Dezenove de junho de dois mil e vinte, diário de Edriele Cristina, ou Dri.
Nesta quarentena, tenho vivido dias normais, ruins, monótonos e demasiadamente lentos, como se essa espera não fosse acabar tão cedo. Vejo pessoas passando nas ruas enquanto tomo o sol da manhã em minha sacada, vejo os lugares lotados quando sou obrigada a sair de casa para resolver algo que não posso deixar para depois, e vejo pessoas reclamando de outras pessoas que não entendem que a vitória só pode acontecer se for coletiva.
Sinto saudades absurdas da minha mãe. Queria poder dar risada com meu irmão. Ficar em silêncio com meu pai, só estando perto.
Ao menos não estou passando por isso sozinha, mas sei que tem muita gente que está. Espero que os próximos dias se tornem mais felizes, leves e principalmente conscientes, pois só assim poderemos voltar a viver.