na roça?

R –Na roça.

P/1 – Como era o seu dia? Fala um pouco do seu dia, assim.

R – Ah, o dia era bem corrido, né, cansativo.

P/1 – Mas, descreve, assim, desde que você acordava, como que era?

R – Acordava, tomava o café, já ia pra roça cedo, logo cedo.

P/1 –...

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