IDENTIFICAÇÂO
Meu nome é Jorge Felipe de Paula Gomes. Eu nasci em 17 de julho de 1955. Sou natural do Rio de Janeiro.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu entrei na Petrobras quando terminei o curso do Serial II, o curso de Formação de Engenheiro de Instrumentação, no final de 1978, quando estava concluindo Engenharia na UFRJ. E houve a opção, dentro da Petrobras, por alguns órgãos da Empresa. Eu fiquei fascinado com a opção de vir pra Aracaju. Eu tinha vontade de conhecer o Nordeste. Eu não conhecia o Nordeste e Aracaju me pareceu uma coisa bem interessante, até porque era uma unidade nova, era uma unidade que estava em fase inicial de partida, onde a gente teve a oportunidade de desenvolver, de aprender. E praticamente nasci junto com a Empresa.
Eu tinha feito um concurso para prestar o curso da Petrobras. Nós seriamos admitidos em função do aproveitamento no curso. Optei pela Fafen, a fábrica de fertilizantes de Sergipe.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Em 1979, eu fui pro Edise e trabalhei na parte de acompanhamento dos processos de compra e parte do projeto final do detalhamento. Em 1980, fui pra unidade industrial, pra Fafen, unidade de Camaçari. Estagiei até o final do ano de 1980. Em 1981, eu já vim pra Sergipe pra acompanhar a parte de obras, condicionamento de equipamentos, instrumentos. E a data feliz da entrada de produção da nossa unidade foi a primavera de 1982. De lá pra cá, nunca mais saí da Fafen.
Eu entrei como Engenheiro de Equipamentos I, passei por umas fases. Cheguei a ser Gerente Setorial, na época, do setor de instrumentação, fui Gerente do setor de elétrica e instrumentação. E hoje eu trabalho num setor que junta várias especialidades. Como eu sou o Gerente, sou o Engenheiro de acompanhamento na área de mecânica, instrumentação e elétrica.
FAFEN - FÁBRICA DE FERTILIZANTES NITROGENADOS
A Fafen é uma unidade de processamento de gás natural. A gente processa na faixa de um milhão e 300 mil metros cúbicos de gás...
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IDENTIFICAÇÂO
Meu nome é Jorge Felipe de Paula Gomes. Eu nasci em 17 de julho de 1955. Sou natural do Rio de Janeiro.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu entrei na Petrobras quando terminei o curso do Serial II, o curso de Formação de Engenheiro de Instrumentação, no final de 1978, quando estava concluindo Engenharia na UFRJ. E houve a opção, dentro da Petrobras, por alguns órgãos da Empresa. Eu fiquei fascinado com a opção de vir pra Aracaju. Eu tinha vontade de conhecer o Nordeste. Eu não conhecia o Nordeste e Aracaju me pareceu uma coisa bem interessante, até porque era uma unidade nova, era uma unidade que estava em fase inicial de partida, onde a gente teve a oportunidade de desenvolver, de aprender. E praticamente nasci junto com a Empresa.
Eu tinha feito um concurso para prestar o curso da Petrobras. Nós seriamos admitidos em função do aproveitamento no curso. Optei pela Fafen, a fábrica de fertilizantes de Sergipe.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Em 1979, eu fui pro Edise e trabalhei na parte de acompanhamento dos processos de compra e parte do projeto final do detalhamento. Em 1980, fui pra unidade industrial, pra Fafen, unidade de Camaçari. Estagiei até o final do ano de 1980. Em 1981, eu já vim pra Sergipe pra acompanhar a parte de obras, condicionamento de equipamentos, instrumentos. E a data feliz da entrada de produção da nossa unidade foi a primavera de 1982. De lá pra cá, nunca mais saí da Fafen.
Eu entrei como Engenheiro de Equipamentos I, passei por umas fases. Cheguei a ser Gerente Setorial, na época, do setor de instrumentação, fui Gerente do setor de elétrica e instrumentação. E hoje eu trabalho num setor que junta várias especialidades. Como eu sou o Gerente, sou o Engenheiro de acompanhamento na área de mecânica, instrumentação e elétrica.
FAFEN - FÁBRICA DE FERTILIZANTES NITROGENADOS
A Fafen é uma unidade de processamento de gás natural. A gente processa na faixa de um milhão e 300 mil metros cúbicos de gás natural por dia. E a gente transforma esse gás natural em uréia e amônia. A uréia, na realidade, é um fertilizante básico, é o nitrogênio que a gente usa pra parte da alimentação na agricultura. Ele é um fertilizante básico e é misturado a outros fertilizantes tipo potássio, tipo fósforo, faz uma mistura que eles chamam NPK, e nós somos o N dessa mistura. É um fertilizante básico. Eu tenho até uma historinha que me lembrei sobre essa questão do fertilizante, porque a gente vê muita conversa sobre o fertilizante, não usar fertilizante químico, usar o fertilizante natural, esse tipo de coisa.
Em 1973, eu estava me preparando para fazer pré-vestibular. Nós estávamos estudando uma cadeira chamada, dentro da matemática, progressão aritmética e progressão geométrica. E, lá pelas tantas, o professor resolveu dar um exemplo. Esse professor tinhas umas idéias que o mundo ia se acabar, umas idéias um pouco pessimistas quanto à vida, ele achava o seguinte. “Olha só, eu vou dar um exemplo de PA. A população do mundo cresce numa progressão geométrica. A progressão geométrica, dois, quatro, oito, 16, 32, ou seja, ela vai sempre se multiplicando por um fator multiplicativo. E a proporção dos alimentos no mundo vai crescer em PA, ou seja, dois, quatro, seis, oito, 10, ou seja, você vai sempre somando esse tipo.” Isso foi uma coisa que me assustou muito, essa visão apocalíptica do meu professor. Aí quando eu entrei com esse negócio do fertilizante, isso era uma coisa que ficava sempre por dentro, eu pensava comigo: “Puxa vida, como é que vai ser no mundo daqui a algum tempo?” Só que, na realidade, quando eu entrei numa indústria de fertilizantes eu vi que as coisas não são bem assim.
Hoje, o nosso fertilizante químico, que alguns criticam e tudo, é responsável por grande parte da alimentação da população mundial. O fertilizante químico realmente aumentou muito a produtividade. Hoje você tem as fronteiras agrícolas e, por questões de meio ambiente, você não pode mais derrubar tantas matas, você tem que preservar as nascentes. Pra você aumentar a produtividade das terras existentes, das terras agricultáveis, a idéia é usar o fertilizante. E nós aqui, eu me sinto muito orgulhoso de trabalhar numa empresa como a Fafen. Eu sou Petrobras, mas antes de ser Petrobras eu sou Fafen.
FAFEN - FÁBRICA DE FERTILIZANTES NITROGENADOS
A Fafen, dentro da Petrobras, é uma empresa extremamente importante e nós aproveitamos até agora, dentro da nova égide desse nosso governo, a questão da Fome Zero. O fertilizante é fundamental nessa questão da Fome Zero. Eu me sinto até rejuvenescido porque a tendência é a gente crescer, com a criação de novas fábricas de fertilizantes. Isso nosso superintendente colocou recentemente, que está aprovado no âmbito de diretoria que a Petrobras possivelmente vai criar uma outra unidade industrial de fertilizantes no Centro-Oeste, naquela região ali do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, onde a gente vai se desenvolver. Isso aí é a minha visão sobre a Empresa. Uma outra coisa também é a questão que nós, como vivemos o início da Fafen, vimos essa empresa praticamente sair do solo. Você criar a montagem dos equipamentos, esse tipo de coisa, isso dá certo, uma afinidade, uma relação até umbilical que nós temos junto à empresa. A empresa passa a ser pra nós como se fosse uma extensão da nossa casa, do nosso lazer, do nosso convívio, das nossas amizades. Então a gente tem um certo compromisso muito grande com essa empresa. Em nível de Fafen, eu me sinto muito satisfeito durante esses 25, 26 anos que eu já convivo com a empresa, me sinto muito orgulhoso de estar dentro dela. Eu queria até que a família Petrobras conhecesse essa área do fertilizante. A gente conhece a Petrobras mais como uma empresa de petróleo, gás e energia. Essa área do fertilizante é muito bonita. Eu acho que só pelo fertilizante, hoje, você está diretamente ligado com a parte da alimentação das pessoas e tudo, e isso é muito importante.
HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS
Tem tantas histórias durante esses anos todos. Você já sentiu que eu gosto de contar casos aqui.
Eu acho que cabe a história da camisa cor-de-rosa. Eu estou usando essa fardinha aqui, é uma fardinha Petrobras, da área de instrumentação. Na realidade, nós da instrumentação gostamos de ser identificados com o grupo. E a instrumentação, dentro da manutenção, é uma área mais fina, onde a gente trabalha com equipamentos de mais precisão, equipamentos mais delicados, equipamentos que requerem trato mais apurado. Então, a instrumentação teve sempre aquele estigma dentro das outras especialidades mais pesadas, como os caldeireiros, como os mecânicos, como os eletricistas ou o pessoal da área de isolamento. Então, teve sempre aquele estigma de pontuar a masculinidade ou não do técnico de instrumentação. Há algum tempo, nós compramos algumas fardinhas, custo nosso da instrumentação. Cada um comprou a sua fardinha, nós optamos pela camisa cor-de-rosa. Nas sextas-feiras, na Fafen, todos que forem da instrumentação usam uma camisa cor-de-rosa. Eu tava comentando que, ano que vem, nós vamos comprar mais camisas, e o que já apareceu de simpatizantes pra comprar a camisa cor-de-rosa... “Quando vocês forem comprar camisas cor-de-rosa, bote meu nome que eu também quero. Mas não diga que eu tô colocando o nome agora não.”
Eu tava lembrando também uma questão que a gente aprende muito nessa vida. Tem colegas nossos que vêm aqui: “Ah, porque o meu chefe me massacrou, meu chefe me fez isso, me fez aquilo”, esse tipo de coisa. Eu sempre fui uma pessoa perseguida. Eu acho que a gente tem que tirar sempre bons exemplos. Tem que buscar sempre as coisas que façam a gente crescer, que façam a gente ir pra frente. Tenho alguns exemplos aqui. Eu não vou citar nomes de pessoas que já passaram, não cabe esse choro de pessoas que já passaram. Eu acho que a gente aprende muito quando tem um mentor, quando tem um chefe, que dá as dicas pra você, que orienta seu caminho, para que você possa se desenvolver com bons exemplos. Mas tem uma outra coisa também, tem um outro lado da moeda que eu acho que a gente aprende mais ainda. Você aprende muito com um bom chefe, mas você aprende muito mais com o mau chefe, porque se você tiver o discernimento e a capacidade de perceber o que ele tá fazendo errado e não fizer, eu falo: “Puxa vida, o dia que eu tiver no lugar dele, eu jamais vou querer tratar uma pessoa como esse colega nosso nos trata aqui.” Então, eu acho que essas são lições que eu aprendi ao longo desses anos.
SINDICATO
Eu faço parte do Sindicato dos Engenheiros de Sergipe. Na realidade, o Sindicato ocupa o papel dele. A função do Sindicato, a meu ver, é defender o empregado da Empresa. O Sindicato tem essa função precípua de defender as pessoas e buscar os direitos dos cidadãos, dos funcionários da Empresa, e estar defendendo uma categoria, estar defendendo o núcleo. Eu acho que é essa função. Só que, hoje, vivemos sob uma nova égide, porque nós temos os trabalhadores governando os trabalhadores, como a gente nunca teve nesses 500 anos de descobrimento do Brasil. Nós nunca tivemos uma condição igual a essa. Hoje em dia, as pessoas acham que a gente não tem que ter um caminho, que a gente tem que modificar, que temos que ter mais coisas. Eu vejo que hoje a gente tá indo, a Empresa nunca teve uma condição como hoje, uma de condição de liberdade, de participação do trabalhador, de evolução, de direitos trabalhistas. Mas o fato também é o seguinte, a gente não pode tomar tudo, as coisas têm que ser dadas, tem que haver um ponto de equilíbrio nessa história. Nunca vai se conseguir agradar a todos ao mesmo tempo, vai ter sempre pessoas que vão discordar do modelo. Acho que, na realidade, o Sindicato tem feito o papel dele e a direção da Empresa tem feito o dela. Só que, na realidade, a direção da Empresa tá permeada de pessoas que vieram do movimento sindical, que fizeram parte da militância petista ao longo desses anos. Se você não tiver uma oposição, não tiver as forças que se contrabalancem, que se equilibrem também, ficará muito fácil. ‘Tudo que a gente fizer é o que está certo.” Tem que haver um ponto de equilíbrio. No Sindicato atual, as pessoas que estão ocupando o espaço são de uma linha um pouco mais à esquerda, uma linha de PSTU. E isso tem que existir pra gente até buscar um ponto de equilíbrio. Essa é a minha colocação.
PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS
Eu gostei. Eu tava muito assustado antes de chegar. Porque a gente não tá acostumado, isso aqui é um ambiente que não é o nosso. O nosso ambiente, o papel que a gente exerce é outro. Eu me senti muito contente de fazer parte desse trabalho. Eu sei que, quando escutamos a nossa voz e nos vemos de maneira diferente, dizemos: “Puxa vida, eu sou muito feio, minha voz é muito estranha.” Mas, não sei, eu estou me sentindo feliz de estar aqui, de estar participando. E depois eu queria até descobrir como é que eu divulgo para que outras pessoas e minha família possam assistir.
IMAGEM DA PETROBRAS
Eu quero deixar o registro o seguinte: na realidade, a Petrobras é a empresa mais importante que o Brasil tem hoje, é uma empresa que vai ser a mola mestra da retomada do desenvolvimento nacional. Eu tenho muita esperança que nesses dois próximos anos, 2005 e 2006, nós vamos ter um crescimento fantástico. E quem vai alavancar isso aí, sem dúvida nenhuma, vai ser a Petrobras. A Petrobras vai levantar esse país, como ela sempre ajudou. Dessa vez, ela vai alavancar o desenvolvimento do Brasil. E o nosso fertilizantezinho também vai dar uma puxada grande. Eu acredito que essa geração de empregos, essa questão da alimentação, essa questão de Fome Zero, isso vai ocorrer em cima da Petrobras, vai ser a alavanca desse negócio.
Eu fico muito feliz de ter dado esse depoimento. Não sou artista. Isso é uma coisa que me assusta muito, essa câmera aí, esse cidadão olhando pra mim. Mas o que eu vou fazer? Eu fico muito feliz.
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