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História
Por: Museu da Pessoa,

Faço samba por amor

Esta história contém:

Faço samba por amor

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A minha mãe sempre trabalhou muito. Ela é cabeleireira, e o dinheiro do cabelo de hoje já era pra comprar alguma coisa pra casa, o dinheiro do dia. A gente nunca passou fome porque minha mãe nunca deixou a peteca cair. O dia que não aparecia alguma coisa, vinha a luz, que Deus é muito bom. Quando você acha que as coisas não vão... Opa! Aparece um cabelo, um cortezinho rapidinho, uma tintura. Ela trabalhava em casa pra poder ficar com a gente. Minha mãe sempre quis mesmo a gente, com muita força.

Eu nasci de seis meses, e todas as pessoas me olhavam e falavam assim: “Esse bichinho aí não vai vingar não”. E to aqui, fazer o que? O subúrbio é um local onde tem pessoas que são próximas, que os vizinhos são como parentes, que a gente pode ser íntimo com todas. É isso, é você ter mais contato com as pessoas. É gostoso ser do subúrbio. A minha família é muito engraçada, então a gente conta nossas histórias já é o suficiente. Tem bastante comida. Minha tia gosta muito de cozinhar, e no domingo, se você não comer a comida dela ela fica louca! Foi ela que me levou pro samba! Eu tinha seis, sete anos, só que não podia desfilar, mas eu ia em todos os ensaios. Minha tia me levava pro Unidos da Ponte, era ótimo.

Eu acho que quando você gosta muito de uma coisa, vê alguém fazendo, acha muito bonito, acaba tentando fazer aquilo de qualquer forma e você consegue. É uma verdade que eu tenho pra minha vida! Era uma coisa que me encantava, o povo sambando pra caramba. Eu ficava lá o tempo todo sambando igual uma louca. Até hoje, se soltar o pé numa bateria, ta ti cá tá, acabou! Muito gostoso. Quando a bateria toca parece que mexe com o seu interior e eu, pelo menos, não consigo ver mais ninguém na minha frente. Não existe um cansaço físico. Aí comecei a pedir pra minha mãe me levar, eu fui, comecei a pescar mais como as mulatas faziam e pronto, cada dia que passava eu tava ficando melhor no...

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P/1 – Ana, boa tarde, gostaria de agradecer a sua presença pra conceder um depoimento pra gente, então eu gostaria de começar a entrevista pedindo que você me dê o seu nome completo, o local e a data de nascimento, por favor, Ana.

R – Meu nome completo é Ana Lúcia da Silva, eu nasci em 22 de janeiro de 1986 e mais o quê?

P/1 – Aonde que você nasceu, que bairro que você nasceu.

R – Eu nasci numa maternidade em Madureira, mas sempre vivi em São João de Meriti, aonde vivo até hoje.

P/1 – Sobre apelido, todo mundo te chama de Pérola como é que surgiu esse apelido, quando?

R – Ah, eu trabalhava na prefeitura, dentro da prefeitura como gari, aí resolveram, não sei quem, como me acharam, quiseram fazer uma reportagem pro jornal e tal e aí o rapaz colocou: “Pérola”, ele primeiro me perguntou: “Qual o seu apelido?” e aí eu falei vários, inúmeros, um monte, aí ele falou assim: “Pô, isso tudo, então ta, tudo bem”, só que na hora ele não colocou nenhum que eu falei, ele colocou: “Pérola no lixo”, aí eu: “Pô, Pérola no lixo? Não gostei de ele botou ‘no lixo’, mas tudo bem ele botou, fazer o quê?”, mas a reportagem ficou linda, beleza, dali por diante as pessoas me chamavam: “Você que é a Pérola que apareceu no jornal?” “Ah, sou eu” e como é que eu vou falar que não, é, eu que sou a Pérola, me perguntaram: “Qual é o seu nome?” “Ana” “Ah, você é a Pérola”, aí ficou Ana Pérola, foi ficando e as pessoas me chama de Ana Pérola até hoje, se eu falar que eu não a Ana Pérola, elas: “Não, é ela sim”, ta bom, não tem como, não tem como .

P/1 – O nome dos teus pais, por favor, Ana.

R – Maria Aparecida da Silva e eu não, eu tenho pai, só que eu nunca, não moro com o meu pai, nunca morei com o meu pai, ele também não me registrou.

P/1 – Seus avós, você conhece um pouquinho a história dos teus avós maternos, sabe de onde eles vieram?

R – Ah, eu sei, eu...

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