P/1 – Olá Marcelo, quem fala é Alan do Museu da Pessoa, gostaria de agradecer a sua participação em nome da Nestlé e do Museu. Para começar, o seu nome completo e a data de nascimento.
R – Marcelo Henrique Marques, 14 de julho de 1967.
P/1 – Você nasceu aqui em São Paulo mesmo?
R – Araçatuba.
P/1 – Seus pais também nasceram lá?
R – Também.
P/1 – Conta um pouco como foi a sua infância em Araçatuba.
R – Excelente. Uma cidade onde se tem muita qualidade de vida, eu tenho boas recordações foi o local onde eu pude enxergar um futuro melhor pra mim além de buscar com toda obsessão e chegar onde estou hoje com sucesso profissional e também na vida pessoal.
P/1 – O que mais te marcou em Araçatuba, você estudou lá também?
R – Sim, estudei em Araçatuba e na infância fui atleta de natação. Participei de campeonatos estaduais e brasileiro o que me marcou muito nesta área de esporte. Sempre tive uma dedicação aos estudos, e o que me marcou muito falando do lado familiar é que meu pai também trabalhou na Nestlé por mais de 20 anos.
P/1 – Em qual setor o seu pai trabalhava na Nestlé?
R – Armazém.
P/1 – Então o contato vem desde cedo com a Nestlé?
R – É desde que nasci praticamente. Ele era operador de empilhadeira e ali na Nestlé ele desenvolveu conhecimento suficiente pra enxergar que investir na educação dos filhos era o que ele poderia fazer de melhor. Isso é algo que me marcou muito e com muita dificuldade ele investiu na educação dos filhos e durante aquele período sempre teve um excelente suporte da Nestlé na parte de materiais e tudo o mais, realmente foi sensacional. E o que me marcou muito depois, foi que no meu período final de faculdade e naquela ocasião não era permitido trabalhar na mesma unidade pais e filhos, e ele um dia com toda a humildade ele falou pra mim: “Eu vou pedir um estágio pra...
Continuar leituraP/1 – Olá Marcelo, quem fala é Alan do Museu da Pessoa, gostaria de agradecer a sua participação em nome da Nestlé e do Museu. Para começar, o seu nome completo e a data de nascimento.
R – Marcelo Henrique Marques, 14 de julho de 1967.
P/1 – Você nasceu aqui em São Paulo mesmo?
R – Araçatuba.
P/1 – Seus pais também nasceram lá?
R – Também.
P/1 – Conta um pouco como foi a sua infância em Araçatuba.
R – Excelente. Uma cidade onde se tem muita qualidade de vida, eu tenho boas recordações foi o local onde eu pude enxergar um futuro melhor pra mim além de buscar com toda obsessão e chegar onde estou hoje com sucesso profissional e também na vida pessoal.
P/1 – O que mais te marcou em Araçatuba, você estudou lá também?
R – Sim, estudei em Araçatuba e na infância fui atleta de natação. Participei de campeonatos estaduais e brasileiro o que me marcou muito nesta área de esporte. Sempre tive uma dedicação aos estudos, e o que me marcou muito falando do lado familiar é que meu pai também trabalhou na Nestlé por mais de 20 anos.
P/1 – Em qual setor o seu pai trabalhava na Nestlé?
R – Armazém.
P/1 – Então o contato vem desde cedo com a Nestlé?
R – É desde que nasci praticamente. Ele era operador de empilhadeira e ali na Nestlé ele desenvolveu conhecimento suficiente pra enxergar que investir na educação dos filhos era o que ele poderia fazer de melhor. Isso é algo que me marcou muito e com muita dificuldade ele investiu na educação dos filhos e durante aquele período sempre teve um excelente suporte da Nestlé na parte de materiais e tudo o mais, realmente foi sensacional. E o que me marcou muito depois, foi que no meu período final de faculdade e naquela ocasião não era permitido trabalhar na mesma unidade pais e filhos, e ele um dia com toda a humildade ele falou pra mim: “Eu vou pedir um estágio pra você no RH da Nestlé vou tomar coragem e vou lá pedir um estágio”. E assim foi ele pediu o estágio e foi concedido um mês de estágio pra mim no período de férias, desse um mês se estenderam pra seis meses onde eu terminava a graduação e no final desses seis meses veio um convite pra permanecer na companhia e isso aconteceu em 1991 e eu estou aqui até hoje.
P/1 – Conta um pouco como foi sua graduação, qual curso que você fez. Você fez em Araçatuba mesmo a faculdade?
R – Minha primeira graduação foi Engenharia Elétrica com ênfase em Automação Industrial na UNESP [Universidade Estadual de São Paulo], em Bauru.
P/1 – Como foi essa virada do atleta para o estudante, como você decidiu? Você pensou em ser só atleta como foi essa virada?
R – Não, você fez umas perguntas interessantes. Ser atleta pra mim me marcou muito porque como eu te falei minha família sempre foi muito humilde, então eu estudava em escola do estado em um bairro de periferia da cidade onde as pessoas não tinham ambições. No meio dos atletas de natação, por exemplo, foi onde eu conheci vários outros colegas da mesma idade e percebi que as ambições eram diferentes e aquilo me estimulou a conquistar algo mais. Dali começou a dedicação e com o apoio da família eu consegui chegar à universidade e passar pela graduação com muita dificuldade, mas realmente foi ali que me abriu os olhos me fez enxergar que existia muito mais do que o que eu conhecia.
P/1 – Um horizonte maior.
R – Exatamente, e que era possível de atingir. Foi realmente uma dedicação ampla pra passar em uma universidade estadual, eu fazia um curso técnico. Não tinha base nenhuma pra vestibular, mas as boas amizades e o apoio da família me conduziram à graduação.
P/1 – Como foi o processo de estagiário até a sua afirmação como colaborador da Nestlé como foi esse processo?
R – Eu estava no último ano de Engenharia, na área de eletricidade e já fazia estágio desde o segundo pro terceiro ano por uma necessidade de gerar alguma renda para me manter já que era uma cidade fora da cidade dos meus pais. Então eu trabalhava em escritórios de engenharia e nunca tinha mesmo tido uma experiência de campo.
P/1 – Esses estágios eram em Bauru?
R – Isso, todos em Bauru. A Nestlé foi a minha primeira experiência em campo, eu nunca tinha entrado em uma indústria não sabia como era foi algo muito impactante. Porque ali eu descobri onde se conseguia aplicar aquilo que tinha aprendido e que se projetava. Então trabalhar, estagiar em um escritório de projetos você projeta alguma coisa que você não vê o que foi instalado, não consegue enxergar os resultados que são entregue o que agregou praquela organização, ou o que agregou pras pessoas. Então foi um mês muito intenso quando eu cheguei à Nestlé, existia na época um projeto muito interessante que estava em curso onde eu me integrei com o grupo e acredito que agreguei valor porque daí veio o convite pra continuar. Então eu me encantei.
P/1 – O convite já veio nessa época pra ser efetivado na área?
R – Depois de seis meses veio o convite pra ser efetivado na área, porque o estágio seria um mês aí veio um convite pra renovar pra seis meses. Quando terminei a graduação aí veio o convite pra ser efetivado na área de manutenção da fábrica.
P/1 – E como foi que você conheceu o Nutrir dentro da Nestlé, como ele apareceu pra você?
R – O Nutrir apareceu pra mim quando eu estava na unidade de São Lourenço, em Minas Gerais, foi logo no lançamento do Nutrir na Nestlé. Eu sempre participei das iniciativas ligadas a desenvolvimento e relacionamento com comunidades isso pra mim sempre foi algo que do lado pessoal me encanta muito.
P/1 – Você já foi voluntário fora o Programa Nutrir?
R – Sim, eu já fui voluntário em instituições, já fui até presidente de um asilo, casa de caridade.
P/1 – Como foi essa experiência? Conta um pouquinho antes de entrarmos efetivamente no Nutrir.
R – No asilo, casa de caridade em São Lourenço foi através de um grupo de amigos identificamos que essa entidade estava muito deficitária, precisava de ajuda e mudar completamente o modelo de gestão. E junto com um grupo de amigos, nós fomos convidados a ajudar e a assumir a administração, eu fui o presidente dessa entidade. E realmente conseguimos com bastante dedicação e principalmente utilizando o conhecimento que temos na gestão, levar pro asilo um modelo de operação que tornou ele realmente auto-suficiente na geração de recursos entregando pros internos todas as necessidades básicas principalmente médico e assistência. Foi pra mim um grande orgulho, eu pouco comento sobre essa fase porque pra mim era algo do lado pessoal muito importante conseguir fazer com que aquela instituição realmente se revigorasse.
P/1 – Você já estava na Nestlé nesse período?
R – Já, já estava na Nestlé. Isso foi em 2003, mais ou menos em 2003.
P/1 – Nessa fase você também já atuava no Nutrir? Você levou essa experiência pro Nutrir?
R – Eu conheci o Nutrir através do time que na ocasião estava aqui no corporativo. O que me encantou no Nutrir foi à possibilidade que a gente tinha de compartilhar conhecimento. Então pra mim o que mais me marcou era a possibilidade de levar pras comunidades a expertise que tem na Nestlé. Na ocasião a gente falava só em nutrição, “Levar o expertise que nós temos na Nestlé com relação à nutrição pros mais necessitados, pra quem realmente necessita”. E daí se acrescenta pra saúde, bem estar e com o início das atividades do Nutrir eu fui me envolvendo cada vez mais e com isso eu fui aprendendo muito mais, porque não é só levar o conhecimento que nós temos independente dos produtos, isso marcou muito. Porque nós não íamos lá levar produto, doar produtos, não era um assistencialismo como muita gente às vezes imaginava: “O Nutrir vem e vai ter doação de produto Nestlé”, essas doações não existiam e também não vinha uma demanda por doação de produto. Porque o mais importante era levar pra essas comunidades para crianças e pras famílias esse conhecimento, esse know-how que nós temos aqui, isso para mim era gerar valor compartilhado. A primeira mensagem era essa: “Puxa, vamos poder levar pras comunidades esse conhecimento que nós temos dentro da organização que foi desenvolvido ao longo de mais de um século”. Aí depois eu aprendi muito mais porque quando você entra como voluntariado e você consegue desenvolver dentro do seu ambiente de trabalho, dentro do seu grupo, você desenvolver o voluntariado dentro de uma unidade isso é algo que gratifica muito. Porque dentro das fábricas você desenvolve o voluntariado, muda completamente agrega muito valor não só externamente como internamente, todo mundo se sente mais feliz por poder fazer algo por poder acrescentar algo pros outros. Então eu percebia o time das fábricas por onde eu passei que foi mais de uma, onde implementamos o Nutrir que as pessoas eram mais felizes quando elas se encontravam como voluntários quando elas se dedicavam a um programa como no caso o Nutrir. Então isso pra mim foi o outro fator enriquecedor, desenvolver dentro da organização o espírito do voluntariado e a gente se surpreende porque surgem voluntários que você nem imagina.
P/1 – Isso é uma coisa muito presente nas entrevistas, esse espírito do voluntariado do Nutrir, como ele é forte a pessoa traz aquilo que acredita mesmo. Em quais regiões você passou desenvolvendo o Nutrir? Conta um pouquinho, resumidamente, dessa experiência nas diferentes regiões. Tinha alguma especificidade dos locais, foi mais bem recebido em algum local ou em outro não?
R – Vou dar duas realidades completamente diferentes. Um exemplo foi em São Lourenço, Minas Gerais, onde nós começamos o trabalho que até hoje continua, já deve ter uns dez anos de Nutrir. Eu precisaria checar exatamente quando nós iniciamos lá, mas até hoje nós continuamos com o Nutrir em São Lourenço e com as folias, e também com o Cuidar. As demandas são diferentes em São Lourenço nós atuamos direto em entidades, escolhe uma e desenvolve, depois passa pra uma próxima, desenvolve muito ligado ao que é hoje. A Secretaria de Educação e a receptividade foi excelente, porque existe uma carência de conhecimento que a gente vêm ao longo dos anos eliminando. Trabalhamos junto à rede municipal de São Lourenço capacitando os merendeiros e agora também com creches e orfanatos. Em São Lourenço a receptividade foi excelente, uma demanda altíssima e eu considero o nível de aproveitamento do que a gente transmite muito alto e agrega valor paras as famílias. E a continuidade deles é muito bacana porque você percebe a mudança nos hábitos alimentares para uma alimentação saudável, a gente consegue acompanhar a mudança na questão de higiene, os cuidados com o meio ambiente. São Lourenço principalmente um foco importante que nós damos lá também ao meio ambiente, visto que nós lá temos uma operação de envase de água mineral deste modo o foco dado ao meio ambiente também é muito relevante. Não só o conhecimento na nutrição, como também, o último que fizemos foi uma palestra sobre hidratação saudável, necessidade de se hidratar e tivemos mais de três mil crianças atingidas na cidade com o tema de hidratação saudável. Isso é São Lourenço. Tive uma experiência oposta na Bahia, em Feira de Santana, logo após a inauguração da fábrica em Feira de Santana, fui o primeiro gerente da fábrica de Feira de Santana. Então nós buscamos parceiros para levar o Nutrir e capacitar às merendeiras na rede municipal de educação, e lá o ponto que eu achei interessante que fora o conhecimento que eles buscavam ligado à alimentação, à higiene e meio ambiente, o que prevalecia eram os hábitos de higiene. O que eles tinham bastante interesse era em como produzir os alimentos nas próprias residências ou em espaços que eles encontrassem disponíveis, a demanda maior deles era essa de como produzir com mais facilidade. E aí em segundo lugar, primeiro o como e depois o que produzir que aí estava ligado à alimentação saudável aos grupos de alimentos. Então eram demandas totalmente distintas em São Lourenço realmente o conhecimento da alimentação saudável e principalmente meio ambiente, os hábitos de higiene, eles realmente já eram bem desenvolvidos era mais focado nos hábitos nutricionais, com escola, com família. E em Feira de Santana era uma demanda maior por geração de alimento saudável, junto com as entidades que tinham como objetivo produzir e fazer esse alimento saudável chegar até aqueles que necessitavam, eram focos diferentes.
P/1 – Como vocês se posicionaram frente esse desafio em Feira de Santana?
R – Na ocasião, em 2007 se eu não me engano, teve uma força tarefa do time do Nutrir aqui da sede se deslocaram até Feira pra nos capacitar e capacitaram um grupo de parceiros. Identificamos no município alguns parceiros e foi uma atividade mesmo focada na capacitação deles que deram continuidade depois às atividades. Em 2008 eu voltei para São Paulo e hoje eu não sei qual é o status do programa em Feira de Santana.
P/1 – Em São Lourenço, você se lembra a data quando foi a sua passagem por lá?
R – A minha passagem em São Lourenço foi de 2000 até 2006.
P/1 – O programa continua lá também?
R – O programa continua até hoje. Eu, como gerente operacional, gerente executivo São Lourenço é uma fábrica que se reporta pra mim então eu continuo dando apoio à unidade. E hoje eu tenho quatro unidades que se reportam pra mim e eu fomento pra que nas quatro a gente realmente trabalhe os programas e geração de valor compartilhado é algo que eu realmente tenho uma paixão, pra mim é uma paixão. Nem sempre você encontra do outro lado a recíproca já teve caso da cidade acreditar que não tem a necessidade e hoje a gente trabalha pra demonstrar pra ele onde estão os potenciais dentro da cidade. Nós temos um caso como esse, quando nós buscamos o poder público a Secretaria de Educação para trabalharmos juntos eles não identificam a necessidade porque têm uma visão restrita do que é o Nutrir. Então o nosso papel agora nesse caso específico é demonstrar junto à essa comunidade o quanto a gente pode agregar de valor pra eles levando o Nutrir pra comunidade, esse é um outro desafio quando a comunidade não enxerga a própria necessidade.
P/1 – Nota-se que o Nutrir é uma essência também do valor compartilhado.
R – Exato.
P/1 – Para finalizar gostaria que você fizesse uma breve projeção do Nutrir para os próximos anos, como você vê o Nutrir daqui pra frente?
R – Com poucas palavras eu gostaria de ver o Nutrir reflorescendo novamente, gostaria de ver o Nutrir com o engajamento de muito mais colegas e realmente um Nutrir que possa potencializar cada vez mais essa criação de valor compartilhado nas comunidades que a gente atua. Eu sou um fã do Nutrir, acredito muito no Nutrir e o que eu espero realmente é que ele seja revigorado que venham novas forças pra revigorar o Nutrir e realmente ter uma amplitude bem maior do que nós temos hoje.
P/1 – Mais uma vez em nome da Nestlé e do Museu da Pessoa, agradeço pela sua participação e parabéns pela sua história, muito interessante.
R – Obrigado, desculpa a falha de sexta-feira, é um desencontro que teve na sexta, eu fiquei sem telefone no final do dia e não consegui acessar.
P/1 – Muito obrigado, Marcelo.
R – Por nada, abraço, tchau.
P/1 – Tchau.
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