Projeto Conte sua História
Depoimento de Valdirene Ferreira da Silva
PCSH_HV858
Vou apresentando, né? Parou um pouco.
Luiza.
Parou, calma. Tá cortando. Tá cortando um pouco.
Então, qual é seu nome, local e data de nascimento?
Meu nome é Valdirene Pereira Massino, nasci no interior do Alagoas, num sítio chamado Sítio Sipó, que hoje em dia é chamado Sítio Cristóvão. Esse sítio fica no município de Alagoas. E a data? 1969.
E quais são os nomes dos seus pais?
Oi?
Quais os nomes dos seus pais?
Ah, meu pai José Ferreira dos Santos e Maria Soares dos Santos.
E de onde eles nasceram?
Também são de Alagoas.
E o que seus pais faziam?
Trabalhavam na roça.
E como eles deram, oufram?
Bom, meu pai hoje é falecido, né? Mas ele é uma pessoa muito, assim.
Do bem, uma pessoa muito bacana, um.
Sonhador, gostava muito de festa, entendeu? De se divertir, conversar, bom papo, contar histórias, repentes, assim. Até coisa assim do pessoal do Nordeste, bom de conversa.
E sua mãe?
A minha mãe era uma dona de casa, muito calma, uma pessoa muito calma, daquelas pessoas pacatas do interior de Alagoas mesmo.
E seus avós, eles também nasceram em Alagoas?
Bom, meus avós maternos nasceram em Alagoas, a minha avó materna também. Agora o meu avô-paterno eu não conheci, mas eu creio que quando nascer ela.
Vossa, porque eu dizia ela vossa.
E você tem irmão?
Bom, eu tenho três irmãos, sendo que seis de encasamento, entendeu? E tem quatro Um casamento do meu pai depois da minha mãe.
A minha mãe teve também três filhos e um fora do casamento que meu pai teve antes de mim.
Eu nem contei tudo isso.
E como é a relação?
Bom, a relação hoje, nossa, é ótima, graças a Deus. Somos todos amigos, somos muito acolhedores. um ajuda o outro quando precisa, estamos sempre presentes na vida do outro, então hoje a vida do irmão assim é.
Muito boa, graças a Deus.
E você lembra a casa onde você passou a sua infância?
Cortou um pouco, pode repetir?
Posso, claro. Você lembra da casa onde você passou a sua infância?
Eu passei a minha infância em várias casas, entendeu?
Sendo que a que mais me marcou.
Foi a casa que eu fiquei até os meus 18 anos. Fiquei assim, 18 ou 18 anos, porque a casa da minha avó.
Era uma casa de taipa, entendeu? Era uma casa de taipa que, um tempo assim, teve uma chuva bem forte, a casa caiu, tivemos que sair correndo. e uma vizinha tinha uma casa vazia também de tarde, por isso ficamos lá até construir uma nova casinha para a gente morar. E nessa casa eu fiquei até meus 18 anos, entendeu? Então, era uma casa bem humilde, mas.
Que fez parte da minha infância, com muito orgulho.
E quem morava nessa casa?
Nessa casa morava a minha avó, O tio que eu tenho, que é a minha avó, quando ela se separou do meu avô, ela ficou só com meus dois tios, meu pai e meu tio. Só que meu tio, mais velho, ele veio logo em setembro de janeiro. O meu pai ficou com a minha avó. Aquele meu pai casou também, ela ficou com o garoto, como se fosse uma companhia, que era o vizinho, tinha 10 anos, e ela ficou como se fosse um filho. Ficou na casa dela, até ela morrer, como se fosse um filho. E ele era meu tio e eu morava na casa. Minha avó, ele e mais quatro irmãos.
E o bar e a cidade dessa casa?
Como?
Onde que essa casa ficava? Em que bairro?
Ficava no Sítio Sipó, no sítio.
E você lembra de algumas brincadeiras favoritas da época?
Lembro, a nossa brincadeira favorita era na época do replantio. Tipo agora, na época de plantar feijão, a gente colocava o feijão pra secar no terreiro, aí no final do dia a gente ia queimar aquelas cascas do feijão. Tem até uma cicatriz hoje que a gente ficava brincando pulando a fogueira, entendeu? Jogando brasa num outro, botava palha de coqueiro, aí nisso Bateu uma palha aqui do coqueiro, amachucou minha testa, eu tenho.
Ainda cicatriz até hoje, mas eu não brincarei de cicatriz. Eu tinha muito medo, né? Então, tudo era uma brincadeira. As minhas bonecas eram bonecas de pano, que a minha avó fazia. Eu tinha várias bonecas de pano que eu amava.
Eu nunca tive boneca assim, sofisticada, era de pano. E eu adorava minhas bonequinhas de pano, que a minha própria avó fazia pra mim.
Você tinha amigos?
Oi? Sim.
Nessa época, você tinha muitos amigos?
Sim, sim. A maioria das crianças que moravam nesses sítios eram amigas, entendeu? Até hoje, continuamos amigos, porque mesmo cada um no seu local, morando em vários estados aqui do país, mas ainda assim, continuamos amigos.
E como era a rotina, mais ou menos?
Como?
Dá pra ouvir? Perdemos?
Eu tô ouvindo, só tô cortando um pouco.
Espera aí. Melhorou?
Melhorou.
E como que era essa rotina? O seu dia a dia?
Bom, a nossa rotina, logo assim que houve uma separação dos meus pais, fui morar com a nossa avó, foi tipo meio que uma adaptação, entendeu? A gente veio de uma história para entrar em outra. Aí a nossa rotina era ficar em casa, ir para a roça com a nossa avó, porque ela era trabalhadora rural, ela plantava feijão, milho, melancia, abóbora, mandioca, que é uma caixeira, né?
Batata doce. Então, tudo que a gente plantava, a.
Gente plantava para o nosso consumo e não conhia. Então, a gente vivia muito na roça. E estudava, porque a minha avó colocou as crianças na escola, mesmo sendo no interior, que era uma das escolas que só... Não era muito assim, não sei se era legalizado assim, mas a gente estudava mais, tipo, para aprender o ABC, a cartilha, e também a gente fazia a tabuada, a nossa vida era essa.
E qual é a sua primeira lembrança da escola?
Bom, a primeira lembrança da escola, eu lembro que quando eu comecei a ser acabatizada, que eu fui a primeira. a irmã mais velha da minha mãe, do meu pai. Então, como eu comecei a ser privatizada, eu não fui direto assim, eu tinha muitos tios que eles eram professores da parte da minha mãe, porque a parte da minha avó, a maioria era muito instrução, não tinha leitura. Na parte da minha avó. Na parte da minha mãe, eles eram mais... tinham leitura. Então, tinham professores, que davam aula. E eu ia em todas as... Toda a tia minha que tava dando aula, eu tava lá estudando. Tinha o caderninho, tinha o livro. Eu lembro que até a noite, eu tinha uma tia que dava aula no Mobral. Eu ia pro Mobral, porque a escola ficava perto da minha casa, na frente. E eu ia pro Mobral. Então, eu... gostei muito, gostava muito de ir pra escola. Então, quando eu fui pra escola com a minha avó, a escola pra mim era... meu diferencial, era o que eu gostava de fazer, indo lá no interior mesmo. Então, eu aprendi a ler cedo, entendeu? Mesmo sem ser uma cartilha, assim, eu aprendi a ler. Então, a minha avó tinha aquele orgulho. Aquele orgulho de ela não saber ler, e eu lia tudo pra ela, fazia cartinha pra todas as vizinhanças, que ela fazia aquela propaganda, que eu sabia ler, Quando eu mandava carta pros parentes, eu queria escrever, ganhava brinde, né? Porque as pessoas me davam galinha, pintinho, porque era tipo assim, uma comida inagradável, porque eu tava escrevendo aquelas cartinhas. E foi assim a minha vida, eu gostava disso.
Travou, né? Feliz.
E como era essa rotina antes da casa da sua avó?
Como é que era antes? Bom, antes da casa da minha avó, eu morava em casa com meus pais. Sendo que meus pais, meu pai era muito jovem quando casou com a minha mãe, então eles... Como meu pai era de uma família muito humilde, a minha mãe já era de uma família mais... de nome, uma família do Nordeste, as pessoas com família. E a minha mãe veio de uma família de nome, que tinha terras, entendeu? Aí, o que acontece? Quando começou o romance deles dois, a família não aprovou esse romance. Então, eles fugiram pra casar. Aí, foram morar com a minha avó. Só que aí, eu cheguei, né? Aí, fiquei morando com a minha avó, aí a minha mãe, depois da dor do meu irmão, e meu pai foi para o Rio de Janeiro atrás do tio e do irmão que já estava aqui no Rio. Sendo que atrás de uma vida melhor, para dar para a família. Como ele era uma pessoa muito sonhadora, ele queria uma vida melhor, lógico, para a família. Só que a minha mãe veio de uma realidade do interior e foi morar em uma comunidade do Rio de Janeiro, chamada... em Botafogo, que eu lembro que eu... Eu lembro depois, porque eu cheguei lá pequenininha, mas ela fala sobre essa história e eu lembro um pouco só. Essa comunidade é chamada Morro Santa Marta. Entendeu? Tá ouvindo direitinho a voz?
Tá, então eu vou continuar.
Morro Santa Marta. Então, foi uma realidade muito assim, para ela, muito fora da realidade dela, assim, muito... não era a renda dela, ela vinha do interior do sítio. Para morar em uma comunidade, ela teve que se adaptar. Então, ela estava comigo, teve mais um filho.
Aí, no caso do meu outro filho.
Ficou com três filhos morando nessa comunidade. Como faltava água, era um sufoco, porque ela tinha que carregar lata d'água. Entendeu? Fora a violência, que lá é um pouco maior, como é a comunidade do Rio de Janeiro.
Então, ela não se adaptou.
Preferiu voltar.
Preferiu voltar por tentar de novo morar no interior, entendeu?
Aí, quando ela voltou, a família já abraçou ela mais um pouco, porque ela estava retornando com três filhos, aí aceitou que ela fizesse uma casa no terreno da família, no terreno dos pais dela. Aí o que acontece? A gente mora lá. Lá também foi muito legal, sendo que mesmo o meu pai sendo uma pessoa do bem e legal, ele meio que não se adaptou muito a ficar lá morando com a família dela. Entendeu? Aí meu pai deixou a gente lá no Nordeste e voltou pro Rio pra tentar de novo, outra vez. Aí, nessas indas e voltas, houve a separação, porque o casamento não prosseguiu, não deu certo. Até então, minha vida lá até aqui era legal, só que eu tinha menos de oito anos, então lembro poucas coisas dessa época, mas era legal, era uma vida melhor do que quando eu vivia em termos financeiros.
É uma vida bem melhor, porque o meu pai morava em casa com uma pessoa muito trabalhadora, porque ele tinha cavalo, boi.
Ele era uma pessoa muito trabalhadora. Só que ele não se adaptou muito para a família da minha mãe. Então isso foi um diferencial para ele poder correr atrás de outra forma de vida.
E daí, você e seus irmãos foram para a casa da sua avó.
É. Aí, com a separação, a separação não foi muito amigável, a separação não foi muito amigável da época, foi muito dolorosa para ambas as partes, entendeu? Tanto para o meu pai e minha mãe, principalmente para a família da minha mãe, porque era uma família muito conservadora, uma família com muitos princípios, de nome, o nome tinha que ser... no antigo nome da família. Aí o que acontece? A minha mãe se separou do meu.
Pai e mandaram ela pra São Paulo, meio pra poder sair do foco. Aí ela ficou pra São Paulo. E meu pai ficou com... Na separação, a minha mãe levou uma... Nós éramos seis. Ela levou uma só, uma garotinha de dois anos. Aí ficou eu com oito, meu irmão.
Com sete, A minha outra irmã, com 6, era uma escada. Dois irmãos com 6. Aí eu tinha um irmão com 4. Entendeu? Uma caçula ficou por oito meses. Era um cinco, sendo que a caçula tinha oito meses. Agora, você imagina uma senhora de 50 anos, que era minha avó, pra cuidar de tanta criança assim. Entendeu? Foi muito assim... Olha, a gente passou.
Por muito suporte para poder ela se adaptar. No começo, a gente não tomava banho direito.
Eu lembro que ela fazia... Até hoje, quando ela pegava uma bacia d'água, a.
Gente sentava o dia inteiro.
Quando era noite, ela pegava uma bacia d'água e botava a gente sentadinha no pilão. Na minha casa não tinha móvel, era pilão, banco de madeira. Tudo de madeira, então era pilão. Pobre de lenha, pilão, tudo. Ela batalhava com o pilão, lavava o pé. Quando chegava no urso, mais ou menos, estava suja, a água estava preta. Ela setava o pé em todo o.
Urso e todo mundo ia dormir.
E a gente ficou a vida toda assim, entendeu? Nem que a gente...
A gente ficou aventura. Hoje, a gente lembra como se fosse uma aventura. A gente gostava. Ficamos dentro de uma realidade, dentro de outra realidade. Mas tem gente que não gosta que a gente tenha compromisso com nada, mas já vai tomar banho. Então, lave as pernas, lave a barba, lave a teia, é muito legal. Depois a gente vê se a mulher é um sofrimento. Mas até então a gente não entendia cadê o sofrimento.
Você lembra de alguma memória bem marcante com a sua avó?
Com a minha avó?
Bom, com a minha avó eu lembro. Eu lembro da minha avó. A minha avó, ela é uma pessoa muito religiosa, entendeu? Ela era muito religiosa, fazia muito terço na casa dela, era muito terço. A minha avó era muito trabalhadora, então na minha casa sempre, todo ano, tinha farinhada. Ela fazia farinhada, porque a gente sentava.
Em cinco quartos, e a minha avó fazia farinha. A minha avó comia farinha, então não pode faltar farinha. Todo cardápio leva farinha. Ela fazia tudo mesmo, tudo fazia farinha. Quando ela fazia farinhada, na minha casa era uma festa. Ela matava o porco, fazia comida com a minha avó, fazia comida com a farinhada. Depois a gente comia na casa dela.
Então aquilo era um churrascão, uma festa. Então isso era muito legal, eu gostava. A criança adora.
Vocês cozinhavam juntas?
Bom, a gente fazia a nossa própria comida, só que era assim, a nossa comida não tinha muito mistério, porque a.
Nossa comida era só feijão. Na época eu não plantava feijão, na minha casa eu não plantava feijão, farinha, então ela fazia feijão. A nossa comida era muito engraçada, porque era assim, A gente colocava o feijão no fogo mais ou menos umas 10 horas pra comer no meio-dia.
Então era no fogo a lenha. Aí toda hora ela falava assim, vai testar o fogo, menina! Porque ela testava o fogo. Aí botava a lenha na panela de barro e fazia o feijão. Hoje aqui nosso feijão é temperado. Na minha época é só o feijão. Aí ela botava no feijão abóbora, botava folha de... folha, tipo polvo, dentro do feijão, mas a comida era essa. Então, a gente cozinhava junto, mas não era assim, era todo mundo junto, porque a gente aqueçava o fogo, mas quando eu estava lá, o fogo era ela. Bredo, eu lembro que bredo era um mato que a gente comia para poder comer. Eu comi muito bredo. Eu comi muita coisa lá, com pão na jura.
Toda comida levava farinha.
Era feijão com farinha, café com farinha, banana com farinha, manga com farinha. Na minha casa tinha muita coisa de frutas, entendeu? Tinha que ser madeira. Ainda hoje não dá porque eu ainda vou lá. Se ela morrer, eu não deixo ela morar lá.
Ela era muito madeira, laranjeira, pimentinha, que é a pimenta do poço. Então, tudo com farinha. Maracujá, concha com farinha. Fazia suco de laranja, era concha, farinha. E a gente tinha muitos amigos, porque os meus amigos vinham pra casa. Eu fiquei curiosa, porque o nosso cardápio era assim, mas me faltava amiguinho pra.
Comer junto com a gente.
Porque eles gostavam da nossa comida, entendeu? Acho que achavam que era uma comida muito exótica, parecia que a gente também tinha todas as recursos da casa. Eu lembro que tinha uma senhora que chamava Maria, mas já faleceu. Aí tinha um rapaz chamado Francisco, que chamava ele de Bela. Ele era nosso amigo, e a gente ia muito lá em casa. Aí a mãe dele ia pra feira, aí vinha fazer a banana da feira.
Aí tinha Bela, meu filho, trouxe banana, vem pra casa. Ele, não, vou ficar aqui, só ia.
Pra casa do Gui da noite.
Estava lá com a gente até o dia inteiro.
É muito legal.
E aí, na escola, você frequentou essa escola até quantos anos?
Bom, eu frequentei a escola no interior, no âmbito, até 9 anos, 10 anos, por aí. Como eu te falei, eu tenho muitos parentes que moravam aqui no Rio de Janeiro, inclusive eu tenho uma tia, irmã da minha avó, essa tia foi o diferencial na vida da minha avó, porque essa minha tia, quando morava aqui, ela meio que arrecadava assim, coisas pra levar pra gente, roupa usada, sapato, doação. Ela sempre, as amigas dela, que ela pedia as roupinhas, ó, tem roupa de criança, tá? Porque eu tenho uma irmã que tem que estar criando várias crianças, então eu vou levar, vou pro Nordeste, vou levar. Então ela chegava lá quase todos os anos, pra visitar a minha avó e a mãe dela, que no caso era a minha bisavó que morava lá, e levava muitas roupas. E ela escolheu uma lá, né? e falou assim, analha com a minha avó, eu posso levar a Valdirene para.
O Rio, já que ela gosta muito de estudar, de repente ela se adaptará e estuda lá, porque lá é melhor pra ela estudar, ter mais condições, porque lá não tinha essas condições, porque não era muita criança, uma criança menos significava que era mais chance pra outra, meus irmãos, porque era muita criança, então um gasto a menos era melhor. Aí eu vi que não tinha. Aí estudei ainda aqui, Já passei um ano, não estudei, só a segunda.
Eu sempre cheguei aqui para estudar a segunda, estudar, só que eu não tinha nenhum documento que comprovasse que eu já tinha estudado, porque quando eu estava no interior, eu era alfabetizada, mas não tinha nenhum documento que comprovasse a minha alfabetização. Aí a minha tia chegou aqui, ela conhecia a diretora da escola de escolha dela, do Rio de Janeiro, aí ela foi lá, conversou com a diretora, perguntou a história. Aí contou que eu vim de uma família que se separou, que a minha mãe era criada, sei o que lá, mas eu era favorizada, mas não tinha um documento como comprovar. Aí a diretora falou assim, então traz ela aqui pra fazer um teste. De repente, o teste que ela fizer, eu boto ela numa série. Aí eu fiz o teste, aí fui para a segunda série. Quando eu fiz o teste aqui no Rio, ela achou bom, em acordo, que eu fosse fazer a segunda série. Fiz a segunda série. Aí, quando foi no final do ano, nessa separação, meu pai veio pro Rio de Janeiro, né? Meio que ele veio pra poder trabalhar e mandar dinheiro pra gente que tava lá. Aí, o que acontece? A minha avó vinha visitar o meu pai, ela vinha visitar o meu pai e me visitar também, que eu tava aqui com a minha tia. Ela trouxe meus dois irmãos. Aí quando eu vi meus irmãos, eu falei, não vou ficar mais não, eu quero voltar, eu quero voltar, vovó, eu quero voltar.
Ela ficou vendo a passagem, ela é realmente modesta, ela é de lá com 12 anos.
E como foi chegar no Rio de Janeiro?
Bom, quando eu cheguei no Rio de Janeiro, era uma comunidade, assim, esse lugar tão pequeno.
É igual foi da minha mãe, foi uma experiência que eu não gostei, mas eu tive que ficar, me adaptar, porque era uma comunidade e eu... Não era bem o Rio de Janeiro, era uma comunidade, mas eu fiquei lá e gostei, porque era tipo uma aventura pra mim, eu queria aprender, eu sempre tive vontade de conhecer, aprender. Não sei porquê, mas eu sempre fui assim.
Eu era uma pessoa muito...
Curiosa, até para mim, para o Nordeste, eu era avançada, porque eu era muito curiosa, eu queria saber, eu queria aprender, a minha.
Avó me chamava de mulher velha. Eu sou uma mulher velha, porque eu queria saber de tudo, porque eu estava usando o que pude, eu estava lá ouvindo história, eu não estava com as crianças, mas era a minha história, a minha principal.
O que eu gostava de fazer era ficar ouvindo os velhos e os idosos conversarem. Minha avó dizia assim, minha filha, vai brincar, para de ficar perto dos idosos. Eu ficava lá ouvindo eles conversarem aquelas histórias deles. Foi isso que me aluçava a minha curiosidade, entendeu?
Essa conversa deles, eu queria aprender.
E como que foi essa viagem para o Rio de Janeiro?
Bom, essa viagem foi de ônibus, a gente passou dois dias dentro de um ônibus, me olhando assim pela janelinha, olhando.
Tudo que eu estava passando, entendeu? Foi muito boa a viagem, só que, é igual o que eu falei, é uma aventura e eu gostei, só que quando eu cheguei aqui, comecei a estudar, gostei, mas a minha realidade era diferente, era como se eu fosse presa. Porque, como eu morava numa comunidade, eu.
Estudava e tinha que ficar em casa depois da escola, não podia brincar na rua muito.
Brincar não era muito.
Tinha que estar alguém olhando, porque querido ficar na rua, numa comunidade, aqui, não aceitava isso. Vivendo assim que eu era do interior, ela achava que eu era muito assim, tipo, inocente, não tinha malícia, entendeu? Então, ela ficava muito preocupada. Como ela tinha aquela... Além da preocupação, ela tinha aquele comprometimento da minha avó de cuidar bem de mim.
E eu era aquela menina branquinha, mas clarinha e a minha tia negra, todo mundo negro. A família toda, né?
Mas acontece que ela ficava ali preocupada.
Porque eu falava assim, não, minha filha.
Onde ela ia, tanto que ela ia para os locais, ela me levava junto, às vezes.
Eu deixava aqui as filhas, mas me levava, porque ela queria estar me olhando. Não me conta. Mas eu amava essa minha tia também. Ela faleceu hoje, mas ela foi muito importante na minha vida.
E essa volta pra Lagoa?
Bom, a minha volta eu voltei assim a super estar, entendeu? Me senti assim aquela criança mais linda do mundo, aquela criança mais esperta do mundo, Cheguei lá, quando eu queria estudar, minha avó e minha filha, mas eu queria estudar, eu queria sentir, fazer aquilo que eu queria fazer lá, mas lá.
A realidade era outra também, era longe da cidade, interior, mas mesmo assim, quando eu cheguei lá, eu comecei a falar, e a minha avó, ela sempre bebeu de mim, o que a gente falava, a gente já conhecia assim, era um adano dela, né? Ela me confiava muito em mim, então.
Ela achava que beber, ela poderia, e que investi no meu sonho, entendeu? E foi isso que ela fez. Então, foi isso que eu tenho, meio que eu tenho essa... Eu devo essa gratidão, eu devo tudo a ela, assim, por ela ser essa pessoa, uma avó, assim, tão presente, assim, fez tudo o que ela pôde pra.
Poder dar o melhor do jeito que ela podia. E como.
Vocês se separaram?
A minha avó... Bom, a minha separação...
Eu fico até emocionada.
Vou beber um pouco d'água. Bom.
A separação da minha avó foi.
Quando eu estava com... Eu já estava com 18 anos, então... Quando eu comecei a estudar, Eu comecei a estudar, a minha avó me colocou.
Pra morar na casa de uma sobrinha dela.
Como a gente morava em um sítio, eu tinha que estudar na cidade, porque no sítio não tinha mais escrito pra mim, entendeu? Aí eu fui estudar na terceira série, a quarta série na cidade, aí fui estudar na quinta série, no ensino fundamental.
Aí fui estudar no ensino médio até chegar no segundo ano do ensino médio. Quando eu estava no segundo ano, eu já estava fazendo 18 anos.
Quando eu estava fazendo 18 anos, eu.
Estava no segundo ano de Ensino Médio. Aí, nisso, a minha tia, essa minha tia que eu te falei, filha do Rio, ela foi fazer outro passeio lá, como ela sempre ia. Aí, quando ela chegou lá, ela falou assim, olha, Valdirene, você quer retornar para o Rio? Vai que você termina o seu estudo e vai arrumar um emprego. Aí você pode ter que ajudar a sua avó. Caso você queira, mas se você não quiser, você retorna.
Porque o teu pai tá lá, eu.
Peço a passagem pra ele mandar pra.
Você e você vai. Então eu tenho que ir. Quando a minha tia veio, ele disse que não era de ônibus também. Ele disse que ia pra Rio de Janeiro.
Aí cheguei aqui pra estudar. Dessa vez eu tinha estudado direito, meu histórico todo direitinho. Aí ela foi me colocar na casa dela de novo pra morar com ela. Aí nisso eu tinha uma prima que tava precisando de alguém pra tomar conta do filho dela, pra poder ela trabalhar e também estudar. Aí eu fui, ela falou que ia me pagar, tipo que alguma coisa, ia morada, ia morar com ela. Aí eu fui. Uma pessoa assim, ó, vem, você mora comigo, tipo, casa comida e fica na minha casa e me ajuda, eu te ajudo. Fui morar com ela. Sei que nessa morada eu fiquei só quatro meses. Aí quando ela meio que conseguiu o trabalho. Ela tá se adaptando para o trabalho, porque nunca tinha trabalhado na roça mesmo, no Nordeste. Aí a minha prima foi... O marido dela tinha uma irmã que morava no Recife. Aí a minha irmã... Do nada, chegou um telegrama avisando que a cunhada dela viria morar com ela. Aí ela foi... Como eu te falei, eu era muito esperta. Aí, quando esse telegrama chegou, o Correio foi lá e eu assinei o telegrama, entendeu? Mas eu fiquei curiosa do que estava escrito naquele telegrama. Aí eu olhei e estava escrito.
Dá pra ver assim, eu olhei e estava escrito. Aí, talvez ele falasse que ia chegar. Fica feliz que ia ser alguém, né? Que ia chegar, mas só que ele ia vir pra morar. E como a casa era pequena, minha prima foi e falou, olha, vou dispensar a Valdirene, vou ficar com ela. Aí, foi lá, falou com o meu tio. que era a irmã do meu pai, né? E nessa situação que eu vivi, meu pai já estava no Nordeste, e eu não conhecia ninguém pra falar, porque meu pai estava aqui, mas eu não conseguia falar, e o que eu falei foi pra família, eles estavam logo ali lá. Então, eu só estava aqui com o meu tio, aí eu só tinha o meu tio agora, aí a minha filha foi lá, falou com ele, né? Aí ele foi e falou assim, ó, fica na minha casa pelo menos até o final do ano, pra poder me.
Perder o ano de escola, né? Porque eu tava na escola. Depois ela volta pro Nordeste, aí eu falei, tá, Tudo combinado, eu aceitei, fui pra casa dele. Só que quando eu cheguei lá, a esposa dele não me aceitou, porque ela não queria essa responsabilidade de ficar. Ela morava no morro, ela morava no Isabel. no local que tinha acesso a uma comunidade, que era chamada Mundo dos Macacos. Ela morava num apartamento, mas o prédio ficava sem acesso a essa comunidade. Ela ficou falando que ia para a escola, voltava, e ela estava trabalhando o.
Dia inteiro, e a filha pediu uma conta de mim, e vai que me manda dessa comunidade, e eu vou ficar lá, porque ela nunca me aceitou. Só que eu falava só entre eles. Ela falou que eu tinha que me aceitar, e eu sei que eu fui lá. Conversei com a minha tia e falei assim, olha, por que a minha filha não está aqui, ela deve estar de volta. Ela ficou assim até o meio do ano, até o final do ano, depois no meio do ano tirou a passagem.
Dela e ela voltou para o nordeste. Então eu confio na minha tia, mandou a minha prima me buscar, retornei para a casa da minha tia. Fiquei lá, em outra comunidade, fiquei lá e continuei no estúdio. Aí, só que foi assim, nessa saída.
Que eu saí da casa da minha.
Prima, uma coisa bem marcante, que isso.
Me marcou muito, muito, Acho que foi essa atitude que ela teve comigo. Além de me marcar, me insinuou para outras coisas.
Porque eu comecei...
Eu sou um tipo de pessoa assim.
Quando a pessoa me dá aquela rasteira, me levanta, eu acho que eu quero dar a volta por cima, mostrar que sou capaz. Eu peguei, fui e... Ela falou assim, Valdirene, você vai ficar na minha casa, passou um mês e não pagou. Aí o que ela fez? Comprou livros usados, porque eu tinha uma amiga que fazia a mesma série, a mesma escola que eu, aí ela comprou livros usados e comprou o uniforme da escola para poder estudar. Aí ela pegou, eu estava no segundo ano do ensino médio. Aí ela foi e comprou esse material pra mim, só que ela estudava à noite, eu estudava de manhã, porque eu ficava com o filho dela, pra poder ela estudar à noite. Aí ela usava meu material pra ela estudar também, porque compartilhava esse material. Só que o material era meu, ela comprou isso pra mim, por quê? Porque era o meu salário, ela não.
Me pagou o salário, ela me pagou por esse material. Só que quando eu fui embora, ela conquistou o material. Eu fiquei sem material. Levei o material e deixei na casa.
Da mãe dela, aí quando foi um certo dia ela chegou lá e falou assim, a gente quer o material. Eu falei, não, esse material é meu, você que comprou. Ela disse, não, esse material é meu, eu comprei. Ela disse, você comprou pra poder pagar os dinheiros que eu trabalhei com você, porque eu fiquei quatro meses na sua casa Aí ela foi e confiscou. Aí meu tio falou assim, não sei.
Se tá podendo fazer a conclusão, por favor, né? Aí eu falei assim, não, deixa que eu vou comprar.
Eu compro o material, dão o dinheiro, você até acha que você tá sendo colega. Aí, de repente, eu fui e me dava o dinheiro e eu não comprei material, porque era mais caro, né? Então, eu tirava cópia. Eu tirava cópia do material e continuei estudando. Graças a Deus, fui aprovada na escola com material com cópia das minhas amigas. E as minhas amigas também me ajudaram a... a não ficar para trás, sem ser o material. Quando ela poderia, eu fechava o livro.
Copiava, tirava cópia, dividia os livros delas também, entendeu? E se for, por mais graças a.
Deus, eu paguei a volta possível.
E como era a sua relação com essas amigas?
Bom, as minhas amigas, até hoje, eu tenho contato com duas delas, porque elas.
São muito... Hoje eu acho que o.
Maior orgulho de mim, até porque eu disfarcei até agora, tenho uma disforma também há pouco tempo, eu tenho uma boa relação com isso, só que muitas diziam que não tinha mais contato, mas duas.
Ou três eu me atendo, por rede social, por rede social mesmo.
E como você se sentiu durante esse ano, que você estava mudando muito de casa?
Bom, essa mudança de casa, pra mim.
Foi bom porque eu conheci outros locais, mas foi bom porque quando você começa a mudar de casa, você começa a mudar também de amigos, mudar de referência, você começa a desadaptar tudo de novo, entendeu? Mas o bom é que eu aprendi a... Como é que fala?
E refazer, e refazer. Aí você pensa em refazer. E você também conhece vários outros amigos, né? A sua visão de amizade aumenta.
E aí você começou a trabalhar nessa época?
Bom, aí foi assim, eu...
Quando eu tava na casa da minha tia, né, eu vi que eu não tinha casaco, Pra ir pra escola, eu estudava, de manhã era muito frio, eu não tinha casaco. Travou aqui, tá me ouvindo?
Luísa.
Então, vou continuar falando. Eu não tinha casaco pra ir pra escola. Eu lembro que isso também foi um pouco marcante pra mim, porque eu não tinha casaco, eu não tinha muito dinheiro. Aliás, eu não tinha dinheiro pra comprar, porque eu não trabalhava. Aí eu, como eu gosto de falar, como eu sou uma menina muito... esperta e também que gostava muito de aprender, eu sabia fazer o que? Crochê. Eu fazia crochê. Vim do Nordeste, sabia fazer crochê, costurava, arrumpia as roupas, fazia as minhas próprias bainhas. Aí, o que é que eu fiz? Teve uma menina que foi fazer a festa de 15 anos e ela me falou assim, ó, se você fizer 50 cestinhas, que era uma cestinha pra fazer efeito de festa, Você fizer 56 tinhas pra mim de crochê, eu te dou um casaco", porque ela vendia roupa. Aí eu falei assim, eu faço. Aí comecei a fazer crochê, costurei e ganhei meu casaco e ela me deu. Esse casaco pra mim foi importantíssimo pra mim, porque eu amava ele, porque foi.
Feito com muita sacrifício.
E aí, depois desse período no Rio de Janeiro, pra onde você foi? O que você fez? Você voltou pra Lagoa?
Bom, esse período no Rio de Janeiro, beleza, eu fiquei, igual eu te falei, eu fiquei na casa da minha tia, terminei o segundo ano, né? E já que eu tava aqui, eu arrumei um emprego. Aí eu falei assim, vou trabalhar. Aí eu arrumei um emprego de balconista numa loja. Não, primeiro arrumei um emprego de garçonete no aeroporto. Trabalhar de garçonete no aeroporto. Aí depois, saí de como garçonete e fui ser balconista numa loja. Nesse meio tempo, eu conheci um garoto, que hoje é meu marido. Fiquei com ele, namorei, foi meu primeiro namorado. Eu não tinha namorado ainda. Aí fiquei com ele, namorei, e nesse namoro acabei casando.
Aí engravidei logo.
Não, tô ouvindo um pouco assim, pulando.
Melhorou?
Melhorou um pouco.
Melhorou?
Melhorou.
E nesse seu primeiro emprego, o que você fazia? Como era a sua rotina?
Bom, meu primeiro emprego eu pegava no trabalho assim, seis horas da manhã. Eu acordava muito cedo, né? e ia para o trabalho no aeroporto. Foi no Aeroporto Internacional aqui do Rio de Janeiro. Então, eu ia para o trabalho e chegava logo cedo, batia no cartão, ia ser garçonete. E lá eu gostava do trabalho de garçonete, porque era muito jovem e acho.
Que meus colegas também tinham uma grande idade, entendeu?
E a gente via muitos artistas também no aeroporto. Então, meio que foi um trabalho muito legal e eu gostei muito, aprendi bastante. Entendeu? Foi um impulso para poder... Fui fazer outras coisas, aprendi lá bastante. Até hoje eu conheço a minha ex-chefe de lá do aeroporto. Eu encontro com ela e ela é muito legal comigo até hoje.
E aí seus irmãos ficaram em Alagoas ou vieram pra cá?
Não.
Meus irmãos ficaram em Alagoas. Eu queria te falar também uma coisa muito marcante da época da separação, entendeu? Não sei se isso é interessante, mas é... Bom, na época da separação.
Claro que é!
É, né? Foi assim, quando meus pais se separaram, quando meus pais se separaram, eu... O dia da separação marcou muito a minha vida. Por quê? Porque a gente teve uma conversa lá de adulto, e as crianças não participaram.
Porque tudo que me intervém, eu brinco, é um negócio que a minha mãe não intervém. Ela estava com o casacinho vermelhinho da minha mãe, e ela chegou e falou pra mim assim, filha, eu vou embora, eu vou pra casa do meu pai. Eu vou pra casa da minha avó, avó do meu pai. Ela falou assim, eu vou pra casa do meu pai. Ela não falou pra mim que ela.
Estava se separando, ela falou que ela ia pra casa dos pais dela. E levou ela na minha irmã. Aí eu falei assim, eu vou com a senhora. Ela falou, não, fica aí que depois a gente vai te buscar. Aí eu fiquei toda feliz, brincando com meus coleguinhas, tudo. Fiquei com meus irmãos. E ela foi embora. Só que quando foi o dia seguinte, ela veio buscar as coisas dela. Entendeu? Só que eu não estava nem em casa. Quando eu cheguei, ela tinha vindo buscar só as roupas, tudo que ela tinha.
Levou tudo.
Entendeu? Aí, o que acontece? A gente, como criança, não entendeu o que estava acontecendo, porque a gente queria estar com a mamãe, ficar com a.
Mamãe, mas ela não... Ela chegou na família dela, quando ela foi separada, a família dela falou, olha, a gente aceita você de volta, mas as crianças, não. Entendeu? Fica com o pai e com a avó. Aí ela aceitou, ela não tinha outra alternativa, né?
Porque ela estava separada, o momento muito ruim pra ela, ela ficou lá.
Aí ela foi embora pra São Paulo.
Com esse tempo que ela ficou lá.
Por mais ou menos uns dois anos.
Aí quando ela retornou de São Paulo, quando ela retornou de São Paulo, Os pais dela quiseram fazer ela reivindicar os bens, porque a gente tinha uma casa, como eu te falei, nós morávamos lá.
No caminho deles, então a minha sobrinha era matada para reivindicar os bens Aí.
Entrou uma travesse na justiça, começou a ir para o juizado, para o juiz A minha avó era muito engraçada, no dia da audiência, ela levou todas as.
Crianças, porque era como se fosse uma.
Forma de uma prova viva, a prova do acontecimento, ela levou todo mundo. Aí quando chegou, tu chamou a dona Nália, a minha avó chamou pra ela entrar, pra falar na audiência, aí entrou a minha avó com todas as crianças, aí a juíza ficou assim assustada, mas aceitou, aí ficou perto da juíza. Só que a gente tava assim, a juíza, na frente de meu avô, minha mãe, entendeu?
E as pessoas que iam ser ouvidas. Aí a juíza foi e falou assim, olha, os dendos das crianças, entendeu? Aí ele falou assim pra minha mãe, ele falou, Maria, se a senhora quiser ficar com as crianças, a senhora fica.
Com os bens, com a casa. Até mesmo se a senhora ficar com três, a casa é da senhora, entendeu? Porque a senhora vai ter que morar na casa, o pai vai ter que pagar a pensão e a senhora vai ficar com as crianças. Mas antes da minha mãe responder, quem respondeu foi o meu avô, o pai da minha mãe. Falou assim, ela não quer nenhum.
E a minha mãe ficou calada.
A juíza ficou parada assim e falou assim pra ela. Então, se a senhora não vai ficar.
Com o menino, então a senhora não.
Vai ter direito a nada. As crianças são uma forma de vida.
Um puxo de vida pra poder nos alugar, alguma coisa assim, pra poder ajudar na criação deles. A senhora tá com uma só, mas é uma alegria da Dona Amália. Isso marcou muito as crianças, entendeu? A gente saiu de lá de meio que decepcionado. Entendeu? Porque a gente não fica confortável com aquilo ali. A gente esperava que ela falasse, quero ficar com eles. E não foi isso que aconteceu.
E aí, o que você sentiu nesse dia?
Bom, naquele dia eu me senti que eu tinha que tomar conta dos meus irmãos. Eu me senti que eu tinha que ser o diferencial para eles. Eu fiquei até emocionada, né? Porque eu assumi meus irmãos como se eu fosse... Não tem aquela galinha que tem aqueles pintinhos? Era eu. Eu abracei a causa, qual posso falar, entendeu? Então eu comecei... Até hoje, as pessoas que me comentam sobre essa história Elas falam sobre isso, aquela cena de ver a irmã mais velha, pequenininha, com os irmãozinhos, porque é assim, quando a mãe separou, igual te falei, a minha avó não dava banho, mas dava sim, dava os pezinhos, não sei o quê, mas não tinha aquela higiene adequada para as crianças, então ela tinha muito que ajudar as pessoas, para lavar roupa, porque era muita criança, lavar roupa, cuidar, aí o que acontece? Eu pegava os meus irmãos quando era tarde, a minha mãe, meio que separada, meio que se escondia nos cantos, esperava a gente passar. pra poder falar assim, olha, minha filha, como cuidou dos seus irmãos, entendeu? Olha os seus irmãos, dá banho neles, corta a unha deles, entendeu? Ela me ensinava a cuidar deles, entendeu? Eu ia escondida pra minha avó não ver. Então, ela ia pra casa do vizinho, o vizinho me chamava, eu ia lá e ela falava assim, ela me dizia, olha, sua mãe tá aqui, quer falar com você. Aí eu ia lá e ela falava assim, ó, como cuidou dos seus irmãos. Aí eu fiz, tudo que ela mandava eu fazer, eu fazia.
Aí eu ia lá, eu ia pro.
Brejo, lá era brejo, no local que.
Dava banho às crianças, que ficava com.
A cinta d'água, né?
Uma vasilha de madeira, de cuia, mas de madeira não, a pessoa sabe que tem no Ouest. Tinha uma cabaça, aí eu levava uma cuiazinha, um sabão de coco, um sabão de coco. Aí eu levava um plástico, forrava no chão, botava em uma lata d'água assim, em um balde, dava banho, engarradeira, tinha tudo em tomada de banho.
E como foi ficando a relação sua com os seus irmãos?
Bom, a minha relação com os meus irmãos é a melhor possível, porque eles me têm como se fossem uma referência, entendeu? Então, eles têm maior orgulho de mim. Como a minha avó curtiu a relação com a família dos meus pais, a.
Família da minha mãe, Essa separação, como eu te falei, foi dolorosa. Então, as famílias meio que ficam sem relação umas com as outras. A minha vó com a minha mãe e a família da minha mãe. Então, a gente fica mais pela minha vó. Então, a gente abraçou a casa do jeito que meus irmãos hoje... É como se eu fosse a mãe deles.
E ainda continuo assim. É como se eu fosse a mãe. Eles me respeitam como se eu fosse a mãe. Me ligo sempre, se eu precisar de ajuda, e vice-versa. É recife tanto mais, entendeu? Porque nós somos assim, um é como.
Se fosse a mão no pé do outro. Até hoje é assim, eu tenho o maior orgulho deles, até fico me emocionada de falar deles, porque a gente tinha tudo para dar errado, e ninguém deu. Ninguém deu errado, deu tudo certo, e eu sou muito orgulhosa. Eu lembro que quando eu comecei a aprender a ler, Eu lia muito jornal, porque a minha avó colocava sabão em barro e lia jornal.
Jornal rolava embriago com sabão. A gente fica assim. Fumar é para a gente prejudiciar.
Prejudiciar a saúde. O mistério da saúde eu diverti. Fumar prejudica a saúde. Eu lia essas propagandas e eu levava o pé da letra. Não deixe o meu irmão fumar. Não vou deixar. Não deixei nenhum ser fumante.
Nenhum.
Eu ficava ali tomando conta deles. Não deixei ser fumante. Entendeu?
Hoje são todo mundo.
Caso tenha sua vida, sua família. Eu sou orgulhosa deles, e eles pediam também. Olha, desculpa, porque eu fico emocionada. Até esqueço algumas coisas que falam, porque.
É uma situação, eu vivo desse conceito. É legal também.
E depois desse dia da audiência, você reencontrou sua mãe?
Sim, sim.
Depois de muito tempo, ela meio que.
Desapareceu um pouco, saiu do foco. Ela passou por São Paulo, morou em uma prisionaria pequena. Entendeu?
E ela... Bom, aí, como eu te falei, quando eu comecei a estudar nisso, quando eu comecei a estudar nisso, eu retornava. A família da minha mãe morava num sítio, eu morava em outro. Aí, quando eu comecei a estudar, eu tinha que passar por um sítio onde meus tios moravam, porque o caminho era caminho. Então, eu estudava, eu ia a pé, porque no começo dos estudos, eu ia a pé. Então, do sítio para a cidade, eram seis quilômetros.
Então, eu e mais umas quatro amigas, assim, a gente se juntava, se tem quatro horas da tarde, eu ia para cada uma. Se tem quatro horas da tarde, eu ia para cada uma. Se tem quatro horas da tarde, eu ia para cada uma.
Se tem quatro horas da tarde, eu.
Ia para cada uma. Se tem quatro horas da tarde, tarde.
Eu ia para cada uma. Se tem quatro horas da tarde, eu.
Ia para cada uma.
Se tem quatro horas da tarde, eu ia para cada uma. Se tem Aí quatro horas o prefeito cedeu da tarde, eu ia para cada uma. Se tem quatro horas da o carro.
Tarde, pra eu ia para cada uma.
Se no final da noite a gente ir pra casa. Isso foi no começo.
Depois ele viu que tava surgindo vários alunos do interior, aí ele fez o que? Arrumou um ônibus. Mas no começo fomos sacrificantes na cidade, entendeu? Aí eu tinha que passar pelo sítio, conhecer meus tios. Aí começou a reaproximação dos tios, passava na frente da casa deles, dava bença. Dava bença. E também quando... A minha mãe, mesmo ficando fora, que eu não sabia onde ela estava, vivia em São Paulo, era tirado por outra cidadezinha que ela passou a viver. Meus tios eram mais de bem-vindos do que a minha família. Então, eles foram os primeiros a ter televisão. Oi, Luiza, voltou?
Tá me ouvindo?
Do nada eu caí. Tá me ouvindo?
Tô, tô ouvindo.
Eu parei na parte da escola dos seis quilômetros.
Isso.
Aí, nessa parte que eu comecei, meio que começou uma reaproximação, porque eu estava.
Com meus tios, aí dava bem saber.
Se é meu tio, se é minha.
Avó, como eu passava, né? Aí começou uma reaproximação, e a gente estava crescendo, e eles começaram a ver.
Que a gente estava, tipo que, seguindo.
A nossa vida, com dignidade.
Aí, quando a gente estava maiorzinho, assim.
Os meus tios foram menos dignos do que a gente. Então, no meu sítio, Era menos evoluído, o sítio tinha luz elétrica, a minha não tinha, a minha era candeeiro, candeeiro. A luz era de candeeiro. Aí, quando chegou na casa deles, não tinha televisão. Aí, o que a gente fazia? No final de semana, a gente ia ver televisão, e era na casa deles. Só que não tinha televisão, as crianças não queriam ver televisão, né? Na época, o Embraxá, que não tinha, era só porque lá a gente ia ver televisão lá. Aí, começou, pra mim, essa reaproximação, e.
A minha mãe também começou a saber que a gente estava andando muito por lá, ela conheceu também a...
Quando ela voltou de São Paulo, ela tentou uma reaproximação com a gente. Ela reaproximou, no caso. Mas ela foi perto da escola, porque a minha avó não tinha contato com ela.
Minha avó ficou com suas amizades.
Aí ela ia na escola, ia ver a gente na escola, e lá o que ela fazia? Ia catar piolho, porque a gente tava todo mundo cheio de piolho, as meninas. Ela ia pra lá, pra escola, do lado de uma amiga dela que morava.
Ela falava assim, chama as meninas, dá pra dispensar as meninas pra vir aqui? Aí eu ia lá, eu catava piolho, lavava meus cabelos, fazia tipo um teado, não sei o que lá. Ela nem podia falar que era a minha avó, porque ela era muito calada. E quando ela chegou de São Paulo, ela trouxe vários presentes de São Paulo.
Aí chegamos em carro todo mundo feliz, teve presente, porque minha mãe trouxe roupa de frio, blusa, roupinha. Eu lembro que ela trouxe para cada um uma pastinha da escola, que era uma pastinha. que a gente não tinha isso, a nossa faixa de escola era um saquinho de plástico que botava pra não molhar. Então, a minha mãe veio e trouxe pra cada um uma faixinha de escola. Aí, quando a gente chegou, ele tava todo feliz, a minha avó mandou devolver tudo. Devolve! Devolve, que eu não quero nada! Ficou dois anos desaparecida, não sumiu. Como é que agora vem trazer presente? Não vou aceitar! Porque a família dela ficar aí, ninguém me ajudou em nada, tudo eu já te falei. Quando se trata da separação, a minha voz nunca ajuda mais pelos outros do que pelas outras pessoas. nas pessoas que moravam lá. Tinha um fazendeiro lá com leite. Tem gente que dava um restaurante numa cidade grande. Trazia sobra de comida pra gente. Tinha um que vinha sempre na fazenda.
Dele e trazia também comida, biscoitos. Então, as pessoas se incomodavam de ver aquela senhora com muita criança, com fome, e trazia as coisas. Isso levantava a minha voz, porque a família dela não ajudava tanto. Aliás, não ajudava nada. Eu acho que eu me esqueci, eu acho que eu tinha muito vergonha de oferecer ajuda e não sei o resumo do nosso encargo, porque eu não perguntava, né? Só que a gente cresceu um pouco, era aquela rua bonitinha assim, que eu lembro que a minha, quando eu fui.
Casar um deles, o Roxinho, quando a minha mãe foi casar, eu fico na.
Casa da minha avó, ele passou de.
Bicicleta, ele passou lá e falou assim, dona Anália, eu vou casar tal dia.
Então, a rua mais bonita, na hora do meu casamento, é a vovó que me falou assim, vou ver, Mas chegou o dia do casamento e não mandou. Por quê?
Porque ele não tinha roupa pra ir. Ela falou que ia mandar, mas não tinha roupa adequada pra ir pra um casamento. Então, não fomos pro casamento. Mas ela não falou que não tinha essa roupa. Ela ficou calada pra ver se compravam. Não deu pra comprar. Então, fomos pro casamento.
Mas ele já fez tudo assim. A reaprofinação dele foi por aí. Ele começou assim, por chegar agora hoje.
E pra você, o que você sentia quando sua mãe teve essa reaproximação?
Bom, eu sentia... Não sei se você entende, mas quando a gente começou com a sua mãe, a gente amava a nossa mãe, mas não era igual, não era mais igual. A gente não queria magoar a minha mãe e não queria magoar a minha avó. Então, a gente sentiu que protegia a.
Uma e protegia a outra.
A uma é tão importante quanto a outra.
Então, até hoje, a gente ficou nessa história, protegendo as duas. Não esqueceu assim, protegia para podermos falar uma palavra para a outra, o que tivéssemos. Protegendo as duas sempre.
E para os seus irmãos, você acha a mesma coisa?
É, meus irmãos também eram a mesma coisa. Meus irmãos, eles eram... Eu era sempre bem assim, meio que protetora. Mas os meus irmãos, não. Meus irmãos já eram mais assim, que eram de vingança.
Entendeu?
Eles eram meio que vindativos. Então, eu lembro que quando a minha mãe separou do meu pai, o meu irmão, menor, assim, ele tinha cinco anos.
Por aí, meu irmão.
Na época de eleição, no Nordeste, os.
Políticos ficavam quase em casa pedindo voto. Era a época de eleição. Aí o meu irmão, um dos políticos.
Que pedia voto, a gente sabia que.
Ele tinha feito uma festa com a.
Minha mãe, uma coisa com a minha mãe. Aí o que acontece? A gente nem que culpava ele pela separação dos meus pais A gente jogou a culpa em cima dele Porque a gente achou que a separação aconteceu porque ele foi o culpado Então, esse homem, quando ele vinha, meu irmão falava assim Na minha casa você não entra Cinco anos, aí ele falava pro meu irmão Aí quando ele passava de carro, meu irmão falava pra ele assim Quando eu crescer eu vou te matar Em cinco anos, meu irmão era assim, pequenininho E a minha avó que falava, meu filho, para com isso. Ele falava assim, quando eu crescer, falava na cara de um homem assim, quando eu crescer eu vou te matar.
Aí as pessoas ficavam tudo mirando.
E ele falava assim, não, que isso garoto, que isso. Mas depois que ele cresceu... Depois que ele cresceu isso... Hoje em dia, graças a Deus, meu irmão, sabe que esse meu irmão hoje, que falava isso, sabe o que ele hoje? Pastor. Olha, um anjo, não tem um anjinho, não tem nada a ver com aquela criança. Olha, graças a Deus. Mas ele casou, mas isso era quando era criança, né? Eu lembro também que teve uma passagem da minha história também, quando eu estudava no interior. No interior, a gente tem uma forma de... Como é a época do dia dos pais e das mães, tive que fazer um poema, uma poesia para falar para as mães no dia das mães e para os pais no dia dos pais. Então, a nossa história era assim, meio que a gente era órfão e pais vivos. Nós éramos órfãos de pais vivos, porque um pai morava em São Paulo, uma mãe morava em São Paulo, o pai morava no Rio de Janeiro, então nós éramos órfãos de pais vivos. Aí, como a professora via que eu gostava muito de falar, estudava e decorava texto, ela falou assim, vamos decorar um poema para o Dia das Mães. Quando foi o Dia das Mães, ela convidou o prefeito e a comitiva dele para ir lá apreciar aquele evento da escola.
Quem foi a pessoa que foi junto com o prefeito? Esse homem, que meus irmãos gostavam. Estava junto com o prefeito. Quando ele chegou, eu comecei a chorar, fui embora, não falei meu verso. Peguei meus irmãos e fui embora para casa. Ele já sabia que era assim. Quando ele chegou na discussão pública, eu já estava meio que desconfiada.
Quando eu ia para a escola a.
Pé, ele tinha carro, então a escola era próximo a casa, seis quilômetros. E a gente ia para a escola a pé. Aí pedia na estrada para dar carona, ele. Aí ele parava, dava carona. Foi uma carona e ele ficava assim... Ele era muito... Ele se sentia culpado, entendeu?
Mas a gente achava que ele não era culpado. Isso aconteceu. Aí, eu entrava no carro dele, ia chorando, de lá, do local que ele pegava, até lá no local que eu ia pra escola. Eu não queria, ele sabia que eu não queria, mas eu não ia ficar sozinha, estava no deserto, eu queria ir, mas eu ia chorando, ele calado, não falava nada, eu chorando, porque eu não queria ir naquele carro, porque o carro era dele.
E isso, assim, isso marcava a gente.
Mas era assim, hoje, olha, a pessoa não sabe dar mal não, hoje, a minha irmã chama o seu nome de pai, A história é uma novela, menina. Hoje é engraçado. Porque a minha mãe teve dois filhos com esse homem. E a gente ama nossos irmãos. A gente se aproximou.
Os irmãos eram amigos.
Eu sou tia dos filhos dele. Então a família se juntou. E ele tem a família dele, que era a esposa da esposa dele.
Minha mãe era divulgar a outra.
Então ele tinha a família dele. e a família dele hoje, os filhos. Chama minha irmã. Minha irmã está no Nordeste. Ele fala assim, fala, irmã. Eu viajei pra lá, eu estava lá na cidade pequena, ele me confundiu com a minha irmã e gritou. Ele passou de carro.
Fala, minha irmã.
Como é que está o Rangel? Era o meu irmão. Lá no Rio. Aí eu falei, não, eu sou a irmã da Dona. Eu sou a vó de Irene. Aí ele, ah, tudo bem. Chama minha irmã. Todo mundo hoje é amigo.
Tanto esse homem, os filhos dele, nossos amigos, e todo mundo virou amigo.
Se precisar, a capacidade é.
Então a sua mãe teve dois filhos com ele?
Teve dois filhos com ele.
Depois?
É, depois que você falou do meu pai, ela teve esse afeto com esse homem, teve dois filhos. Muito depois, e teve dois filhos com ele. Quando terminou o casamento, ela teve três filhos e dois que se seguiram. Mas ela nunca casou depois, só teve um caso e dois filhos.
E aí, pra eu entender, você saiu de Alagoas, foi pro Rio, também foi pra São Paulo, Você começou a trabalhar, foi isso?
A última frase eu não escutei.
Então, você foi pro Rio e aí você começou a trabalhar.
Foi no Rio que eu comecei a trabalhar.
E aí, como foi a vida da sua avó?
Foi?
Você separou da sua avó, né?
Isso, a separação da minha avó. Aí a minha avó, quando eu separei dela, ela ficou muito triste, né? Ela falou assim, é feia, se cuida. Aí começou a trazer recomendações, porque ela sabia que aquele dia eu já não era mais uma criança, eu já era uma... saindo da adolescência, já era uma.
Adulta, então ela já me recomendou.
E eu sempre, como ela confiava muito.
Em mim, eu não confiava muito em.
Mim, ela meio que confiava, porque tudo que ela falava comigo, eu ia cumprir. E eu fui chorando, né, no caminho todo, e até onde o meu amigo dela eu choro, mas eu sempre voltei pra visitá-la. E ela, quando eu não ia visitar, ela voltava. Ela me visitava, e eu ajudava ela como eu podia. Meus irmãos, né, foi uma forma também de melhorar a renda, porque eu comecei, ela me aposentou, ela já era uma senhora que aposentou, não sabia como ela.
Aposentou, mas eu ajudei ela a cuidar dos meus irmãos, e depois os meus irmãos também vinham pra cá, pra Jiu-Yi, E hoje a Maria Luzia mora aqui, só a minha irmã que mora lá. E a minha irmã só voltou pra morar lá porque foi cuidar dela, porque ela tava muito idosa e precisava de alguém pra cuidar, porque ela tava doente, né? E a minha irmã foi lá pra ela mover e a minha irmã voltou pra morar na casa que ela morava antes.
E aí, você conheceu o seu primeiro namorado? Voltou?
Voltou, posso falar.
Conheci aqui no avião mesmo.
E virou seu marido?
Virou meu marido, pai dos meus filhos.
E como foi o encontro? Como vocês se conheceram?
Bom, a gente se conheceu na casa da minha tia. Ele era vizinho dela, entendeu? E como era amiga dos meus filhos, porque eu estava com a vida dos meus filhos, a gente se conheceu. Eu ia até brincar, brincando, brincar, brincando.
Fazer o nosso casamento, brincando. Olha, o Maurício gosta, gosta dela, não sei o quê. E começou e acabou que deu, deu certo.
E você já tinha quantos anos?
Eu tinha 19 anos.
Ah, novinha!
Novinha. Olha, eu comecei, eu comecei com 19 anos, quando foi que 20 anos, a gente casou, né, casou nesse dia, e tem 22 anos antes de nascer. Eu queria ter uma filha.
E como foi o dia do seu casamento?
Bom, o dia do meu casamento não teve festa, porque como eu engravidei antes de casar, aí a gente foi só... Fazer um documento para poder... O que eu queria fazer?
O que a minha avó queria?
O que a minha avó queria?
Ficar contente com o documento, porque nós.
Já morávamos juntos, já era mais um pouco avançada. Mas como minha avó e minha família eram, eu preferia me casar. Me casou, me recebeu, foi lá no.
Centro da cidade, e aí já estava.
Presente as festas femininas, e o meu irmão, que era o único parente que estava fazendo casamento.
E antes de conhecer... Qual é o nome do seu marido?
Maurício.
Antes de você conhecer o Maurício, como você se divertia?
Bom... Durante sua juventude? Bom, só assim, cinema, fiquei no cinema, na praia, entendeu? Fecha jurina... Eu dançava quadrilha com os meus colegas. Até hoje eu não tenho filme pra ninguém. Eu não era muito de baile, não. Só fui de baile e cinema. Era mais festa junina, cinema, praia, passeios, vidro caparente, churrasco. Era mais isso.
Enquanto familiar... E você ia com os amigos do trabalho?
Bom, às vezes eu ia com amigos do trabalho, mas a maioria das vezes eu ia com os filhos.
E aí, no seu trabalho, você foi primeiro garçonete, depois você foi balconista.
Isso.
E como foi essa transição?
Bom, essa transição foi da forma, porque foi outra forma de trabalho que eu deixei também, identifiquei. Lá eu fui promovida para a vendedora, aí passei para o vendedor e gastei bastante. Quando era mais vintagem, porque eu ganhava.
Comissão, eu poderia mandar mais dinheiro para a minha avó e até juntar um dinheirito com esse dinheiro que eu fazia.
Eu construí uma casinha lá em cima.
Da casa da minha sogra, porque, é.
Igual o que eu falei, já foi tudo muito difícil.
Então a gente, quando casou, minha sogra.
Já morava na comunidade, nasceu em uma laje na casa dela, e fez uma.
Laje, tipo um profite-médico, dois cômodos.
O meu foi pequeno, mais do que morar lá com o meu marido.
E como foi essa nova vida?
Bom, foi difícil, né? Foi muito difícil porque a minha realidade.
Era outra, eu já vinha, já... Aquela menina sonhadora meio que foi posta na gaveta, que tive que adiar os sonhos pra poder entrar em outra realidade, pro sonho. Que era ser mãe, que eu tinha o sonho de ser mãe, mas meio que adiei o sonho e passei por cima, fui perder o sonho lá na frente, pra ser mãe, que eu deveria ter feito isso depois, mas...
Eu tentei, mas não consegui.
E aí você tem uma filha e um filho?
Como é? É, eu tenho um casal. Eu tenho um casal de filho. Aí foi quando eu pedi meus filhos. E com quatro meses que a minha.
Filha nasceu, eu vi que eu tinha que trabalhar. Porque o meu casal tinha um marido, e o marido, eu estava com ele, e depois eu saí do quartel. Então, a gente vai fazer desafio que vai aumentar o trabalho. Tudo que no começo, a gente tem que ajudar o outro, é o que trabalhar.
Aí, a gente fez o que a gente fez. A gente começou a fazer... Um trabalhava no horário e o outro trabalhava no outro, pra poder ficar com a criança, né? A gente pegava um que tava cedo.
Porque ele era na escolinha, pra poder dar tempo e sair de manhã e trabalhar. Quando voltava, pegava na escolinha. E assim foi, até ela ficar com... Essa minha vida de escola, do trabalho dela, foi só pelos 12 anos, por ali.
Sério?
Não, não. Os 7 anos, porque... Ah, tá. 7 anos. E como foi? Oi?
Fala só.
Gostou, e eu falo muito rápido aí.
Eu falo, fala, pode continuar.
Pode continuar? Então, aí, quando ela tava com 5.
Anos, eu já vivi de novo, e tive o Gabriel, o garoto, meu garoto, tive o garoto, e aí ficou assim.
Tava bom, se tava melhorando, tava com uma sorte, tava difícil, mas tava melhorando, né? Ela cresceu, tava meio que ia para a escola, a mulher que já não tinha aquele... Preocupação com o bebezinho, estava sem trabalho, aí veio o bebê, o Gabriel. Aí veio que dificultou um pouco mais. Entendeu? Mas como eu já tinha uma vida melhorzinha, que já tinha um trabalho, meu marido também, já tinha a nossa casa.
Mais ou menos confortável, aí veio para levar uma boa, assim, para o futuro.
E como você se sentiu ao se tornar mãe?
Bom, eu me senti muito bem.
Eu gostava de ser mãe, porque eu sempre gostei. Eu já tinha essa experiência meio que com meus irmãos, né? Então agora eram meus filhos mesmo. Mas mesmo eu sendo mãe, morando nessa casa que eu te falei, meio que meus irmãos... Um passava um tempo comigo, outro passava. Mas era diferente, né? A mãe como irmã e a mãe... Mãe de meus próprios filhos. A responsabilidade acho que era bem maior, bem, bem maior. Não tinha mais a minha vovó pra.
Ajudar, era só eu.
Oi? Seus irmãos foram para o Rio de Janeiro e te ajudavam?
Sim, foi assim. Nesse meio tempo que eu estava no Rio, o meu pai, que tinha ficado no Nordeste, veio embora com a família que ele tinha feito lá, com a família que ele tinha construído lá. Aí ele veio para o Rio, ele mora na Baixada do Rio, na Baixada, né? Aí a família dele morava lá. E meus irmãos meio que vieram junto. Aí, quando veio, ficou um pouco na minha casa, depois fui morar com meu pai, alugar uma casinha perto dele, morarmos juntos.
Fui morar em uma casa só. Fui morar no quintal da casa do meu pai.
O meu pai tinha quatro filhos, e do lado morava mais quatro filhos que eram do meu casamento, que eram os adultos. E as crianças do meu pai, que ele perdeu para os seus adultos, todos moravam no quintal. E eu fiquei morando aqui, na capital, no Rio de Janeiro. Mas, mesmo assim, sempre que dava, me visitavam outros, me visitava, visitava eles. Eu sempre fiquei nessa. Eu, como mãe, a minha divertimento mais era esse. Eu visitava o meu pai, me visitava e ficava essa troca de visitas. Mas sempre acompanhei, assim, a trajetória tanto do meu pai, dos meus irmãos, da segunda esposa, quanto dos meus irmãos que eu tinha deixado no Nordeste, eu deixava.
Pro primeiro também E aí você foi, você continuou trabalhando como balconista Nessa época da sua filha e do seu filho.
Isso, aí não, aí foi assim Quando eu casei, assim que eu casei eu.
Saí desse emprego de vendedora Como eu.
Fiquei grávida, muita barriga, eu achei melhor ficar sem trabalhar para ter o bebê, que era a primeira filha. Aí saí. Quando eu tive a minha filha, eu fui trabalhar num shopping, como balconista, uma coisa de uma choperia. Aí fiquei trabalhando num shopping, uma coisa de uma choperia. Aí, nisso, trabalhei lá vários anos, lá como balconista. Aí, depois, saí e fui trabalhar no supermercado como operadora de caixa. Entendeu? Mas nesse meio tempo, eu sinto que.
Foi diferente dos meus filhos, porque assim, a minha realidade de criança, eu não queria que essa realidade fosse pra eles, eu queria que fosse diferente. Aí eu trabalhei desde o início pra poder dar uma boa educação pros meus filhos, pra eles terem aquele permitido, aquele apoio, tanto pro meu filho como a polícia, que às vezes é uma promoção financeira, é um incentivo de você levar a sua filha pra escola, incentivar, e aí fiz isso. Então, meus filhos, eu como mãe, eu botei na condição escolar.
Eu estudava até, então, todos os dois.
Iam pra uma condição escolar, levava, pegava na escola, e eu fiquei assim até eles.
A minha filha terminou o ensino médio, né? Então, ela Hoje ela está fazendo faculdade.
O outro mês eu fiquei fazendo faculdade, mas foi tudo que muita esforço me deu. Esse esforço me valeu a pena por causa disso, porque eu fiz tudo para que a realidade deles fosse outra.
Então, eu sempre fiz o melhor para eles.
Então, eu nunca me contentei. Fiquei contente com o pouco, com o melhor. Eu lembro que o negócio em qual as casas foram amassadas. A minha filha fez o EMEI, aí eu fiquei, eu nunca preciso do EMEI, vou passar pro EMEI, vou fazer o.
EMEI, vou fazer o EMEI. Aí, no terceiro EMEI, ela passou pra Federal do Rio de Janeiro. Poxa, foi como se fosse, assim, o Ganamega Sena, entendeu? Sabe que a mãe, quando ficou no Ganamega Sena, a minha filha tava com a Federal do Rio de Janeiro? Eu moro numa comunidade, e a minha filha na federal. Aí, como foi daqui a pouco depois, meu filho continuou estudando. Só que eu achava que a escola, a escola que eu já ia em.
Público, não era tão boa pra poder dar, sentir forte, pra eu chegar nele. Eu achava que aquilo ali não era o suficiente pra eu colocar ele numa escola melhor, que eu sempre fiz. Aqui no Brasil tem uma escola militar, que é da aeronáutica. Aí... É essa história na Escola Federal de Aeronáutica, e eu falei assim, eu queria que ele estudasse lá, que eu queria que ele estudasse no suporte, que eu queria que ele chegasse nele. Aí, quando ele escrevia, eu fiz uma discussão com ele, ele pegava uma consultagem, ele me seguia, só que a escola de medicação, na época da consultagem, ele me seguia. Ele me escrevia e eu fui lá, eu fiz a discussão dele. Aí, quando ele conseguiu, eu estava trabalhando nesse mercado que eu te falei, naquele mercado que eu falei. Nesse meio tempo, esse mercado, eu já... À mesma hora, eu tinha uma vida de drogaria, fui ser balconista da drogaria. Aí eu tava na drogaria como balconista, né? Aí, quando eu tava na belgaria, o filho me contou pra eu trazer pra você Quando eu atendi, ele me falou assim, é o capitão, não sei o que lá Aí, quando você veio desmaiar, ele falou, meu Deus Aconteceu algum acidente com o meu filho E depois eu falei, o que aconteceu, moço? O meu filho? Ele falou, não, é o filho da.
Aeronáutica A senhora não escreveu o seu filho na aeronáutica? Eu falei, foi, deixa eu estudar aqui, então ele ficou selecionado A senhora escreve aqui amanhã com o teu filho, toda a documentação dele Larguei o trabalho na mesma hora que meu filho não estava comigo. Ele estava com os avós, que ele ia passar a féria lá. Aí fui lá, busquei meu filho, fui na escola, peguei documentação. Cheguei na escola, a diretora falou assim, ele passou para aeronáutica. Como você fez? Foi uma sorte! Eu acho que de tanto ter essa pessoa sofrida, Deus nunca me abandonou, nunca! Eu sempre tive aquela fé, como eu falei para a minha padrinha religiosa, eu sempre tive essa fé, entendeu? Então, eu sempre acreditei que Ele os tivesse assim, acreditando.
Tanto que eu escrevi assim, eu sempre acreditia. Nunca deixe ninguém achar que você é melhor do que você em nada. Que ninguém vai ser ninguém, nós somos todos iguais. Quando ele quer ter uma roupa boa, um tênis bom, uma casa melhor do que a nossa, ele é melhor do que você. Você pode chegar tanto igual onde ele chegou. É só querer. Entendeu? O meu pensamento era esse. Então eu continuei com esse pensamento e decidi ir estudar. Ele foi lá, no caso era em 2001, aí ele saiu da pública pra federal. Quando ele saiu dessa escola, do ensino.
Médio, de cara já passou pra federal também. Hoje ele não mora nem comigo mais, ele faz federal, mas o campo já.
É fora do Rio de Janeiro, aí ele mora fora do Rio de Janeiro, na República, Fazer uma faculdade desse, vai terminar, acho que o Luane tem 20 anos. Mas é mó orgulho pra mim, porque quando fala em gencística, fala orgulhoso.
Qual é o nome da sua filha?
Luane.
Luane. E a Luane faz faculdade do quê?
Pedagogia.
Pedagogia. E o Gabriel?
Jogos digitais.
E aí, Hoje a Luane mora com você?
É, a Luane mora comigo, porque ela estuda comigo, mora aqui.
E como é a relação de vocês?
Bom, a relação é a melhor possível, né? É tudo assim, amigas. Ela é como se fosse assim... É igual a minha vó fazia comigo, era meu pé, minha mão, era tudo meu. Tipo, tudo que eu aprendo, eu sofro.
Eu volto para a carreira e tudo. Eu debo meus filhos, porque eles, tipo, que um ajuda o outro. Porque ele me orgulha, me ensina, quer me dar, assim, quer ser possível. Ele me ensina que é possível e eu mostro que é possível. E um complementa o outro. Todos nós aqui, os três, vamos implementando isso.
Você comentou comigo na faculdade. Com que veio esse desejo? Você comentou comigo?
Ah, você quer saber como eu entrei na faculdade. Bom, é igual tu falei, quando eu trabalhava no mercado, eu trabalhava como operadora de caixa.
Aí eu...
Essa mesma rede tinha uma rede de drogarias. Aí eu já estava trabalhando no mercado há nove anos, então pra mim estava saturada, eu queria aprender outras coisas, entendeu? Tipo rotineiro aquilo ali. Aí o que é que eu fiz? Pedi pro meu chefe, que quando surgisse uma vaga na drogaria, que ele me ajudasse a passar pra lá, porque eu queria ir pra drogaria. Esse meu desejo de ir pra drogaria.
Aí ele foi, surgiu a vaga. Aí quando surgiu a vaga, ele fez a vaga que surgiu agora em cima. Aí surgiu. Aí, no meio que a gente tinha que esperar ter suporte, poder que ela funcionasse, ele foi e colocou para o outro, colocou para o primeiro lugar. Aí, como foi um certo dia, teve uma reunião para poder fazer essa despedida.
Assim, que o funcionário ia sair do.
Setor e vai para o outro.
Aí ele foi na reunião, né?
Eu fiquei com aquela surpresa, porque eu nem sabia que já ia para o outro setor, eu estava guardando uma vaga, né? Aí ele falou para mim assim, olha.
Pessoal, hoje eu não sei porquê, porque.
Minha colega não conhece o setor.
Ela trabalha lá com a nossa filha.
Há 9 anos e ela Ela merece muito dedicação, emprego, trabalho. Ela merece muito ser consultora para lá. Então, hoje, a partir de amanhã, a Valdirinha vai ser consultora para a drogaria e voucarista. Aí falou assim, quem sabe amanhã ela virar a ser uma farmacêutica?
Aí eu falei, tipo assim, meio que me despertou, né? Mas me despertou. Aí eu falei assim, é, é, posso ser uma farmacêutica. Aí, né, fui.
Cheguei lá e trabalhei no clube de farmacêutico, clube de psicologia, medicamento, horário, médico, receita, tudo ali me desfechou. Tive uma vontade mesmo de me aprofundar mais ainda, conhecimento e aprender. Então, eu comecei a falar que estava aí.
Eu falei que estava aí. É uma graduação boa para a ministra do ensino superior.
Entendeu?
Aí fui lá na minha gavetinha que estava lá guardada, o sonho que eu tinha guardado, falei, agora que eu vou para o ensino superior, vou chegar além. Fui lá e me fiz o vestibular. Me pôs em uma escola particular, mas a escola era muito cara, assim, para minhas condições financeiras. Mas aí eu recomendo a filha, né?
Porque eles falam que acho que os conhecimentos... Não, não, mas o jovem, ele vê que há uns conhecimentos que às vezes não se fazem em sábado, aí ela falou, meu, a senhora pode conseguir uma bolsa?
Aí eu falei, posso? Ela falou, pode, mãe, a senhora... Aqui.
Tem, no Rio de Janeiro, tem uma família chamada Murro do Alemão Aí lá no Morro do Alemão, lá tinha até um diretor, ele tinha um projeto que era da bolsa para as pessoas da comunidade. Aí ela falou assim, agora a gente fez uma bolsa para os agentes, a gente fez uma bolsa para a comunidade, como você aparente. Aí, no final, falei que ia candidater a essa bolsa, recebia a bolsa e fui estudar farmácia. Entendeu? Aí foi muito difícil, né, Luiza? Porque você sabe, eu tenho terminado o ensino médio em 89.
Entendeu? Tudo que a minha filha nasceu em 91. Então, eu tinha terminado o cinema em 89. Foi tão engraçado, porque a faculdade pediu.
Várias documentações de universidade histórica, meu diploma, estudava ensino médio, né? E a escola me abriu para estudar arquitetura. Aí fui na escola, porque eu tinha estudado muito muito atrás, mas eu cheguei lá com muito outros funcionários, né? Não eram muitos funcionários. Aí quando eu cheguei lá, falei assim, cadê a... Eu vim buscar a minha documentação, a minha história, e o cara falou lá, não sei se ainda tá aqui, ficou pouco tempo, tá, tá aqui. Aí ele falou lá e me deu o documento.
E eu comecei a estudar na faculdade, com alguma dificuldade, mas meus filhos, como eu te falei, minha filha já fazia.
Faculdade, meu filho também, já tá terminando o ensino médio. Então me ajudaram nisso, em alguma disciplina que eu já tinha feito, também me daram aquela força. E também ajudando o outro, a minha vida ligada à faculdade. Também se identificaram com a minha dificuldade, com a minha vontade de crescer. Entendeu? Aí, o que acontece? A minha história de vida, a minha história de vida, ela sempre comoveu muita gente. Tanto que a minha... Olha, eu tô voltando atrás só porque o meu espírito foi um bom aluno. Quando eu estava no trabalho alimentado, a minha filha não ganhava na escola.
Mas eu percebi o potencial dela, né? Aí, como eu era uma mãe muito ativa nas escolas, eu não perdi uma reunião. Eu trabalhava, me divertia muito.
Eu nunca perdi uma reunião de estudos na escola. Eu nunca deixei de ir às festas da escola, da escola de ensino. Eu ia lá, brincava de saco, pulava. Nunca ia na escola participada.
Eu era uma pessoa assim que ia fazer tudo diferente.
Eu lembro que quando eu trabalhava, tinha muito... Eu gosto de falar serão na escola. Eu falava, não posso fazer isso com os meus filhos, não posso. Os meus filhos também não iam fazer isso comigo, porque eu chegava e eles não iam. Dobrava, falava que dobrava.
Eu falava assim.
Aí eu tirava uma peça e falava assim, não, você tem que dobrar, você tem que dobrar. Aí eu tinha um conceito de dobrar, não fazer... contagem, contar o suficiente dado do mercado para fazer balanço. Ela falou, não vou fazer balanço, não posso fazer. Ela falou, Tima, tem que fazer.
Eu falei, não posso. Aí quando chegou um certo dia, tem um pessoal de São Paulo que veio para fazer balanço, aí eu perguntei, o que é que eu tenho que fazer para não fazer balanço? Falei com o pessoal, né? Falei com eles. Aí ele falou assim, por que a senhora não quer fazer balanço? Não. Eu falei, não, porque eu já contei minha história disso, disso, disso. Porque eu tenho meus filhos, eles estudam, e eu não posso. Aí ele falou assim, vou falar aqui, a senhora não pode fazer balanço. porque eu tinha que dar suporte para os meus filhos. Então, eu participava de tudo. Eu era muito, assim, presente.
Então, os professores dizem isso e... Então, tudo que acontecia, aqueles dias que os meus professores não viam o caminho da escola, eu era chamada. Às vezes, era... eu ficava prestando atenção, conversando, aí me chamavam amanhã, porque a.
Minha aluna estava ali, era minha escolha.
Era uma boa aluna, eu não achava que ia ser demais, ela tinha potencial, mas eu vendo que ela não vai passar.
Aí, meu colega faz notas baixas.
Aí, meu... amiga que trabalhava comigo, falei.
Com ele, ele falou assim, olha, eu conheço uma professora, Val, que ela pode dar aula particular para o seu filho, porque ela cobra.
Como era uma mulher assim, que era muito, assim, doutorada, recepcionada, que era muito... Estudos, né?
Então ela dava aula assim pra pessoa pra ir pra faculdade, vestibular, não dava aula pra pessoa médio, porque era muito caro, eu não podia pagar. Aí eu falei assim, eu vou falar com ela, vai que ela consiga dar aula pra dar aula pros meus filhos, né? Aí ele me deu o endereço, ligou.
Pra ela, falou assim, pode vir na minha casa, eu fui lá. Aí eu cheguei, eu conversei com ela, aí ela falou pra mim assim, cada aula minha falou valor, o valor era.
A forma da minha realidade, eu só podia pagar uma aula por semana, e assim mesmo, Assim, só durante as provas. Aí ela falou assim, para melhorar na escola, tem que ter pelo menos três ou quatro aulas por semana, uma aula só não vai fazer diferencial.
Aí ela viu o meu... Me contei.
A minha história para ela. Trabalhava no supermercado, a minha história de vida. Aí falei para ela que eu ia para a escola a pé.
Falei que eu ia para a escola.
A pé, mas ela não enxergou o.
Que eu contei no passado. e ela dava aula para a minha filha, semana inteirinha, cobrava uma aula. Tinha uma amizade, me dava aula, para os dois.
Aí deu uma para ela, minha filha passou para a faculdade, ela ficou super feliz, deu aula para o outro, entendeu? E ela deu aula para mim também, para poder fazer um concurso público, até lembro que era com os Correios, aí ela foi e falou assim, eu dou aula para você, de graça, me deu aula, Olha, eu consegui tanta coisa assim.
Com a minha determinação, que hoje eu falo assim, meu Deus era Deus, era força, era coragem, era tudo. Tudo eu consegui através disso. Aí, com cataculdade, eu persisti, aí surgiu.
Algumas coisas aqui, financeira, porque eu que estava no décimo período da faculdade, no oitavo período, eu fui demitida do trabalho, 18 anos de emprego. Aí, como é que eu ia pagar a faculdade se eu estava sendo demitida?
Aí eu perdi a minha filha. A minha filha fazia duas faculdades. Ela fazia faculdade e não estudava. Por isso que ela fazia faculdade, porque ela estudava lá. Ela fazia administração e é federal. Quando ela fazia o vestibular dos campos, três vestibulares. Mas antes de ela fazer o vestibular.
Ela ingressou na particular.
Porque ela ganhou o PROUNA, 5% do PROUNA.
Mas nesse meio termo, ela passou no SISU. Aí o que acontece? Ela ficou com as duas Aí o que acontece? Ela falou assim, mãe, vamos fazer o.
Segundo Eu vou abrir mão da minha.
Faculdade, me repostar Mesmo com o estágio, ela fazia duas faculdades Ela fazia a do ProUni Porque como ela fazia o ProUni sem conselho, mas ela teve um momento que ela teve que abrir mão e perdeu a bolsa do ProUni Aí o que ela fez? Ganhou só 70% da faculdade da título de transferência, que foi essa que eu estudava Aí ela pagava 50% da faculdade dela. Aí ela fazia estágio remunerado, pagava a faculdade dela particular, e à noite ela fazia a pedagogia pela federal, não paga nada. Aí ela falou assim, vou abrir mão da minha faculdade durante dois períodos, que dá tempo assim ela terminar, porque ela tá no oitavo, e depois eu reabro a minha matrícula. Pronto. Aí foi bom pra mim e, ao mesmo tempo, me deu medo, porque eu.
Tinha que fazer quatro estágios, eu tinha que fazer PCC e mais 12 disciplinas. Como eu ia fazer tudo, Deus querendo? E as matérias mais difíceis. Aí eu fiquei muito preocupada de eu não conseguir, eu ia ter que aviar meu sonho. Às vezes é o fim dela, entendeu? Porque é o fim que representa a.
Faculdade, senão ela perdia o retorno. Então ela pagou pra mim durante esse tempo todo. E eu fiz a minha faculdade, eu terminei. E foi tão maravilhoso que eu terminei certinho. Tanto que nesse meio-termo, nessa faculdade, meu pai adoeceu. Então, eu tive que ficar... Primeiro que o meu pai, que eu ia na casa dele, e assim que uma semana.
Lá, acabou esse corte, o meu imaginário que eu tava com câncer, que ficou terrenal logo no final. Aí, eu tava no oitavo período, na metade que eu fui terminada. Aí, eu tinha puxado dois estágios e seis disciplinas. Aí, eu só consegui passar em cinco e dois estágios.
Aí, eu voltei pra faculdade. Quando eu chegava, eu tinha que puxar tudo. A minha coordenadora chegou pra mim e falou, Valdir, você quer puxar tudo? Eu falei, quero, eu quero puxar tudo porque essa é a minha última chance pra ela também, porque a minha filha aviou pra poder ficar pagando pra mim, ela tá pagando Aí ela falou assim, vamos puxar tudo e você vai passar, se você conseguiu passar com seu pai terminal, você vai passar agora, porque, Valdir, você fez uma mágica Ela falou que você fez uma mágica. Aí me deu aquela força, aquele impulso. Fiz. Ani, não passei direto, não fiquei na.
Treze, Luísa, não fiquei na treze em nenhuma disciplina. Passei, já guinei, agora no final de 2019, minha atuação aconteceu agora, em 2020. E, graças a Deus, sou filha. E, desde então, tenho feito uma metade de trabalho. Durante essa minha trajetória, uma vida maravilhosa na faculdade, foi um dos melhores casos da minha vida, eu achei. Eu conheci todo mundo fazendo a faculdade. Foi uma experiência maravilhosa. O tempo abre, a visão abre muito. Você que enxergava assim, comecei a enxergar melhor. Aí, me senti mais jovem. No primeiro dia que eu fui estudar, eu cheguei lá cedo, ansiosa, né? Na faculdade.
Aí, tinha um rapaz lá, um garoto. Com 45 anos.
45.
Aí, quando eu cheguei lá, o rapaz falou assim, Oi, você dá essa turma? Eu falei, sou. Senta aqui. Eu só cheguei cedo, cheguei perto que a gente pudesse andar pelo papo. Aí, daqui a pouco, começou a chegar... Adolescente, eu falei disso aqui, já ouve nessa sala, só ensino médio, quem sabe de ensino médio? Entrando, entrando, entrando, entrando... Aí eu falei pra ele assim, caramba, eu tô me sentindo uma velha aqui Aí ele olhou pra mim e falou assim, não, todo mundo que passa pelaquela porta tem a mesma idade Não fica assim não, porque todo mundo que entra por essa porta tem a mesma idade. Pois olha essa frase que ele me fez, eu agradeço ele até hoje. Ele é meu amigo e eu falo pra ele assim, você não sabe a palavra que você falou pra mim, como que ela é importante pra mim. Pra você surgiu essa frase, pra mim foi muito importante, me deu o gás. Aí comecei a ficar metida nas amigas. Então, na faculdade tem várias palestras, vários workshops, vários congressos. Em um desses congressos da faculdade, eu participei de tudo. Toda oportunidade que eu consigo, eu não deixo passar nada. Se falar assim, Olha, eu falo pra minha filha hoje. Olha, me faltei um dia na faculdade.
Eu conto o dia que eu faltei.
Faltei três dias na faculdade. Cinco anos. Eu faltei pra me mudar, que eu.
Não moro mais na comunidade, não saio da comunidade, nem faleci a estrada da comunidade. Eu faltei pra me mudar. Faltei, porque o meu pai morreu. Eu não sei se eu fico amigo do meu pai. Faltei um dia mais. Quando alguém pediu um caderno, o caderno.
Que era selecionado, o meu, porque eu não faltava.
O meu era para o Vindaval, porque eu não falto.
Então, porque... Como eu tinha muita dificuldade, eu achava que se eu perdesse um dia de escola, de faculdade, para mim era muito difícil recuperar, porque eles falavam.
Que era facilidade, agora eu não.
Para mim era tudo mais difícil, então eu tinha que dar o meu tudo. Então, durante uma palestra dessa, de que te falei, que teve várias palestras durante o congresso, várias palestrantes ficaram falando.
Então, teve uma que me chamou muita.
Atenção, porque ela era uma empreendedora de farmácia, de drogaria, que trabalha até no CRF. Aí eu peguei, porque ouvindo ela, e ela falando, porque ela chegou lá, a história da trajetória dela, que hoje ela era uma empreendedora, ajudava pessoas a abrir drogarias. O meu sonho agora é abrir uma também em drogaria. Aí ela foi e falou pra mim assim, olha... Eu expliquei a palestra dela no final que lá, né? Dar a mão de parabéns pra ela.
E dar elogio a ela, porque a linda palestra que ela fez. Aí ela falou assim, aí eu peguei e falei assim, olha, eu me lembro de você, que chegou aqui, né, da parte do farmácia. Como foi que você veio parar aqui, Valdir? Aí eu falei pra ela, olha, eu vim parar aqui, eu falei que eu.
Trabalhava no carro, no lugarinho, assim, tem que parar lá. Aí ela falou pra mim assim, mas eu não sei se eu vou conseguir concluir, porque eu tenho muita dificuldade, e uma das dificuldades é uma disciplina chamada farmacologia, que é uma disciplina muito difícil. A farmacologia, os fármacos, é muito difícil, então é uma disciplina que você tem que estudar bastante. Aí eu falei pra ela, olha, eu tenho que dar essa disciplina. Ela falou assim, posso falar um negócio no seu ouvido?
Eu falei, pode. Aí ela falou pra mim assim, Não.
Fique assim não, porque essa disciplina, eu.
Vi que eu fiz cinco vezes.
Aí aquilo pra mim, ela falou assim.
Não fique assim, Gaudí, essa disciplina, eu vi que eu fiz cinco vezes, e eu tô aqui, dando essa palestra pra vocês, você pode chegar além, você pode chegar onde você quiser.
Ela falou assim, ela falou assim, minha filha, você é muito capaz, você é muito Você pode chegar onde você quer.
Então, meu sonho, eu sempre tô correndo.
Atrás deles e abrir minha farmácia.
Quem sabe daqui a pouco eu vou fazer outra pareja com vocês e falar sobre isso.
Sim, quando você abrir sua farmácia, você liga pra gente pra você contar a história e a gente vai tentar. Não é?
É, quem sabe, né? Tudo é possível, igual eu falei. É só querer.
Travou agora.
Melhorou? Melhorou. Travou.
Teve algum professor durante a faculdade que te marcou?
Como?
Repete.
Tá melhor?
Agora tá.
Deixa eu falar.
Teve algum professor que tenha te marcado durante a faculdade?
Teve. Chego a ficar emocionada também, porque essa é a farmacologia, né?
Teve vários tipos de professores. Nesse mundo acadêmico, teve várias pessoas que aprendem muito no próximo. Eles aprendem muito no ser humano. Então, eles usam o ser humano que é muito... Quer aprender, interessar na pessoa que quer chegar lá, eles dão a maior força. Então, eu conheci uma professora da farmacologia.
Eu lembro que teve uma passagem que eu conversei com ela, que eu repetia a matéria dela duas vezes, aí ela.
Perguntou pra mim assim, eu falei que.
Não era professora, que eu nunca tinha estudado sua matéria, que às vezes eu fico pensando, será que eu vou conseguir pegar aquele canudo? Aí ela falou assim, vai sim, você.
Vai ver só se você não vai.
Aí eu peguei e falei assim, é.
Estou trabalhando pra isso, estou estudando pra isso.
Passou. Isso foi a primeira vez que eu fiz a matéria dela. Na segunda vez que eu repeti, que eu passei outro período, puxei. No outro, puxei da matéria dela.
Aí quando eu puxei, aí ela viu a minha dificuldade e eu falei pra ela, a minha dificuldade. Falei assim, olha, eu sou uma pessoa que tem uma dificuldade muito grande, eu sou uma principina. Eu não consigo, sei lá, aprender, mas eu tô me distraçando. Ela falou assim, vai perceber. Ela começou a falar assim, olha, pedidos livres, tanto que a minha biblioteca durou meu primeiro divórcio. Eu pegava a livro na biblioteca, dormia com o livro, eu durava com o livro, era a minha vida. Aí o que acontece? Peguei o livro, fiz uma colegia, comecei a estudar. Porque eu pegava um livro no começo de experiência, só entregava no final. Nenhum livro. Sempre renovando, renovando, a coisa não crescia. Eu pagava muito porque eu não renovava. Na época eu estava reclamando que eu não tinha pagamento, mas eu tinha que pagar. E aí, eu falei, vai conseguir sim. Você pega um livro e tal, estuda bastante. Aí eu falei, tá.
Aí ela falou assim, olha, tenta não deixar um aluno que tem um vício muito grande de estudar aquelas escolas anteriores. Eu não consegui fazer isso, porque você.
Tem que estudar, você tem que saber.
Aprender, porque quanto você souber, você vai saber desenvolver aquela resposta. Aí tá, peguei o livro e comecei a estudar. Aí fui na primeira aula. Eu tirei 5,9.
Aí, para ver o passo, eu tinha.
Que tirar 6, 1 era uma nota 10, 7, 6, mas passei, né? 6,8. Aí, eu passei. Fiquei com 5,9, quase passei, né? Ela falou assim, mas melhorou, porque eu tirava dois treinos na minha disciplina, aí.
Eu disse, dê um avanço. Olha, vai conseguir. Aí, eu falei, não é, porque eu já não me sinto com medo para 3. Aí, quando chegou na 2, aí eu estudei, estudei, estudei, estudei. Bastante. Eu virava à noite, estudando à noite pra poder ter a nota boa. Aí, chegou o dia da prova, fiz a prova.
No dia que eu fiz a prova, rezei, orei, pedi a Deus. Fiz assim, me agarrei com toda a minha fé pra fazer a prova. Fiz a prova. No dia de receber a prova, a professora só botava a nota no brinde do aluno no dia que... Porque ela ia dar a matéria dela, passava a semana toda esperando.
Aí, quando foi na hora de sair.
Do trabalho, eu estava me arrumando para.
Ir para a faculdade. Estava sozinha em casa. Aí, quando eu vi o texto do.
Aluno, que estava na internet, eu disse.
Para o aluno ver qual a nota.
Quando eu fiz, veio a nota 9,5. Aí, eu... Caraca, será que ela errou? Eu comecei a passar mal aqui em casa. Comecei a chorar, meu coração disparou, eu deitava no sofá. Aí, bebendo água, ela falou que errou a minha nota. Acho que ela errou a minha nota.
Aí que eu cheguei lá e perguntei o que passou, que eu não passei, mas ele falou que estava me encarnando, que eu achava que estava aqui errado, porque eu achei que era a minha nota. Aí eu expliquei lá que isso era a minha nota, aí ela chegou, que me deu a senzinha, aí entrou e disse que era a minha nota. Aí eu falei que era a minha nota e ela me entregou. Aí eu falei que era a minha nota e ela falou que era a minha nota. Pessoal, eu fiz aluno nessa turma, e só 12 ou mais que passou, foi todo mundo pra 2, pra 3, a prova tava falso, a faculdade não sei o que, aí comecei a falar sobre a prova, essa prova não tava tão difícil assim. Aí ela falou assim, só teve uma.
Pessoa na sala que fez tudo o que eu perguntei, ela fez de acordo.
Com o que eu perguntei na prova.
E então ela atingiu a maior nota da turma. Aí ela falou assim, e eu fiquei logo, né, fiquei assim, do que deu, né? que ela não deu a minha prova ainda, aí ela pegou e falou assim, olha, eu não sou, eu não sou, eu não intenciava de fazer isso, porque.
Eu não gosto de expor nenhuma linha. Mas essa pessoa, eu vou fazer o que eles estão a fazer, porque ela tá no último período e ela foi uma pessoa que teve muita dificuldade, ela repetiu essa matéria, ela teve muita dificuldade, ela falava isso pra mim, ela teve muita dificuldade, ela tirou a melhor nota da turma.
Eu tô muito orgulhosa dela Aí eu.
Pronto, eu desladei, chorei, chorei Aí todo mundo dizia assim, falta de sua prova, será que falta de sua prova? E foi assim que eu terminei com o Thiago de Ouro na minha faculdade, ela foi meu parceiro E ela ainda foi a minha orientadora do PCC, entendeu? Então, isso ainda foi na erigência policial Ela foi pro PCC, elegiu, decretou o menor notabulo do PCC, ele morreu dentro das 5, ela ficou toda feliz E foi assim que eu consegui terminar durante 5 anos certinho a minha faculdade.
Eu fui ver o histórico da... A gente tem um histórico, né? De quando você começou e terminou. Aí eu comecei, primeiro período, passei em.
Tudo, porque nunca deu fácil.
Aí, segundo período, passei em duas. Se a escola tivesse crédito pra puxar cinco disciplinas, eu puxava as cinco. Sempre puxei o máximo que eu podia, porque assim, se eu passar, eu repito.
Porque eu já vivi essa disciplina. No próprio, eu consegui chegar até o final, certinho, em cinco períodos, porque eu tive amigas minhas que eram CDLs, porque eu fiquei assim, tipo, meio... E determinar agora, depois de ter passado um período a mais. Cinco anos no período. Eu terminei os cinco anos certinho. Eu achei até muito bom, porque dentro da pandemia, eu não acho que eu ia ficar sem o que eu consegui estudar. Porque as dificuldades, internet que a gente não tem, como eu falei, não tem computador.
Celular, o meu celular é horrível.
Depois eu deixo passar tudo para poder.
Sair, mas a gente tem dificuldade nisso.
Em trabalho, em se superar, em se trabalhar. A minha filha que está me ajudando, porque ela ainda que trabalha, trabalha não, ela faz um estágio que é remunerado, e isso ajuda muito pra gente, né? É isso.
E como foi o dia da sua formatura?
Ih, vamos olhar.
A minha formatura foi o dia, um dos dias mais felizes da minha vida. Foi, olha, não tem aquela pessoa que.
Tá, tipo, flutuando, toda metida, assim, me formando. Maravilhoso, uma pessoa super feliz, agradecida. Com canudo na mão, parecia que... Parecia que ela tinha dormido com ele. Ela jogou no meu canudo. Tirando foto com o canudo e tudo. Muita foto e, poxa, olha!
E foi no final do ano passado?
Não, foi agora em março, dia 7 de março.
Foi pessoalmente ou já estava na pandemia?
Não, foi no Ribauta pessoalmente, porque ainda não estava fechado o Game and Software, porque agora está sendo tudo online, né? Foi antes da pandemia, então foi muito bom.
E seus amigos? Você fez amigos?
Fiz amigos pra vida inteira, amigos que vou levar pra minha vida toda Que torceram muito por mim, tem orgulho de mim, olha lá Meus amigos me ligaram, falaram assim...
Disseram que eu surpreendi, me surpreenderam, que eu nunca vi você Você foi muito... Você foi muito... Dá-te calma pra você... Você foi muito persistente, conseguiu o seu sentimento Você é demais, e eu fiquei muito orgulhosa de você. A minha família, então, você me imagina que eu fui a 12 anos e a única. A única que eu sou superior, que eu sou orgulho deles. Entendeu? A minha mãe, eu tenho uma relação muito boa com a minha mãe hoje. Minha mãe, toda orgulhosa. Agora, a minha irmã besta hoje, que me dá orgulho de mim o tempo inteiro, né? Por isso que eu... Para a minha história, o que eu quero dizer, Incentivar a pessoa a mendestir, porque eu acho que em todo momento da sua vida.
Se você tentar, você consegue.
E você tem que sempre pensar no.
Amanhã que vai ser melhor do que o ontem, o hoje, e amanhã vai ser melhor. Igual eu te falei, retornando ao chame da...
Eu desisti para isso, mas eu vou falar. Eu tô em casa, né, quarentena, Retornando à minha história quando eu soube a comunidade, é assim, hoje eu moro em.
Alubel, porque eu morava na comunidade, a.
Casa era minha, o meu marido, a casa era minha, a casa era da minha sogra. Mas acontece, Lívia, que a comunidade que eu me inscrevi estava sendo legal, por quê? Porque eu não podia estudar porque eu não tinha faculdade, então a minha filha ficava à noite, eu ficava muito tarde, minha filha ficava de dia, mas assim, os perigos da comunidade eu não tenho, É muito difícil, a gente tem sete mil e vinte e cinco comunidades, tem que ter muita dificuldade mesmo, assim, de procurar lá. E eu, por mais que eu morasse em uma comunidade, eu não era uma pau que poderia ficar, porque eu vivo, igual te falei, com a minha família do interior, Por mais que eu fiz o ensino superior, eu não sou aquela minha nordestina, pacata, eu sou aquela pessoa que tem aquele vinto ali do Nordeste, entendeu?
Então, eu sou muito roça, muito pé no chão. Aí eu falei, sabe, não quero ficar aqui, não posso ficar aqui com as minhas filhas. Então, eu quero morar perto da minha.
Faculdade, porque a minha faculdade, estudando na minha faculdade, eu tenho mais conhecimento melhorar tanto na minha qualidade de ensino como no meu transporte, no meu percurso, né? Porque eu não ia faltar mesmo, por isso que me faltei, tudo e todo. Aí, me deu, depois da faculdade, e meu irmão que mora na minha casa, como o meu irmão é da Ilha, o meu irmão morava no local, eu pedi aluguel, ele falou assim, não tem como pagar aluguel, vai morar lá. na minha casa que eu morava antes. Aí eu vim morar aqui em Aliveira. E quando eu saio do trabalho, esse trabalho que eu te falei, por isso que eu fiquei sem dinheiro. Porque uma pessoa que trabalha de jeito nenhum faz uma empresa, faz uma organização, uma indigenização, né? Então eu poderia pagar minha capacidade pra indigenização. Mas eu achei melhor comprar um empregueiro.
Eu falei, não, eu quero ter alguma.
Coisa para os meus filhos.
Eu não quero morar na abertura de Aliveira. o chão para morar. Casa com quintal, chão para morar, plantar minha horta, para envelhecer na minha casa. Aí, o que é que eu fiz?
Comprei um terreno muito bom no litoral.
Aqui no Rio de Janeiro, perto da.
Praia, no lado da cidade de Tocantins, perto da praia. Então, é uma cidadezinha natural, não sei se você conhece, a Maripá, no Rio de Janeiro, é uma cidade que é muito boa de morar. Maricá, adoro Maricá. O meu pai mora lá, morou lá e faleceu.
Minhas irmãs moram lá e eu comprei um terreno lá e já vou começar a construir a minha casa lá. E com fé em Deus, ano que vem, quando eu falar com você, já vai ser na minha casa. Eu falei assim, eu tenho que deixar com os filhos, né? Que seja o meu legado. O meu legado foi o conhecimento, o local, os ficários, E é um exemplo de vida que eu acho que isso não tem legado maior do que isso. O que eu tive da minha própria... A minha história, ela foi triste e, ao mesmo tempo, eu acho que não foi.
Porque, na época, eu achava que foi triste, mas hoje eu acho que não foi. Porque eu aprendi muito. A gente aprende muito com a cidadania do nosso... A cidadania é triste.
A gente aprende com a cidadania triste.
Porque a cidadania está alegre. Então eu aprendi muito com isso e isso fez que eu me acostumei a ser uma pessoa apagadora, trabalhadora, acredita no amanhã, acredita que vai dar certo, que o dia vai dar certo, que o dia vai dar certo. Então tudo o que eu quero é conseguir o sonho diferente. E hoje.
Sua mãe continua morando em São Paulo?
Não, a minha mãe, hoje, ela mora.
Como eu te falei, em dois avós. A nossa história tem esse tipo de que se repete. Meus avós ficaram muito idosos, os pais da minha mãe. A minha mãe morava em São Paulo, nessa ocasião, que meus avós estavam bem.
Doentes, aí o que aconteceu? Já morava aqui, já era casada, mas a minha mãe, como ela não tinha marido, não era casada, Aí falaram assim, olha, você vai tomar cuidado dos seus... Você faz uma cuidado dos nossos pais, pra eles, que já estão doente.
E eles faleceram, né, os dois, e.
Ela ficou morando na casa deles. Então, ela mora lá, ela mora lá ainda, graças a Deus. Todos os filhos se dão bem, tanto o que foi separado, quanto o que ela teve depois. O mais engraçado é que a família se juntou.
Tanto a gente considera, eles consideram, tanto.
Meus irmãos que são parte dos pais, como os pais deles também. Então assim, são todos irmãos.
Tanto é irmão eu, eu sou irmã.
Deles, que meus irmãos que não é irmão deles, então não pode ser irmão deles. Todo mundo é unido. A família se juntou. Entendeu? Então hoje, graças a Deus, a gente tem só que falar da história, que passou, mas a gente perdeu um, e a gente ganhou com a família usa, tudo unido, tanto a parte dos pais quanto a parte das mães. A comunidade é maravilhosa, graças a Deus. Até eu, quando vou lá, pergunto a quase todos eles.
Eu sempre vou lá. Os meus filhos conhecem a minha família lá, porque eu também volto e torno lá direto. É uma lagosta. Os meus filhos vão lá direto.
Ambos também vão.
Meu filho, quando chega lá, adora. Minha filha, eu não vejo a hora da quarentena passar pra poder a gente ver se vai lá de novo.
Quando a gente não vai, eles vêm aqui. Essa amiga que eu te falei, ela é uma pessoa da pública, ela mora lá. Ela mora lá e tem uma vida boa também. E a gente se conhece, vai lá direto, vê a equipe, vê o que ele fez no passado, o que ele ganhou. E assim vai, o estudado continua.
E quais são as coisas mais importantes pra você hoje?
Bom, eu acho que são meus filhos, entendeu? A minha família. Minha família é muito importante pra mim. Eu e o Xô, eu e a Marta, que são meus irmãos. Por assim, me proteger, me abençoando, me conhecendo. A minha história. Tudo isso é muito importante pra mim. Minha garra.
E quais são os seus sonhos futuros?
Bom, o meu sonho futuro é como eu te falei, é construir minha casa, entendeu? Sair da mulher, construir minha casa. ter o meu empreendimento, na minha empresa, tudo isso foi pensado, por isso que a minha filha também fez a deputada, mesmo atuando na faculdade de pedagogia, ela.
Não deixou de fazer administração, já está podendo dar um suporte Quando abrir minha drogaria E o meu filho, como ele é com jogos digitais, ele vai ser TI da minha empresa Ele vai ser a pessoa que faz programação, computador, sistema, tudo da minha empresa Então isso tudo fica assim, uma coisa vai se encaixar, entendeu? E eu pretendo fazer isso em pé.
E a minha família vai ser o maior apoio também, por isso que o meu irmão... O nome do meu irmão é por causa disso, porque eles me apoiam, eles querem investir nisso E você não sabe da maior, tem um irmão que constrói casas, ele não é um engenheiro, mas ele trabalha no ramo e constrói casas, entendeu? E ele vai construir a minha casa e a nossa família é assim. Um irmão, quando está precisando, por exemplo, eu tenho uma ideia, eu tenho um irmão que está precisando de aluguel, Ele construiu a casa desse meu irmão em uma semana. Se juntou a família inteira e construiu a casa dele, pra poder sair do aluguel e pra poder ir morar na casinha dele, que ele tinha que entregar a casa. E nós somos assim, somos unidos desse jeito. Então ele vai começar a construir minha casa agora.
Entendeu?
E quando eu construo minha casa, vai ter minha drogaria. Eles vão me ajudar a ter essa drogaria e eu falo, que já é.
Uma forma de ter emprego.
Eu tenho minha drogaria, meus irmãos têm emprego garantido. E eu falo pra eles, eu tenho casa, eu tenho emprego, eles têm também. Tudo que eu tenho, eles têm. O que é de um, é do outro. Então, eu falo pros meus irmãos. Olha, se eu tiver casa, vocês vão.
Ver como eu tô na rua. Isso, isso. E isso é ser perecípito deles todos. Se eu tiver a casa deles, eles também vão ter. O que é deles, é meu. Naquele tempo é desse jeito. E a nossa história fica assim, tá? É dessa mãe, dessa pai, dessa minha tia, minha tia. É assim. Valdirene.
A gente tá encaminhando pro fim. Eu queria te perguntar se... A gente tá encaminhando pro fim da nossa conversa.
Tá.
E aí eu queria te perguntar se... Você tem alguma coisa que a gente não falou que você queira falar? Sobre alguma passagem? Algum momento que eu não tenha te perguntado?
Bom, eu acho que a minha história é tão longa que eu teria que.
Fazer outra entrevista outra história. Mas eu acho que eu fico ciente, assim, do principal, as principais coisas, ter um pouco de cada um pouquinho de cada vivência que falei aqui, entendeu? Um pouquinho de cada coisa, de cada ponto da minha vida, porque tudo não tem como ter que ser... Estou contando aqui uma história, uma semana, pra poder a gente falar um pouco sobre tudo, lembrando que é muito tempo.
E como foi pra você contar sua história hoje aqui?
Bom, olha, eu agradeço muito o seu estudo, se interessar em me ouvir, entendeu? Pensar, ter essa... abrir esse canal, assim, pra que eu possa falar sobre a minha história, porque eu queria muito falar. Eu acho que é... Olha, vou ter que te falar uma coisa que eu achei...
Quando eu terminei a minha faculdade, eu fiquei uma professora, você vai ver que eu era uma professora, porque eu sempre tive, assim, uma abertura de conversar com os meus professores. Eu gosto de falar isso. Como eles são muito, assim, abertos, então, E eu sou uma pessoa assim, por exemplo, amiga também, eu gosto de conversar, bater papo, e eu sou uma pessoa.
Muito próxima das pessoas. Aí eu cheguei numa lanchonete, estavam minhas duas professoras lá sentadas, uma professora de.
Número 1 e outra.
E essa professora que estava lá, ela é editora, ela está livre, tem até um livro que ela fez, que é.
O campeão do cinema. Aí eu cheguei lá pra experimentar ela. Ela dizia que ia pra faculdade.
Aí eu falei, como é que você tá? Ela falou, tô bem.
Tá animada?
PCC, né?
Que tá fazendo PCC. Tá animada pra fazer PCC? Falei, tô, tô com medo, mas vai dar tudo certo, vai dar tudo certo. Aí eu falei assim, olha, eu tô tendo uma faculdade, vou ter muito saudade de você, vai dar certo, né? Aí eu falei, a próxima... A próxima coisa que eu vou fazer com o Junto vai ser o meu livro. Eu vou contar a minha história e a professora geral daqui vai lançar o meu livro.
Ela é?
Pode fazer isso mesmo, pode fazer isso. Então, isso foi muito legal, porque eu contava a minha história. Quando eu contava a minha história, as pessoas ficavam encantadas. Falavam assim, Valdirene, você passou por tudo isso. E eu acho bom, porque é meio que um incentivo para as pessoas também.
Se a Valdirene possuiu, eu possuo.
Ah, é tanta coisa pra falar que a gente fica até... E qual que.
É o seu tema de TCC que eu fiquei curiosa?
O meu tema foi TDH, transtorno gás de atenção. Eu ia pegar até um fármaco, assim.
Pra procurar sobre ele, mas eu pensei em TBH porque eu ia falar sobre um tema muito atual, né, com as coisas da escola, até o hábito mesmo.
E usar medicamento, a forma de cuidado e tratamento, o multiconhecimento profissional pra atender esse tipo de problema que atinge muito hoje a nossa população, entendeu? Eu estou no desastre de atenção.
E como você se interessou por esse tema?
Bom, esse tema eu me interessei porque eu até falei com a professora, no início era um tema diferente, mas como eu tive, igual eu te falei, meus filhos, por eles serem criados muito presos.
Assim, meu filho, minha filha, Logo no começo, eu vi o meu filho, eu achava ele muito agitado, levado, ele teve um psicólogo, eu acho que é o nome do psicólogo que ele foi, ele.
Ainda tomou medicamento controlado durante três meses, só que eu, com o meu filho ainda controlado, eu via que ele estava muito quietinho, ficou o oposto, entendeu? Aí o inverso, o agitado ficou muito quieto. Aí eu, por conta própria, suspendi o medicamento. Então isso, quando cheguei na faculdade, isso.
Me chamou muita atenção.
Como farmacêutica, isso me chamou muita atenção. Como as pessoas são medicadas desnecessariamente, entendeu? Hoje, o ser humano, tudo hoje você quer resolver com medicamento, e não é assim. Às vezes, uma terapia, um ocupacional, até mesmo uma atividade física, esportiva, isso pode melhorar o seu problema. Então, eu vi que meu filho, na época, eu botei ele na natação. Na natação. Isso ele curou, ficou bom. Então isso, quando o pênalti foi abordado, eu me interessei muito sobre isso, eu.
Queria que fosse um assunto que estivesse muito vivo.
E, quero saber, em meio a tudo que a gente está vivendo e toda essa novidade de quarentena e pandemia, como tem sido essa experiência pra você?
Bom, essa experiência pra mim foi... Tipo assim, eu fui em casa de quarentena, comecei a ler mais, a ler livros, até comecei também a ler alguns artigos sobre o coronavírus, sobre a realidade nossa, né? Isso me chamou muito a atenção e eu comecei mesmo a me aprofundar um pouco sobre o assunto do coronavírus.
E o seu dia a dia dentro de casa?
Meu diario de casa é a buzona, né? Eu sou a dona de casa, faço tudo, lavo, passo, cozinho, entendeu? Tomo conta da minha família E falo pra eles, ó, se prepare que a.
Mamãe tá se preparando pro mercado de.
Trabalho Então isso vai acabar, isso vai acabar E aproveita a quarentena que a mamãe tá aqui com vocês Eu até, durante a quarentena, eu podia até me deslanchar do mercado de trabalho Só que eu não me senti segura da vida da minha trabalho, como farmacêutica, que agora durou uma pandemia dessa, entendeu? Primeiro porque o meu marido, que é.
Um médico bilíngue, ele tem doenças e é comemorativo de casa, entendeu?
E eu, pela idade, achei também que.
Eu tava num médico bilíngue, mas eu não tô muito, mas eu achei que.
Eu deveria me arriscar, me expor.
Aí eu falei, não, eu vou ficar em casa, o Valentim vai deixar um pouco isso passar, depois eu vou... voltar ao meu trabalho.
E você tem sentido falta de alguma coisa? Ou de alguma pessoa?
Eu sinto falta da família, do contato, né? Mas a gente se comunica muito pelo telefone, pelo WhatsApp, entendeu? Internet, os amigos, a gente liga, conversa, tudo dessa forma. não só a família, né? Amigo da faculdade, e todo mundo pergunta como é que você tá, como é que você tá nessa quarentena, entendeu? A rotina de ficar em casa, né?
Sem ter muito... Sem ter muita expectativa.
De se isso vai acabar logo, se não vai, como é que vai ser.
No futuro, como é que você vai.
Voltar, se preparar pra voltar, né?
Porque a realidade vai ser outra.
Vai ser a mesma coisa que era antigamente, a gente vai ter que aprender como ver com esse vírus, O Pedro tem vacina por enquanto e a gente tem que aprender a conviver com ele.
Tirelhas, que agradeço muito pela sua história. O museu e todo mundo, a gente acredita que todas as histórias realmente transformam. Tenho certeza que a sua vai ser incrível, me tocou muito. Muito, muito obrigada.
Olha, eu gosto de contar a minha história para jovens, sabe? Porque eu acho que o jovem é.
O que vai muito mais cair. Não é por ser uma comunidade, porque eu morei em comunidade, eu saí de lá, eu volto lá e... Existe muita dificuldade, muita... muito, por exemplo, muita ajuda do governo, de todos os ambientados, de todos eles, por isso que a pública, a saúde, e também na vida dos jovens das comunidades.
Mas eu acho que, muito do potencial, como meus filhos moraram lá e tiveram, todos lá podem ter. Então eu acho que depende muito da família, dos pais, do incentivo.
Se todos nós tivéssemos uma família, um amor, um amigo, Eu tô falando pra você porque eu acho que você tá acabando, mas muitos dias a pessoa faz isso pra mim, fala assim, olha mãe, se todo mundo fosse fora, se tivesse uma mãe pra você, isso não é longe, porque você realmente faz a diferença. E eu sempre disse para os meus filhos que eu queria que todas as mães tivessem escritos de diálogos comigo. Porque se todo meu filho tivesse uma mãe que nem eu, que nem a minha família, eu acho que esse jovem mundo seria bem maior. Seria mais pedagógico. Tinha mais... pedagoga, entendeu? Tinha uma farmacêutica, tinha várias outras profissões aí que estão querendo vários talentos que estavam presos numa comunidade, numa vida muito fora da realidade do nosso país.
Muito obrigada!
Nada, eu que agradeço a vocês todos aí, pelo carinho, pela paciência, né?
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