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Personagem: Cézar Rocha Camargo
Por: Museu da Pessoa, 14 de novembro de 2013

Descobrindo um pai interno

Esta história contém:

Descobrindo um pai interno

O meu pai, ele era um gerente da Singer, era uma máquina de costura. Ele era viajante da Singer foi na ocasião que ele conheceu minha mãe lá no interior, e depois o último contato que ele teve na Singer, trabalhava na filial da Singer na Mooca. Eu nasci em São Paulo e eu morei só com minha mãe, que meu pai não estava mais com a gente. Foi numa pensão. Aí a sua mãe saiu de Mirassol e veio pra São Paulo. Você imagina em 1940, uma mãe solteira era considerada uma prostituta então na realidade eu diria que foi uma fuga pra minimizar o impacto, vamos dizer, sobre os pais dela eu suponho. Ela ia vender de porta em porta uma farinha, que era um tipo de um leite em pó, alguma coisa assim, mas não era exatamente um leite em pó. Então ela saía com aqueles coisa, eu, me levava e ela ia batendo de porta em porta oferecendo. Então eu, vamos dizer, vivenciei assim, muita coisa assim, em termos de pessoas que te atendiam bem mesmo sem comprar, e outras que não te atendiam isso ficou muito marcado, tanto que hoje qualquer pessoa que bate na minha porta eu atendo. Nós mudamos pra Araraquara, que em Araraquara tinha dois tios meus que ambos trabalhavam na Estrada de Ferro Araraquara, então eles que deram todo apoio pra essa mudança eles viram casa, tudo pros meus avós, meus avós e eu. E ali eu passei, vamos dizer, eu vivi o período mais marcante pra mim da infância, que foi dos nove aos 14 anos. De manhã tomava café, atravessava a rua, estava na escola, na volta almoçava, aí ia pro campinho esperar chegar alguém com uma bola e jogava bola a tarde inteira, até de noite, e meu vô fazia eu tomar banho no escuro. E depois da janta a gente ouvia a novela no rádio era o Direito de Nascer e até que tinha um senhor, o Senhor Barone, que tinha uma chácara, que ele vinha da casa dele toda noite pra ouvir com a gente o Direito de Nascer. Depois quando nós viemos pra cá aí eu arrumei um trabalho, a gente morava na Rua do Carmo, eu arrumei um trabalho...

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Dados de acervo

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P/1 – Senhor Cesar, você pode começar falando o seu nome, o local e data de nascimento?

R – Eu nasci em São Paulo, dia cinco de março de 1940.

P/1 – Seus pais são de São Paulo?

R – É, a minha mãe e o meu pai, eles são de São Paulo, mas eles se conheceram até antes eles moraram, a minha mãe morou em Mirassol, conheceu o meu pai lá em Mirassol.

P/1 – Mas os dois nasceram na cidade de São Paulo, não?

R – Não, não, o meu pai era português a minha mãe nasceu em São Paulo.

P/1 – E o seu pai?

R – Nasceu em Portugal.

P/1 – Então vamos um pouquinho pra família do seu pai, depois a gente pega a da sua mãe. Você sabe com quantos anos teu pai veio pra São Paulo?

R – Não, não sei, porque, talvez possa ajudar, na realidade eu sou fruto de um, vamos dizer, uma aventura do meu pai, ele já era casado, ele teve relação com a minha mãe e eu nasci, então eu não tenho praticamente nenhuma, muita informação.

P/1 – Você não chegou a conviver com ele?

R – Não, assim, nunca, assim, a presença dele no dia a dia não.

P/1 – Mas você tinha encontros com ele, ele te assumiu?

R – É, até um dado momento tive tive encontros com ele, até o momento que a minha mãe ficou preocupada dele eventualmente me levar, entendeu, então ela procurou fugir dele, até convocou um advogado pra, me registrou direitinho, só em nome dela. Eu só vim a ter um contato assim com ele, mas já como adulto, pois que quando eu me casei ele, vamos dizer, fui levar minha esposa lá pra ele conhecer, e aí ele tinha visitas periódicas, ele vinha em casa, levava presente pros meus filhos. No final, vamos dizer assim, da vida dele a gente se reaproximou mas nunca tive, assim, um contato com a mulher dele, que ele era casado a mulher dele tinha um filho do primeiro casamento. Então ele, vamos dizer, assim, a presença dele pra mim, assim, eu tenho uma imagem muito antiga mesmo na minha mente, que é uma ocasião que a gente estava numa...

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