IDENTIFICAÇÃO Meu nome completo é Erirvando Sales dos Santos. Nasci em Propriá, cidade do Sergipe, em 16 de julho de 1960. FAMÍLIA O nome dos meus pai é Julio dos Santos e Maria Rita Sales. Meu pai é agricultor e continua ainda hoje trabalhando com agricultura. A minha mãe estudava e ensinava também, mas era particular, não era fichada, não era empregada. Hoje em dia ela tá aposentada já. CASA Eu moro em Japaratuba. Fui criado em Japoatã, interiorzinho de Japoatã. Há uns vinte anos, mais ou menos, vim para Japaratuba. ESCOLA Eu fui à escola, estudei, mas realmente aprendi muito pouco. Fui até a quinta série. Mas aí depois, com o tempo, esqueci. Fiquei só mesmo com soma, assinar o nome, pouca coisinha. PRIMEIRO TRABALHO Meu primeiro trabalho foi na capital, em Aracajú, numa construtora de Sergipe. Eu fiquei oito meses. Depois voltei pro interior, né, pra cidadezinha que eu morava, Japoatã. Quando voltei, eu trabalhava também com agricultura. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Eu trabalhava em São Paulo, passei uma temporada. Quando eu voltei pra Sergipe, cheguei ainda tava desempregado, né, trabalhando na agricultura mesmo e aí apareceu o Projeto. É um trabalho muito importante pra gente que é agricultor, pra cada dia mais aprender. Então, hoje em dia a gente já sabe. Pra mim mesmo foi uma novidade trabalhar no Projeto, ainda até esse momento. Acho que todos nós, quem convive com o Projeto tá muito satisfeito. Porque a gente antes, eu mesmo, pra plantar uma roça, eu roçava o mato, dizia: “Ah, a terra só presta se for tocada fogo, né, se botar o fogo no mato.” E hoje em dia não, hoje em dia a gente já é muito diferente. A gente plantava o milho, plantava o feijão e a mandioca e tava bom, acabou. Mas sempre acontece, tinha outras variedades de plantio que a gente lá não entendia, que era o que faltava, né? COTIDIANO DE TRABALHO / ANTES DO PROJETO AGROFLORESTA Antes eu derrubava o...
Continuar leituraIDENTIFICAÇÃO Meu nome completo é Erirvando Sales dos Santos. Nasci em Propriá, cidade do Sergipe, em 16 de julho de 1960. FAMÍLIA O nome dos meus pai é Julio dos Santos e Maria Rita Sales. Meu pai é agricultor e continua ainda hoje trabalhando com agricultura. A minha mãe estudava e ensinava também, mas era particular, não era fichada, não era empregada. Hoje em dia ela tá aposentada já. CASA Eu moro em Japaratuba. Fui criado em Japoatã, interiorzinho de Japoatã. Há uns vinte anos, mais ou menos, vim para Japaratuba. ESCOLA Eu fui à escola, estudei, mas realmente aprendi muito pouco. Fui até a quinta série. Mas aí depois, com o tempo, esqueci. Fiquei só mesmo com soma, assinar o nome, pouca coisinha. PRIMEIRO TRABALHO Meu primeiro trabalho foi na capital, em Aracajú, numa construtora de Sergipe. Eu fiquei oito meses. Depois voltei pro interior, né, pra cidadezinha que eu morava, Japoatã. Quando voltei, eu trabalhava também com agricultura. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Eu trabalhava em São Paulo, passei uma temporada. Quando eu voltei pra Sergipe, cheguei ainda tava desempregado, né, trabalhando na agricultura mesmo e aí apareceu o Projeto. É um trabalho muito importante pra gente que é agricultor, pra cada dia mais aprender. Então, hoje em dia a gente já sabe. Pra mim mesmo foi uma novidade trabalhar no Projeto, ainda até esse momento. Acho que todos nós, quem convive com o Projeto tá muito satisfeito. Porque a gente antes, eu mesmo, pra plantar uma roça, eu roçava o mato, dizia: “Ah, a terra só presta se for tocada fogo, né, se botar o fogo no mato.” E hoje em dia não, hoje em dia a gente já é muito diferente. A gente plantava o milho, plantava o feijão e a mandioca e tava bom, acabou. Mas sempre acontece, tinha outras variedades de plantio que a gente lá não entendia, que era o que faltava, né? COTIDIANO DE TRABALHO / ANTES DO PROJETO AGROFLORESTA Antes eu derrubava o mato, desmatava. Quando acabava, queimava. Aí depois ia plantar o milho, o feijão e a mandioca. E pronto, o que deu, deu. Ali a gente entendia que só prestava o plantio se fosse em mato tocado fogo, se a gente derrubasse e tocasse fogo. Porque diziam que era o “estrumo” da terra. O nordestino sempre fala que o fogo é o estrume da terra. Quer dizer, é o adubo. A gente plantava no terreno dos outros. Aquele pessoal que tem mais terra que pega e dá, né? Diz assim: “Cê qué plantar? Plantar e capinar depois e tal?” E aí a gente plantava. INGRESSO NO PROJETO AGROFLORESTA Eu tava trabalhando mais um rapaz lá, seu Erivaldo. Então, ele já tinha se “inscrevido” nesse Projeto. Há uns seis meses atrás. Eu tava trabalhando e ele me falou desse projeto. Aí outro lá, que também tava “inscrevido” no projeto, chamado seu José, me falou também. Ele tava trabalhando junto comigo. Aí fomos lá na prefeitura um dia e chegamos falando que era pro Projeto. Aí falaram: “Ah, mas é difícil você entrar porque você não se inscreveu antes.” Eu falei: “É, tá certo.” Aí quando foi um dia de sexta-feira à tarde, eu tava conversando mais esse José mesmo, aí ele chegou e me falou: “Vai sair uma senhora do Projeto.” Já era pra entrar na segunda-feira. Aí seu Erivaldo foi, conversou e me chamou pra ir pro lugar da senhora que ia sair. O que me atraiu foi o fato de trabalhar com agricultura, que é o que a gente faz lá no Nordeste, lá no Norte. Quer dizer, a gente que não tem emprego trabalha com agricultura, né, plantando roça, mandioca, feijão, “mundubim”. É amendoim. Eu fiquei contente, aí na segunda-feira fui à área do serviço. Cheguei lá, encontrei com seu Ismael, dona Salete e o pessoal da Petrobras. E aí já assinaram meu nome e eu fiquei no Projeto, e continuo até hoje. APRENDIZADO COM O AGROFLORESTA Tive que aprender várias coisas, vários tipos de serviço. De fato, como aprendi e hoje em dia se for pra ensinar pra outro, eu ensinarei. Já sei ensinar. Porque antes a gente só fazia plantar mandioca, o milho e o feijão. Hoje em dia, a gente planta vários tipos, planta o feijão, o milho, a mandioca, o mamão, o abacaxi. Nessa época agora, nós vamos pras matas fazer colheita da semente. Aquela colheita da semente que a gente faz. A gente vai fazer o plantio daquelas sementes agora, no cair da chuva. Então, a gente planta isso tudo e planta mais o coquetel, que a gente chama o coquetel de semente, pra fazer o plantio das árvores. E sai tudo junto e nada prejudica o outro, de tudo a gente tem um pouco. Nos primeiros momentos, todos nós “fiquemos” desconfiados, né, como é que nós vai plantar sem queimar? Sem o estrume da terra. Aí teve uns professor, o Ismael, o Ernesto [Ernst Götsch], um professor da Bahia, um rapaz que tava lá no momento, que foram explicar pra gente aquela “roçagem”: “Vamos deixar isso posto ali em cima, de modo a não deixar o solo descoberto. O solo não pode ficar descoberto, se o solo ficar descoberto vai prejudicar.” Então, a gente deixa tudo ali cobertinho, tem a cobertura. Mesmo a gente roçando e afastando aquele mato, quando a gente faz o plantio, a gente pega aquele mato todo de fora, o material orgânico, e traz pra cima do local que a gente plantou. No momento, aquilo era muito esquisito, mas hoje em dia não. Hoje em dia é a coisa mais fácil da gente fazer. A gente tinha aula antes de plantar. A aula era lá mesmo, na área de serviço, na área de trabalho. Juntava o Ismael, uma senhora da IBAP, todos do projeto, e juntava ali pra fazer um tipo de serviço. No primeiro ano mesmo, nós se batemos bastante, o primeiro ano que a gente “plantemo” lá, morreram muitos pés de árvore, “num” nasceu, “num” vingou. O ano passado já foi uma presença melhor, porque tá começando, né? Esse ano vai ser melhor ainda pra, no próximo ano, nós já ter alguma coisa pra nós comer melhor. PROJETO AGROFLORESTA - ESTRUTURA No projeto, tem os agricultores, nove homens e três mulheres. Tem o lote-escola, cada lote-escola é um hectare. E tem outro pedaço, meio hectare, que é separado, cada um tem o seu. E ali vamos plantar. O lote-escola é em duas áreas, um hectare num local e um hectare em outro local. Todos os 12 trabalham naquele lote ali. Durante a chuva, os 12 trabalham naqueles dois lotes, dois hectares. E agora tem uns dois, três dias, que o Ismael deu pra gente cuidar daquele outro lotezinho, que é de cada um. COTIDIANO DE TRABALHO A mesma coisa que a gente faz no lote-escola, a gente faz naquele outro meio hectare da gente mesmo. E até fora, se o cara planta a roça dele, já tem muitos agricultores que não quer mais fazer o serviço que fazia antes, mesmo sendo fora da área da Petrobras. São nossos amigos. Tem muitos que já tão trabalhando mais a família naquele lotezinho ali. Esse local é mais que suficiente, porque a gente não precisa nem comprar o estrume depois pra colocar na terra. O adubo é aquele mesmo, natural. A natureza fez a cobertura ali, quer dizer, com o tempo realmente vai se gastando, né, o capim, o mato, e tal. E ali tá feito. A gente vai ficando satisfeito, claro, vai ficando bom pra gente, porque a gente vai passando pros outros e ali outro já vai passando. Muitos acham diferente, né, acham difícil de fazer. HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS Ano passado, meu pai tava fazendo um plantio e eu falei: “Olha véio, se tá uma pedra aí, o senhor faz com facão. Fura com facão, bota a manaíba e deixa assim mesmo, porque a mandioca é a mesma coisa.” Ele disse: “Que nada, rapaz.” E ficamos assim conversando. Eu disse que depois ia fazer num cantinho ali. Um dia de segunda-feira, eu tava no interior, onde ele vivia, eu cheguei lá e disse: “Cabra, faz com facão. Se o senhor plantando tá a mesma coisa, não tem diferença não, a mandioca dá a mesma coisa.” Quer dizer, no plantar, saiu cavando com o facão e plantou e diz ele que tá do mesmo jeito. E não tirou mato, não tirou nada desse local. Ele deixou a cobertura do mato mesmo, que ele tinha derrubado, mas deixou lá em cima mesmo. Ele seguiu meu conselho. E ele diz que a mandioca tá muito boa. Ficou meio desconfiado e falou que não ia prestar e tal. E muitos da gente mesmo desconfiam, desde quando o professor da Bahia, em Piraí do Norte, foi pra lá, e começou a plantar a manaíba com facão, a gente mesmo falou que não ia dar nada. E a gente “plantemo” uma parte no nosso estilo, que a gente fazia antes, e o do facão foi melhor. Tá melhor a mandioca, tá melhor a espécie, o tamanho, a grossura da mandioca. Deu melhor, né? Vamos ver agora esse ano. Porque esse ano eu vou plantar uma parte só no facão. Porque é muita terra e a gente tem que caçar os meios de trabalhar menos, de usar menos a enxada. COTIDIANO DE TRABALHO Trabalhar de facão é o seguinte: a gente pega no facão, a gente corta o mato, a gente planta a mandioca, fura a terra com o bico do facão e a gente coloca a manaíba ali. A manaíba é um pedacinho da semente da mandioca. E a gente deixa ali. A gente faz a cobertura e deixa tudo cobertinho. Então, tem aquela cobertura e ali tá tudo plantado. Tem o mamão, tem o coquetel de semente, pra depois, se fincar ali uma vara, a gente fazer um transplante com outros pé de árvore que tem do lado do viveiro. Com os pezinho já crescido, a gente faz o transplante, que é pra modo de ficar as carreirinhas certas. Dá continuidade ao coquetel certo. COQUETEL DE SEMENTES / COTIDIANO DE TRABALHO O coquetel é feito de sementes. Tem diferentes variedades de sementes de pé de árvore: mangueira, cajueiro, todo tipo de fruta. E outros paus natural mesmo da mata que a gente cata, arrecada. Agora mesmo nós “tamo” fazendo a colheita. Sai pra mata toda semana, sai dois, três, quatro, depende do dia, que é pra fazer a colheita pra gente sempre ter aquelas sementes ali, pra continuar fazendo o coquetel de sementes. E aí a gente pega a cobertura. Então, essa cobertura estando aí, vamos supor, não vai sair mato, só vai sair o que a gente plantou. E algum matinho que sai, a gente vai com o facão e é só arrancar e deixar ali. A gente vai continuar a trabalhar menos. A cobertura que a gente vai colocar ali em cima já evita daquele mato sair de baixo. Quer dizer que, se o solo tá coberto, não tem como ele prosperar pra cima. Com a enxada era um negócio mais difícil, porque se a gente não faz a cobertura, assim que chover o mato vem. Se o solo tá descoberto, vai proteger o mato. Se o solo tá coberto, ele não vai proteger, então se alguns sair ali é só a gente ir com facão e arrancar. E é assim que a gente tá estudando esse ponto, desenvolvendo o trabalho que é pra gente poder trabalhar menos. SISTEMA AGROFLORESTAL – DIVERSIDADE DAS CULTURAS Hoje, a gente colhe mais frutos, porque se a gente planta vários tipos de frutas, de mandioca, de feijão, de milho, então a gente vai trabalhar menos e colher mais. Antes não era assim. A gente só plantava aquilo mesmo, mandioca e feijão, e tava bom, outra coisa não dava mais. A banana não dava porque a gente não tentava, né? A gente esquecia disso aí. As outras partes a gente esquecia e hoje não, a gente já tem banana lá no Projeto. ESTADO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA Por enquanto ainda “tamo” comprando comida porque ainda dá pouco sustento. O Projeto ta no começo, só tá fazendo dois anos, mas daqui uns dias vamos partir pra ter nossos alimentos dali mesmo. Já produzi no meu lote milho, macaxeira. A cana por enquanto não, mas daqui uns dias tem bastante cana. Banana, mamão tem também, mais verdura. Eu fiz uma horta lá, só que o verão pegou e tive um problema de água, faltou água um pouco, aí ela se acabou. Nesse momento, a área tá meia seca, porque, nessa região da gente, o inverno começa a dar desse mês em diante. Agora em mês de abril, por aí, nós tem chuva. Atrapalha um pouco pra umas situações e algumas variedades de sementes, né? Às vezes, o mamão é prejudicado pelo sol, a banana também. Mas aí nós “tamos” estudando um jeito de não prejudicar o solo. Ainda vamos pensar nisso daí, “tamos” analisando com seu Ismael e a dona Salete, “tamos” juntos pra caçar uma solução. INTERAÇÃO AGRICULTORES E TÉCNICOS Toda semana tem uma hora de bate papo ali, tipo uma reunião entre os agricultores e os técnicos. Tem dois técnicos lá, junto com Ismael [Trindade], a dona Salete, a Paula [Bolfe] também sempre trabalham com a gente. Paula é uma moça, uma professora que sempre dá umas aulazinhas pra gente. E aí qualquer problema que a gente tenha ali no momento do serviço, do trabalho, a gente vai e fala pra eles qual é o motivo que tá acontecendo ali. Se tá morrendo algum tipo de semente, um pé de árvore. Aí o que tiver acontecendo a gente conversa pra ver se acontece alguma situação, alguma solução pra evitar aquilo. Damos idéias também, é uma conversa, é uma reuniãozinha que é pra gente discutir os motivos, os problemas. Uma situação que, no momento, ainda não se chegou à solução, foi água dentro dos lotes. Tem água próxima da área da Petrobras, mas dentro dos lotes mesmo não tem. “Tamos” tentando, junto com Ismael, achar uma solução, uma situaçãozinha pra ver se coloca uma aguazinha no próximo ano. Porque agora já tá chegando o inverno, aí chove. O período do verão, esse período que nós tá – de setembro, outubro, novembro, dezembro e janeiro –, é período de seca lá. FAMÍLIA Quem tem família, a família vai lá ajudar, dá uma força e tal. Sou casado. Tenho filhos, mas eles não vão me ajudar não. O mais velho não mora comigo, os outros moram, mas são pequenos ainda. Eu tenho um rapaz que é filho da minha mulher. Ele já é um rapaz e trabalha comigo, me ajuda. É só o filho dela que me ajuda. PROJETO AGROFLORESTA Aprendi muita coisa com o Projeto. Vai fazer dois anos que estou nele, desde 2003, desde o começo. No primeiro dia eu já entrei e de lá pra cá não saí ainda, e nem pretendo sair. Só se me expulsarem e assim mesmo eu ainda exijo ficar com meu lote. Eu aprendi muitas coisas que não sabia. Aprendi esse negócio da cobertura, aprendi fazer a natureza ficar rica, com os pés de árvore, com o plantio de fruteira, de pau natural mesmo da mata. E ter sempre ali minha mandioca, minha macaxeira, tudo junto ali, as bananeiras, tudo ali junto. E tudo se cria e não morre ninguém. Um vai cobrindo o solo de um pra outro. Se tiver grande, a gente vai lá e poda que é pro solo descer um pouco. E tudo vai prosperando e a gente não toma prejuízo em nada. A gente vai ter lucro mais pra frente. Isso pra mim é uma novidade. Pra mim só não, pra todos que tão no Projeto também. Planto árvores também. Eu já plantei bastante cajueiro, mangueira, jaqueira e acerola. Uma parte eu plantei no ano passado, mas não deu pra plantar tudo. Porque a gente também cuida do lote-escola, então tira um dia, dois, pro lotinho da gente e o outro vai pro lote-escola. As frutas demoram pra nascer. Nascida e grande, já tem bananeira mais alta do que eu. IMAGEM DA PETROBRAS Eu conheci a Petrobras assim. Mas a Petrobras pra mim é muito importante no Projeto. Porque foi através da Petrobras que esse Projeto surgiu, junto com Ismael. A gente recebe um custo, um salário da Petrobras, então eu aprendi, foi muito bom e tô muito grato e satisfeito com isso. Porque além da gente trabalhar, fazer as áreas florestais que a Petrobras precisa nas áreas descobertas, a gente ainda ganha nosso salário e o que a gente planta a gente colhe pra gente mesmo. IMAGEM DE REFLORESTAMENTO É como eu digo: aqui derrubei, aqui se acabou, né? Realmente, plantou capim numa área, acabou. Dali só sai o capim. Aí eu digo, trabalhei, mas os homens queriam assim. Agora eu vou partir pra fazer outra área diferente que é pra depois ficar aquele florestal. Todo tipo de árvore, toda diversidade. Dá alegria, ave Maria, lá no meu lote tem uns pezinhos assim, já foi feito o transplante, foi já plantado grandinho. Então, ele “florô”, botou umas florzinha, eu chamei os meninos lá e disse: “Olha, vem ver aí, meus pé de árvore já tá florando já, já vai botar um frutozinho.” Dá muita alegria. Daqui um ano, um ano e pouco, vai tá o florestal, com várias espécies de árvore, tudo junto, e a gente colhendo as banana e colhendo várias frutas, jaca, manga, caju. LAZER Todo final de ano a gente comemora. Às vezes, meio de ano assim, quando tem um aniversário, nós faz uma festinha ali. E assim vamo levando a vida, né? PROJETO AGROFLORESTA: AVALIAÇÃO Eu gosto do Projeto é de tudo, de tudo. A gente tem de adorar um pouco, de fazer o plantio, o salário que a gente recebe, que vai dá o alimento à gente, quando for mais pra frente. A gente vai poder sobreviver dali dos lotes, da plantação. Gosto de conviver com o pessoal da Petrobras, com Ismael e todos eles junto com a gente resolvendo todos os problemas que tem no Projeto. Tudo isso pra gente é importante. A Petrobras deveria fazer mais projetos como esse, se fizesse ficaria melhor ainda. Pelo menos nas áreas mais descobertas. Fosse fazendo isso aí, daqui uns dias o solo tava mais preservado e mais vivo do que hoje em dia. Tem muitas áreas descobertas que não tem nada, não tem um pé de árvore nem nada. Se fosse fazendo um projeto assim junto, com a Petrobras patrocinando e ajudando a população, seria muito melhor. PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS Tô muito feliz por ter vindo aqui pro Rio fazer essa entrevista com vocês, por Ismael ter me convocado pra vir com ele. Eu agradeço muito a Ismael [Quirino Trindade], ao pessoal da Petrobras e espero que sempre nós vamos continuando pra frente, né? Continuar fazendo o Projeto pra fazer plantio de agroflorestais, que nem a gente tá fazendo. Muito obrigado.
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