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História
Por: Museu da Pessoa, 4 de setembro de 2019

Do direito ao jornalismo

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Lembrança dos pais

Meu pai era bancário. Ele veio do interior de Minas, do Sul de Minas, cidade de Passos, e ele veio para cá mocinho, sem eira nem beira, com 20 moedas no bolso daquele tempo, que eu não sei o que era, real, cruzeiro ou sei lá o quê. E o primeiro trabalho dele foi ser lavador de escada na estação da Sorocabana, que hoje é o auditório da orquestra [Sala São Paulo]. E aí ele foi arrumando empregos, virou informante de banco, trabalhou em banco a vida inteira, trabalhou no Banco Real do Canadá, Royal Bank of Canada, aprendeu inglês, tinha aula com um senhor inglês na Avenida São João. Uma vez ele me levou, era seis horas da manhã a aula. E ele estudou e aprendeu inglês, e foi, e foi indo, foi indo, galgando degraus na carreira. Acabou diretor de uma empresa do Comind, quando o Comind ainda era um banco respeitável. Então a vida inteira dele praticamente foi bancário. Minha mãe era de casa, ela era... minha mãe. Muito do lar.

Escola de jornalismo

Um amigo muito próximo do Mackenzie, meu colega de classe, chamado Carlos Muntovicce, descobriu que a vocação dele era ser publicitário. E, sempre, aos 18, 19 anos, a gente pensa não em ser funcionário de alguém, a gente pensa em abrir uma agência – sem ter clientes, claro. Aí fizemos uma agência chamada Delta Propaganda, registrada, bonitinha, com bloco de fatura e tal, cuja sede era na sala que era o estoque da loja de bolsas que o pai do Carlos tinha na Rua Capitão Salomão, perto da Praça do Correio. Ele tinha uma loja de bolsa, chamada Bolsas Carlos, e o estoque era num prédio trinta metros abaixo, na esquina da avenida, e o Carlos conseguiu convencer o pai não só a esvaziar o estoque e dar aquela sala para a gente usar, mas também a pôr uma extensão do telefone da loja dele – um “gato” – lá para cima para a gente poder usar. Consequência disso, mais tarde, tempos depois, as pessoas ligavam para a Delta Propaganda, atendia...

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Dados de acervo

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Projeto Instituto Vladimir Herzog

Depoimento de Nemércio Nogueira Santos

Entrevistado por Luiz Egypto e Luis Ludmer

São Paulo, 04/09/2019

PCSH_HV801

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Ana Carolina Dias

Revisado por Luiz Egypto

P/1 - Boa tarde Nemércio, muito obrigado por ter aceitado nosso convite. Para registro, queria que você começasse dizendo seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R - Quem agradece sou eu. Boa tarde, boa tarde, meu nome é Nemércio Nogueira Santos, nasci em 5 de junho de 1940 [em São Paulo, SP]. Gloriosos 79 aninhos atrás.

P/1 - Nome dos seus pais, por favor.

R - Antônio e Iva Nogueira Santos.

P/1 - O que fazia o seu pai?

R - Meu pai era bancário. Ele na verdade veio do interior de Minas, do Sul de Minas, cidade de Passos, e ele veio para cá mocinho, sem eira nem beira, com 20 moedas no bolso daquele tempo, que eu não sei o que era, real, cruzeiro ou sei lá o quê. E o primeiro trabalho dele foi ser lavador de escada na estação da Sorocabana, que hoje é o auditório da orquestra [Sala São Paulo]. E aí ele foi arrumando empregos, virou informante de banco, trabalhou em banco a vida inteira, trabalhou no Banco Real do Canadá, Royal Bank of Canada, aprendeu inglês, tinha aula com um senhor inglês na Avenida São João. Uma vez ele me levou, era seis horas da manhã a aula. E ele estudou e aprendeu inglês, e foi, e foi indo, foi indo, galgando degraus na carreira. Acabou diretor de uma empresa do Comind, quando o Comind ainda era um banco respeitável. Então a vida inteira dele praticamente foi bancário.

P/1 - Sua mãe?

R - Minha mãe era de casa, ela era... minha mãe.

P/1 - Do lar?

R - Do lar, é. Muito do lar.

P/1 - Você conheceu seus avós?

R - Conheci. Dos dois lados.

P/1 - Você lembra o nome deles?

R - Os pais da minha mãe eram Augusto Pericinoto e Otília – ela tinha um nome, Otília Maria não sei o quê, como os italianos tinham, os europeus; tinha vários nomes –...

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