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História
Por: , 16 de abril de 2014

A vida de Espedita muda quando ela chega ao trabalho

Esta história contém:

A vida de Espedita muda quando ela chega ao trabalho

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Meu nome, Espedita Saldanha dos Santos, nasci em Missão Velha, Ceará em primeiro de fevereiro de 1963. Na minha infância comecei também muito cedo a trabalhar na lavoura. Com oito anos de idade, morava com meus pais, depois minha mãe teve um problema muito sério de doença, a gente ficou com os avós, continuei com meus avós até casar. Continuei trabalhando na roça, não tive muito estudo porque na época não incentivavam as pessoas em ter o estudo que tem hoje, então eu continuei capinando, plantando, fiquei na lavoura. Com minha mãe, aprendi a fazer o frango caipira, polenta, bolo. Os doces não são como os dela, mas eu tento fazer (risos). O doce de banana.

Na colheita do arroz, que era época da lavoura, a gente cantava, que chamava os versinhos. Pra colher o arroz cantando. Ali passava o dia inteiro cantando, a gente cantava pra passar o dia. E não ter tristeza porque às vezes a água dava no joelho, colhendo aquele arroz. O borrachudo picava as pernas. Então minha avó dizia: “Quem canta seus males espanta. Vamos cantar”. Então a gente cantava.

“Ih, nós dançamos muito” “Mas como, que vocês não saíam de casa?” “No terço, lá onde nós íamos rezar, nós íamos dançar” “Ahhh, mas se eu soubesse que vocês não iam, eu não deixava vocês irem num negócio de rezar”. Aí lá namorava, paquerava. Paquerava escondido. Forró de pé de serra

Eu tava noiva por estar mesmo, mas não gostava muito não. Ele passou, eu fiquei olhando, ele me olhou também. Eu falei: “Hum, achei a minha tampa”. Eu falei: “Esse eu não tinha”. Entrou na casa da irmã dele e ficou de olho também, ele viu, trocamos olhares. Achei esse rapaz, casamos, só alegria. Tivemos seis filhos, estamos juntos até hoje. Antonio. Eu tenho duas filhas e quatro filhos.

Estudei só a primeira série, no Mobral eu tinha 12, 13 anos. Aprendi a fazer o nome, conhecer as letras, mas não sei... Tem palavra que eu leio, pequena, mas nem...

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Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 Whirlpool

Depoimento de Espedita Saldanha dos Santos

Entrevistada por Marcia Trezza

Cordeirópolis, 16/04/2014

WHLP_HV008_Espedita Saldanha dos Santos

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Karina Medici Barrella

P/1 – Espedita, nós vamos começar a entrevista. Fala o seu nome completo.

R – Espedita Saldanha dos Santos.

P/1 – Onde você nasceu?

R – Missão Velha, Ceará.

P/1 – Que data você nasceu?

R – Primeiro de fevereiro de 63.

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – José Domingo Saldanha da Silva. A mãe, Rosa Maria da Silva.

P/1 – Seu pai trabalhava em quê?

R – Meu pai era vaqueiro.

P/1 – Vaqueiro!

R – É. Que hoje é Peão, né? Lá no Nordeste chamava vaqueiro.

P/1 – E você lembra como do seu pai?

R – Eu lembro do meu pai, ele trabalhava, tirava o leite das vacas lá na fazenda, amansava cavalo e trabalhava na fazenda pra sustentar a família, né? Que eram dez irmãos, então a atividade dele era tirar o leite das vacas pra sobreviver.

P/1 – As vacas eram de vocês?

R – Não. A gente era meeiro, né? Aqui chama caseiro, lá é meeiro. Então, ele fazia essa atividade, cuidava do gado da fazenda.

P/1 – Vocês moravam nessa fazenda?

R – Morávamos.

P/1 – Como ra sua casa nessa fazenda?

R – Minha casa era de madeira, chama pau a pique, que é feita de barro com as varinhas. Minha casa era essa, o chão era de terra batida, não tinha piso que nem tem hoje azulejo, era chão batido.

P/1 – E vocês ficavam fazendo o quê na casa? Como que vocês ocupavam essa casa?

R – Era tudo simples, não tinha os móveis que têm hoje. Era cadeirinha de madeira, tamborete que falava. Na minha infância comecei também muito cedo a trabalhar na lavoura.

P/1 – Na lavoura?

R – Com oito anos de idade, morava com meus pais. Fiquei um tempo com meus pais, depois minha mãe teve um problema muito sério de doença, a gente ficou com os avós. Ficamos...

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