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Personagem: Jucileide Macedo Dias
Por: Museu da Pessoa,

A menina da quebrada

Esta história contém:

A menina da quebrada

Vídeo

[Onde eu morava] não tinha asfalto, tinha muita violência na rua, ali nos anos 80, 90, pensando que a gente está no território distrito Jardim Ângela, que foi um dos lugares mais violentos do mundo na época.

Eu saí de casa com 21 anos, quando eu comecei a trabalhar. Eu comecei a trabalhar muito cedo, lá em casa a gente era assim, dava 15 anos e a gente já tinha que trabalhar para ajudar em casa.

Foi difícil crescer nesse ambiente, nós tínhamos muito essa questão de não ficar até tarde, assim, a gente tinha uma liberdade, mas também não podia exagerar. Eu lembro de algumas fases assim, onde, para nós crianças, a brincadeira, às vezes, era ir ver corpos. O cara foi morto ali, nós íamos lá, escondido das mães porque as mães não deixavam, ver alguém que foi baleado em tal lugar. Tem um campinho perto da casa da minha mãe onde teve uma manhã que amanheceu dois mortos, né? Aí o pessoal começou a brincar falando que eram os goleiros do time que foram assassinados ali.

[Na adolescência], uma amiga me indicou um curso chamado Camping, que é tipo um menor aprendiz hoje, onde você aprende lá, eu aprendi a passar fax, gente, fax, nem existe mais! Mas, enfim, passar fax, tirar xerox, atender telefone.

Então eu comecei a fazer algumas entrevistas e não passava nas entrevistas, a minha mãe perguntava: “Você deve estar falando alguma coisa nessas entrevistas que você não passa” como ela já me conhecia por eu ser uma pessoa bocuda, respondona, questionadora, ela achava que eu me comportava mal nas entrevistas. Até que eu fui chamada para uma entrevista de uma empresa multinacional francesa. Era engraçado, porque no curso a pessoa falava: “Ah, leva um livro para se mostrar intelectual”. Eu levei um livro que acho que eu nunca nem tinha lido, que era esses livros de vestibular, acho que era José de Alencar, não sei, um livro muito chato, que eu nunca li. Na entrevista, a pessoa falou: “Ah, que legal,...

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Dados de acervo

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Depoimento de Jucileide Macedo Dias

Entrevistado por Lucas Lara

São Paulo, 09 de junho de 2020

Programa Conte Sua História

Entrevista: PSCH_HV852

Transcrito e revisado por Fernanda Regina

P/1 – Ju, bom dia. Seja bem vinda ao Programa Conte Sua História. Para começar, eu vou pedir para você me dizer seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Jucileide Macedo Dias, São Paulo, 18 de maio de 1981.

P/1 – E você sabe a história do seu nome? A origem da sua família?

R – A minha família é baiana, sertão da Bahia, lá, por exemplo, minha mãe e meu pai são da mesma região. E na Bahia, no nordeste tem muito essa questão de composição de nomes, né? De juntar os nomes, então a mistura do meu nome é Ju com Leide. E, por exemplo, a minha irmã mais velha chama Jucileia, eu sou Jucileide. Aí, quando a gente era criança não dava para chamar de Ju, né? Porque são as duas, aí chama Leide e Leia. Então na minha casa eu sou a Leide, não sou a Ju e a minha irmã mais velha é a Leia, assim como várias, né? Na Bahia tem muito isso de misturar os nomes e ter alguma coisa diferente, assim. Então, conheci poucas Jucileides, até hoje eu acho que no Facebook eu já pesquisei e aí tem algumas, assim, e a maioria são nordestinas.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – Raquel e José.

P/1 – Conta um pouquinho para mim sobre eles.

R – O meu pai era jardineiro, ele faleceu já faz nove anos, teve um câncer e ele tinha muito essa questão de conexão com a terra, né? Então nós crescemos, assim, com... Na minha casa tinha uma horta onde a gente cultivava ali alface, enfim, algumas coisas básicas. Então eu tenho até... Eu e meus irmãos também pegaram um pouco essa questão de cultivo, de terra, eu tenho várias plantas, adoro. Meu pai era, assim, como homem nordestino, muito duro, muito sisudo, tinha essa questão de não ter uma abertura emocional, então eu tenho sempre lembranças do meu pai sempre muito fechado,...

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