Segundo o Google, Alexandre é derivado do grego “Aléxandros”, que significa protetor do homem. Não sei a que “homem” este significado se refere, mas o que sei é que meu nome nasceu como resultado de um embate.
Era o ano de 1997, quando meu pai, natural do interior do Estado de São Paulo, decidiu que colocaria seu ilustríssimo nome no segundo filho que esperava com a esposa, minha mãe. O filho em questão era eu, que naquela época, curtia tranquilo o útero que me carregava sem saber que fora do meu casulo meu nome era discutido.
Acontece que meu pai se chamava Orivaldo, aliás, ainda se chama. Eu seria então, em seu plano, Orivaldo Junior. Juninho. O filho de alguém que se chama Orivaldo. Minha mãe não concordou com a brincadeira, achando o nome incomum e inapropriado para despejar como carma para o próprio filho. Ela sabia muito bem que ninguém entendia de primeira quando meu pai respondia “Orivaldo” como nome ao telefone. Foram incontáveis as vezes que perguntaram do “seu Oriovaldo” ou ainda se “o senhor Arivaldo está?”…
Sem que nenhum deles cedesse ao desejo do outro, a disputa pelo vencedor seguiu sem rumo. De um lado, a vontade de ter um Junior na família, e do outro, a saga de minha mãe que eu fosse qualquer coisa, menos o Orivaldinho.
Perto do meu nascimento, segundo consta a história, meus pais conseguiram concordar em uma coisa: quem seriam os padrinhos da criança. Os escolhidos foram meus tios, sendo minha tia a irmã mais nova de minha mãe.
Sem espaço para discussão, minha tia não gostou da opção de batizar um bebê chamado “Orivaldo” e apoiou minha mãe na disputa pelo registro. Vencido, ele se convenceu de que poderia ter outras maneiras de passar seu legado para o filho.
Aberto o espaço para meu novo nome, minha mãe, que passava boas horas do dia assistindo à televisão, se encantou pelo nome de um personagem que protagonizava a segunda exibição da novela “A Viagem”,...
Continuar leitura
Segundo o Google, Alexandre é derivado do grego “Aléxandros”, que significa protetor do homem. Não sei a que “homem” este significado se refere, mas o que sei é que meu nome nasceu como resultado de um embate.
Era o ano de 1997, quando meu pai, natural do interior do Estado de São Paulo, decidiu que colocaria seu ilustríssimo nome no segundo filho que esperava com a esposa, minha mãe. O filho em questão era eu, que naquela época, curtia tranquilo o útero que me carregava sem saber que fora do meu casulo meu nome era discutido.
Acontece que meu pai se chamava Orivaldo, aliás, ainda se chama. Eu seria então, em seu plano, Orivaldo Junior. Juninho. O filho de alguém que se chama Orivaldo. Minha mãe não concordou com a brincadeira, achando o nome incomum e inapropriado para despejar como carma para o próprio filho. Ela sabia muito bem que ninguém entendia de primeira quando meu pai respondia “Orivaldo” como nome ao telefone. Foram incontáveis as vezes que perguntaram do “seu Oriovaldo” ou ainda se “o senhor Arivaldo está?”…
Sem que nenhum deles cedesse ao desejo do outro, a disputa pelo vencedor seguiu sem rumo. De um lado, a vontade de ter um Junior na família, e do outro, a saga de minha mãe que eu fosse qualquer coisa, menos o Orivaldinho.
Perto do meu nascimento, segundo consta a história, meus pais conseguiram concordar em uma coisa: quem seriam os padrinhos da criança. Os escolhidos foram meus tios, sendo minha tia a irmã mais nova de minha mãe.
Sem espaço para discussão, minha tia não gostou da opção de batizar um bebê chamado “Orivaldo” e apoiou minha mãe na disputa pelo registro. Vencido, ele se convenceu de que poderia ter outras maneiras de passar seu legado para o filho.
Aberto o espaço para meu novo nome, minha mãe, que passava boas horas do dia assistindo à televisão, se encantou pelo nome de um personagem que protagonizava a segunda exibição da novela “A Viagem”, original de 1994.
Com um trama que envolvia os planos carnal e espiritual, minha querida mãe decidiu que seu filho teria o nome do antagonista da novela, o personagem que após morto volta para perturbar a todos que lhe viraram às costas.
Surgiu, daí, a ideia de ter um Alexandre como filho, nome aprovado por 99% de toda a família. Acredito que meu pai tenha gostado da ideia, só não quis se dar por vencido.
Recolher