Passeio Carioca: quando eu entendi que a cidade também conta histórias
Meu nome é Renato Bellini e a história do Passeio Carioca começa em 2022, muito antes de existir um aplicativo. Naquele momento, o que existia era uma inquietação: eu caminhava pelo Rio de Janeiro e sentia que a cidade tinha muito mais histórias do que aquelas que costumam aparecer nos roteiros turísticos tradicionais. Prédios, praças, ruas, bares, monumentos — tudo carregava memória, mas quase ninguém percebia.
Foi nesse contexto que o Passeio Carioca começou a tomar forma dentro dos Programas de Pré-Aceleração e de Aceleração de Startups do IBMEC, onde o projeto foi finalista. Ali, em contato com mentores e outros empreendedores, a ideia deixou de ser apenas intuição e passou a ser estruturada como um projeto concreto: transformar o Rio em um museu a céu aberto, acessível pelo celular, ativado pelo caminhar.
Desde o início, eu sabia que esse projeto não poderia ser feito sozinho. Convidei o jornalista de arquitetura Rafael Bokor, que se tornou cofundador do Passeio Carioca, para cuidar da curadoria das histórias. O Rafael trouxe rigor, pesquisa e sensibilidade para transformar edifícios, espaços urbanos e trajetos em narrativas com contexto histórico, social e cultural. A partir daí, o Passeio Carioca passou a ser construído como um encontro entre empreendedorismo, jornalismo, arquitetura e memória urbana.
Ainda em 2022, o projeto recebeu um impulso fundamental: o aporte de investimento da Sérgio Castro Imóveis. Esse apoio foi decisivo para que o Passeio Carioca pudesse sair do campo das ideias e avançar para o desenvolvimento real do aplicativo, estruturando tecnologia, pesquisa e produção de conteúdo com visão de longo prazo.
Em 2023, veio um reconhecimento que teve um peso simbólico enorme para mim. O Passeio Carioca recebeu a chancela da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, sendo reconhecido oficialmente como Ação...
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Passeio Carioca: quando eu entendi que a cidade também conta histórias
Meu nome é Renato Bellini e a história do Passeio Carioca começa em 2022, muito antes de existir um aplicativo. Naquele momento, o que existia era uma inquietação: eu caminhava pelo Rio de Janeiro e sentia que a cidade tinha muito mais histórias do que aquelas que costumam aparecer nos roteiros turísticos tradicionais. Prédios, praças, ruas, bares, monumentos — tudo carregava memória, mas quase ninguém percebia.
Foi nesse contexto que o Passeio Carioca começou a tomar forma dentro dos Programas de Pré-Aceleração e de Aceleração de Startups do IBMEC, onde o projeto foi finalista. Ali, em contato com mentores e outros empreendedores, a ideia deixou de ser apenas intuição e passou a ser estruturada como um projeto concreto: transformar o Rio em um museu a céu aberto, acessível pelo celular, ativado pelo caminhar.
Desde o início, eu sabia que esse projeto não poderia ser feito sozinho. Convidei o jornalista de arquitetura Rafael Bokor, que se tornou cofundador do Passeio Carioca, para cuidar da curadoria das histórias. O Rafael trouxe rigor, pesquisa e sensibilidade para transformar edifícios, espaços urbanos e trajetos em narrativas com contexto histórico, social e cultural. A partir daí, o Passeio Carioca passou a ser construído como um encontro entre empreendedorismo, jornalismo, arquitetura e memória urbana.
Ainda em 2022, o projeto recebeu um impulso fundamental: o aporte de investimento da Sérgio Castro Imóveis. Esse apoio foi decisivo para que o Passeio Carioca pudesse sair do campo das ideias e avançar para o desenvolvimento real do aplicativo, estruturando tecnologia, pesquisa e produção de conteúdo com visão de longo prazo.
Em 2023, veio um reconhecimento que teve um peso simbólico enorme para mim. O Passeio Carioca recebeu a chancela da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, sendo reconhecido oficialmente como Ação Local Cultural. Aquilo confirmou algo que sempre esteve claro desde o começo: o Passeio Carioca não era apenas um produto tecnológico, mas uma ferramenta de valorização da memória, do patrimônio e da identidade da cidade.
O ano de 2024 marcou uma virada importante. O projeto passou a ser reconhecido também no campo do turismo e da inovação. Conquistamos o 2º lugar no Programa INOVATUR, da Secretaria Municipal de Turismo do Rio de Janeiro, em parceria com a FIRJAN. Pouco depois, fomos reconhecidos como TOP 10 em inovação no país, pela 100 Open Startups, na categoria Citytechs. Esses resultados mostraram que era possível unir cultura, cidade e tecnologia de forma consistente.
Nesse período, a imprensa começou a acompanhar mais de perto nossa trajetória. Reportagens passaram a contar a história do Passeio Carioca, a explicar a proposta e a mostrar como o aplicativo convidava moradores e turistas a se tornarem protagonistas da descoberta da cidade. Ver o projeto sendo narrado por outros olhares ajudou a consolidar sua identidade pública.
Em janeiro de 2025, vivemos um dos momentos mais marcantes dessa jornada: o lançamento oficial do aplicativo Passeio Carioca. A partir dali, qualquer pessoa podia acessar o app e experimentar, na prática, aquilo que imaginamos desde o início — caminhar pelo Rio e descobrir histórias escondidas no cotidiano urbano.
O ano de 2025 foi intenso e transformador. Em abril, o Passeio Carioca ganhou destaque no programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, da Rede Globo, levando nossa história para um público nacional. No mesmo mês, fomos expositores convidados pelo SEBRAE, no Web Summit Rio, e pelo IBMEC, no Collab Summit Rio, o que fechava simbolicamente um ciclo: voltar ao ambiente que nos ajudou a nascer, agora como um projeto reconhecido.
Em maio de 2025, participamos do videocast “Vozes Urbanas”, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, discutindo cidade, patrimônio e turismo a pé. Em junho, fui palestrante convidado no Mestrado em Turismo e Inovação da Universidade Federal de Pernambuco, levando o Passeio Carioca para o debate acadêmico e mostrando que ele também podia ser estudado como método e política urbana.
Em julho de 2025, demos um passo importante rumo ao futuro com a aprovação no Edital Hubs 2025 da FAPERJ, com o projeto Passeio 360º Interior. A ideia passou a ser expandir o modelo para outras cidades históricas do estado, criando os Passeios Paraty, Conservatória e Petrópolis, mostrando que o conceito é replicável e escalável.
Em agosto, participamos como expositores convidados do PRODERJ no Rio Innovation Week, ampliando ainda mais o diálogo entre tecnologia e cultura. Em setembro de 2025, alcançamos um dos marcos mais simbólicos da trajetória: firmamos um Acordo de Cooperação com a RIOTUR, que passou a reconhecer o Passeio Carioca como o “roteiro da cidade”. Para mim, esse momento representou a integração definitiva do projeto às políticas públicas de turismo do Rio.
No mesmo mês, participei como palestrante convidado no III Seminário Internacional de Turismo Sustentável, reforçando o alinhamento do Passeio Carioca com temas como sustentabilidade, pertencimento e desenvolvimento territorial responsável. Em outubro de 2025, fomos selecionados para a Maratona de Impacto by Shark Tank / Cria Brasil, reconhecimento que reforçou o potencial de impacto social e cultural do projeto.
O reconhecimento nacional veio pouco depois. Em 4 de dezembro de 2025, o Passeio Carioca conquistou o 3º lugar no Prêmio Nacional do Turismo, na categoria Valorização do Patrimônio Cultural no Turismo, concedido pelo Ministério do Turismo. Esse prêmio coroou uma jornada que começou com uma simples pergunta e se transformou em um projeto reconhecido em todo o país.
Hoje, quando caminho pelo Rio e vejo pessoas usando o aplicativo para descobrir histórias que antes passavam despercebidas, entendo que o Passeio Carioca é mais do que um app. Ele é uma forma de reaprender a cidade, de devolver sentido ao caminhar e de lembrar que toda cidade é feita de memórias — basta alguém criar os meios para que elas voltem a ser ouvidas.
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