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História
Personagem: Tokio Isobata
Por: Museu da Pessoa, 1 de abril de 2016

Espiões japoneses?

Esta história contém:

Espiões japoneses?

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Olha, cada dia é um dia no comércio. Não tem regra (risos). A gente viajava, ia fazer negócio no Rio Grande do Sul, ia pro Rio Grande. Fizemos muita viagem pra China pra comprar alho. Fizemos viagens pra Espanha, pra Argentina, pro México. Onde cheirava o alho a gente estava lá.(risos). Foi assim. Ah, teve uma história engraçada (risos). Nós tivemos uma reunião com a cúpula de um banco na Argentina. E nós estávamostodos reunidos, estava o dono do banco, o banqueiro mesmo, toda a cúpula do banco, estava toda a turma do comércio, aqui do sindicato.Estava no meio da reunião eu comecei a dormir (risos) e os caras ficaram loucos da vida comigo. Sabe o que é dormir numa reunião com umbanqueiro? No dia seguinte eu me encontrei com os banqueiros, eles não estavam chateados, não, os primeiros que eles vieram cumprimentarfoi a mim. “Oi!” (risos). Eu falei: “Sabe por que ele veio cumprimentar? Porque o cara que dormiu na frente deles é porque não precisa dedinheiro” (risos). Não é por aí, não? (risos)

A viagem foi sobre alho. Porque a China revolucionou esse mercado. Porque antigamente não existia esse negócio de falar: “Eu quero um naviode alho”. Ninguém te preparava um navio de alho nunca, levava dez anos pra te pôr um navio, não tinha produção pra tanto. E a China é o únicolugar do mundo que apareceu, você diz assim: “Eu quero um navio com 500 mil caixas de dez quilos. Daqui dez ou 15 dias consegueembarcar?” “É pra já”. Não tem medo de quantidade? Não é o que acontece em outros lugares. Em outros lugares você quer comprar 10 mil, 20mil caixas, nossa... Precisa pegar de muita gente e mesmo assim você não consegue reunir tanta mercadoria. Mas a coisa rola dessa forma. Porisso que nós fomos pra China e nós trouxemos de fato, todos juntos. Nós fomos e carregamos a maior carga que veio da China, foi porintermédio do Dadá. Foi mais de 500 mil caixas em um navio. Foi...

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Dados de acervo

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P/1 – Senhor Tokio, fala pra mim o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Eu sou Tokio Isobata. Nasci em quatro de julho de 1934 em Santos, sou santista.

P/1 – O senhor começou a trabalhar no comércio desde quando?

R – Comecei muito novo, hoje estaria proibido de trabalhar, viu? (risos) Meu pai me pôs no comércio, quando eu tinha 13, 14 anos, já saía vendendo mercadoria por aí no comércio (risos).

P/1 – Seu pai trabalhava com isso já?

R – Meu pai já. Desde 1946 aqui em São Paulo, no Parque Dom Pedro II, ele tinha comércio de pescados salgados. Nessa época, um pouquinho depois, quando eu fiz mais ou menos 15, 16 anos já saía pra vender (risos).

P/1 – E o seu pai e a sua mãe vieram de onde?

R – Vieram do Japão, imigrantes. Nós viemos pra São Paulo quando no tempo da guerra nós fomos obrigados a nos retirar de Santos em 24 horas, que era o italiano, o japonês e o alemão não podia ficar à beira-mar. Você soube disso ou não?

P/1 – Não, como é isso aí?

R – No tempo da guerra com negócio de espionagem e no tempo do Getúlio ele proibiu esse pessoal do Eixo, como eles chamam, o quinta coluna, teriam que se retirar do litoral. Bobagem (risos). Aí nós viemos pra São Paulo.

P/1 – A família estava em Santos.

R – Nós estávamos todos em Santos. Tivemos que deixar tudo e viemos quase com a roupa do corpo pra São Paulo. Ficamos um dia na imigração e depois meu pai foi procurar emprego. Emprego ou ver o que fazer da vida.

P/1 – O senhor lembra desse período?

R – Eu tinha nessa época uns oito anos, nove anos. Eu sou de 34, foi em 44 acho, 43 ou 44. Nós sofremos bastante, ter que sair em 24 horas, de repente. Meu pai estava bem estabelecido em Santos, ter que largar tudo, comércio.

P/1 – Ele já era comerciante em Santos.

R – Sim.

P/1 – De pescado também?

R - Não, não. Ele tinha uma armazém de gerais, trabalhava com tudo, no Mercado de Santos.

P/1 – Qual é o nome do seu...

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