Projeto Memória dos Trabalhadores Petrobras
Depoimento de Juarez Alves Dias
Entrevistado por Mirella
Salvador, 29 de abril de 2003
Realização Museu da Pessoa
Depoimento PETRO_CB129
Transcrito por Transkiptor
00:00:07 P/1 - Boa tarde, Sr. Juarez. Eu gostaria que o senhor começasse a entrevista dizendo para mim seu nome completo, local e data de nascimento.
00:00:33 R - Eu sou Juarez Alves Dias, sou nascido no interior da Bahia, na cidade de Santa Anópolis, no dia 22, 26 de 53.
00:00:45 P/1 - Sim. E quando foi, como se deu o seu ingresso na Petrobras?
00:00:50 R - O meu ingresso se deu mais ou menos em 1975, através de um concurso público. Nesse concurso, nós fomos aprovados e ingressamos, propriamente na Petrobras. Apesar do concurso ter sido feito pela Petrobras, nós ingressamos na SEMAN, que era uma empresa de manutenção do pólo petroquímico de Camaçari. E que daí nós estamos hoje já com vinte e alguns anos na empresa.
00:01:23 P/1 - Fala um pouco dos locais onde você trabalhou na Petrobras.
00:01:31 R - Quando terminou o concurso, nós estagiamos na Relan, a refinaria aqui em Mataripe. E depois desse estágio, nós voltamos para a Semana. Depois voltamos para outras unidades da Petrobras, como a IP de Nó, aqui no campo de Catu. E lá nós desenvolvemos nossa função. Depois voltamos para a Semana.
00:01:55 P/1 - Como que foi isso? Foi, voltou? Fala um pouquinho do tempo. Quando foi que você foi a primeira vez pra Sergipe? Quando você voltou pra Bahia?
00:02:04 R - Aí nós estávamos nesse período, nós... Foi passando o tempo e em 82 nós ingressamos na Petrobras Fertilizante em Sergipe. Aí nós continuamos lá, desempenhamos nosso papel, fomos com o projeto de trabalhar lá num período de dois anos. mas fomos gostando do papel que foi proposto pra gente e nós começamos a desempenhar o nosso papel como na área de metalurgia e equipamento estático e daí fomos aproveitados em outras áreas, em outras funções e permanecemos...
						Continuar leitura 
					Projeto Memória dos Trabalhadores Petrobras
Depoimento de Juarez Alves Dias
Entrevistado por Mirella
Salvador, 29 de abril de 2003
Realização Museu da Pessoa
Depoimento PETRO_CB129
Transcrito por Transkiptor
00:00:07 P/1 - Boa tarde, Sr. Juarez. Eu gostaria que o senhor começasse a entrevista dizendo para mim seu nome completo, local e data de nascimento.
00:00:33 R - Eu sou Juarez Alves Dias, sou nascido no interior da Bahia, na cidade de Santa Anópolis, no dia 22, 26 de 53.
00:00:45 P/1 - Sim. E quando foi, como se deu o seu ingresso na Petrobras?
00:00:50 R - O meu ingresso se deu mais ou menos em 1975, através de um concurso público. Nesse concurso, nós fomos aprovados e ingressamos, propriamente na Petrobras. Apesar do concurso ter sido feito pela Petrobras, nós ingressamos na SEMAN, que era uma empresa de manutenção do pólo petroquímico de Camaçari. E que daí nós estamos hoje já com vinte e alguns anos na empresa.
00:01:23 P/1 - Fala um pouco dos locais onde você trabalhou na Petrobras.
00:01:31 R - Quando terminou o concurso, nós estagiamos na Relan, a refinaria aqui em Mataripe. E depois desse estágio, nós voltamos para a Semana. Depois voltamos para outras unidades da Petrobras, como a IP de Nó, aqui no campo de Catu. E lá nós desenvolvemos nossa função. Depois voltamos para a Semana.
00:01:55 P/1 - Como que foi isso? Foi, voltou? Fala um pouquinho do tempo. Quando foi que você foi a primeira vez pra Sergipe? Quando você voltou pra Bahia?
00:02:04 R - Aí nós estávamos nesse período, nós... Foi passando o tempo e em 82 nós ingressamos na Petrobras Fertilizante em Sergipe. Aí nós continuamos lá, desempenhamos nosso papel, fomos com o projeto de trabalhar lá num período de dois anos. mas fomos gostando do papel que foi proposto pra gente e nós começamos a desempenhar o nosso papel como na área de metalurgia e equipamento estático e daí fomos aproveitados em outras áreas, em outras funções e permanecemos até hoje lá em Aracaju, em Sergipe, na Fafém.
00:02:49 P/1 - Sim. É interessante você ser da Bahia e sair daqui e trabalhar lá na Fafen. Como é que foi isso? Foi legal? Você gostava? O que você gostou mais de trabalhar aqui? Em qual lugar você gostou mais de trabalhar? Por quê?
00:03:07 R - Nós gostamos do que fazemos. Nós trabalhamos na área metalúrgica e nós gostamos do que fazemos. A questão de adaptação de região, ela não foi difícil, porque nós nos deparamos com outras pessoas, com novas experiências. O projeto que a Petrobras tem montado em termos de receptividade nos locais é muito bom, é muito bem plantado. O período de adaptação imposta pela empresa ou dada pela empresa não é ruim e isso nos ajuda bastante. E lá em Sergipe, chegando lá, nós recebemos um apoio muito bom, um apoio bastante favorável a gente. E foi bom, nós aprendemos a viver com sergipanos e hoje criamos nossos filhos lá. A nossa família está bem lá, toda formada lá em Sergipe, lá em Aracaju. E tem sido fantástico, foi uma experiência boa permanecer lá em Aracaju.
00:04:10 P/1 - Sim. E assim, quais são as lembranças marcantes que você tem na Petrobras?
00:04:17 R - Olha, nós temos muitas lembranças da Petrobras. Projetos que nós participamos, pessoas que nós ajudamos também a desempenhar o seu papel dentro da empresa. Participamos de muitos eventos na empresa, mas ultimamente teve um grande projeto na Petrobras. O projeto Sem Lacuna, a gestão Sem Lacuna, isso trouxe para a gente um aprendizado profundo, grandioso. Nós acreditamos que não só para a gente como pessoa, como indivíduo, mas para outras pessoas dentro da empresa. E é um projeto, nós acreditamos, que é fantástico. Se ele for levado a serve pelas pessoas, e acreditado, assim, pela grande gerência da empresa e dado apoio, acho que isso vai ser uma das grandes alavancas da empresa.
00:05:06 P/1 - Fala um pouco desse projeto de gestão sem lacuna.
00:05:09 R - O projeto sem lacuna é um projeto, assim, não foi um projeto feito à base de cartilha. Nós não recebemos cartilha pronta para fazer. Foi um projeto desenvolvido a partir de cada um supervisor, de cada um gerente, de cada um operário da empresa que se deu, se buscou assim os seus ideais, os seus pensamentos e isso em período de discussão, em longa semana nós desenvolvemos esse projeto que hoje tem funcionado na empresa e essa gestão tem sido uma gestão que eu acredito que a partir do princípio que nós começarmos a viver cada um dos princípios da gestão vai ser fantástico para a comunidade Petrobras.
00:06:01 P/1 - Que legal. O que você recorda de mais importante aí nessa sua trajetória na Petrobras? O que você elege assim de mais importante?
00:06:11 R - Nós pudemos... Se fossem os momentos de greve, momentos de embates, esses momentos eu acho que aparentemente nós tivemos perda, mas eu acredito que não. O momento que mais marca na Petrobras foi o momento de embate. Embarca a greve há oito anos atrás, no início do governo Fernando Henrique Cardoso, a greve marcou, mas eu acho que a greve trouxe muito mais maturidade para a classe pretoleira, para o empregado, muito mais do que o prejuízo. Nós aprendemos bastante, eu acho que não só nós, mas a gerência aprendeu e acho que ficou coisas importantes.
00:06:51 P/1 - Que legal, mas o senhor é sindicalizado desde quando?
00:06:55 R - Eu acho que aqui não é nem a questão da gente ser sindicalizado. Eu sou sindicalizado desde que entrei na empresa, sempre participamos de movimentos. Eu acho que a questão é a coerência dos movimentos, é saber fazer os movimentos, é saber o que é que nós representamos dentro da empresa como funcionário, como sindicalista. Eu acho que o mais importante é saber separar. E eu acho que uma boa parte dos funcionários da Petrobras sabe fazer essa separação. E sabe conviver como empregado e como sindicalista.
00:07:29 P/1 - E você exerceu algum cargo que você considera importante no sindicato?
00:07:34 R - Não, cargo de destaque não, nós não desempenhamos. Ajudamos a construir o sindicato, nós sempre estivemos envolvidos, já chegamos assim a ser conselheiro fiscal, fazer parte da fiscalização da entidade, mas cargo de, assim, renomado como presidente, não. Mas já participamos ativamente dos movimentos sindicais.
00:07:58 P/1 - Sim, sim. E quais foram os momentos mais marcantes na sua luta, nas lutas sindicais?
00:08:10 R - A gente tem um conjunto de história que marca a gente. O retorno da greve. Naquela greve de 30 dias, de mais de 30 dias, o retorno foi doloroso porque os nossos anseios, em determinado momento, nós achamos que não tinham sido atendidos. Como não foram atendidos no que nós esperávamos. O retorno, a convivência com os companheiros foi ruim, né? Não foi bom. Aqueles que nós chamamos de pelego, que tinham se afastado do movimento, o que retornava antes, mas depois foi tudo resolvido e as coisas começaram a andar.
00:08:58 P/1 - Que legal. Bom, o que o senhor achou de ter participado dessa entrevista e ter contribuído para o Projeto Memórias Trabalhadores da Petrobras?
00:09:08 R - Olha, é sempre bom estar presente nos momentos de crescimento da companhia, fazer a história da companhia, lembrar da história. Eu achei gratificante. Eu acho que coisas iguais a essa pode a empresa ou o órgão de comunicação da empresa deve retomar isso com maior abrangência para que fique registrado a nossa história, a nossa vida dentro da companhia. E, através de um estudo desse posto, a empresa possa investir melhor no seu pessoal, nas tarefas do seu povo.
00:09:40 P/1 - Tá ok, Jorge. Você tem alguma coisa mais que você queira falar, que você não falou?
00:09:48 R - É dizer a Petrobras, a Fafem, ao governo federal, que nós precisamos, nesse momento que o país atravessa, a nossa guerra contra a fome. que ela não fique só na doação, não fique só na filosofia, mas na prática, né? Desenvolver algo, um estudo, desenvolver algo que possa sair do papel. Por exemplo, eu acredito que a Fafen tem um papel muito importante na Fome Zero. se ela é petrobrás e ela produz insumo agrícola e o fertilizante é químico e que tem uma grande influência, acho que Nós poderíamos até aproveitar o momento para chamar a atenção dos dirigentes, do presidente da própria companhia, que voltasse o pensamento. Acho que nós estamos com o poder na mão, com a fonte na mão de investir no Fomizero e até ajudando as pessoas a usar o nosso fertilizante, ensinando, preparando ela. Eu acho que seriam as minhas palavras aí nesse momento.
00:11:04 P/1 - Talques Juarez, obrigado pela sua entrevista.
						Recolher