Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
História
Por: , 1 de setembro de 2020

Cuidar com cultura e arte

Esta história contém:

Cuidar com cultura e arte

Vídeo

Nessa época eu queria ser assim… Se você chegasse e perguntasse para mim, "Adriana, o que você quer ser quando crescer?", eu falava assim, "ah, eu quero ser uma grande desenhista". Minha mãe ficava doida comigo, "o que é isso, menina? Isso não dá dinheiro, não coloca arroz e feijão na mesa. Desenho? Que desenho, Adriana? Desce, tira essa cabeça da nuvem", "ah mãe, quando crescer eu quero desenhar, quero ser desenhista". O meu sonho era entrar no Museu de Artes e Ofícios, no Senai e tecnologia… Eu queria fazer desenho, não importava, queria fazer desenho. Eu fiquei sabendo que a professora que eu mais amava faleceu. Eu falei assim, "nossa, quando eu crescer, quero ser assim também, desse jeito". Ela era professora de leitura, da sala de leitura. Fomos até a biblioteca, a professora chegou e falou assim, "olha gente, vocês vão sair da sala em silêncio, vão formar a fila para ir lá para biblioteca", "biblioteca?", eu nunca tinha ido a uma biblioteca na minha vida. E fomos. Chegando lá, era aquele lugar calmo, com várias mesas. Eu lembro daqueles livros na parede e aquela mulher com cabelo meio vermelho, branquinha assim, com a voz suave. Ela falava assim, "gente, nós vamos ler um livro" e começava a contar histórias. Quando ela contava histórias, era incrível, era como se eu entrasse na história mesmo. E ela me apresentou aos livros dos contos, Monteiro Lobato, a tantas coisas bonitas do nosso país. E ela também, além de ser uma professora de biblioteca, sabe o que ela fazia? Ela cantava, cantava sobre o livro e falava muitas coisas sobre o livro, de como o livro é bom para nós, e que os livros nos levam para longe. Eu via aquela professora e toda vez que eu ia naquela biblioteca, era uma maravilha, o clima de lá já era gostoso, aquele geladinho, uma coisa tão gostosa e aquele lugar calmo. E ela cantava uma música… Eu lembro da primeira música que ela cantou. Eu gostei, eu gostei, eu me encantei também...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

P/1 – Oi Adriana, tudo bem?

R – Tudo bem.

P/1 – Você poderia, por favor, começar falando seu nome completo, sua idade e o local onde você nasceu?

R – Meu nome completo e minha idade… Meu nome completo é Adriana Vilela Campos Reis, eu tenho 46 anos e moro em São Paulo, em um bairro da zona norte.

P/1 – E você sabe a origem da sua família, de onde sua família veio?

R – Sei. A origem da minha família… No caso, somos de uma descendência de italianos, portugueses e escravos (risos). Uma saladinha.

P/1 – Você sabe alguma história da origem deles?

R – Sei, sei sim (risos). Tem uma história assim… A história que eu sei é que a minha avó italiana viu o meu avô… Ela italianona, com aqueles olhos azuis (risos), viu aquele… É até engraçado, eu fico só dando risada com a minha mãe contando para nós, "aquele negão zulu" (risos). E o que aconteceu? Foi amor à primeira vista. Ela com aqueles olhões azuis, gostou dele de cara (risos). Os dois se casaram e dessa união, começou, vamos falar assim, a família Soares Vilela. E do meu pai, ele é do interior, do norte de Minas, de Anaúba, ou seja, Espinoza. Ele veio para São Paulo quando já era rapaz, depois das guerras. Filho de seu Ronaldo Xavier. O seu Ronaldo Xavier trabalhava em uma casa em uma fazenda de Alambique, onde faziam bebidas e tudo mais. Meu pai foi criado por um padrinho dele, ele foi um pouco distante, aquela coisa do distanciamento. Ele teve a criação bem assim, fechada. Meus pais não são muito de falar, eles não eram muito de falar algumas coisas para nós, mas porque tinha muito aquela coisa do tradicionalismo, do respeito, do olho no olho. Aquela coisa da mãe olhar assim para você com aquele olhar 43 (risos), e isso era uma coisa muito forte na criação dela e na criação dele.

P/1 – Como que era o nome dos seus pais?

R – O nome do meu pai era Manoel Xavier Campos, o nome da minha mãe é Maria Conceição Vilela. Seria Soares...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.