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Personagem: Gina Labate Erriquez
Por: Museu da Pessoa, 8 de abril de 2016

Com a proteção de São Vito

Esta história contém:

Com a proteção de São Vito

Vídeo

Meu pai era verdureiro, trabalhava com carrinho na rua. Nunca faltou nada em casa, graças a Deus a gente ajudava também nas compras, na arrumação do carrinho. E quando terminava ele punha nós no carrinho e levava numa garagem. E o nosso prazer era esse, sentar no carrinho e nos acompanhar numa garagem. Todo dia. Ele andava no bairro vendendo a verdura. Nessa época as verduras vinham em maços enormes. Eles juntavam três, quatro verdureiros e eles mesmos tinham que separar e fazer os macinhos e vender. Não era como agora que você já compra tudo pronto. Na época não, eles tinham que fazer. Aí eles vinham, meu pai rodava pela Benjamim, pela Santa Rosa, pela Alfândega, pela Assunção, cada um tinha seu ponto. Depois que terminava de servir essa freguesia parava na porta de casa, aí quem não estava na casa vinha lá comprar. Era frutas, elas às vezes estragavam um pedaço, tirava manga pra cá. O palmito vinha comprido como vem nativo, não era como agora que você só compra palmito nos vidros, na época não. Então ele vendia, quando ele não conseguia vender ele cortava ele todinho, tirava aquelas cascas e a gente fervia com limão e comia. Era uma delícia. Agora palmito não tem mais gosto. Era muito bom. E eu ajudava. Eu sempre fui danada, esperta, moleca. Eu ajudava em tudo, carregava caixa. Porque à noite tinha que tirar o que sobrava, então na minha casa tinha uns degraus e nós empilhávamos tudo atrás da porta pro dia seguinte, quando ele encostasse lá, pegar novamente. E assim era a nossa vida. Íamos comprar e vender no mercado. Tinha o mercadinho da verdura, Mercadão grande, e tinha essa praça que vendia verdura pros verdureiros. Era uma praça que era tudo no chão. No Brás. Lá perto do Mercadão. Tinha uma praça grande e a gente ia, eu gostava de ir. O meu tio tinha banca no Mercado. Ele vendia laranja e abacaxi. Quando não saía ele ligava, a casa da minha tia tinha telefone, na minha não, meu tio estava um pouco...

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Dados de acervo

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P/1 – Dona Gina, obrigada pelo tempo, pela disposição.

R – Nada, imagina, tenho prazer em poder servi-lo. A hora que você quiser estamos às ordens.

P/1 – Tá certo. Você fala pra mim o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Meu nome é Gina Labate Erriquez. Nove de julho de 1931. O endereço?

P/1 – Onde a senhora nasceu.

R – Rua Agostinho Gomes, 984, apartamento 31/34, Ipiranga.

P/1 – Esse é o que a senhora mora hoje.

R – Moro hoje. Há 12 anos. Porque eu nasci aqui nessa rua, me criei nessa rua, senti quando eu fui embora porque eu amo o Brás, mas tem que crescer. Os filhos crescer, então a gente tem que acompanhar.

P/1 – A senhora nasceu na Fernandes Silva então.

R – Na Fernandes Silva, num cortiço. Muito bom.

P/1 – Como era esse cortiço?

R – O cortiço era maravilhoso, tive uma infância dentro desse cortiço. Não é como os que você vê agora, sujos, não. Era um quintal grande e toda a volta eram os quartos. A cozinha era coletiva, o banheiro e pra lavar roupa também, era tudo coletivo, tinha que estar disponível no momento que você não queria, é que você tinha que esperar, cada um esperava sua vez. Mas foi muito bom, gente muito boa, eu me criei lá e depois saí desse cortiço e fui pra outro, também muito bom. Aquele era só um quarto, fui para um com dois quartos, mas também banheiro coletivo. Mas olha, uma infância nota mil.

P/1 – Ah, é?

R – Meu pai era verdureiro, trabalhava com carrinho na rua. Nunca faltou nada em casa, graças a Deus a gente ajudava também nas compras, na arrumação do carrinho. E quando terminava ele punha nós no carrinho e levava numa garagem. E o nosso prazer era esse, sentar no carrinho e nos acompanhar numa garagem. Todo dia.

CORTE NO ÁUDIO

P/1 – Já que você está falando do seu pai, fala pra mim o nome dele e onde ele nasceu.

R – O meu pai, Francisco Labate. Nasceu na Itália, Polignano a Mare.

P/1 – Ah, polianês.

R – Ele é nato de...

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