Meu nome é Renata de Castro Pante, hoje é dia 24/07/2020, segundo dia da minha jornada.Quando eu era pequena, gostava de brincar com as ferramentas do meu pai enquanto ele fazia reformas pela casa. Em especial me chamava atenção uma trena do meu avô, ele era pedreiro e várias de suas ferramentas foram herdadas pelo meu pai.A trena era um pequeno cilindro encapado de um couro verde e uma fita de metal que eu gostava de brincar de puxar e depois ver ela se enrolando rapidamente de volta pra dentro do cilindro. De tanto puxar, eu estraguei esse mecanismo da trena. Meu pai ficou muito bravo comigo, pois a trena era para ele também uma lembrança do pai dele. Depois desse dia o objeto foi tirado de circulação e eu quase nunca mais o vi.Muitos anos depois, quando eu já era maior, com uns 12 anos, meu pai me chamou para mostrar uma outra ferramenta do meu avô, uma ferramenta de marcenaria, que por sua vez, meu pai quando era pequeno também gostava de ficar ao lado do meu avô brincando com essa ferramenta, que também acabou se quebrando com as mãos pouco hábeis do meu pai criança.Ele me contou que quando quebrou a ferramenta, meu avô automaticamente lhe deu de presente e que essa era uma lembrança muito boa para ele. Nesse momento, ele pegou a velha trena verde e me deu, disse que eu a guardasse.Desde esse dia eu guardo essa trena com todo carinho em uma latinha no meu armário. Ela me recorda do meu pai, me recorda da minha infância e sempre me faz pensar o quanto esses momentos ao lado do meu pai trabalhando fizeram com que eu escolhesse ser arquiteta.De tempos em tempos, sempre abro a latinha para dar uma puxada na fita da trena, ela nunca volta como antes.
História