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Por: Museu da Pessoa,

História de um sucesso que é maior do que a própria história

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História de um sucesso que é maior do que a própria história

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Meu nascimento significou, para o meu pai, um sonho. Acima de coisas como vencer na vida e ter uma casa, ele queria ter um casal de filhos. E a minha chegada, em 22 de julho de 1980, teve esse significado – eles já tinham uma menina, minha irmã, nascida sete anos antes. Meu pai foi um sertanejo expulso da sua terra pelo flagelo da seca. Chegou em São Paulo sem nenhuma formação e nenhum dinheiro. Trabalhou em outras atividades até conseguir montar uma ‘Casa do Norte’, simples, sem fachada, ele e mais três trabalhando. E aí a história dele e da família tomou outro rumo. Minha mãe, que ele conheceu quando voltou para visitar a família, escreveu uma página heroica de sacrifícios e determinação para conseguir alguma escolaridade. E, em São Paulo, trabalhou com costura – uma costureira finíssima – que, paralelamente, sempre teve muita habilidade manual: artesanato, pintura, cerâmica, pelúcia… Lembro das jaquetas que ela fazia e de como eu me sentia “o máximo” ao usá-las.

Com uma vida simples, a gente não tinha, assim, grande lazer: era a convivência entre nós, o núcleo familiar, e com os parentes, que eram muitos. A nossa casa era uma casa sertaneja, até no sotaque. Uma vivência muito sertaneja, que eu conferia quando ia, com eles, em viagem ao sertão. E, com 13 anos de idade, eu já queria ir para o restaurante – lá, eu lavava louça mesmo contra a vontade do meu pai. Dei ao restaurante o nome que ele tem hoje – Mocotó. Mas, desde então, eu enfrentava resistência do meu pai, avesso a mudanças. No fundo, ninguém achava que aquilo lá pudesse significar perspectiva de vida para um jovem como eu. Porém, a despeito de tal resistência, eu não recuei no meu propósito de introduzir transformações: comecei a oferecer sucos naturais, em complemento à cachaça, à cerveja, ao refrigerante de praxe; acabei com o perigoso desenho de uma cozinha com fogões domésticos...

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Projeto Conte Sua História

Depoimento de Rodrigo Oliveira

Entrevistado por Carol Margiotti

São Paulo, 24 de abril de 2019

PCSH – HV – 769 _ rev.

Transcrito por Selma Paiva

Revisado/editado por Paulo Rodrigues Ferreira

R – É nóis!

P/1 – ‘Tamu’ junto! Então, Rodrigo, bom dia! Muito obrigada por ter vindo aqui hoje e, para começar, seu nome completo.

R – Rodrigo Santos Oliveira.

P/1 – O local e a data do seu nascimento.

R – São Paulo, 22 de julho de 1980.

P/1 – E você sabe por que seus pais lhe deram esse nome, Rodrigo?

R – Não. Se eu não me engano, tinha algum personagem ou ator famoso na época, e daí o Rodrigo.

P/1 – E eles contavam sobre como foi o dia do seu nascimento?

R – Tem uma história que eu adoro que, na época, não tinha ultrassom. Ou pelo menos, não tão preciso como é hoje. Então, se descobria o sexo da criança no nascimento. E aí eu ouvi já, muitas vezes, a história do meu pai, quando foi ligar para o meu tio contando que era um menino e começou a chorar, porque ele tinha uma menina, já, minha irmã, Patrícia, sete anos mais velha e o sonho dele... Ele sempre falou que o sonho da vida dele era ter um casal de filhos. Mais do que ter uma casa, mais do que ser bem-sucedido, ele falava que quando via um casal com um casal de filhos, ele falava: “Uau, era isso que eu queria”. Essa história: (risos) ele não conseguir contar para o meu tio, meu padrinho, tio Gordo, saudoso, enfim.

P/1 – E falando nos seus pais, quais os nomes deles?

R – José Oliveira de Almeida e Maria de Lourdes Santos Oliveira.

P/1 – Eu queria que você falasse um pouco sobre eles.

R – Meus pais pernambucanos, sertanejos lá do interior do estado, meu pai de Mulungu, um vilarejo de Sanharó, e minha mãe de Socorro, um vilarejo de Alagoinha. Ambos retirantes, mas meu pai veio para São Paulo primeiro, de uma família muito pobre, de 14 irmãos; então veio para aqui já homem, mas com...

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