Quando eu tinha seis anos de idade... Lembro daquele Natal maravilhoso, que com muita ansiedade ganhei a minha primeira bicicleta. Era linda, cor de rosa com cestinha e tudo. Não era uma bicicleta qualquer, era, sem dúvida, o veículo mais lindo que uma criança de seis anos poderia ganhar. Ela era enorme, mas tinha um pequeno detalhe: "não tinha rodinhas". E agora? Grande, imensa e muito desafiadora. O mais gostoso é que se eu aprendesse logo a andar eu poderia levar minhas filhas (bonecas) para passear e eu precisava muito, muito e muito aprender.
E assim, logo depois que o Papai Noel chegou, na manhã seguinte estava eu montando a minha hiper super bicicleta, no quintal de casa. Segurei na parede e com as pontinhas do pé me tentava equilibrar. Caia uma, duas, três vezes, enfim, milhões de vezes. O almoço de Natal, o jantar, o dia inteiro passei montada em minha bicicleta, caindo o tempo todo, de um lado da parede do outro e no chão. Os hematomas foram tantos que no final da noite até arnica tive que tomar.
No outro dia, sem trégua, fui de novo ao desafio. Minhas pernas estavam roxas, meu irmão tentava me ajudar, meus pais já nem acreditavam mais, e minhas amiguinhas me seguravam também, quando, de repente, alguém gritou: "Só olhe para fente e não olhe para os pedais". E, então, me equilibrei e consegui! Meus cabelos pareciam que voavam e tive a sensação que iria voar para sempre... Foi uma sensação tão maravilhosa quanto vê-la pela primeira vez.
Adorei esse dia e nunca mais na minha vida vou esquecer e deixar de contar. O dia depois do Natal... O dia em que aprendi andar na minha bicicleta. (História enviada em abril de 2008).