IDENTIFICAÇÃO
O meu nome é Leila Maria Carrilho. Quando ingressei na Petrobras, eu tinha o nome de casada e era Leila Maria Carrilho Ásfora.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu ingressei na Petrobras, quer dizer, no sistema Petrobras, em 12 de junho de 1972. Foi o primeiro concurso que a Braspetro realizou. A Braspetro tinha sido criada no dia cinco de abril de 1972. E houve a necessidade de fazer um recrutamento de secretárias executivas com proficiência em inglês e francês. Então, foi realizado um concurso entre várias secretárias e três foram aprovadas, uma pra secretária do vice-presidente, que foi inclusive o idealizador e criador da Braspetro, Doutor Geonísio Barroso, e pra mais dois diretores. Eu fui selecionada pra ser a secretária, depois daquela filtragem toda, do diretor da área econômica, comercial e financeira, que é o Carlos Sant’Anna, uma pessoa bastante conhecida também, de muitos anos de Petrobras, que foi presidente. E eu trabalhei com ele 18 anos, como secretária. No início da Braspetro, o seu corpo técnico era formado por empregados de órgãos técnicos cedidos da Petrobras, porque não havia no mercado de trabalho. Obviamente, a Petrobras era estatal. Então, o corpo técnico tinha que ser da Petrobras, mas houve necessidade de recrutamento de mão-de-obra da linha administrativa, digamos, financeira. E, por coincidência, eu fui a matrícula 01. Na verdade, matrícula 01 é meio mentirinha, porque a 01 fica no Ministério do Trabalho. A minha matrícula é a 02, mas eu sou chamada a número um. E eu era muito nova, tinha 21 anos. E, alguns anos depois, eu soube que o vice-presidente - ele mesmo relatou - ficou muito preocupado porque, quando apresentaram as três últimas finalistas de toda aquela filtragem, aquele processo de seleção, eles não se deram conta de que eu era tão nova, tinha 21 anos. O que lhes chamou a atenção foi quando, no preenchimento da ficha, eu já era casada. Eu era...
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O meu nome é Leila Maria Carrilho. Quando ingressei na Petrobras, eu tinha o nome de casada e era Leila Maria Carrilho Ásfora.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu ingressei na Petrobras, quer dizer, no sistema Petrobras, em 12 de junho de 1972. Foi o primeiro concurso que a Braspetro realizou. A Braspetro tinha sido criada no dia cinco de abril de 1972. E houve a necessidade de fazer um recrutamento de secretárias executivas com proficiência em inglês e francês. Então, foi realizado um concurso entre várias secretárias e três foram aprovadas, uma pra secretária do vice-presidente, que foi inclusive o idealizador e criador da Braspetro, Doutor Geonísio Barroso, e pra mais dois diretores. Eu fui selecionada pra ser a secretária, depois daquela filtragem toda, do diretor da área econômica, comercial e financeira, que é o Carlos Sant’Anna, uma pessoa bastante conhecida também, de muitos anos de Petrobras, que foi presidente. E eu trabalhei com ele 18 anos, como secretária. No início da Braspetro, o seu corpo técnico era formado por empregados de órgãos técnicos cedidos da Petrobras, porque não havia no mercado de trabalho. Obviamente, a Petrobras era estatal. Então, o corpo técnico tinha que ser da Petrobras, mas houve necessidade de recrutamento de mão-de-obra da linha administrativa, digamos, financeira. E, por coincidência, eu fui a matrícula 01. Na verdade, matrícula 01 é meio mentirinha, porque a 01 fica no Ministério do Trabalho. A minha matrícula é a 02, mas eu sou chamada a número um. E eu era muito nova, tinha 21 anos. E, alguns anos depois, eu soube que o vice-presidente - ele mesmo relatou - ficou muito preocupado porque, quando apresentaram as três últimas finalistas de toda aquela filtragem, aquele processo de seleção, eles não se deram conta de que eu era tão nova, tinha 21 anos. O que lhes chamou a atenção foi quando, no preenchimento da ficha, eu já era casada. Eu era recém-casada. Eu tinha casado em maio e ingressei na Braspetro em junho. Quer dizer, eu estava praticamente em lua de mel. E acho que eles ficaram muito ligados pelo fato de eu ser casada. Eu me lembro que fiz uma foto pra carteira de trabalho com uma roupa bem caretinha, que não seria uma roupa de uma menina adolescente, pra justamente parecer mais velha. E ele ficou meio intrigado. Tanto que ele quis me entrevistar e não caberia a ele me entrevistar, uma vez que eu já teria sido entrevistada e aprovada pelo diretor, que tinha autonomia pra isso. Mas ele quis me entrevistar. O pessoal depois riu muito da história. Com o tempo, distanciamento histórico dos fatos, você começa a rir da história. Aí ele me pediu: “A senhora...” Ele não falava senhora, ele era baiano. “A senhôra é casada?” Eu falei: “Sim.” “E a senhôra tem a certidão de casamento para me mostrar?” Olha que coisa absurda, né? Por sorte, eu estava trocando os documentos, porque era recém-casada, e tinha dentro de minha bolsa a certidão de casamento e mostrei a ele. Isso aí foi um fato que deixou ele bem tranqüilo. Depois ele ficou intranqüilo de novo. Ele perguntou: “E seu marido? Ele é da Petrobras?” Eu falei: “Não, ele é jornalista.” Nós estamos falando de anos 70. Jornalistas não eram pessoas muito queridas. E aí ele perguntou: “De que jornal?” Aí ele relaxou um pouco. “Do O Globo.” Aí ele deu uma relaxada, porque era um jornal que estava mais ou menos, entre aspas, com a situação daquela época.
BRASPETRO
Era um grupo muito pequeno. Nós ocupávamos apenas dois andares de um prédio pequeno que ficava ali na Praça Pio X, Edifício Ultramarino. Lembro que nos primeiros dias, nos primeiros meses, nós éramos no máximo umas 30 pessoas, se tanto. Um grupo muito pequeno. Nós todos nos conhecíamos com muita intensidade, o que não acontece hoje em dia. E também havia o grupo que ia já pro exterior. Tinha um grupo no exterior, mas eram poucos países que a Braspetro atuava. Eu me lembro que, quando eu entrei na Braspetro, havia só atuação no Iraque, na Colômbia e Madagascar. E isso bem no início. Depois começou a vir aquela crise, a grande crise de abastecimento no petróleo no mundo, todo aquele conflito árabe israelense. Aí começaram a sentir necessidade de prospectar em outros países para suprir o mercado e ainda não havia essa quase obtida auto-suficiência de petróleo. Então, começaram a fazer, a criar escritórios na Argélia, Irã, Líbia, Angola. E aí que começou a intensificar mais essa atividade e também a vir os sucessos.
CAMPO DE PETRÓLEO NO IRAQUE
O grande sucesso que nós todo tivemos – isso você já deve ter ouvido de outros colegas nos depoimentos - foi a descoberta do Majnoon, que foi um momento de muita alegria, de muita emoção. E todos nós nos lembramos, quer dizer, quem participou mais ativamente, porque foi no tempo que as comunicações eram muito complicadas. Não havia todos esses recursos. Era o tempo do rádio, telex. E havia um código quando descobriram Majnoon: “Crioulo doido correndo no deserto.” Foi um mega poço e era muito petróleo. Então, quer dizer, português já era quase um código, a língua portuguesa. E chamavam o petróleo de crioulo. Hoje em dia talvez fosse até uma coisa politicamente incorreta, mas não. Era o crioulo doido correndo no deserto. Essa frase foi antológica, e foi um momento de muita alegria quando chegou aquele rádio, porque não tinha essa facilidade de você ligar e nada. Era tudo muito complicado. Não comemoramos tanto, pela grandeza que foi o fato. A comemoração foi mais interna, mas sem brindes nem nada. Também a Empresa era muito séria. Tem que lembrar que estávamos nos anos 70. Tudo era muito quadradinho. Mas talvez na rua os geólogos tenham comemorado, não sei. Mas, dentro do escritório, não foi como seria hoje, a gente poria no rádio, todo mundo ia bater palma. Era um tempo diferente.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL / INTERBRAS
Eu tenho dois momentos Petrobras, porque até 1989 eu fui secretária de diretoria e de presidência. A Braspetro foi criada em 1972. Aí houve uma diretoria da Braspetro que foi crescendo tanto e, com a crise de abastecimento e com toda a dificuldade econômica do Brasil, o Diretor Comercial da Braspetro, com quem eu trabalhava, foi o idealizador da Interbras, que era a Petrobras Comércio Internacional, uma trading. Nós temos café, soja, grãos de modo geral. Já havia uma indústria boa, a indústria automobilística, eletrodomésticos. E havia uma demanda muito grande desses países de Oriente Médio e África, porque eles tinham petróleo, mas não tinham, por exemplo, um fogão, um carro Volkswagen. Então foi criada a Interbras, que era pra fazer a tal da contrapartida, ou seja, os navios vinham de lá com petróleo e voltavam com grãos ou com equipamentos, eletrodomésticos e carros, e depois também começou área de serviço. Esses países estavam em crescimento. Alguns tinham adquirido independência, tipo Angola. De um modo geral, são países da África. E eles também levavam serviço. Então, iam construir pontes e viadutos e hotéis, enfim, a engenharia civil da Petrobras, a expertise da Petrobras de engenharia foi pra lá até para construir refinarias e tudo mais. E aí eu fui pra Interbras. Em 1976, essa diretoria toda da área comercial da Braspetro foi, entre aspas, demitida e, no mesmo dia, admitida na recém-criada Interbras, que era trade in company, mas que foi extinta em 1990, no governo Collor. A Interbras foi extinta, assim como a Petromisa, que era uma outra subsidiária da Petrobras pra mineração. Todo o pessoal da Interbras, em 1990, foi demitido, mas eles estão sendo reintegrados agora.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Não cheguei a ser demitida, porque aí aconteceu o seguinte: de 1972 a 1976 eu fui Braspetro, de 1976 até 1979 eu fui Interbras. Em 1979, o diretor com o qual eu trabalhava, o Carlos Sant’Anna, foi denominado Diretor da Petrobras e Presidente da Interbras porque, naquela época, sempre o diretor de uma área era o presidente de uma subsidiária. Então, havia cinco subsidiárias e cinco diretores e essas presidências das subsidiárias eram ocupadas pelos diretores dessas diferentes áreas de atividades da Petrobras holding. Então, ele foi ser Presidente da Interbras, mas, fisicamente, como ele era diretor de Petrobras, eu vim para o Edise. E nessa que eu vim para o Edise, já havia uma demanda de mão-de-obra de secretária executiva bilíngüe, trilingüe no meu caso. Aí eu perdi a minha matrícula 02 e vim ter a matrícula com a qual eu me aposentei, que é a matrícula da Petrobras. Enfim, eu passei por duas subsidiárias e pela holding, que é a Petrobras, pela qual sou aposentada. Em 1979 eu ingressei na Petrobras e me aposentei em janeiro de 2001.
HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS
Tem muitas histórias interessantes. Digamos que dois terços da minha vida na Petrobras foi de secretária. E naquele tempo até o layout das empresas era diferente do escritório. Então, a sala de secretária, principalmente numa área internacional, era sala de espera do visitante. Você não podia botar numa sala de espera diferentes raças, porque às vezes havia desafetos entre eles. Então, a sala da secretária era a sala de espera até chegar à sala do presidente. Às vezes, por algum motivo, do presidente, diretor, como um atraso, então ficava na sala. Isso veio ao encontro de um desejo pessoal meu, porque o meu projeto de vida, quando eu estava terminando o curso de Humanidades e Letras - naquele tempo você podia escolher clássico ou científico -, eu queria fazer diplomacia. Mas como eu casei muito nova, com 21 anos, aí a diplomacia tornou-se inviável. Mas eu sempre fui fascinada pela área internacional. E achei interessante porque tive oportunidade numa sala em que tinha uma parede enorme com o mapa mundi e era aquela alegria de você ir botando aqueles pinzinhos em todos os países que a Braspetro começou a atuar. Mas, ao mesmo tempo, eu senti assim: “Bom, eu acho que estou aqui, de uma certa maneira, eu mesma me dei um upgrade. Eu acho que eu sou aqui meio diplomata.” Eu tive essa visão que, talvez, me deu muito crescimento profissional e até pessoal, pelo fato de eu falar inglês e francês. Então, todo visitante que chegava lá era uma autoridade, eram pares do diretor, de outras empresas estatais de petróleo com muito mais tradição e com muito mais potencial econômico. E eu sempre procurava me interessar muito pelo que eles tinham me contado do país dele, da cultura. E também eu sempre procurei levar pra eles o que era o Brasil. É aquela velha frase do Tolstoi: “Para falar ao mundo, fale sobre a sua aldeia.” Então, eu procurava me manter bem atualizada da história mesmo, quer dizer, da história que a gente estudou no colégio. E captar também. Eu me lembro de uma coisa que eu me cobrei muito, assim que eu entrei na Braspetro: “Ah, vamos atuar, estamos atuando no Iraque, Colômbia e em Madagascar.” E aí me caiu a ficha e eu sabia que Madagascar era na África, mas não sabia que era uma ilha. Eu achava que era continente. E aí aquele mapa mundi me abriu muito. Eu era uma menina, 21 anos. E eu começava a viajar com aquele mapa e também a prestar atenção. Houve situações, por exemplo, esses árabes sempre levavam presentes, que é uma tradição muito do árabe. Eles presenteiam, não é com nenhum sentido de corrupção. É de mostrar o país dele, é uma maneira muito afetuosa. Então, eles traziam tâmaras e tapetinhos e aqueles adornos árabes e tal. E eu ia botando tudo sobre um aparador. Mas eu tinha um cuidado, às vezes, quando eu sabia que vinha um país. Primeiro, porque não podia deixar nenhuma deixa de que aquele país estava em negociação, porque também havia toda uma estratégia política e também você não podia abrir muito com quem a Petrobras estava negociando. Então, às vezes, eu tinha que correr e esconder. Houve uma situação que foi muito interessante, que já foi mais recente. Quando ficou mais sério o conflito entre Irã e Iraque, tinha acabado de sair da sala do Presidente o Embaixador do Iraque, que deu ao Presidente uma bandeja lindíssima de prata com inscrições que eu não sei dizer o que estava escrito ali. E ele, obviamente, colocou bem em destaque sobre a mesa dele de trabalho. Nesse meio tempo, o pessoal do segurança avisa: “Ah, o diretor tal está subindo aí com o Embaixador do Irã e mais o Presidente da NIOC - que é a estatal do Irã.” E o Presidente foi para o elevador recebê-lo e eu me lembrei: “Ele está ali com aquela bandeja do Iraque.” Meu Deus do céu, o que eu fiz? Aí eu peguei a bandeja. Eu não poderia sair com aquela bandeja pela porta pela qual eles entrariam, porque a porta de acesso era passar pela secretaria. Aí eu corri e fui pro banheiro, que era contíguo ao grande salão do Presidente. Fiquei trancada no banheiro. Tranquei o banheiro, rezei pra ninguém querer ir ao banheiro, que era exclusivo do Presidente. No caso, nem ele nem o visitante. Fiquei dentro do banheiro com uma bandeja lá com as inscrições do iraquiano. Então, tem situações bem interessantes dessa vivência internacional.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL / COTIDIANO DE TRABALHO
Me aposentei em dezembro de 2000. Não era tão moça assim, se você fizer as contas. Mas até 1989 eu fui secretária. Aí, quando houve o Governo Collor, eu não quis mais ficar em presidência. Acho que nem preciso dizer os motivos, né? Como eu tinha formação em Comunicação e pelo fato de também ter os idiomas inglês e francês, eu fui pra assessoria internacional, dentro da Comunicação Institucional, que naquela época chamava-se Secom, onde eu exerci o cargo de relações públicas. Então, eu fazia todo o receptivo de delegações estrangeiras e organizava os eventos, quer dizer, colaborava na organização, junto com a equipe, dos eventos internacionais que a Petrobras sediava no Brasil ou dos quais a Petrobras era representada também no exterior. Exerci essa função de 1990 até 1996, na Comunicação Institucional, como é chamada hoje em dia. Em 1996 aconteceu uma coisa muito interessante. Eu fui convidada para ser Secretário Geral da Braspetro, a subsidiária na qual eu ingressei no sistema Petrobras. Então, eu sempre brinco que saí do feminino, secretária, pra virar secretário geral, que é o cargo do Doutor Cícero Salles. Eu sucedi o Doutor Cícero, porque ele se aposentou. E eu falei: “Bom, agora eu perdi o feminino porque, de acordo com a ABNT, secretário não passa para o gênero feminino.” Passei a ser Secretário Geral na Braspetro, cumulativamente a ações de relações públicas na área internacional. Então, de 1996 a 1999, eu exerci essas duas funções na Braspetro, fui cedida. Em 1999, voltei. Quando o [Philippe] Reichstul tomou posse, ele sentiu necessidade de alguém pra ficar cuidando da área de cerimonial e protocolo, que já tinha se tornado uma expertise, digamos, minha. E aí eu fiquei de 1999 até 2001 nessa área de cerimonial e protocolo para a presidência. Eu tive oportunidade de fazer uns estágios no Itamaraty e também fiz alguns cursos. Hoje em dia eu trabalho com isso, tenho uma microempresa de organização de eventos corporativos, cerimonial, protocolo – a LMC - e trabalho muito para a Petrobras, enfim, para esse mundo de petróleo. .
III FORUM DAS EMPRESAS ESTATAIS DE PETRÓLEO
Ontem, particularmente, foi um dia muito feliz de ver como a Petrobras cresceu. Não sei se vocês sabem, foi realizado de sábado até ontem o Terceiro Fórum das Empresas Estatais de Petróleo. Esse fórum é novo, a terceira edição foi essa, realizada no Brasil. Eu pensei que houvesse menos, mas existem quase 40 empresas de petróleo estatais. Elas sentiram que havia necessidade de um momento, de um espaço só pra elas, sem as empresas privadas, sem desmerecer, sem Esso, Texaco, Mobil, em que houvesse só o assunto delas. O DNA delas é o mesmo. Então, a Petrobras foi a anfitriã, foi eleita pra ser anfitriã. É um fórum que se realiza de 18 em 18 meses e o Brasil foi o país anfitrião, no caso a Petrobras. A primeira edição foi na Argélia, uma vez que o idealizador foi o Ministro do Petróleo da Argélia. A segunda edição foi na Noruega, em Stavanger, e a terceira foi no Brasil e foi um sucesso. E eu fiquei muito orgulhosa, teve momentos em que eu sentei lá no fundo das plenárias. E as apresentações da Petrobras foram brilhantes. A gente viu uma empresa que começou meio timidazinha, né? Havia um pouquinho de complexo: “Eu sou tão pequena no mundo internacional.” E depois você vê a autoridade, o reconhecimento da Petrobras no mundo internacional, porque estavam ali reunidos 23 presidentes das maiores empresas de petróleo do mundo e a Petrobras par a par com eles, não só na produção mas como também em todo comprometimento dela com responsabilidade social e todo o sucesso da tecnologia. Todos ávidos em conhecer a Empresa, em visitar Urucu, porque eles acham maravilhosa aquela atividade nossa em Urucu. Visitar as plataformas, visitar o Cenpes. Então, a gente virou modelo padrão benchmark pra eles. Eu a vi começando e a gente fazia benchmark o delas. E hoje em dia elas vêm fazer o benchmark na gente. Foi muito bonito, muito bonito mesmo. E tem também o fato da Petrobras, isso foi mencionado, fazer parte do Global Compact. São poucas empresas no mundo que estão, que aderiram. E a Petrobras foi uma delas. Foi um momento de glória. Eu fiquei pensando: “Pra quem, há 33 anos, viu uma empresinha modestazinha, ainda botando o pezinho fora do mundo, ainda tirando o seu passaportezinho com dificuldade e, de repente, ontem, vê toda a sua grandeza.” Foi muito bonito. Foram várias noites sem dormir. Nós até ficamos no hotel porque as delegações chegavam nos horários mais loucos do mundo. Foram três dias, mas alguns chegaram com antecedência.
PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS
Eu adorei participar. Realmente, fiquei muito sensibilizada e orgulhosa. E, como falei, foi num momento muito importante. Se eu faço um flashback de 33 anos, eu era uma menina praticamente, uma adolescente. Hoje em dia eu já sou uma senhora, avó de três netos. E ontem, exatamente ontem, eu vi ao vivo e em cores, vida, forma e cor da Petrobras dominando no mundo. Então, foi um dia muito especial e eu acho essa iniciativa fantástica porque a Petrobras é feita por nós, todos os petroleiros, seja qualquer cargo, seja qualquer função. Eu acho que o vigor, a pujança, o entusiasmo é comum a nós todos. Ninguém é petroleiro por acaso. Eu acho que tem uma bênção, para nós todos termos essa oportunidade de trabalharmos na Petrobras e conviver, porque não é a mesma coisa que você trabalhar numa empresa, com todo o respeito, mas que fabrica cadeiras. É muito mais. E eu tive um pai que lutou, que foi pra rua, levou paulada quando jovem estudante. Era aquela briga toda do monopólio, da campanha “O petróleo é nosso”. Então, é um sonho. É mais um sonho. Ainda tem muito a sonhar. Eu agradeço. Sucesso a vocês todos do projeto. Parabéns.
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