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Personagem: Suzi Soares
Por: Museu da Pessoa,

Das salas de aula às caminhadas na América Latina

Esta história contém:

Das salas de aula às caminhadas na América Latina

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O meu nome é Suzi Soares e eu brincava muito de escolinha também, no quintal de casa. A gente montava a escolinha e eu falava que eu era professora e eu gostava muito de brincar disso. Depois gostei muito de ler, lia muito. Naquela época não tinha muito acesso a livros em casa, bibliotecas também não tinha no bairro, mas a minha mãe... eu não sei, lá em casa sempre apareceram livros e eu lia. Meu pai falava: “Você não cansa de ler? Você acabou de comer, você está lendo”. Meu avô falava assim: “Menina, não pode fazer isso porque acabou de comer, garrolê, morreu” e eu falava: “Garrolê, o que será que é garrolê?” Depois de muito tempo que eu fui entender que era agarrou a ler e morreu. Que ele dizia que não podia ler depois que comesse porque fazia mal. Então ele falava: “Acabou de comer, garrolê, morreu”. Mas eu achava que garrolê era uma palavra, né? E depois que eu fui entender que era agarrou a ler e morreu, né? Porque eu estava sempre lendo

Meu pai, ele trabalhava em prédios, sempre, assim, de segurança ou porteiro. Ele até conta que ele foi porteiro em um prédio onde morou o Tim Maia. E ele disse que ele sempre estava emprestando dinheiro para o Tim Maia , que estava sempre duro. E aí eu lembro que depois, na casa da minha mãe, tinha uma fôrma de bolo que tinha sido do Tim Maia, mas não sei mais onde está essa forma de bolo.

Eu virei professora, por exemplo, eu estava na sala de aula e eu via um aluno tratando o outro com racismo. Eu falava: “O quê? Para tudo” e falava: “Agora vai parar as lições de inglês e agora são lições de vida”. Eu começava a falar sobre o racismo. Ou falar sobre o bullying. Ou falar sobre várias outras questões. Muitas vezes eu fiquei a aula inteira falando sobre outras questões... Ou alunos que chegavam chorando porque: “Professora, ontem eu pensei em me matar”. Eu falei:...

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PCSH _HV745_Suzi_Soares

Projeto: Conte Sua História

Depoimento de Suzi Soares, entrevistada por Jonas Samaúma

e Pilar Lopes de Azevedo

Transcrito por: Pilar Lopes de Azevedo

Revisão e tratamento: Jonas Samaúma

Dia: 11 de março de 2019

Entrevista para o “Conte sua História”

Realização: Museu da Pessoa

P/1 - Primeiro agradecer você. Queria que você, se possível, fechasse os olhos, respirasse profundamente, imaginando que toda a trajetória que você já viveu, todos os acontecimentos venham da maneira mais fluida, mais livre e mais natural. Então, bom dia, Suzi!

R – Bom dia!

P/1 – Bem vinda ao Museu! Queria que você começasse dizendo o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – O meu nome é Suzi De Aguiar Soares. Eu nasci em Taboão da Serra, São Paulo, no dia 9 de julho de 1966.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – A minha mãe é Augusta Pereira Soares, que agora é Pereira Lourenço, porque ela se separou do meu pai e meu pai é José de Aguiar Soares.

P/1 – E o que você sabe, assim, da história deles?

R – Bom, minha mãe nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Registro, Vale do Ribeira, trabalhou na colheita do chá e morava em sítio e, quando moça, ela veio pra São Paulo, pra trabalhar. E o meu pai é de Minas Gerais, da cidade de Dom Joaquim, norte de Minas. Ele veio também para São Paulo pra trabalhar com os irmãos e depois veio meu avô, que é pai do meu pai, teve 15 filhos, estão todos vivos até hoje. Meu pai tem 83 anos. Ele e minha mãe se conheceram... eles trabalhavam acho que no mesmo lugar. Meu padrinho era advogado, minha mãe trabalhava na casa deles e meu pai também era motorista ou alguma coisa assim e eles se conheceram lá. E, quando eu nasci, esses que no caso eram os patrões viraram meus padrinhos. Uma família italiana. Graziela e Zezinho. E aí eles moraram no quintal da casa do meu avô, ali no Monte Kemel, quando nós éramos crianças. Então éramos eu, a...

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