As noticias já tomavam conta das redes sociais, as mensagens chegavam a todo momento tanto por pedido de informação, como com pedidos de ajuda para fortalecer as pessoas que moravam nos territórios e já estavam totalmente tomadas pelo sentimento de desespero e dor diante de tamanho descaso. Organizamos um pequeno grupo para a primeira ida e nos deparamos com uma situação caótica, voluntariosos sem EPi , sem informação sobre segurança minima, muito óleo, manchas enormes tomavam conta do litoral nas praias do cabo de santo agostinho e assim o dia inteiro entre óleo, cheiro forte e muita angustia foi o primeiro dia de voluntariado, logo na volta as redes de contato de várias partes do Brasil foram acionadas, passei a articular com diversas organizações para que o máximo de pessoas pudessem saber o que acontecia aqui no estado, organizações passaram acompanhar através dos materiais que eu enviava diariamente das atividades. Com entrevista para organizações como WWF seguimos denunciando tudo que acontecia, organizações como a Atados passaram a ter link para voluntários que tivessem interesse em nos ajudar e assim fomos aumentando nossa rede de apoio e divulgação. Foram dias de muito trabalho sem orientação correta que de fato trouxeram prejuízos iniciais como dores de cabeça, muita tosse seca, falta de ar e tonturas pelo contato direto com o óleo mas continuamos a construir das mais diversas formas possibilidades de diminuir o estrago e o descaso que setores importantes do estado tiveram com o meio ambiente e com as pessoas. hoje ainda estamos trabalhando construindo parcerias e abrindo diálogo em instituições de ensino e pesquisa e participando de audiências públicas para cobrar além de punição justiça e apoio para quem teve sua vida totalmente devastada perdendo seu alimento, seu trabalho e sua dignidade enquanto cidadão.
Óleo na praia
