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História
Personagem: Dione dos Santos
Por: Museu da Pessoa,

Do tráfico para a Igreja

Esta história contém:

Do tráfico para a Igreja

Vídeo

A minha infância foi muito boa, porque o meu pai e minha mãe me trataram como um príncipe, por ser a primeira criança dentro da família. Meu pai era comerciante, e ele me dava de tudo. Era evangélico, um ministro da casa de Deus. Minha mãe também. E nascemos dentro de um berço evangélico. Quando a minha mãe começou a me gerar, ela teve complicações, quase abortou porque foi uma gravidez de risco. E meu pai falou: “Se essa criança nascer saudável, ainda mais um homem, nós vamos consagrar e ensinar que todo percurso da vida dela tem que ser na presença de Deus”. E havia um filme americano que o Johnny era um guerreiro, lutava por aquilo que ele queria, e meu pai ficou muito impactado: “Esse camarada é tudo que eu quero que o meu filho seja”, e colocou o meu nome de Johnny, mas quando ele foi registrar não podia colocar nome americanizado, estrangeiro.

Então a pronúncia sai Johnny, mas por escrito colocaram Dione. A minha infância foi na Vila Aliança, Bangu, uma comunidade aonde as pessoas vieram de várias partes do Rio de Janeiro na década 60 e 70. As pessoas estavam sendo imigradas de algumas comunidades pra lá. Minha mãe veio de Ramos, que eles estavam fazendo alguma urbanização e algumas casas foram demolidas, e imigraram. Eram umas casas precariazinhas, feitas pra mudança rápida, de baixa renda. Era um lugar pacato, que você não via droga, traficante, que fazia o bem estar de quem crescia ali.No início a minha família era bastante carente, mas quando meu pai casou com a minha mãe, ele trabalhava numa gráfica e era um homem que sabia desenvolver tudo que vinha na sua mão.

Ele foi trabalhar como HP, homem porta, dessas pessoas que ficam na porta chamando os clientes pra loja. Ele trabalhou como HP ao ponto de se desenvolver tanto que passou a ser vendedor. De vendedor o patrão chamou e propôs uma sociedade. Dali ele começou a desenvolver e montou um comércio dentro da comunidade, um bazar da...

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Dados de acervo

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P/1 – Boa tarde, Pastor Dione, eu primeiramente gostaria de agradecer a aceitação do convite pra participar desse depoimento que é uma realização do Museu da Pessoa com a Rede Globo.

R – Boa tarde, Paula, pra mim é um prazer imenso.

P/1 – Eu gostaria então de começar o nosso depoimento pedindo que nos diga o seu nome completo, o local e a data de nascimento, por favor.

R – O nome todo é Dione dos Santos, nasci 1 de junho de 1973 no Rio de Janeiro.

P/1 – Seus pais, o nome completo e a origem, por favor.

R – Everaldo, o nome do meu pai é Everaldo Amaro dos Santos e minha mãe é Francisca Ferreira dos Santos, o meu pai é da região de Campos e minha mãe é da região Ceará.

P/1 – Você conhece um pouquinho da história dos seus avós?

R – Bom, a história dos meus avós eu conheço pouco, da parte do meu pai o nome da minha avó é, se chama Ducelina, né, e casada com o Manuel José Pinto e trabalhavam na roça, trabalhavam nos canaviais lá pro lado de Campos, né, e que a qual o meu avó veio a falecer também porque ele tinha uma profissão de pescador, morreu no mar e minha avó faleceu por velhice mesmo e da parte da minha mãe Vitorino era o nome do meu avô e da minha avó era Adocina, né, e minha avó morreu de velhice e meu avô da parte do meu pai morreu por uma doença, um derrame que ele teve, né, então hoje eu não tenho mais avós.

P/1 – Você conheceu e conviveu?

R – Bom, conhecer eu conheci e convivi, mas os meus avós quando morreram eu era criança ainda, eu tinha o quê? Uns oito anos de idade quando eu perdi totalmente os meus avós, né, mas eu tenho a lembrança, né, de todos eles.

P/1 – Alguma lembrança especial que tenha lhe marcado como memória de avós?

R – Eu me lembro que uma certa vez eu, da parte do meu avô da parte da minha mãe, eu estava brincando no quintal dele e eu queria, tinha um pé de Jamelão e eu queria comer um Jamelão, né, e ali ele falou assim: “Você quer comer...

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