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Personagem: Aníbal Lopes
Por: Museu da Pessoa, 17 de agosto de 2013

Construindo a casa própria

Esta história contém:

Construindo a casa própria

Meu pai trabalhava com pedras, canteiro. Aquelas pedras de rua, calçada. Mamãe era doméstica. Eu morava em casa de fazenda, aquelas filas de casas nas fazendas. Plantava pra comer e colhia café. Quando comecei ir na roça tinha mais ou menos uns dez anos, foi lá em Birigui, fazer plantação, colher café, arroz, plantar feijão. Meu pai trabalhava de podar café pro dono da fazenda, seu Nicolau. Brincava também. Festa junina, fazia fogueira e a gente visitava, tinha uns tios lá que soltavam rojão. Nossa, eu tinha uns primos que eram animados, aqueles foguetinhos, bomba. Eu não era muito entusiasmado assim, não, mas a gente visitava, quase todos faziam fogueira, ia descendo a colônia. Aí eu tinha 13 anos, eu fazia carrinhos. Pegava essa lata de marmelada, naquele tempo tinha aquela lata de marmelada retangular, mais ou menos 15 por 20, pegava carretel, cortava no meio assim e pegava uma varetinha e fazia o eixo e colocava assim. Furava na latinha, colocava os eixos aqui, e era o carrinho. Comecei a trabalhar com 13 anos lá na cidade. Ia e voltava, não ficava, porque era perto a cidade. Comecei a trabalhar de marceneiro. Meu pai veio em 37, eu fiquei um ano na marcenaria na casa de uma irmã lá, fiquei um ano lá na casa dela até 38. E lá eu estudei com um professor à noite pra ter mais um esclarecimento, aí eu aprendi bem as quatro operações, mas não lia muito. Mas não tive diploma não. Naquele tempo era, nossa, tão bom! Eu pegava o bonde. Depois eu mudei de marcenaria, fui pra Canindé, já ouviu falar no Canindé? É lá pro lado onde o São Paulo tinha o campo, tem a Portuguesa. Eu ia de bonde. Agora aí na Rua Diana eu fiquei de 38 até 40... fiquei uns três anos. Ali eu pratiquei bem, fiz ferramentas, essas coisinhas todas, tinha que comprar uma ferramenta e comecei já a fazer cadeira, essas coisas. E me aperfeiçoei um pouco Eu comecei a fazer móveis, eu ia tirar na tora. A gente ia na serraria, escolhia a tora e...

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Dados de acervo

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~P/1 – Seu Aníbal, boa tarde

R – Boa tarde

P/1 – Queria agradecer, em nome do Museu da Pessoa, do senhor estar aqui hoje com a gente, muito obrigada. Eu queria começar fazendo uma pergunta muito simples: Qual o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento?

R – Aníbal Lopes, nascimento dez de junho de 1922

P/1 – Onde o senhor nasceu?

R – É um patrimônio, chama-se Restinga

P/1 – Na cidade?

R – De Franca

P/1 – Interior de São Paulo?

R – Interior de São Paulo

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – Miguel Lopes Sales

P/1 – E da sua mãe?

R – Maria Floriano Molina

P/1 – E dos seus avós, você se lembra o nome?

R – Ah minha filha, não lembro

P/1 – Não lembra. O que os seus pais faziam?

R – Ele trabalhava com pedras, canteiro. Aquelas pedras de rua, calçada

P/1 – Pavimentação?

R – Pavimentação, paredes

P/1 – E a sua mãe?

R – Mamãe era doméstica

P/1 – E o senhor cresceu em Franca?

R – Saí de lá com oito anos

P/1 – Me conta um pouquinho o que o senhor lembra da história dos seus pais, como eles se conheceram?

R – Olha, meu pai, a gente até conversava com ele, falava em castelhano com ele, mas não tive muita intimidade de saber dos meus avós. Só via fotografia dos meus avós, mas não conheci

P/1 – O seu pai nasceu onde?

R – Na Espanha, Almeria

P/1 – E ele veio pro Brasil em que época? Mais ou menos, não precisa ser exato

R – Ele veio pra Argentina primeiro

P/1 – Ah, ele veio pra Argentina. Por que ele veio, o senhor sabe?

R – Não sei. Eu acho que naquele tempo tinha o café, depois ele teve dois filhos, dois espanhóis; veio pra Argentina, teve dois argentinos e depois ele veio aqui pro Brasil. Na Argentina, o meu irmão mais velho, o José, era de 1903, parece. É. E minha irmã não me lembro. O meu irmão depois, o primeiro argentino, 1915 e o segundo 1916. Aí, veio aqui pro Brasil

P/1 – E depois da Argentina, o senhor lembra em que cidade...

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