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Por: Museu da Pessoa,

A mulher que sempre fui

Esta história contém:

A mulher que sempre fui

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Eu vivi muito nesse mundo do fictício, da fantasia, esse mundo da fantasia, de ler sobre a Cinderela, ler sobre o Gato de Botas, sabe essa coisa? Eu vivi muito isso. É engraçado porque isso se deu desde pequenininha, geralmente, aí que vem a minha questão de identidade de gênero, ela já estava formada ali, enquanto era uma criança, totalmente inocente, sem nenhum saber de identidade de gênero, imagina! Não sabia nem do que se tratava. Indo para esse ponto, por esses caminhos da brincadeira ali, que era já, então, na época, falavam: “brincadeiras mais femininas”, “brincadeiras de meninas”. O que eu mais queria era brincar de boneca, mas também, como eu pediria uma boneca? Então fazia de folha de papel almaço, fazia bolinha e montava a minha própria boneca, sabe umas coisas, assim?

Eu acho que, na minha época, a gente vivia muito nessa questão desse mundo totalmente estruturado entre homem e mulher. Era tudo muito: “Você é homem, você tem que jogar futebol, você tem que não sei o que, não sei o quê”. Minha avó e meu avô sempre notaram uma fragilidade em mim por essas questões, eu não gostava, eu odiava, imagina! Eu odiava essas coisas, eu odiava esportes desde que eu entrei no parquinho, eu tinha quatro anos, quatro anos.

Todo mundo ia brincar, pular, correr, eu não, eu ficava quietinha, sabe? No joguinho ali no parquinho. A professora chamava a minha avó lá, para falar com ela, porque elas ficavam preocupadas: “Por que ele não brinca?”.

Eu não gostava, eu não gostava, eu ficava muito quietinha, sabe aquela coisa? Uma lady, uma lady, eu não sujava a minha roupa, todo mundo voltava para casa com os cabelos no barro, eu estava impecável com a minha bolsinha. Eu gostava era de ficar com as meninas, do papo das meninas, sabe essa história toda? E isso foi muito notado, desde muito pequenininha.

Eu falava: “Eu não gosto. Eu não gosto”. Tanto que eles me...

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Projeto Conte Sua História

Depoimento de Paola Valentina Xavier

Entrevistada por Rosana Miziara

PCSH _ HV851

Em 04 de junho de 2020

Transcrito por Fernanda Regina

R – É o Museu que eu mais adoro, que eu mais admiro, que eu mais tenho afeto, sabe? Tudo que vocês já fizeram até agora. Então, para mim é muito especial, de verdade.

P/1 – Nossa, para a gente é um carinho, assim, convidamos com muito, muito carinho, temos muito, muito afeto por você. E eu acho que as nossas duas instituições têm uma sinergia, identidade total.

R – Total, total. A gente é um museu de transformação, a gente é um museu social e a gente, né? E vocês, inclusive, por não ter esse espaço físico, tal, como os demais museus, todos estruturados ba ba ba. Então é isso, sabe? O social é aqui embaixo, pega muito mais embaixo do que em cima. Então tem todo esse ditado, essa construção que a gente vem fazendo, isso é maravilhoso.

P/1 – Bom, Pa, como eu estava falando, a gente vai fazer um mergulho na sua história de vida.

R – Ótimo.

P/1 – Eu vou perguntando, eu vou conduzindo. É claro que a memória quando você vê, você começa falar uma coisa, você já está lá embaixo, é super normal, você fica super à vontade, se você precisar fazer alguma pausa, você dá um toque.

R – Claro, claro.

P/1 – Vamos viajar juntas, assim.

R – Vamos, vamos viajar juntas, porque você... Deixa eu só desenrolar aqui o fonezinho.

P/1 – Eu vou perguntar desde priscas eras até hoje no Covid (risos). Até pós Covid, pós Covid vai ser uma loucura.

R – Pós Covid é festa, pós Covid é festa, é sagitariana, é evolução (risos). Maravilhosa! Não, meu amor, o que você quiser, pode perguntar o que você quiser, eu você sabe que não tenho problema com nada.

P/1 – Paola, vamos fazer um exercício, fechar um pouquinho o olho e voltar, tentar voltar para as suas imagens mais antigas que você lembra da sua infância, da sua história de vida, que...

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